De Volta escrita por Porcoelho


Capítulo 12
Amor


Notas iniciais do capítulo

Ia postar ontem, mas o Nyah estava dando erro... Bom, aí está mais um capítulo.

Um obrigada especial a:

Flor de Luar
Hatsui
Alinne Uchiha
Lola Sweet
Sasa Uchira
glaucibela
suli

Esse capítulo é dedicado a vocês :)
Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/398874/chapter/12

CAPÍTULO 11

Amor

.

.

Sakura nem conseguia esconder a felicidade que a dominava ao caminhar com Sasuke no fim de tarde. Havia terminado com Sasori no dia anterior, e estava se sentido tão leve. Também pudera, havia tirado mesmo um peso enorme das costas; o peso da culpa.

Os dois estavam voltando de um piquenique – que havia sido ideia de Sakura — em comemoração ao primeiro mês de namoro. Haviam ido até o canto mais afastado da fazenda Uchiha. Debaixo de uma parreira de uvas, comeram, riram, trocaram beijos e carinhos, e ao entardecer, resolveram que já era hora de partir. O tempo estava ficando feio, parecia que vinha chuva por aí...

Agora que tinha finalmente terminado o relacionamento com Sasori, Sakura se sentia ainda mais feliz ao lado de Sasuke. Talvez fosse porque agora ela não se sentia mais culpada com a felicidade que a dominava. Também achava que já era hora de começarem a falar sobre o futuro. Quando o namoro teve início, Sasuke e ela haviam combinado que não falariam sobre o amanhã, só viveriam o presente. Mas agora, que havia decidido ficar em Konoha, Sakura não via a hora de contar isso ao namorado, e começar a fazer planos ao lado dele. Só estava esperando a oportunidade perfeita para falar sobre sua decisão.

Um trovão interrompeu os pensamentos da Haruno, e ao olhar para o céu, ela sentiu um pingo d'água molhar seu rosto. Olhou para Sasuke, e os dois aumentaram o passo, para fugir da tempestade que se aproximava. Mas, logo uma chuva forte começou. Com a mão esquerda, Sasuke segurou forte a de Sakura; na outra, ia cesta de piquenique, e os dois saíram correndo em meio a chuva. Soltavam alguns sorrisos e risadas enquanto corriam; não havia como negar que a situação era um pouco cômica.

Correram até chegar no celeiro da fazenda, que era a casa improvisada de Sasuke, o lugar mais próximo de onde se encontravam que poderia servir de abrigo até a chuva passar.

—Então esse é o seu esconderijo, Sasuke Uchiha? —perguntou ela, assim que os dois entraram no celeiro. Olhou curiosa para o local que servia como casa a Sasuke. Havia muitas ferramentas, sacos de grãos de soja; não dava pra dizer que o local estava organizado. Mas então ela viu uma escada que levava até uma pequena plataforma, como um segundo andar.

—Pois é, seja bem-vinda — disse ele, largando a cesta de piquenique em uma pequena mesa. Depois voltou seu olhar para Sakura, que estava esfregando as mãos nos braços para se esquentar. Também pudera, ela estava com as roupas molhadas, assim como ele. — Acho que precisamos trocar de roupa. Vem comigo — ele chamou, indo em direção a escada.

Sasuke fez com que ela fosse na frente, já que a escada era meio alta e não do tipo que você vê nas casas. Era mais do tipo que se via em casas na árvore, Sakura notou. Talvez aquele fosse o esconderijo secreto de Sasuke, ela devaneou, assim como a casinha da árvore da fazenda Hyuuga era o refúgio dela e de Hinata quando crianças.

Ao chegar lá em cima, a rosada olhou ao redor, e pode ver uma cama de casal, uma pequena cômoda ao lado da janela, e uma porta, que – ela imaginou – devia levar a um banheiro.

—Bom... Este é meu quarto — falou ele, assim que terminou de subir as escadas.

