De Volta escrita por Porcoelho


Capítulo 11
Decisões


Notas iniciais do capítulo

Aí está mais um capítulo. Espero que gostem :)

Só vou postar o próximo quando receber, no mínimo, oito reviews, quatro por cada capítulo, ok?

Feliz Ano Novo a todos!



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CAPÍTULO 10

Decisões

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Nada estava bem.

Estava tudo errado.

Ela estava fazendo tudo errado.

Sentada na cama, durante mais uma madrugada em que o sono não vinha —o que havia se tornado comum nos últimos dias—, Sakura pensava que não podia deixar aquela situação se estender por mais tempo. Precisava conversar seriamente com Sasori o quanto antes. Ela não aguentava mais se sentir tão culpada. Não queria mais estar ao lado de Sasuke, e ficar o tempo todo com medo de que ele descobrisse alguma coisa; não podia mais simplesmente ignorar a maioria das mensagens de Sasori sem uma explicação. Precisava tirar coragem, que nem sabia se tinha, de algum lugar, e acabar logo com essa situação. Precisava agir e parar de se sentir a coitadinha por estar nessa enrascada. Afinal, quem tinha se metido nisso não era ela mesma?

Agora Sakura tinha certeza que não deveria ter aceitado os conselhos de Ino. Pensando bem, Sakura se perguntava, de onde tinha vindo a ideia de pedir conselhos à loira? Ino era campeã em se meter em enrascadas…

Viu? Ela já estava querendo colocar a culpa em outra pessoa.

Meu Deus!

Pare com isso, e assuma sua responsabilidade, Sakura, reprendeu a sim mesma.

Como ela tinha deixado a situação se estender por tanto tempo? Logo, ela e Sasuke completariam um mês juntos. A rapidez com que o tempo havia passado, também aumentava a vontade de resolver tudo de uma vez, porque logo acabariam as férias e Sakura precisaria voltar para Tóquio. Mas, a questão é que ela não queria voltar.

Precisava desabafar com alguém. Precisava de conselhos; de alguém que pudesse ajudá-la.

E ela sabia com quem falaria dessa vez.

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...

À noite, Sasuke veio buscá-la para irem jantar no Ichiraku com Hinata e Naruto. Haviam combinado tudo na tarde anterior, enquanto conversavam na casa da Hyuuga. Sakura tinha ido até lá para ajudar a amiga com os preparativos para o casamento – cuja data estava cada vez mais próxima –, e quando Sasuke apareceu para buscá-la, Naruto e Hinata os convidaram para sair na noite seguinte. O loiro havia alegado que agora que Sakura e Sasuke estavam namorando, os quatro precisavam sair juntos.

Sendo assim, neste momento, estavam os quatro sentados em uma mesa em um típico encontro duplo de casais, enquanto uma música tocava e algumas pessoas dançavam na pequena pista do Ichiraku.

Os quatro amigos comeram, conversaram e se divertiram juntos. O principal assunto era o casamento de Hinata e Naruto. Mas, outros assuntos também entraram na roda.

—Sakura, você tinha que ver como o teme ficou depois que você foi embora. — disse Naruto, quando o assunto era a partida de Sakura há 8 anos.

—Ele ficou mais mal-humorado do que o normal? —perguntou ela divertida, olhando de esguelha para Sasuke. O Uchiha, por sua vez, só revirou os olhos.

—Não… Quer dizer, isso também, Sakura — concordou Naruto. —Mas não só isso, o teme ficou muito triste. Muito, muito triste.—completou o loiro, recebendo um olhar mortal de Sasuke. Mas isso não fez com que o Uzumaki parasse de falar. — Tipo.. Tipo... Ah, tipo aquela vez que você achou que ele tinha beijado a Karin na saída escola.

Sasuke soltou um sorriso arrogante na direção dela, como se dissesse que o jogo tinha virado, e agora ela era a idiota da história. Sakura fez uma careta de desdém à reação dele. Mas depois só conseguiu pensar que graças ao mal-entendido com Karin, ela e Sasuke haviam dado seu primeiro beijo. Disfarçou um sorriso ao lembrar disso. Será que Sasuke também lembrava desse dia?, ela pensou.

Mas é claro que não fez a pergunta em voz alta, pois sabia que Sasuke não gostava de demostrações públicas de afeto. E, tudo bem, esse era o jeito dele. Saindo do transe, ela suspirou; olhou para frente e viu Hinata e Naruto se beijando.

