Meu Doce (In)Desejado escrita por Buzaid


Capítulo 27
Capítulo 26




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Os raios de sol do outono Nova Iorquino invadiam o quarto naquela manhã especialmente fria, quando Henry abriu os olhos. Sentia-se estranho, "mas porq…" não ouve tempo de completar o pensamento. Ao girar o corpo para o lado o jovem príncipe deparou-se com a imagem mais celestial que já havia visto em toda sua vida: Carolina dormia como um anjo ao seu lado. Seu semblante sereno e seus cabelos jogados à esquerda davam à ela um aspecto tão tranquilo ao qual Henry não se cansaria de olhar durante todo dia…

Mas ele não era o tipo de homem que acordava ao lado das mulheres com quem transava. Isso era romântico demais, meloso demais, fofo demais… E Henry era apenas safado demais… Com medo de que Carolina acordasse, ele levantou-se por meio de movimentos mínimos e sutis. Recolheu sua cueca, jogada ao pé da cama e então, ainda nu, voltou para o pequeno quartinho, ao fundo da suite, no qual havia passado suas noites em Nova Iorque.

Henry, porém, não conseguiu fechar os olhos por um instante sequer. Havia perdido completamente o sono e segundo o relógio ainda eram seis horas da manhã. Sua agitação era tanta que ele sentia como se tivesse tomado 10 litros de Red Bull. Nunca havia ficado assim pelo simples fato de ter dormido com uma mulher… Mas não era uma estranha aleatória. Era Carolina Lamont, a mulher que estaria presente no resto de sua vida… Não uma mulher qualquer a qual nem o nome ele se lembraria ou que a ligação ele recusaria. Henry estava começando a se conscientizar das consequências do que havia feito…mesmo assim ele não se arrependia. Fora a melhor transa de sua vida e isso era um fato inegável.

Perdido em suas reflexões Henry nem se deu conta das horas que haviam passado. Eram onze e meia e ele ainda estava ali pensando sobre a noite anterior. Carolina provavelmente já deveria ter acordado e ele teria que enfrenta-la. Mas como?

– Não posso trata-la de outra forma… - Ele murmurava para si. -… Carolina foi um lance de apenas uma noite, então a tratarei como tal... - Concluiu ao se levantar. Era o jeito. Ele não estava disposto à ter conversas sobre "qual nossa atual situação?". Mesmo porque já tinha tido muito dessas conversas e ele sabia que não acabavam de um jeito agradável. Se bem, que nenhuma conversa, exceto a da noite anterior, acabavam bem com Carolina…

Assim que Henry ouviu o barulho de louça vindo da pequena cozinha da suite ele concluiu que a princesa realmente já estava acordada. Calmamente ele saiu do quarto deparando-se com ela sentada no sofá bebendo um chocolate quente na caneca do hotel.

– Não quis pedir serviço de quarto? - O rapaz indagou tentando parecer indiferente. Carolina vestia seu moletom rosa de todas as manhãs enquanto ele contentava-se apenas com a parte de baixo do seu pijama azul bebê.

– Não… - Ela respondeu sem ter coragem de encara-lo, sabia que coraria no momento em que pusesse seus olhos no peitoral ainda à mostra dele. - Mas peça se quiser… - Falou então.

– Vou comer algo na rua. - Respondeu.

– Aonde vamos hoje? Tem alguma sugestão? - Carolina olhou-o rapidamente, mas já foi o suficiente para notar uma expressão enrijecida em seu rosto.

– Na verdade, eu estava pensando em sair sozinho hoje. - Henry falou para a surpresa da jovem. - Tenho umas coisas para resolver e como o vôo será de noite…

– Não precisa explicar, eu entendo! - Carolina o atropelou. - Também tenho coisas para resolver. - Mentiu sem graça.

– Certo. Vou tomar banho. - Avisou antes de ir ao banheiro.

Henry tomou uma rápida chuveirada, e logo se arrumou. Carolina estava no banho quando ele deixou a suite do Four Seasons, por isso não o viu sair. Era óbvio que Henry não tinha nada para resolver naquele último dia de viagem. Aquilo era apenas uma desculpa para não ter que enfrentar a "conversa da manhã seguinte" que ele tanto odiava ter. Claro que por isso o príncipe ficou apenas pairando pela cidade sem ter muito aonde ir. Afinal, ele já conhecia tudo ali, nada lhe era novo e até mesmo as galerias de arte que gostava de frequentar pareciam desinteressantes naquela fria manhã…

Tudo que Henry realmente fez, além de ficar sentado ao fundo de um café na Madison Square, foi comprar um elegante Rolex prata e azul que completaria sua coleção de submariners.

Quando o sol deu sinais de que iria se pôr Henry decidiu que voltaria para o hotel. Para sua surpresa, Carolina não estava lá, contudo suas coisas já estavam todas arrumadas nas elegantes malas Louis Vuitton na sala da suite. Era óbvio que ela também estava evitando alguma conversa, ele pensou. E se assim fosse torceu para que nunca a tivessem e o tempo se encarregaria de fazê-los esquecer do que aconteceu naquele elegante quarto do Four Seasons…

Algumas horas se passaram e nada da princesa voltar. Henry estava começando a estranhar. As coisas dele e dela já haviam sido levadas para o carro e dentro de uma hora iriam para o aeroporto para que pudessem pegar o jatinho de volta à Llyoal.

