Crônicas De Whitörn escrita por maisutoGUN


Capítulo 17
Hispo


Notas iniciais do capítulo

Capitulo novo, UHUUU! Demorou?....... Eu sei! MWAHAHAHAHA! Tomara que vocês gostem. Ainda tem uns capitulos pra sair, mas vai ser escasso de novo, porque vou participar de um concurso, então tenho que escrever um livro até começo de julho. É dificil, mas creio que consigo alguma coisa. Torçam por mim! xD Enjoy! :)



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Aldruk havia sussurrado alguma coisa para sua pequena coruja Taus enquanto afagava seu pequeno bico e assim que terminou a lançou ao ar. - Vá meu pequeno amigo! Entregue o recado e assim que voltar ganhará um belíssimo roedor! - Aldruk sorriu de orelha a orelha enquanto sua ave tomava distância. - O voo do Taus é graciosamente meigo, não acha Fjedsøll?

Mais um que a chamaria dessa forma então. Monserrat não ligou para isso, porque era melhor do que ser chamada de Senhora, ela pensou. - Sim, sua coruja é muito meiga e eu me afeiçoei com ela, caçador.

– Deves me chamar apenas de Aldruk, Fjedsøll. - Monserrat imaginou como a frase daquele garoto soava esquisita. Queria que lhe chamasse pelo nome, mas comigo usava títulos. “Tudo bem!”, Disse dando de ombros e o sorriso não saia do rosto do garoto que se afastava da estrada e ia em direção a um pequeno arbusto com umas plantas brancas. - Continuem andando, continuem andando! Isso é um ândalo do botão âmbar. É uma planta medicinal que cura qualquer queimadura. Vai ser muito útil para nossa jornada. Imprevistos sempre acontecem não é mesmo? - Aldruk tentou soltar um projeto de risada maléfica que fez até mesmo Sir Modric sorrir. - Mas a questão é que enviei Taus para a Ordem Paladina dos Sete Rios para que o senhor Nesto, o grão Alquimista da Ordem recebesse o seu recado, Sir Modric, como o senhor havia me dito.

Sir Modric acenou com a cabeça positivamente e não havia parado de andar em nenhum momento. - Sim, estamos próximos, mas ao que Tessala deu a entender, você também é um Filho dos Deuses. Gothart das Faunas, não é?

– Isso mesmo. Gothart é o deus das criaturas da floresta e a sua irmã Dowoth é a Deusa das plantas e da água do rio de onde foi gerada a vida de tudo. Até dos Golem-Totem.

– Interessante, mas isso só revela que eu tenho que tomar conta de você também durante essa viagem!

– Ah, nobre Sir Modric, Grão-Cavaleiro da Ordem Paladina dos Sete Rios. Quanto a isso não precisa se preocupar! Eu consigo me virar com as minhas flechas envenenadas. Se Cicuta e Beladona já são poderosas por si só, quando misturadas com Crantz e Antúrio a morte é instantânea! – Neste momento Aldruk já gritava e saiu correndo para alcançar em dois instantes Monserrat e Sir Modric. Aquilo impressionou bem mais a Pluma de Prata do que o Cavaleiro dos Olhos Violetas. – E com esse ândalo e outras plantas medicinais que achar durante o caminho, podemos garantir nossa sobrevivência se algum imprevisto acontecer.

– De fato. – Sir Modric levantou uma sobrancelha e continuou olhando pra frente. – Essa sua corrida extremamente rápida, tem algo haver com ser Filho de Gothart?

– Posso afirmar que em partes. Eu sou um caçador da floresta treinado do jeito antigo. Por um guardião da vida selvagem. Em tempos remotos, no Norte, cada arqueiro e cada druida era treinado por um Golem-Totem. Assim como as florestas do Norte, a magia ficou escassa e caiu uma era gelada por todos nós. É fato que nos adaptamos bem, mas em compensação perdemos a magia do dia-a-dia voando nas costas de um grifo, andando por entre os rastros de fogo de dragões das planícies. Sendo desafiados nos rios pelas belas banshees que neles viviam. Hoje só temos a nós mesmo, e aos eternos guardiães que nos protegem. A magia está escassa. Só sobraram monstros que não podem ser capturados.