Mas só percebeu que Sasuke estava encarando-a, sorrindo de canto, quando a mão dele tocou a dela por debaixo da mesa, e ela o encarou. E era como se o sorriso dele dissesse que sim, ele lembrava.

E como que para confirmar isso, surpreendendo-a, Sasuke a puxou para mais perto dele e a beijou.

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...

—Sakura, por acaso tem algo te preocupando? —questionou Hinata, assim que Naruto e Sasuke foram em direção à fila para pagar a conta do jantar, e as duas ficaram a sós perto da saída.

—Não, não tem na... — começou, mas desistiu ao notar o olhar da amiga sobre si. Um olhar que demonstrava que ela não acreditava em uma desculpa boba.

—Sakura, o que houve?

—Ai, Hina. Você tem razão. Eu me meti em uma enrascada que você nem imagina… —admitiu, nervosa. — Preciso tanto desabafar.

—O que foi? — perguntou a Hyuuga, preocupada. O assunto devia ser sério... Principalmente pela forma como Sakura olhava para Sasuke, que estava de costas para elas; era como se a amiga quisesse se desculpar por ter feito algo errado. —Você sabe que pode contar comigo, não é?

—Sei sim. — Encontrou força para dar à Hinata um pequeno sorriso. —Mas não posso falar disso aqui, agora.

—Por que não falou comigo ontem à tarde lá em casa?

—Ah, Hina, eu não quis encher sua cabeça com mais problemas. Você já está tão atarefada com todos os assuntos do casamento...

—Nada a ver, Sakura. Você devia ter falado comigo — afirmou mais uma vez Hinata. —Passa lá em casa amanhã, pode ser? —questionou, vendo Sakura assentir com a cabeça.

—Obrigada, Hina —agradeceu, e recebeu da amiga um sorriso compreensivo.

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—Nossa, você faz ideia do que essas duas tanto falam? —perguntou Naruto a Sasuke.

—Devem estar conversando sobre seu casamento, dobe.

—É, verdade. Nossa... Nem acredito que está chegando o dia — falou Naruto, com uma cara de bobo. Sasuke achou que essa expressão de bocó combinava perfeitamente com o loiro.

—Não vai me dizer que você está arrependido… — provocou o Uchiha.

—Claro que não, teme — falou Naruto, se sentindo ofendido com a insinuação de Sasuke. Ele nunca se arrependeria de ficar com Hinata. — Quero que o dia chegue logo, isso sim — falou, com um sorriso. —Eu gosto tanto dela, sabe Sasuke? Como nunca achei que fosse gostar de alguém. Ela é tão meiga e doce; tão linda. — O Uzumaki tinha um brilho nos olhos. —E me entende como ninguém. Não sei o que eu faria sem ela. A Hina é tudo pra mim.

E enquanto Naruto falava, Sasuke ouvia admirado o discurso do amigo. Talvez, só talvez, o Uzumaki não fosse tão idiota assim. Na verdade, Sasuke sentia uma pontinha de inveja. Ele desejava poder falar dos sentimentos assim, de forma tão natural quanto Naruto falava. Não que quisesse falar ao mundo todo o que sentia, como Naruto fazia de vez em quando. Apenas desejava poder falar abertamente sobre os sentimentos para uma úncia pessoa; queria poder dizer a Sakura tudo o que sentia.

—Você deve se sentir assim com a Sakura, né? — questionou o loiro, após um momento.

—Hum — fez Sasuke.

Naruto sorriu.

Sasuke levantou o olhar, e encarou a namorada – que conversava com Hinata. E quando Sakura notou o olhar dele sobre si e o encarou de volta, sorrindo, aquele sorriso que Sasuke adorava, ele só pode pensar em uma coisa:

Sim, Naruto. É assim que eu me sinto.

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...

Na tarde seguinte, antes de sair para encontrar Hinata, Sakura se dirigiu ao quarto dos pais para falar com a mãe. A Haruno gostaria de conversar também com o pai, mas Kizashi estava trabalhando na fazenda. Então, ela compartilharia apenas com a mãe a decisão que já vinha se formando em sua cabeça há alguns dias, e que ela havia concretizado na noite anterior, antes mesmo de ouvir qualquer conselho de Hinata.

—Oi, filha! — Mebuki estava sentada na cama de casal, pregando um botão em uma das camisas do marido. Viu a filha arrumada e perguntou: —Vai sair para encontrar o Sasuke?

