A Casa Adormecida escrita por SoraSeishin


Capítulo 4
Capítulo 3 - Esther




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Capítulo 3 - Esther

Assim que acordaram na manhã seguinte – e após engolirem algumas panquecas cheias de xarope cor de cereja na lanchonete Mike’s Diner (“especialidade da casa” havia dito Holly, a garçonete, o que fez Dean e Sam imaginarem que gosto teriam os outros lanches não especiais, pois nada poderia ser mais ruim que aquilo) – os irmãos Winchester seguiram para Springville Sunlight Home, o asilo da pequena cidade poeirenta em que estavam. Parecia ser um lugar agradável, com um grande jardim no qual havia uma fonte de água no meio e repleto de plantas recém-irrigadas. Havia senhores e senhoras, sentados em bancos ou cadeiras de roda, com seus enfermeiros. Alguns estavam conversando em voz baixa, porém a maioria apenas olhava para algum ponto fixo no nada.

“Não gosto de asilos”, disse Dean, enquanto desciam do carro. “Acho meio assustador.”

“Como alguém pode ter medo de um lugar como esse?”, riu Sam.

“Olhe para eles, Sam. Não fazem nada o dia todo, além de esperarem por suas mortes.”

Sam, ignorando os devaneios do irmão, adiantou-se até a recepção, querendo escapar daquela conversa deprimente. Uma enfermeira robusta, de cabelos pretos curtos e pequenos olhos castanho-escuros, o atendeu.

“Em que posso ajudá-lo?”

“Olá. Estamos procurando Esther...”. Olhou para Dean. Haviam esquecido de procurar o sobrenome.

“Esther Bailey?”, completou a enfermeira.

“Isso mesmo. A irmã de Catherine Townsend”.

“Sim. E posso saber por que desejam importunar a pobre Esther?”

Dean, mais uma vez, tirou as falsas credenciais do Comitê de Engenharia do bolso (o que já estava ficando completamente batido, na opinião de seu irmão mais novo). A enfermeira – se chamava Johanna, pelo que puderam ver no crachá preso à blusa branca – apertou os olhos para ler.

“Nunca ouvi falar desse Comitê.”

“É possível, Srta. Johanna”, disse Dean, apoiando-se no balcão e colocando sua mão sobre a dela, o que a fez enrubescer imediatamente. “Mas saiba que só estamos aqui para ajudar a comunidade da cidade de Springville.”

“Bem, nesse caso”, respondeu, puxando a mão, envergonhada, “acho que Esther não irá se importar. Vou levá-los até ela.”

Saindo detrás do balcão, Johanna levou-os de volta ao jardim, até uma senhora de cabelos brancos presos em um coque, sentada em uma cadeira de rodas. Fazia parte do grupo que nada fazia além de encarar coisa alguma.

“Senhora Bailey?”, disse a enfermeira, chamando-a. “Estes cavalheiros vieram vê-la. Vou deixá-los a sós agora, me chamem se precisarem de alguma coisa.” Dito isso, deu uma piscadela para Dean e voltou à recepção.

“Nós ainda vamos para o inferno por isso”, disse Sam, quando ela saiu.

“O que deixaria nossos inimigos muito felizes, não?”, completou Dean. “O que estamos procurando aqui, Sam?”

“Qualquer informação que nos ajude a enfrentar o que quer que esteja morando naquela casa.”

Sam abaixou-se na frente da mulher moribunda. Seus olhos não se moveram.

“Senhora Bailey? Podemos fazer algumas perguntas à senhora?”

Nenhuma reação.

“É sobre sua irmã, Catherine.”

Nada.

“Sobre Rose Garden.”

Os olhos de Esther se arregalaram e encontraram os de Dean. Ele continuou.

“A senhora sabe como sua irmã morreu?”

“Catherine não está morta”, respondeu a velha calmamente, com uma voz rouca, gasta pela idade. “Ela está construindo a casa, com Daniel.”

Sam olhou para o irmão, sem saber como continuar. Dean abaixou-se ao seu lado.

“Senhora Bailey... Catherine, Daniel e Rose estão mortos há mais de vinte anos.”

“Seus tolos!” Eles não estão mortos! Estão em Rose Garden! Rose Garden! Rose Garden!”

A mulher gritava cada vez mais alto o nome da casa. Sam e Dean se afastaram, enquanto Johanna, com mais dois enfermeiros, atravessavam correndo o gramado do jardim, um deles com uma injeção em uma das mãos.

“O que fizeram com ela?”, puderam ouvir a enfermeira falando em meio aos berros de Esther Bailey. Querendo sair do asilo antes que perguntas demais fossem feitas a eles, os Winchester voltaram para o carro, intrigados.

“Parece que só há um jeito de saber o que realmente se esconde em Rose Garden”, disse Dean, colocando a chave na ignição do velho Chevy. “Entrando na casa.”


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