—É bem legal — disse ela. Girou o corpo, tocando uma das madeiras que formava uma cerca na parte do quarto dele que não era encostada às paredes do celeiro. Olhando para baixo, ela concluiu que o quarto de Sasuke parecia uma sacada. —Você que construiu tudo?

—Itachi me ajudou. Mas fui eu quem construí a maior parte. — Foi até a cômoda, tirou de lá uma camiseta e uma bermuda. Estendeu-as a Sakura. —Toma — disse, entregando as roupas e também uma toalha pra ela. —Você pode ir até o banheiro. —Apontou a porta, que ficava de frente para a cama.

A Haruno assentiu. —Obrigada —disse, indo até a porta.

Dentro do pequeno banheiro, tirando a bota e também as roupas molhadas, Sakura não conseguiu deixar de se perguntar se Sasuke já havia trazido muitas garotas ali. Mas, logo tratou de tirar esse pensamento da cabeça. Isso não importava mais. Quem estava ali com ele agora, era ela.

Pegou as peças de roupa que ele havia lhe dado. A bermuda era muito grande, então Sakura resolveu vestir apenas a blusa – que, por sinal, tinha o cheiro dele. Vestiu a camiseta – que serviu a ela como um vestido – e secou o cabelo na toalha, antes de sair e dar de cara com Sasuke, que vestia apenas uma bermuda e secava o cabelo em uma toalha branca, enquanto olhava pela janela.

Sakura aproveitou que o namorado parecia distraído ao olhar para a chuva, e passou a observá-lo. Será que Sasuke tinha noção do quanto era lindo? A Haruno achava que podia passar o dia todo ali, apenas olhando pra ele: sem camisa, cabelo molhado, com aquele rosto pensativo enquanto via a água cair.

Mas algo, talvez a forma como era intensamente observado, fez com que Sasuke voltasse seu olhar para a namorada.

Ele desceu os olhos, discretamente, pelo corpo dela. Meu Deus! Ter Sakura ali, sozinha com ele, vestindo apenas a camiseta dele era mais do que Sasuke podia aguentar. Aquilo era uma tortura. Tratou logo de tirar os olhos dela, e vestiu uma camiseta.

—A bermuda ficou grande demais —explicou ela, querendo quebrar o clima que havia ficado estranho de repente. —É… Então, o que nós vamos fazer agora?

—Bem — disse ele —, acho que temos que esperar até que o temporal passe. —Sentou-se na cama. —Pensei em te levar pra casa de carro —falou, finalmente olhando pra ela de novo —, mas pelo visto tudo deve estar alagado.

—É —concordou.

—Vem aqui —ele chamou, escorando as costas na cabeceira da cama, se sentando mais confortavelmente.

Sakura foi até ele, subiu na cama, sentando-se entre as pernas do namorado e escorando as costas no tórax dele. Sentiu uma sensação gostosa ao ser envolvida pelos braços dele, e escorou a cabeça no ombro de Sasuke.

—Isso é bom —disse ela, fechando os olhos e passando as mãos pelos braços dele que a estreitavam pela cintura.

—É sim —concordou ele.

Por um tempo, os dois ficaram olhando pela janela; aconchegados, vendo a chuva cair. O mau tempo tinha feito com que o sol que brilhava mais cedo, se escondesse atrás das nuvens escuras, mas a luz do dia ainda não havia se transformado em breu. Ainda era dia. Um dia nublado, que estava se transformando em noite ao entardecer.

—Nossa —falou Sakura, chamando a atenção dele —, nem parece verdade…

—O que não parece verdade? —ele perguntou, com um semblante curioso no rosto.

—Isso — disse, mas vendo que ele ainda não havia entendido, continuou: —Estar aqui com você — explicou. —Parece um sonho. Meu sonho de menina —relembrou, com um sorriso.

Sasuke sorriu de canto; a estreitou ainda mais em seus braços e beijou-a nos cabelos, com carinho.

—Tenho uma coisa pra você —disse ele, desfazendo o abraço; a afastando para poder sair da cama.