—Não, vou ir ver a Hinata. —Sentou-se na cama, de frente para a mãe. —Mas antes eu queria falar com a senhora, mãe —disse, ansiosa. Estava curiosa pela pra saber qual seria a reação da mãe.

—O que foi? —indagou, preocupada. —Aconteceu alguma coisa?

—Não se preocupe, não é nada sério — falou, para acalmar Mebuki. — Na verdade, eu tomei uma decisão. —A mãe olhou para ela com uma expressão curiosa, e Sakura resolveu dar a notícia de uma vez: —Vou ficar aqui em Konoha.

Sim, ia desistir do emprego dos seus sonhos para trabalhar no pequeno hospital de Konoha; ia abandonar a cidade grande para viver ali, no campo, onde o sinal de telefone, às vezes, nem pegava, onde não existia internet. Ia terminar com Sasori, para ficar definitivamente – e para sempre, ela esperava – com Sasuke.

—Vai ficar aqui depois das férias? Vai morar aqui, minha filha? —Sakura assentiu. E a mãe a abraçou. —Ah, meu amor, que ótima notícia! Não sabe como fico feliz… —completou, apertando fortemente a filha nos braços.

—Não tem nenhum problema para você e para o papai? —perguntou, um tanto insegura. —Quer dizer, acho que você já estão acostumados a viver aqui sem mim… —continuou, enquanto Mebuki desfazia o abraço para encarar a filha.

—Não diga besteiras, Sakura —disse a mãe. — Sentimos tanto a sua falta esse tempo todo. Nunca nos acostumamos a viver sem você, minha filha. Tenho certeza que o seu pai vai dar pulos de alegria —declarou, sorrindo. —Nunca quisemos te pressionar, mas tudo o que queríamos era que você voltasse pra casa um dia —contou, pegando a mão da filha. —Ah, estou tão feliz! —falou, abraçando Sakura mais uma vez. — Apesar de eu saber bem o motivo pelo qual você ficará aqui… —falou Mebuki, encarando a filha com um sorriso sugestivo.

—Mãe…

—Não acha que devia ir logo contar pra ele?

—Eu não vou ficar aqui só pelo Sasuke, mãe —disse. —Também quero ficar perto de vocês...

—Eu sei, querida. — Sorriu compreensiva. —E motivo pelo qual você vai ficar não importa —falou, sincera. —É claro que eu gostei de saber que vou ter minha filha por perto. Mas, o que eu mais quero é ver você feliz, Sakura. Aqui ou em Tóquio. E eu nunca te vi tão feliz, querida. Não te via tão feliz assim, desde aquele Natal em que você ganhou a casinha da Barbie — disse, fazendo Sakura soltar uma risada. —Além disso, sei que Sasuke é um bom rapaz — completou. —Espero que vocês se casem logo, e me deem netinhos lindos.

—Mãe, vamos com calma, tudo bem?

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..

...

Sakura estacionou o carro do pai em frente a casa principal da fazenda Hyuuga. A propriedade da família de Hinata era a maior de Konoha.

Mesmo assim, Hinata e Naruto não iriam morar ali depois de casados. Apesar de a fazenda ser enorme, o casal preferiu construir uma pequena casa na propriedade dos pais de Naruto. A futura noiva havia contado a Sakura — no dia em que a morena havia levado-a para conhecer o futuro lar dela e do noivo —, o perrengue que havia sido convencer os pais de que ir morar na fazenda dos Uzumaki era o que ela desejava.

Hinata não queria construir mais uma exuberante casa nas terras dos Hyuuga —que, além da moradia principal que pertencia aos pais de Hinata, tinha também mais outras três residências; duas, de tios de Hinata, e outra, de seu primo, Neji.

Sakura lembrava de Neji, dois anos mais velho do que ela e Hinata, ele não estudava nas mesmas séries que elas e nem tinha muito contato com as duas. Mas a rosada lembrava que ela e Hinata ficavam observando Neji e Tenten, namorada dele —hoje, esposa — com um pouquinho de inveja, sonhando com o dia em que ficariam com Sasuke e Naruto.

E enquanto lembranças da infância e de brincadeiras com Hinata invadiam a mente, ela avistou a amiga parada na porta da frente da grande residência da família Hyuuga. Apertou o passo para alcançar a amiga.

