Assim que Caspian deu a ordem o exercito seguiu rumo ao palácio de Tisroc e se organizou a espera do sinal que deveria vir do interior dos muros. O primeiro grupo de soldados organizados e comandados por Edmundo se dirigiu pela parte baixa do rio que cercava o castelo escuro e aguardou o momento certo de agir. Enquanto isso, comandados por Susana e conduzidos pelos hipogrifos pelo alto do palácio os arqueiros distraíram os soldados que estavam a postos. O restante dos soldados aguardou do outro lado da ponte esperando para entrar assim que a ponte fosse descida.

Caspian sobrevoou o alto do palácio em segurança recebendo a cobertura dos arqueiros que distraíram os soldados do rei Tisroc, enquanto ele se aproximava da torre principal sendo carregado por um hipogrifo que o deixou exatamente no teto da torre de onde ele desceu surpreendendo os dois soldados que guardavam a porta. Caspian lutou bravamente e astutamente contra ambos, logo se livrando dos mesmos e se dirigindo a porta da torre usando as chaves para abrir a mesma. Do lado de dentro a rainha que estava sem saber o que se passava do lado externo, se levantou de sua cama e procurou algo com o que ela pudesse se defender e se escondeu atrás da porta esperando que ela se abrisse.

Quando finalmente Caspian destrancou a porta e adentrou o pequeno cômodo, Lucia se preparou para atacá-lo, mas recuou assim que o reconheceu.

– Caspian? –ela disse surpresa.

– Lucia! –ele respondeu no mesmo tom preocupado e satisfeito ao vê-la segura.

Ela por sua vez soltou imediatamente o que continha e mãos e correu para os braços do agora rei, e sentiu a retribuição daquele abraço que a envolveu por completo e com força.

– Ah como é bom te ver. –disse Caspian apertando-a contra si.

– Eu pensei que estivesse morto. –Lucia respondeu meio melancólica e chorosa. – Dash me disse que... –ela afastou o rosto para vê-lo.

– Não... Gael deu um jeito, ele curou meus ferimentos e... –ele segurou firme o rosto dela com ambas as mãos. – Você está bem? Dash não feriu você feriu?

– Não, ele não tocou em mim, só me deixou presa aqui todo esse tempo. –ela voltou a abraçar Caspian se recostando contra o peito dele. – Eu tive tanto medo de te perder.

– Eu também Lucia, eu também. –ele acariciou os cabelos dela. – Mas escute, precisamos sair daqui, eu vim buscar você. –disse olhando-a.

– Veio sozinho?

– Não, tem um exército inteiro lá fora esperando para atacar, eles só esperam meu sinal, preciso ter certeza de que você está segura antes de atacarmos Tisroc e seu exercito.

– Tudo bem.

– Vamos...

Caspian tomou Lucia pela mão e ambos correram para fora da torre. Ele colocou a rainha sobre o hipogrifo que o conduziu até ali, e logo avisou:

– Se segure firme, ele vai levá-la até Pedro que está esperando do outro lado do lago.

– Espera, você não vem? –disse ela preocupada.

– Não.

– Mas...

– Pedro vai explicar tudo quando você estiver segura, agora me escute Lucia. –ele segurou a mao dela. – Eu vou encontrar Tisroc, confie em mim...

– Me deixe ir com você.

– Não, você precisa ficar segura, e além do mais está muito fraca precisa voltar para o palácio. Lucia... Eu vou voltar pra você.

– Prometa...

– Eu prometo meu amor... –disse beijando sua mão. – Agora vá.

Lucia consentiu enquanto ele se preparava para se afastar, o hipogrifo logo ergueu-se um nível a cima da torre enquanto Caspian corria na direção oposta, até ser parado pelo chamado de Lucia.

– Caspian? –ela gritou da lateral da torre.

Quando ele girou o corpo para ouvir o que ela tinha a dizer, Lucia se manifestou decidida:

– Tome cuidado.

– Não se preocupe.

Antes que ele se virasse mais uma vez:

– Caspian?

– Sim?

– Eu te amo...

Os olhos até então apertados de Caspian relaxaram diante daquelas palavras e sua expressão ficou tranquila e gentil, enquanto seus olhos brilharam diante daquela confissão, e então ele simplesmente respondeu em um tom baixo, mas o suficientemente alto para que ela o ouvisse:

– E eu amo você, minha rainha.

Lucia sorriu, e então logo o deixou sobrevoando sobre o palácio de Rabadash em segurança no lombo do hipogrifo até finalmente estar na margem do lago, onde seu irmão Pedro a esperava. assim que ela pisou em terra firme, correu para abraçar seu irmão, que logo lhe explicou tudo que acontecera na sua ausência. Ela foi induzida pelo próprio a regressar ao palácio e esperar em segurança até que a guerra contra Tisroc e Rabadash estivesse acabada. Assim que receberam o sinal os soldados invadiram o palácio pela ponte baixa que se estendia sobre o lago, e logo se juntaram aos outros que já haviam invadido pelo mesmo lago. Os arqueiros seguiram para o interiro do palácio tambem, assim como as amazonas dotadas de suas armas mais mortais, e todos lutaram juntos um ao lado do outro em nome da rainha, e do grande leão até que a batalha fosse completamente vencida por um dos lados.