When You Call To Me escrita por Carrie Lerman


Capítulo 24
Um Bom Conselho


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo é basicamente uma conversa entre Tumnus e Lucia! Espero que gostem!



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Naquela manhã assim como combinado Pedro e Caspian assim como alguns soldados se prepararam para partir rumo a um dos povoados de Nárnia em missão e regressariam apenas na noite seguinte com novas noticias. Lucia que sempre costumava se despedir dos viajantes antes dos mesmos seguirem seu caminho, não quis prestar seus sinceros votos de boa sorte dessa vez, pois não se sentia agradada com a decisão de nenhum dos dois cavalheiros. Ela não deu sequencia a discussão que teve com Caspian no cabinete, pois sabia que aquela era a decisão final do moreno e não pretendia impedi-lo de fazer qualquer coisa que fosse a menos que se tratasse de uma decisão ruim. Quanto ao irmão Pedro, ela apenas se manifestou com algumas palavras logo depois avisando que estava ciente dos seus motivos para convidar Caspian para tal viagem e que não toleraria tal decisão caso essa fosse tomada por motivos pessoais que nada teriam a ver com os assuntos do reino.

A rainha se encontrava no gabinete apenas concentrada em uma leitura tranquila quando recebeu a visita do amigo e conselheiro, Tumnus que bateu sutilmente a porta logo entrando com um sorriso amigável e majestoso:

– Atrapalho majestade? –disse ele gentilmente com seu ar divertido como sempre.

– Tumnus! –Lucia soltou seu livro sobre a mesa e logo se ergueu rapidamente. – Nunca! Vamos entre, é maravilhoso vê-lo... –ela logo se aproximou da lateral da mesa.

Tumnus se apressou para aproximar-se de Lucia a quem ele admirava tanto quanto grande rainha quanto como amiga, e logo segurou as mãos da mesma quando esta sorriu erguendo-as em sua direção.

– Senti sua falta! –disse ela. – Pensei que não regressaria nunca de sua vizita a família!

– E deixar minha rainha sozinha sem meus sábios conselhos? –ele ergueu uma única sobrancelha mostrando seu lado mais agradável. – Nunca!

– Que bom que está aqui, pode me fazer companhia. Sinto-me extremamente infeliz esta manhã... –ela confessou baixando os olhos, e indo sentar-se.

– Mas o que se passa? –ele franziu a testa não gostando da noticia. – Que mal há?

– Pedro partiu em missão novamente, assim como Edmundo e Susana. –respondeu colocando as palmas das mãos sobre a mesa e olhando para o amigo que se sentava na poltrona a frente.

– Eu soube assim que cheguei... Seu convidado estava com Pedro não?

– Sim. –respondeu baixando os olhos mais uma vez.

– Está chateada pela partida de Pedro, Edmundo e Susana ou pela partida de seu hospede? –ele sorriu recostando-se a poltrona.

– Estou chateada porque Pedro mais uma vez me fez sentir como uma moça indefesa e desestruturada para manter o domínio sobre meu próprio reino Tumnus.

– Nem mesmo você acredita nisso majestade! Sabe que o rei é extremamente cuidadoso no que se trata de sua irmã mais nova, mas ele jamais duvidou de sua capacidade para governar.

– Às vezes ele age de forma que mostra o contrario.

– Apenas um cuidado exagerado de irmão!

– Pedro desrespeita minha autoridade como rainha toda vez que toma decisões sem me consultar.

– O que a faz pensar que ele fez isso dessa vez?

– Isso... –ela estendeu a mão sobre a mesa como se mostrasse um mapa invisível. – Essa viagem repentina... Algo que qualquer soldado bem treinado poderia fazer sozinho, mas ao invés disso ele decidiu ir pessoalmente até o povoado apenas para me enfrentar.

– Porque isso significaria uma afronta majestade?

– Porque ele tem segundas intenções quanto a isso Tumnus. –disse levantando-se e andando até a janela onde começou a revirar os nós de seu vestido entre os dedos.

– Não entendo...

– Caspian... –ela respondeu sem se virar.

– Ah! –Tumnus se levantou e sorriu novamente. – Entendi, acha que o rei está tentando afastar Caspian de você?

– Parece meio obvio para mim. –disse ela se virando e encarando o amigo que se aproximava. – Não parece surpreso com minha reação.

– Não estou! Já fui informado pelas amas da sua aproximação romântica com o novo hospede! –ele continuou sorrindo enquanto se escorava na mesa com os braços cruzados.

– Ora! –ela sentiu-se corada. – Aproximação romântica? O que dizem essas mulheres pelas minhas costas?

– Nada, apenas acharam divertido me contar sobre as ultimas novidades do palácio já que estive fora tanto tempo.