– Você não é de antes desses tempos, garoto! - Modric ainda esbanjava um leve sorriso. Monserrat percebeu que Aldruk descontraia mesmo o ambiente. Quando somente ela acompanhava o Grão-Cavaleiro, só conseguia perceber em seu rosto ou uma forte carranca ou expressão alguma. Não podia culpar Sir Modric por isso. Aldruk tinha uma aura leve e mostrava ser um garoto esperto e interessado. Tudo isso Monserrat supôs pelos fatos.

Raju seguia Monserrat de perto e começou a fazer um barulho, como se estivesse chorando e Aldruk disse que eles estava com saudades de Tessala.

– Pode ir, meu grande amigo. Agora estamos realmente muito perto e você já nos fez companhia por tempo demais. - Aldruk depositou um beijo na testa do urso e a marca de Tessala saiu dos seus olhos. - Está livre.

O urso não pensou duas vezes em dar meia volta e correndo logo já poderia nem ser vista sombra de sua passagem. Em toda a cena Aldruk se manteve ajoelhado, na posição em que dera o beijo em Raju. Se levantou quando o urso não podia mais ser visto e sorriu com os olhos fechados. - Devemos continuar, amigos. Estamos realmente muito perto.

Finalmente eles avistavam entre a descida da ladeira os altos muros da cidade e o barulho das crianças brincando dentro dela. Só que mais alto que isso era possível o grupo do Cavaleiro dos Olhos Violetas ouvir o choro desesperado de uma mulher que estava ajoelhada do lado de fora dessa mesma muralha.

– Meu pequeno Jofer! Ele entrou na caverna! – A mulher se desesperava pois os guardas da muralha fingiam não lhe dar atenção e não havia nenhum paladino por perto. – Me ajudem, por favor.

– Onde estão aqueles cavaleiros de SunKen agora? – Sir Modric se aproximava da mulher depositando sua mão no ombro dela e lhe dando o sorriso mais brilhante e que Monserrat nunca vira antes. – Minha pobre jovem, o que acontece? Sou da Ordem, pode me contar!

Seus olhos vermelhos e marejados começaram a brilhar de uma forma intensa e um sorriso tão grande quanto o de Sir Modric pousou na face da mulher que o abraçou enquanto tentava desesperadamente falar entre os soluços. – A Caverna de Sekinrev. – Sir Modric balançou a cabeça positivamente indicando que a mulher poderia continuar a falar. – Meu filho mais novo Jofer entrou na caverna do Dragão Sekinrev.

– Um dragão das planícies, vermelho e tudo o mais? – Essa pergunta veio de Aldruk que já demonstrava um interesse juvenil em procurar aquele garoto.

– Os dragões das cavernas são diferentes, Aldruk. – Quem falava era Monserrat, olhando o garoto perplexo diretamente nos olhos. – Minha mãe gostava de me contar estórias de dragões e ela me contou sobre os dragões das cavernas também. – Monserrat não tirava os olhos castanhos-claro dos olhos verdes do garoto enquanto declamava o que sua mãe havia lhe dito. – Temos que ir o mais rápido possível! Dragões das Cavernas são cegos, surdos e não sentem cheiros, mas qualquer trepidação em sua caverna é sentida pelos seus sonares. Eles não são vermelhos ou negros como os dragões das planícies. São brancos, de aparência viscosa, como se fossem filhotes de ovelha que acabaram de nascer. A única semelhança entre eles e os dragões das planícies é o formato do crânio e nada mais. Eles não possuem asas e não cospem fogo. Até porque morreriam sufocados em suas cavernas. Eles cospem uma gosma branca que imobiliza a vitima para que assim eles possam devorá-la.

