Crônicas De Whitörn escrita por maisutoGUN


Capítulo 18
Seiva de Dragão


Notas iniciais do capítulo

Olha só. O numero de vocês aumentou. Fiquei feliz por mesmo estar com problemas de bloqueio vocês não me abandonarem. Curti de verdade e agradeço muito por isso. Estava esperando terminar esse capitulo e terminar esse primeiro arco da Monserrat aqui, mas vocês merecem o capitulo o mais rápido que puder. O outro já está em produção. Então não se preocupem com a demora. Postarei até um capitulo extra depois do próximo que eu ia guardar pra um projeto, mas vocês me animaram e merecem. Muito obrigado. :) Enjoy it. O/



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Um urro. Um rugido tão alto que fez a caverna tremer e tremer quem estava dentro da caverna também. Os passos dos quatro salvadores se aceleraram e Silka se transformou em um lobo murmurando “Lupus”, correndo assim mais rápido que todos e com um faro mais apurado guiando-os por entre as passagens que se enraizavam cada vez mais para o centro da caverna, onde com certeza um dragão branco e gelado os aguardava, com o desjejum já em curso.

Houve dois momentos para que Silka pudesse explicar o que era. Monserrat entendeu que ela não era totalmente humana e sua raça se chamava Garou. “Meu nome completo é Silkalya Vrauvranya e sou uma Garou Hominídea. Minha mãe era uma Garou e meu pai um humano normal. Fugimos de nossa tribo nos domínios de Alq-Hallin, Senhor e Rei de Vulkrar. Lá, humanos e Garou viviam em harmonia, mas não tinham permissão para terem filhos em relações entre si. Logo eu era fruto de um ato pecaminoso e fugimos pelo Mar do Meio até chegarmos a um porto no Reino de Grutnyte, bem ao sul, aqui no Norte. Subimos o seu mapa até Salthtörn quando percebemos que ainda estávamos sendo perseguidos pelos Garou e humanos de Vulkrar. Era um pequeno destacamento, mas com os melhores espiões de todo o reino. E os Garou do meu clã… Do meu ex-clã, os Vrauvranya, tem faro muito apurado, então foi fácil para eles seguirem dos seus.

Meu pai estava apenas com a gente para nos proteger, mas tinha todo o direito de ir embora. E foi o que ele fez, mas assim que eles nos alcançaram em Strongshout, o Reino logo abaixo desse, a primeira coisa que fizeram foi depositar aos nossos pés, meus e da minha mãe a cabeça decepada do meu pai. Minha mãe começou a chorar muito e foi de encontro àqueles que fizeram aquilo com meu pai e os chamando de monstros, tivera seus órgãos expostos com sucessivas rasgadas quando eles se transformaram em Crinos, como minha mãe já tinha feito e a luta foi rápida. Me pouparam, pois eu tinha apenas oito anos, e após me marcarem com o selo da vergonha me soltaram e rumei em direção a Brötergart e vivo aqui todo esse tempo, oito anos, vivendo como posso. ” Assim que mostrou uma marca vermelha que se sobressaia sobre a carne dos ombros, um símbolo que Modric reconhecia como um Knot, das terras dos leste, rasgado por quatro garras, uma maior que a outra, o selo da vergonha, ele a convidou para fazer parte do pequeno grupo e da Ordem Paladina. Dessa vez a garota aceitou sem hesitar, sabendo que teria um lugar para viver, ao menos por um tempo.

Aldruk já guardara todo o armamento e vinha atrás de Silka com Sir Modric e por fim Monserrat os seguindo de perto. Monserrat não queria pensar o que poderia acontecer ao jovem Jofer que se não estivesse perdido por entre os túneis, estava prestes a ser comido por Sekinrev. Apenas seguia em frente na companhia de seus amigos e de Silka. Não sabia se podia confiar nela, mas eram o que tinham para agora, e o barulho do dragão ficava cada vez mais alto até que adentraram em uma câmara gigante e encontraram Jofer no meio desta sala com uma flor amarela de botão vermelho levantada ao ar.

Na parede do outro lado da câmara estava o dragão Sekinrev pregado à parede urrando tão alto quanto Monserrat poderia pensar que ele poderia urrar. Silka voltou a sua forma humana e com os dois braços envoltos no peito do pequeno garoto moreno que aparentemente tinha a mesma idade e tamanho de Monserrat o afastou de perto do imenso ser branco de textura aparentemente gosmenta que a cada passo de Silka pra trás avançava com um rugido cada vez mais baixo.