– Sabe aonde a princesa está? - Ele questionou a um dos seguranças que fazia vigia em sua porta. - Não consigo falar com ela… - Mentiu. Os dois nunca havia se falado pelo celular, nem sequer trocado alguma mensagem de texto ou algo assim.

– Ela saiu há algumas horas, Vossa Alteza.

– Eu sei, mas não disse para onde foi?

– Pelo o que entendi ela foi fazer algumas compras na quinta avenida, Alteza.

– Essas mulheres, sempre aproveitando o tempo de sobra para comprar. - Henry brincou. Ao fundo do corredor ele observou Carolina chegando, sem nenhum sacola em mãos.

– Aonde estava? Já já temos que ir. - Henry falou impaciente.

– Fazendo compras. - Respondeu serenamente, forçando indiferença.

– E aonde estão as sacolas?

– Já no carro. - Carolina girou os olhos.

– Ótimo, assim não perdemos tempo! Quero chegar o quanto antes em Llyoal… - Henry declarou.

– Não mais que eu. - Carolina rebateu desafiadoramente.

– Não duvide disso! - Henry disse sem paciência.

E lá iam os dois novamente embarcando em uma discussão totalmente desnecessária. Os seguranças os encaravam prendendo o riso, imaginando que aquilo era apenas uma briguinha de casal apaixonado.

O jatinho decolou às 23:00 em ponto. O silêncio que o dominava era apenas quebrado pela conversa das aeromoças ou pelo barulho das turbinas. Henry e Carolina, porém, não trocaram uma palavra sequer. E assim foi até o momento em que o carro oficial da Coroa llyonense entrou nas terras de North Whintchersbarg.

– Henry! Carolina! Que alegria em vê-los! - Victória exclamou sorridente indo de encontro ao filho. - Como foram de viagem? - Questionou ao abraça-lo. Albert e Luzia vieram logo atrás, também indo ao encontro de Carolina.

– Fomos bem! - O príncipe falou dando de ombros.

– Nenhuma novidade? - Luzia questionou ao juntar as mãos à frente do peito. Carolina e Henry entreolharam-se de forma suspeita e então responderam em couro:

– Nenhuma!

– Mesmo? - Victória parecia desconfiada.

– Mesmo, Victória! - Henry exclamou. - Vocês não acharam que nós iríamos mudar nossa relação, acharam? - Perguntou com ironia.

– Sinceramente, meu rapaz, nós tínhamos esperanças! - Albert declarou grosseiramente. - Se vocês não conseguem resolver inimizades tão pequenas e insignificantes quem dirá problemas maiores que esta nação enfrentará?

– Pai, por favor, não faça caso agora. - Carolina pediu. - Henry exagerou, está cansado do vôo e não sabe o que está falando. - Fuzilou o príncipe que a encarava com o semblante fechado.

– Não estou fazendo caso, Carolina! Estou lhes fazendo uma pergunta… - Albert ainda esperava por uma resposta, mas pelos aspectos de Carolina e Henry não seria agora que ele a teria.

– Albert, ainda temos muito tempo até o casamento. Não vamos nos aborrecer com tais problemas agora… - Luzia sugeriu com um sorriso simpático.

– Talvez, tenha razão! - Albert deu-se por vencido. - Vamos para casa, Carolina.

Os Lamont se despediram rapidamente dos Caldwell e então foram para South Whintchersbarg. No caminho Albert não conseguiu controlar sua língua tagarela e acabou soterrando a filha com milhares de perguntas irritantes. Carolina bufava um "pai, agora não, por favor!", mas tudo o que conseguia era "apenas mais uma pergunta, minha filha!". Luzia fora a única que não disse nada. Como uma boa mãe havia notado que algo não estava certo com a filha. Era evidente o olhar atônito de Carolina combinado com seu semblante de preocupação. Por isso assim que chegaram e Albert, finalmente, as deixou em paz, Luzia aproveitou para conversar com Carolina.

– Agora que seu pai não está mais aqui, você pode dizer a verdade, filha! - Luzia afirmou. - Como foi a viagem?

– Normal, mãe! - Carolina recostou-se nos três travesseiros empilhados na sua cama. - Já disse!

– Você e Henry brigaram muito, querida? - Luzia continuava encarando a filha com um olhar desconfiado.

– O que você acha? - A princesa girou os olhos irritada. - Foi tudo o que fizemos…

– Tudo o que fizeram? - A rainha perguntou de forma suspeita ao sentar-se ao lado da filha. Era como se soubesse que ela estava mentindo.

– Sim… - Respondeu com a voz entrecortada.

– Carolina! - Luzia insistiu.

– Mãe, a senhora pode por favor me dizer do que está conversa realmente se trata?

– Bem, notei um clima estranho entre você e Henry, querida. - Luzia admitiu então. - Também notei que está muito calada, como se estivesse escondendo algo. - Por um breve segundo Carolina não disse nada. Era impressionante como sua mãe lhe conhecia.

– Não se preocupe, mãe… Isso é apenas coisa da sua cabeça!

– Tem certeza, querida?

– Absoluta! - Forjou um sorriso. - Apenas preciso recompor minhas energias! Amanhã serei outra, prometo!

– Se está falando, eu acredito! - Luzia abraçou a filha mesmo que ainda não acreditasse totalmente nela. - Confio em você querida…

– Eu também, mamãe!

Luzia deixou Carolina para que ela pudesse descansar. Mesmo já sendo de manhã, era daquilo que a princesa precisava no momento…


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