A última parte fez com que a mulher ficasse histérica e começasse a gritar pelo nome do filho. – Meu precioso Jofer vai morrer!

– Com certeza seu filho não vai morrer! – A voz firme de Sir Modric fez com que a mulher diminuísse sua crise, não parasse totalmente. Mas quando Monserrat disse o quão burro um dragão da caverna poderia ser um sorriso esboçou tencionar os músculos da face daquela pobre mãe. – Vamos.

Sir Modric já conhecia muito bem o caminho e guiou os dois filhos dos Deuses para uma curva que dava de cara com uma montanha. No pé da montanha, uma abertura que dava três Sir Modric de altura e uns quinze de largura era perceptível e de lá vinha um brilho intenso. Era o brilho dos tesouros espalhados de Sekinrev que iluminava desde o teto até o chão.

– Vocês não devem tocar em nada. Estamos falando de um Dragão das Cavernas. Ele pode até não sentir nossos passos, mas é sensível a falta de seu tesouro! – Sir Modric continuou os liderando por entre os túneis construídos pelo dragão, até que Monserrat que Aldruk se afastava do grupo andando mais devagar com uma cara estranha de dúvida.

– Sinto um cheiro estranho e ouço passos! Vocês não? – Assim que Aldruk terminou de falar uma criatura que se assemelhava aos antigos lobos gigante o atacou, só que assim que se aproximou o bastante o monstro se transformou em uma garota de cabelos cor de ferrugem e pele marrom.

O olhar da menina era selvagem e por alguma razão ela gritava “Hispo!” sem parar. – Droga, o que tá acontecendo? – A menina, que havia caído por cima de Aldruk, que a segurava com o cabo de sua adaga pressionando-a contra o tórax da jovem loba. Monserrat achava que poderia a chamar assim. Os dentes dela pareciam normais, mas a expressão que seu rosto formava e a forma como escancarava a boca como que fosse dar uma mordida já faziam o trabalho de aterrorizar a todos.

Assim que Sir Modric tentou acertá-la com a Osso de Ruiz a garota pulou para trás e gritou “Hispo!” novamente. Dessa vez ela havia se transformado naquela criatura que parecia um lobo gigante novamente. O engraçado era que Monserrat podia notar as feições da garota na face daquele lobo. A mesma inquietação estava presente naquele olhar felino, de íris vertical e cenho franzido. Um sinal de alerta constante brotava na face daquela criatura.

– O que diabos, é essa pessoa? Criatura? Monstro? - Aldruk pôs a mão que segurava a adaga na cabeça e em dois tempos aquela criatura, Monserrat achou por bem imaginar que seu nome era Hispo, já o atacava novamente.

E como aconteceu da outra vez, a criatura se transformou na garota morena de cabelos alaranjados. Ela tinha uma expressão de incredulidade na face. Olhava nos olhos de Aldruk com um brilho que queria dizer que em poucos instantes ela começaria a chorar. Se recompôs em dois momentos e novamente se transformou no Hispo.

– Isso... – Sir Modric apontava para a garota/criatura. – Eu nunca vi na minha vida. – A loba/garota resolveu mudar de alvo e atacou Sir Modric que tentou defletir a magia que cercava aquela garota com a mesma destreza, ou mesmo até mais do que Aldruk apresentou. Porém a criatura não se transformou novamente em humana.

A loba gigante uivou e o uivo parecia uma gargalhada. Naquele ponto a loba estava em cima de Sir Modric e tentava o morder de qualquer jeito e ainda se defendia dos ataques precipitados de Monserrat, pulando de um lado pro outro ou se esgueirando por baixo da lâmina vermelha com que a garota desbravava o vento perto da criatura.

Aldruk pareceu não estar ali enquanto Monserrat tentava atacar a loba, mas em um momento que a criatura estava de guarda baixa Aldruk pulou por cima de Monserrat se engalfinhando com a criatura e por fim permanecendo por cima dela. Ao colocar a adaga que Amaranthos lhe fez por sobre o peito da criatura ela se transformara novamente em uma garota.