—O quê?— indagou, confusa. — Mas Sasuke, nós havíamos combinado que não compraríamos nada um para o outro, só íamos comemorar juntos… —pronunciou ela, enquanto o via ir até a cômoda e abrir a gaveta de cima para pegar algo.

—Eu sei. Não comprei isso pra você… recentemente. —Vendo o olhar intrigado dela, Sasuke começou a explicar: —Lembra da vez que a gente fez um passeio até Suna com o colégio?

—Sim, mas não sei o que isso tem a ver com… —Sakura parou de falar ao ver o tal presente que agora Sasuke estendia na direção dela. Dentro de um saquinho de plástico, estava uma delicada e linda presilha cor-de-rosa no formato de uma flor de cerejeira. —Sasuke…

—Você lembra disso? —perguntou, enquanto ela pegava a presilha da mão dele. Ela assentiu, com os olhos verdes marejados.

—Como...? — perguntou Sakura com a voz embargada, enquanto ele se sentava na cama de frente pra ela.

—Bom, pra mim aquele passeio estava sendo um saco —disse, vendo Sakura soltar uma risada. — Na maior parte do tempo, eu estava observando você —confessou, tocando a bochecha dela com o dedão para limpar uma lágrima fujona. — Então vi quando você se aproximou de umas das barraquinhas da feira que a gente foi, e ficou encantada com a presilha. Eu estava um pouco atrás do grupo, mas ouvi você dizendo para a Hinata que não havia trazido dinheiro pra comprar. Vi que você ficou triste por isso; então, quando todo mundo se afastou, eu fui até a barraca e comprei pra você.

—Mas… você não quis me dar a presilha naquele dia? —perguntou, apreciando o fato de que Sasuke parecia estar gostando de falar.

—Era o que eu ia fazer —contou —, mas aí a Karin e umas outras garotas me viram pagando a dona da barraca, e quiseram saber o que eu tinha comprado e pra quem, já que era uma barraca só de enfeites para o cabelo. —Sasuke deu um sorriso de canto, lembrando daquele dia; e de como ser descoberto pelas garotas havia feito com que a coragem, que ele demorou pra juntar, para dar o presente a Sakura diminuísse. —Como se isso não bastasse pra me fazer desistir, vi um garoto da barraquinha de flores te dando uma flor de Sakura. —A Haruno sorriu ao ouvir o relato dele, sem medo de parecer uma boba apaixonada. Afinal, era isso que ela era. Era isso que ela sempre fora quando estava perto do Uchiha.—Você sorriu pra ele e eu fiquei irritado —confessou, dando uma risada. —Então achei que pudesse te dar a presilha num outro dia.

—Mas não deu…

—Não — concordou. —Pensei em te dar logo depois que você viu a Karin me beijando. Tinha ouvido a Hinata contar para o Naruto que você estava triste. Fui até sua casa falar com você... Te expliquei o que havia acontecido e pretendia entregar a presilha. Mas aí você me beijou, e depois saiu correndo — Os dois sorriram. —Então eu a guardei, com esperança de que pudesse te entregá-la um dia.

—Ah, Sasuke —disse, o abraçando fortemente. —Obrigada! Nem sei dizer o quanto isso significa pra mim.— Estava emocionada com o gesto dele. — Eu te amo tanto — declarou, passando os braços ao redor do pescoço dele, em um abraço apertado.

Quando o abraço se desfez, se beijaram.

A princípio, trocaram beijos doces, explorando cada canto da boca um do outro em carícias lentas; mas logo os beijos se tornaram mais desesperados, transbordando fervor e paixão. Sakura só se deu conta de que estavam deitados na cama – Sasuke por cima dela –, quando sentiu as mãos dele tocando suas coxas. Ela gemeu, baixo, contra a boca dele, e mordeu de leve o lábio inferior de Sasuke durante o beijo. Isso fez com que ele a beijasse ainda mais intensamente, faminto. Umas da mãos apertava a coxa dela entre os dedos; e a outra subiu, acariciando-a na cintura, por baixo da camisa dele que ela estava usando. Ela o tocou no peito e nas costas, adorando sentir o calor da pele dele contra a palma de sua mão. Ele desceu os beijos para o pescoço dela, dando tempo para retomarem o fôlego.