– Mas que despautério, as amas confabulando pelos corredores e fofocando sobre a vida pessoal da rainha. –ela aparentava estar zangada, mas com aquele olhar doce era quase impossível de se dar algum credito. – Deveria ter uma conversinha séria com elas.

– Não se dê ao trabalho, eu mesmo já dei um sermão às mesmas! –ele riu.

– Porque está rindo? –ela se aproximou com a expressão ainda zangada. – Zomba de mim?

– Não! –ele deu sequencia a risada começando a gargalhar enquanto escondia o sorriso com os dedos.

– Não deboche de mim Tumnus. –disse a rainha dando um beliscão na cintura do amigo e logo começando a rir com o mesmo. – Que coisa!

– Desculpe! Mas você se torna muito divertida quando tenta aparentar estar rancorosa. Além do mais, você me lembra muito aquela doce menininha que conheci há alguns anos, com o mesmo ar doce e mimado! –ele continuou sorrindo enquanto tocava o nariz da moça com o dedo indicador.

– Não sou mimada. –reclamou ela fazendo beiço.

– É sim, não gosta de ser contrariada e odeia quando tomam decisões por você.

– Você me conhece muito bem não é mesmo? –ela se escorou a mesa e o encarou de lado com um sorriso fino.

– Como as linhas da minha mão! –ele respondeu com o mesmo ar divertido enquanto mostrava a palma da mão aberta.

– Acabei brigando com Caspian por ele ter tomado uma decisão sem me comunicar primeiro, fazendo exatamente o mesmo que Pedro. –ela confessou.

– Talvez eles sejam mais parecidos do que pensam. –disse sabiamente o conselheiro.

– Acha mesmo que Pedro e Caspian sejam parecidos? –ela franziu a testa. – Eles são completamente o oposto um do outro. Pedro é fechado, e raramente demonstra seus sentimentos, já Caspian é sempre tão doce e gentil, sempre sorri quando tem vontade e jamais é tão durão quanto Pedro. –ela nem notava, mas seus olhos brilhavam sempre que ela falava do moreno.

– Está apaixonada!

– O que? –ela o encarou.

– Por Caspian.

– Já não parece mais segredo para ninguém, exceto para Pedro que parece não enxergar que meu coração está completamente entregue aquele homem. –ela se afastou da mesa e andou até a janela com um olhar sonhador.

– Talvez ele saiba e é isso que o assusta. Jamais tê-la visto tão encantada com um estranho antes.

– Porque ele não pode simplesmente ficar feliz por mim? Eu estou feliz. Nunca me senti tão feliz antes... Caspian me faz tão bem, e ele nem sequer precisa estar por perto, basta pensar nele e a sua lembrança me preenche de tal forma que... Parece que meu coração não vai aguentar tanta alegria. –ela sorriu de maneira quase melancólica. – É um amor carregado de sensações... Mal consigo respirar quando estamos juntos.

– Como eu disse, está apaixonada.

– Paixão é diferente de amor.

– Sim.

– Acha que o que sinto por Caspian é apenas isso? –disse franzindo a testa.

– É difícil dizer, tem pouco tempo que se conhecem, mas... O amor surge de algum ponto, e talvez você esteja começando pelo ponto certo.

– Não acredita que o que eu sinta por Caspian seja amor?

– Acredito que está indo pelo caminho certo! –disse Tumnus se aproximando e segurando os ombros da rainha. – Mas não se apresse a fazer Pedro engolir esse sentimento. Dê tempo ao tempo, e veja o que acontece com seus próprios olhos. Você e Caspian ainda tem muito que viver juntos para saber se o que sentem um pelo outro é mesmo que pensam.

– Agora me sinto pior do que estava antes. –ela baixou a cabeça e abraçou o amigo recostando a cabeça no ombro do mesmo.

– Não se sinta eu apenas quero o seu bem e tudo que acabei de dizer pode ou não estar certo, não me dê tanto crédito! –ela sorria enquanto retribuía o abraço da amiga.

– Você não se tornou meu melhor amigo e meu conselheiro sem razoes Tumnus. –ela seguia com o olhar triste.

– Ah como eu queria poder resolver todos os seus dilemas minha rainha! –ele acariciava os cabelos de Lucia.

– Gostaria que tudo fosse mais simples. Gostaria de poder tomar algumas decisões sem precisar comunicar a ninguém, sem ter de me importar com o que é melhor para meu povo, quer dizer... Me sinto tão pressionada a ser perfeita que mal consigo saber quem eu sou de verdade. Mas Caspian consegue me lembrar quem eu sempre fui... –ela voltou a olhar o amigo. – Entende?

– Entendo! –Tumnus apenas sorriu e tocou os cabelos da rainha logo beijando sua testa. – Não se preocupe... Apenas dê tempo ao tempo.

...


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Notas finais do capítulo

No próximo voltaremos ao romance Luspian ♥ Lembram do Tumnus né gente?! Lindo