—Oi! —disse, dando um abraço em Hinata. —Espero não ter vindo cedo demais…

—Claro que não —falou a morena, e soltou um sorriso meigo. —Vamos entrar —convidou a Hyuuga, dando espaço para que Sakura entrasse primeiro. —Meus pais saíram, então temos a casa só pra gente. — Guiou a Haruno até a sala de estar. As duas sentarem-se no confortável sofá uma do lado da outra.

Sakura sorriu. Hinata era mesmo uma boa amiga, com certeza a ajudaria a esclarecer os pensamentos.

—Você quer algo pra tomar? Pra comer?

—Agora não, Hina. Obrigada —agradeceu.

Depois de um momento em silêncio, Hinata, vendo que a amiga parecia relutante em começar a contar o que tanto lhe afligia, falou:

—Bom… O que está havendo Sakura? —indagou, incentivando a amiga a falar. —Você sabe que pode me contar qualquer coisa, não é? —Olhou para a amiga de forma encorajadora.

Então, respirando fundo antes de começar, Sakura contou tudo à amiga. Falou sobre o relacionamento com Sasori; sobre o pedido de casamento; sobre sua indecisão em aceitar. Falou também sobre Sasuke; como havia descoberto que ainda o amava; contou como estava sendo difícil esconder toda essa história dele. Falou sobre a culpa que estava sentindo em relação a toda essa situação.

Olhando nos olhos perolados da amiga, ela desabafou, pediu conselhos e chorou.

Hinata a ouviu, segurando a mão de Sakura, dando suporte à amiga e deixou que ela botasse tudo pra fora.

—Isso é tudo —finalizou Sakura, limpando o rosto molhado pelas lágrimas com um lenço que Hinata havia lhe dado.

—Bom, a situação é um pouco complicada —começou Hinata —, mas acho que você acabou tornando as coisas mais complicadas do que realmente são. —Sorriu para Sakura.

—O que você sugere que eu faça, Hina?

—Bom, acho que a primeira coisa que você tem que fazer, e que acho que você já deveria ter feito —acrescentou com cuidado. O que menos queria era repreender a amiga, já que parecia que Sakura já estava fazendo muito isso consigo mesma —, é terminar com esse Sasori.

—Ah, Hina Sakura lamentou-se —, eu sei que já deveria ter feito isso… Mas, para falar a verdade, não tive coragem.

—Pois se quiser sair dessa situação, vai ter que ter, Sakura —declarou, de um jeito tão firme que até surpreendeu Sakura. Pelo visto, Hinata tinha amadurecido muito nesses oito anos. Havia se tornado uma mulher segura e confiante. Nada menos do que Sakura esperava dela. —Olha, você não precisa contar pelo telefone que está com outro —a Hyuuga prosseguiu. —Deixe para fazer isso quando encontrar com ele na Capital. Por enquanto, diga apenas que decidiu morar em Konoha e quer terminar o relacionamento de vocês.

—É, você está certa, Hina —concordou. —Vou fazer o que deveria ter feito desde o começo. Vou terminar com o Sasori —declarou, recebendo um aperto de encorajamento na mão que estava segurando a de Hinata. —Só tenho medo de perder a coragem na hora… —confessou. —Também tenho medo de que Sasuke descubra… Tenho medo de que ele me odeie…

—Calma, Sakura — apaziguou. —Você ama o Sasuke e ele te ama. Você decidiu ficar aqui em Konoha com ele, não é? —A Haruno assentiu. —Lembre disse quando for fazer a ligação. — aconselhou. —Por enquanto se preocupe em terminar com o Sasori. Mais para frente, quando se sentir segura, você conta a verdade ao Sasuke, sim? — disse Hinata, e Sakura assentiu novamente. —Vai dar tudo certo. — Sorriu para a amiga, e finalmente, Sakura sorriu também.

A morena foi até a cozinha e depois entregou um copo d'água para a rosada. Vendo que a amiga já parecia resolvida e bem mais leve, ela disse:

—Ah, você quer ver meu vestido de casamento? —perguntou. —Chegou hoje. — Sorriu, empolgada.

—Claro —respondeu Sakura.

As duas subiram em direção ao quarto da Hyuuga.

—Meu Deus, Hina! — disse, quando a morena lhe mostrou o vestido de noiva. —É lindo!

—Ele não te lembra algo?

—Oh, não me diga que é o vestido da sua mãe? —Sakura lembrava que ela e Hinata sempre iam xeretar o lindo vestido de noiva que ficava guardado em um quartinho no fim do corredor da mansão Hyuuga.