Sakura sabia no que isso ia dar se eles continuassem; e não ia fazer nada para parar.

Sim, eles só estavam juntos há um mês. Mas, e daí? Sakura sempre acreditou que essas convenções sociais do tipo "Não durma com cara cedo demais" e "Ele é quem tem que tomar a iniciativa" não tinham nada a ver com amor. Ela sempre pensou que quando estivesse com o cara certo, saberia dizer qual era o momento de se declarar, de dar o primeiro beijo, de se entregar. E ela sabia que Sasuke era o cara certo. Se sentia segura com ele, de uma forma que nunca ia se sentir com ninguém mais. O amava como nunca tinha amado outro. Então ela sabia que aquela era a hora certa; ela sentia que era.

—Sasuke —ela sussurrou, deixando-se levar pelas sensações que os toques dele causavam nela.

Ter seu nome chamado pela voz dela, fez Sasuke despertar. O que estava fazendo? Tudo bem, que o que ele mais queria era beijá-la, tocá-la e… amá-la como cada parte de seu corpo pedia para que ele fizesse. Mas Sasuke não queria assustá-la como havia feito há duas semanas atrás, na cachoeira. Não queria forçá-la a nada; ia esperar até que ela estivesse pronta. Por esse motivo, achou melhor se afastar.

Levantou-se, saindo da cama, e ficando de pé sem olhar para Sakura.

Ela sentou, e o encarou, sem entender. —O que foi? — questionou.

—Acho melhor pararmos por aqui — disse ele. —Eu não quero te forçar a nada, Sakura... —Passou as mãos pelo cabelo, e a encarou. —Mas não consigo me controlar com você assim… Me desculpe.

Sakura entendeu. Ele não queria que ela se sentisse pressionada. É claro que a atitude de Sasuke não era uma surpresa pra ela. Bom, não depois do drama que ela havia feito na cachoeira. Mas, agora era diferente… Só precisava fazer com que Sasuke entendesse isso.

—Eu quero, Sasuke... —O coração palpitando. —Quero ficar com você.

Pôs as mãos na bainha da camiseta que estava usando — sem deixar de olhar nos olhos negros dele –, tirando a peça de roupa e a jogando para o lado, ficando apenas com a lingerie azul-marinho.

Ela queria ser dele; só dele.

Queria que ele fosse dela.

—Sakura — murmurou ele, descendo o olhar pelo corpo dela, maravilhado.

Subiu novamente o olhar, e não enxergando qualquer traço de insegurança no rosto dela, foi caminhando em sua direção.

Antes de subir na cama, tirou a camiseta.

Se posicionou em frente a ela, olhou-a de maneira apaixonada e a beijou com uma intensidade que fez Sakura se sentir nas nuvens.

Sasuke fez com que ela se deitasse, gentilmente, se colocando sobre ela.

Passou as mãos pelo corpo dela, devagar, a fazendo sentir-se em chamas.

Sakura só conseguia pensar o quão maravilhoso era sentir o calor do corpo dele contra o dela.

Ele ergueu-se um pouco para encará-la, e, com delicadeza, tirou uma mecha de cabelo do rosto dela. Sakura sorriu, olhando nos olhos dele. Sasuke também sorriu, antes de beijá-la na testa, bochechas, nariz e boca, de uma maneira doce que Sakura nunca imaginou que ele faria. Quando sentiu a boca dele descendo pelo queixo, pescoço e ombro, afastando uma alça do sutiã dela, Sakura fechou os olhos, e se entregou, se sentindo amada e protegida nos braços dele.

E enquanto a chuva caía lá fora, os dois fizeram amor.

.

..

...