– Como você faz isso, garoto? – A jovem parecia ter a mesma idade de Aldruk, mas agia como se fosse mais velha milhares de anos. Enquanto se debatia soltava uns rosnados que assustaram Monserrat, mas Aldruk se mantinha austero enquanto mantinha-a pressionado contra o chão com sua adaga espremendo seu busto. – Hispo! Hispo!

– O que é você? – Aldruk examinava a face da garota com a mão livre e pressionava as costelas dela com os dois joelhos. A garota tentava arranhar o braço do arqueiro, mas ela agia como se não percebesse enquanto usava a outra mão pra mexer no rosto da jovem. À pergunta que veio de Monserrat sobre o fato do garoto não sentir dor foi respondida com um simples “Raju” e ele voltou a examinar a face da garota, como se fosse um alquimista pesquisando uma nova planta. De repente ele começou a falar olhando nos olhos de Sir Modric, porém parecia estar falando sozinho. – Minha família não é desse continente. Viemos de Pontafiada no Sul. Mais precisamente do Leste. Eu vim muito criança e minha irmã também. Nossos pais morreram a poucos metros da Floresta de Amaranthos. Feridos e cansados da viagem. Existem perigos muito grandes das quais não me lembro, mas foram o suficiente para acabar com dois dos mais poderosos Rangers de Pontafiada. – Mais uma expressão nova para Monserrat. Aldruk falava coisas sem sentido, mas de um jeito ou de outro ela acabaria entendendo, se não por ele por Sir Modric, então continuou ouvindo o que o caçador tinha a dizer. – Somos do Leste. Essa menina é do Oeste, com toda a certeza.

– Esse tesouro é meu! Ninguém vai levá-lo a não ser eu! – A garota se debatia, mas Aldruk não deu importância às suas palavras. Não parecia haver disparidade maior naquele momento. – Eu só queria um lugar para dormir que tivesse um teto. – A garota pareceu parar de se debater e de arranhar Aldruk, portanto o garoto parou de pressionar a adaga sobre seu peito e ela não se transformou. Ela começou a chorar socando o chão. - Eu só queria ter algo pra comer. Eu não me importo de onde você veio ou quem você é! Eu só quero esse tesouro pra não precisar mais me preocupar com isso, mas nunca é suficiente!

Aldruk se levantou de cima dela e caminhava em direção aos seus companheiros. - Creio que Sir Modric vai concordar… - Se virou em direção a jovem que estava com os joelhos e cotovelos ao chão vertendo lágrimas que seu cabelo curto não conseguia esconder. - Como é seu nome? - Após a garota responder Silka, Aldruk olhou para Sir Modric, que lhe respondeu a pergunta mental com um levantar de ombros e um cara de indiferença. Aldruk assentiu. - Silka, eu sou novo por esses lados, mas posso te fazer uma proposta com o consentimento do líder dele. - Pôs a mão na cabeça de Monserrat com um sorriso no rosto e ela balançou a cabeça mesmo sem entender muito bem o que ele queria dizer, mas pressentia o que aconteceria ali. - Temos que recuperar uma criança que está em posse de Sekinrev, o Dragão dono desta caverna. - Olhos de Silka se arregalaram. - Proponho uma coisa. - Ele parou dois segundos e após respirar fundo continuou. - Matemos esse dragão!


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Notas finais do capítulo

Hoje não tenho muitas considerações. Comentem ai, personas! xD

PS1: Sekinrev é um anagrama para Vikernes, que é o sobrenome artístico de Varg Vikernes... BURZUM, carai! xD
PS2: Esse negócio de Hispo, o pessoal que já jogou Lobisomem o Apocalipse vai sacar. E vai sacar o que vem por ai também! :)
PS3: Se perceberem alguma incongruência, me avisem. Esse capitulo estou escrevendo a muuuuito tempo e a minha memória é uma merda. xD