– Muito bem, garotos… - Sir Modric se aproximou do Dragão girando sua espada, enquanto esse se aproximava do Cavaleiro de Olhos Violetas, e entrando em posição de combate olhando nos olhos da fera. - Esse dragão não pode sair vivo daqui. Aldruk… - O Cavaleiro continuou sem tirar os olhos violetas de Sekinrev. - Que planta?

Aldruk já estava ao lado do pequeno Jofer e com um pequeno sorriso tateou a planta que o garoto trazia na ponta dos dedos e respondeu: “Um simples girassol embebida em barro vermelho.” Assim que o arqueiro disse que parecia inflamável, tirou um flecha com a ponta de um tom de cinza bem brilhante, e a passando no chão da caverna voltou para o seu posto, exatamente atrás de Sir Modric. Aquilo fez com que a flecha pegasse fogo e todos olharam para o arqueiro com uma flecha flamejante em seu arco e o sorriso que ele emanava naquele instante tinha a intenção de abrandar as almas de seus companheiros.

– Alumínio. É altamente inflamável quando a terra for vermelha, houverem girassóis por perto, houver um cheiro de peixe no ar e ou muitas pessoas morreram naquele local. - Aquilo parecia inteligente de mais para Monserrat. Algo inteligente demais para um simples arqueiro conhecer. Mas logo ela percebera o porque do conhecimento. - Amaranthos me disse que era assim, e sempre funcionou!

O sorriso ainda estava no rosto de Aldruk, mas em dois segundos a flecha tinha partido e penetrado a carne aparentemente esponjosa do dragão branco. Mais um ruído ensurdecedor, mas dessa vez Modric estava preparado e assim que Sekinrev avançou em direção a Aldruk o cavaleiro girou sobre os pés e acertou a parte ferida do dragão. Silka o atacou também, mas em outra parte que não a ferida e portanto não teve o mesmo efeito.

– Dragões das montanhas são extremamente resistentes e a única parte dele que pode ser atingida é a que foi atingida por fogo. O corpo dele são feitos de gosma. Creio que você descobriu isso tarde demais, minha jovem! - um homem ruivo, alto, austero entrava na sala com um sorriso portentoso e um olhar lascivo que encarava o dragão Sekinrev. - Creio que eu posso ajudar a vocês quanto a isso! - Os olhos castanho-rubros do homem encararam o arqueiro da floresta. - Você ainda tem alguma flecha de alumínio, meu jovem?

– Sinto! - Aldruk levantou os ombros com um sorriso que implorava perdão. - Tinha em minha mente que a única coisa da qual estávamos seguros era de um dragão das montanhas.

– No final das contas não posso culpá-lo. - O homem vestia uma enorme capa que por cima de uma roupa que para Aldruk lembrava muito a de Tessala. E de lá tirou um pequeno embrulho que estava amarrado com uma corda bem grande e grossa. - Só seja mais cuidadoso da próxima vez! - O homem lambeu o embrulho e lançou em direção à Sekinrev. Assim que o embrulho fez contato com a pele gosmenta de Sekinrev ouve uma explosão e a pele do dragão queimava de um jeito que a flecha de Aldruk nunca conseguiria fazer. - Eles são espertos. Logo rolará e apagará o fogo, mas criamos outro ponto de acerto, não é, jovem loba? - Silka deu um sorriso em direção ao homem, que ela já tinha certeza que não gostava e se virou em direção ao dragão se preparando para o próximo ataque. - E a propósito. Bom ver você, Sir Modric!

– Igualmente, maldito curandeiro. - Modric e o homem se abraçaram. Monserrat já tinha uma vaga idéia de quem ele era pelo que Sir Modric lhe contou na viagem até ali, mas esperou o próprio confirmar suas suspeitas. - Olharam naquela bola de cristal mágica de vocês pra saber que estávamos aqui, Nesto?