Pela janela, só era possível enxergar a escuridão da noite. Não dava pra ver a chuva, mas se ouvia o barulho dos pingos d'água caindo, e o som dos trovões era alto. Porém, nada disso parecia tirar a felicidade do jovem e feliz casal deitado na cama.

—Você está quieta…—falou Sasuke, acariciando as costas da mulher deitada em seus braços.

— Estava pensando em quantas mulheres você já deve ter trazido aqui, Sasuke Uchiha...

Sasuke revirou os olhos, tocou no queixo dela a fazendo encará-lo.

—Ajuda ser eu disser que era em você que eu pensava? Que era você quem eu imaginava aqui? — disse ele, a fitando intensamente.

Sakura correspondeu ao olhar, se sentindo tão feliz com a declaração dele. Caramba, Sasuke podia ser meio fechado e caladão, mas, às vezes, sabia o que dizer para derretê-la. Foi chegando mais perto para beijá-lo. A úncia forma que ela encontrou para dizer que sim, que fazia diferença saber que era nela que ele pensava; que ela era quem ele queria.

—Agora não precisa mais só imaginar — falou ela, após o beijo, fazendo com que ele desse um pequeno sorriso, abraçando-a, aconchegando-a novamente nos braços dele.

— Sakura — chamou ele, após um tempo —, eu estive pensando… Quando você voltar para Tóquio, vou com você — disse, sem hesitar.

Sakura apoiou a mão no peito largo dele, levantando um pouco o corpo para encará-lo, incrédula. —Você está falando sério, Sasuke? — perguntou ela, uma mescla de surpresa, confusão e felicidade dominava seu semblante.

—Sim, estou — disse o Uchiha, decidido. — A não ser que você não queira.

— É, sabe… Eu não quero que você vá para Tóquio — disse ela, fazendo com que o moreno erguesse as sobrancelhas sem entender. — Porque eu não vou voltar pra lá, vou ficar aqui — declarou. — Aqui com você, Sasuke.

—Isso é sério, Sakura? — perguntou, e ela assentiu, sorrindo pra ele. —Você tem certeza disso?

—Sim, eu tenho. E saber que você faria o mesmo por mim, me deu mais certeza ainda.

—E o seu sonho? E sua carreira?

—Você abriria mão da sua vida aqui, por mim. Por que eu não posso desistir do emprego em Tóquio por você? Além disso, não é como se eu estivesse desistindo do meu sonho. Eu ainda posso trabalhar como médica aqui — disse ela, sem nenhum traço de arrependimento na voz.

—Eu sei —falou ele, dando o sorriso de canto que ela tanto amava. — Nossa. Você vai mesmo ficar aqui? —perguntou ele, mais uma vez, sem acreditar.

—Aqui em Konoha ou aqui na sua cama?

—Hum… os dois. Ou você acha que eu vou te deixar sair da minha cama tão cedo? — disse ele, descendo as mãos pelo corpo dela, a puxando para cima de si.

Sakura riu, e os dois começaram mais uma seção de beijos…

.

..

Pela manhã, a rosada acordou com os raios de sol que entravam pela janela. Enterrou o rosto no pescoço do namorado.

—Bom dia —disse Sasuke, dando um beijo no ombro dela.

—Bom dia —respondeu ela, bocejando. —Que horas são? —perguntou, com voz sonolenta.

—Ainda é cedo. Devem ser umas sete horas —falou, olhando pela janela. O sol já brilhava, na promessa de um dia lindo. Nem parecia que o temporal da noite passada tivesse existido.—Mas temos que levantar.

—Ainda estou com sono…—Se aconchegou mais ao corpo de Sasuke, manhosa.

—Hum… Minha preguiçosa — disse ele, fazendo carinho no braço dela. —Queria passar o dia todo aqui nessa cama com você, mas meu dia começa cedo aqui na fazenda. Tenho que ir trabalhar —completou. — Nem todo mundo está de férias…

—Tudo bem —concordou ela, subindo a mão pela barriga definida dele, em um carinho. — Também preciso ir pra casa… Não avisei que ia dormir fora.

—Pode tomar café comigo antes de ir —convidou. —Dona Mikoto sempre acorda cedo.

—O quê? Nem pensar! —disse, com a voz em um tom mais alto. — Imagina o que sua mãe vai pensar de mim…

—Acho que nós dois sabemos no que ela vai pensar. E também sabemos que ela não estará errada —falou com um sorriso de canto, a provocando.

—Sasuke! —protestou.

Mas ele a domou, puxando-a pra cima de si e distribuindo beijos pelo pescoço alvo.

Porém, antes de ser completamente dominada, Sakura conseguiu escapar. Levando o lençol, que os cobriu durante a noite, ao redor do corpo, se pôs de pé. —Você não disse que nós tínhamos que levantar? —questionou, vitoriosa, se dirigindo para o banheiro logo em seguida.

Mas, quando a mão dela ia em direção à maçaneta da porta, Sasuke a pegou pela cintura, a abraçando por trás. —Eu ainda não ganhei meu beijo de bom-dia —sussurrou no ouvido dela, sentindo-a se arrepiar.

—Talvez você não tenha sido um bom garoto —falou, entrando no jogo dele.

—Você também não foi uma boa garota. —Beijou o pescoço dela. —Me deixou sozinho na cama.

—Acho que nos merecemos então… —disse ela. —Ah! —Assustou-se ao ser virada bruscamente por Sasuke. Nem teve tempo de questionar antes que ele tomasse sua boca com paixão.

O Uchiha foi dando passos para trás, sem deixar de beijá-la, levando os dois até a cama novamente. Se deitou de costas, ainda abraçado a Sakura, com ela por cima dele.

—Você… não disse… que tinha que ir… trabalhar? —perguntou ela, a voz falhando devido aos beijos que Sasuke depositava em seu pescoço e colo.

—Acho que a gente pode ficar mais um pouquinho —disse ele, contra o ombro dela.

—Você acha, é? —ela sussurrou no ouvido dele, o tom de voz sensual. Deu uma mordidinha na orelha de Sasuke, logo após, o deixando arrepiado. Desceu beijos pelo pescoço dele. Viu que Sasuke estava de olhos fechados, apreciando as carícias; sorriu travessa, e aproveitou a oportunidade para fugir. —Pois eu não. —Escapou da cama, sorrindo presunçosamente. E antes que Sasuke se desse conta do que havia acontecido, ouviu o barulho da porta do banheiro sendo fechada.

Na verdade, Sakura não estava correndo só para dar o troco no namorado que a havia arrastado até a cama; também não queria correr o risco de ser pega por alguém que viesse acordar Sasuke, e encontrasse ela ali. Só de pensar na possibilidade de os pais dele ou Itachi aparecerem, Sakura já sentia a face esquentar.

Olhou-se no pequeno espelho do banheiro, enxergou as bochechas coradas, e deu um sorriso bobo ao lembrar da noite anterior.

.

..

...

Sakura aguardou o namorado tomar banho – o que não foi tanto tempo assim. Na verdade, a rosada pensou, Sasuke não demorava nem um terço do que ela demorava no banho.

Nos poucos minutos em que ficou sozinha no quarto, Sakura não conseguiu parar de pensar na noite que os dois haviam passado juntos. Relembrou como Sasuke havia sido carinhoso com ela. Cada beijo, cada toque dele, havia a levado ao céu.

—Tem certeza que não quer tomar café da manhã aqui? —convidou Sasuke, quando os dois saíram juntos do celeiro, de mãos dadas.

—Tenho sim — respondeu. —Já vou ter que aguentar os olhares sugestivos da dona Mebuki — disse, sorrindo. Sasuke também sorriu.

—Ora, ora… Parece que enquanto tudo mundo morria de medo da tempestade mais feia que Konoha viu nos últimos anos, alguém se divertia —falou Itachi, que ia em direção ao celeiro para acordar o irmão. —A noite foi boa, crianças? —Sasuke revirou os olhos, estava feliz demais para estressar com as provocações do irmão. Continuou andando, e puxou Sakura junto, passando pelo irmão.