– Oras, mas como sempre você é um poço de educação, Modric! - A reprovação foi seguida de um sorriso, o que indicava para os outros que estava tudo bem. - Sim. Usamos a permissão mensal a visão futura pra descobrir que você estava aqui. Eu estava realmente preocupado com você, meu bom amigo. Ouvi dizer que a sua carga… - O sorriso do homem quando cruzou olhares com Monserrat aumentou e seus olhos demonstravam ternura. - Estava sendo atacada constantemente por aqueles homens das trevas. - Os olhos do homem foram em direção a Aldruk e Silka naquele momento. - Estamos tendo uma conversa de boas vindas aqui, mas o dragão ainda está logo ali! Fariam esse favor para gente? - Os dois não precisaram de um segundo aviso e Silka se atirou em direção as feridas do dragão enquanto Aldruk tentava acertá-lo de longe, pegando distancia. - Creio que você seja Monserrat. Filha do grande herói do Norte, Sir Roswell, General do Reino de Beilerivhov.

– Isso tudo ainda me é estranho, Sir Nesto. Mas creio que os títulos atribuídos ao meu pai sejam verdadeiros, mesmo ele nunca tendo os demonstrado pra mim. - Monserrat fez uma pequena mesura, olhando de esguelha para onde Aldruk e Silka combatiam o dragão Sekinrev. - É um grande prazer conhecer um dos fiéis companheiros de aventuras do meu pai.

– Ela é realmente bem educada não é, Modric? - O sorriso de Nesto ainda estava lá. - Mas creio que não deva me chamar de Sir. Sou um simples curandeiro com conhecimentos da natureza. Apenas um alquimista. Me chame de Nesto.

– Oras, Nesto! - Havia brotado um sorriso debochado no rosto de Sir Modric naquele momento. - Você é apenas o Grão Alquimista, líder do Departamento Medicante e Natural da Ordem Paladina dos Sete Rios. Seu título é maior do que o do Rei-logo-abaixo.

– Você me obriga a mandá-lo calar a boca, Modric. Mas que coisa! - Ambos gargalharam. - Vá, Monserrat! Percebo sua aflição por ajudar seus amigos. Devo dizer que te entendo. Não se demore mais! - Sem precisar de um segundo aviso, tal qual seus companheiros, Monserrat partiu em direção ao dragão, não antes de fazer mais uma mesura a Nesto e murmurar um obrigada, que foi respondido com um balançar de mãos que visava a enxotar.

– Você tem essa pose de culto, mas é um irresponsável, Nesto! - O sorriso tinha morrido no rosto do Cavaleiro de Olhos Violetas. - Vai mesmo ficar aqui conversando comigo enquanto essas crianças se matam com Sekinrev?

– Você contava comigo aqui, Modric? Agora as coisas tomaram um rumo diferente! Quem sempre salvava a todos nós com dragões da montanha?

– Roswell!

– Não sem minhas bombas, presumo!

– Isso é verdade! Você tem mais delas com você?

– Por suposto. - Nesto se virou em direção à Jofer que o olhava com uma admiração quase divina desde que o Grão Alquimista acertara a bomba de fogo em Sekinrev. - Gostou do que fiz, não é um fato, garoto? - Jofer balançou a cabeça positivamente. - Então pode ir acertar umas pancadas nesse dragão, Modric. Tenho um companheiro pra me ajudar a enfraquecer esse monstro. - Nesto se abaixou entregando uma bomba na mão de Jofer enquanto Modric acompanhava aos outros no embate. - Preparado, meu bom menino? - O garoto murmurou com sua voz fina de criança um sim e com isso Nesto o ajudou a se levantar. - Então que comece o bombardeio!


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Notas finais do capítulo

Agora fica fácil de saber que a Silka é uma personagem extraída de Lobisomem! O Apocalipse. XD Eu peguei alguns conceitos de lobisomem apresentado nesse livro-jogo e os apropriei da maneira que eu acho que encaixa na estória. O que vai ser mais parecido é justamente o que tem haver diretamente com a Silka (Por enquanto…), e não vai existir a Nação Garou. Não como no jogo, e nem os eventos que aconteceram lá. Imagine que eu peguei um lobisomem diferente e to usando na minha estória. Como os zumbis que correm rápidos chamados de infectados. Cada jogo que trata deles retrata da maneira mais conveniente praquela estória. É isso, então não caracteriza a fanfic ai. Ou sim, sei lá. Stoker e Tolkien talvez não concordem comigo! xD

Aluminio realmente pega fogo se entrar em contato com alguns reagentes. O do caso é o ácido graxo, que está no seu alimento. É claro que não é um processo tão simples de acontecer, mas essa estória é de fantasia, né não? XD Eu estudei por aqui —> http://www.qca.ibilce.unesp.br/prevencao/incompativeis.htm E por aqui —> http://www.infoescola.com/bioquimica/acidos-graxos/