—Bom dia, Itachi —cumprimentou a Haruno, um pouco tímida com os olhares maliciosos que Itachi lançava a ela e a Sasuke.

—Bom dia, Sakura —respondeu Itachi, sorrindo com o embaraço dos dois ao serem pegos no flagra.

Sasuke andou até a divisa das fazendas com Sakura. Bufou ao ver que o irmão estava parado, a uns três metros, os encarando. Voltou-se para Sakura:

—Tem certeza que não quer que eu te leve?

—Tenho, Sasuke —disse ela, deu uma olhada em Itachi, e continuou: —Além do mais, acho que Itachi nos seguiria até lá pra tirar uma com a sua cara.

Sasuke deu uma risada. —É, acho que sim.

—Mas, você podia ir almoçar lá em casa…

—Seus pais não vão se importar?

—Claro que não.

—Eu vou —falou, antes de ser abraçado por Sakura.

—Então, te vejo mais tarde. —Deu um selinho nele.

—Aham —fez, dando outro selinho nela.

—Até mais! —disse ela. Deu alguns passos para trás; os braços dos dois esticados e as mãos entrelaçadas.

—Até! — A mão de Sakura foi se desprendendo aos poucos da dele, a medida que ela se afastava. Mas, antes que ela se soltasse totalmente, Sasuke a puxou de novo para um selinho demorado.

—Não sabia que você era tão grude assim, irmãozinho —gritou Itachi, interrompendo o momento. —Deixe Sakura ir embora, ou ela vai ficar enjoada de você.

Sakura riu, e soltou a mão dele.

—Tchau! — se despediu, recebendo um aceno de cabeça do namorado. Começou a dar alguns passos para trás, afastando-se, ainda de frente para Sasuke. Estava sendo difícil se despedir. —Tchau, Itachi —falou, um pouco mais alto, e ouviu um Até mais! gritado como resposta. Virou-se e seguiu até a fazenda Haruno.

Olhou para trás, por cima do ombro, e sorriu ao ver Sasuke ainda parado lá, fitando-a.

.

..

A Haruno entrou em casa, pela porta da cozinha, com um sorriso estampado no rosto. Deu um alegre bom dia aos pais, pegou um pedaço de bolo de laranja, avisou que Sasuke vinha almoçar; e subiu para tomar um banho.

Apesar de olhar sugestivo da mãe, Sakura agradecia por seus pais serem discretos o bastante para não perguntarem sobre onde ela havia passado a noite.

Após o banho, ela resolveu ficar deitada na cama até Sasuke chegar. Em parte, para não ter que encarar os olhos questionadores de dona Mebuki tão cedo; em parte, porque queria suspirar a vontade relembrando a noite que havia passado com o namorado.

Acabou tirando um cochilo, e só acordou ao ouvir batidas na porta. Não saberia dizer quanto tempo havia ficado no quarto.

—Filha, tem um rapaz aqui querendo te ver —avisou Kizashi.

Sakura sorriu do jeito que o pai havia chamado Sasuke de rapaz. "Já estou descendo", ela respondeu, levantando-se da cama. Olhou-se no espelho, passou um pouco a mão na blusa que havia ficado um pouco amassada. Saiu apressada do quarto; já estava com saudades de Sasuke.

Mas ao descer as escadas e adentrar à sala, a rosada teve uma surpresa.

Não era Sasuke quem estava esperando-a.

Era a última pessoa que Sakura imaginava encontrar.

Ali.

Agora.

—Sasori?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então, gente... Como estão as férias de vocês?

Eu estou na praia. Mas ao invés de estar feliz, estou com o maior tédio aqui :/ Porque praia é igual a sem internet haha. Tive que vir em uma lan house pra atualizar a fic.

Espero que as férias de você estejam melhores que as minhas...

Beijos e até o próximo capítulo!