—Acertou —confirmou ela. —Minha mãe sempre quis que eu me casasse com o mesmo vestido que ele usou quando casou com meu pai; e você sabe que eu sempre adorei esse vestido —confessou, olhando para o lindo tecido branco, satisfeita. — Foram precisos alguns ajustes, mas já está pronto. Chegou hoje pela manhã. Você é primeira pessoa pra quem estou mostrando isso depois da minha mãe, é claro. Acho que ela estava mais ansiosa em ver o vestido do que eu.

Sakura observava sorrindo a amiga falando sobre o vestido. Hinata parecia tão empolgada; tão feliz. E ela pensou que se tinha alguém que merecia toda essa felicidade, esse alguém era Hinata.

—É o vestido de noiva mais lindo que eu já vi, Hina —disse. —E olha que a Ino vive trazendo essas revistas de vestidos de noiva para o nosso apartamento. Posso dizer que nunca vi nada tão bonito. —Hinata sorriu.

—Obrigada mesmo, Sakura — disse a morena, com os olhos marejados. —Ainda não te agradeci por você estar me ajudando tanto com todos os preparativos para o casamento. —Vendo a amiga daquele jeito, Sakura também se emocionou. —Não sei o que faria sem a sua ajuda. —As duas se abraçaram. —Fiquei muito feliz em saber que você vai ficar aqui em Konoha.

—Ai, Hina, você está me fazendo chorar… —falou com a voz embargada. —Não acha que eu já chorei demais por hoje? —As duas riram em meio as lágrimas.

Sentaram na cama de Hinata para falar sobre os últimos preparativos do casamento. Mas logo, já estavam falando sobre tudo. Pareciam duas adolescentes bobas rindo e comendo chocolates, de uma caixa que Hinata havia puxado da gaveta. A Hyuuga contou sobre o desastrado e fofo pedido de casamento que Naruto havia feito a ela há alguns meses. Sakura acabou falando sobre o que havia acontecido entre ela e Sasuke na cachoeira, encorajando Hinata a falar sobre sua primeira vez com Naruto. Enquanto o sol se punha, as duas se divertiram contando os segredos que sempre sonharam em compartilhar uma com a outra.

—Obrigada mesmo, Hina. Nem sei como te agradecer —disse Sakura, enquanto era levada por Hinata até a porta depois do jantar.

—Agradeça me convidando para ser madrinha do seu casamento com Sasuke. —Sakura riu e concordou.

Se despediu da amiga com um abraço, e entrou no carro com um sorriso no rosto, se sentindo confiante. Agora, só precisava colocar os conselhos de Hinata em prática.

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..

...

Quando Sakura voltou para casa, já era noite. Entrou em na sala, recusando o convite dos pais para jantar. Na verdade, era ótimo que eles estivessem jantando, assim ela poderia ir até o quarto e falar sem receio de que os pais ouvissem algo. Ia terminar com Sasori primeiro; depois pretendia contar a verdade a Sasuke e aos pais. Uma coisa de cada vez.

Pegou o celular, e ficou andando pelo quarto até ser atendida pelo futuro ex-namorado. Estava tão ansiosa em resolver a situação que nem conseguiu se sentar na cama.

Oi, amor! —Ele atendeu no quinto toque. —Achei que tivesse acontecido alguma coisa... Você não respondeu minhas últimas mensagens. Está tudo bem?

—Está sim —respondeu, ainda andando de um lado para o outro dentro do quarto. —E com você?

Também. Espero que você não esteja brava por eu não ter te ligado nesses últimos dias, querida… Mas eu ando muito ocupado com o trabalho na clínica. Você sabe…

—Eu sei —disse. Respirou fundo para continuar: —Sasori, eu...

Ah, eu sabia que você entenderia, meu amor —interrompeu-a. —Aliás, nesse exato momento preciso ir tomar um banho para voltar para a clínica. Te ligo mais tarde para conver...

—Não, Sasori —foi ela quem o interrompeu dessa vez. —Preciso falar com você agora —disse. A voz suou firme.

Ok, sou todo ouvidos.

—Olha, Sasori, não tem um jeito fácil de te dizer isso, mas...

Nossa, Sakura —disse ele em um tom de voz debochado, não levando a sério qualquer coisa que ela tivesse pra dizer. — Você está me assustando...

—Sasori, o que eu tenho pra falar é sério —explicou, paciente. Dessa vez não daria para trás. —Por favor, me deixe continuar.

Tudo bem, continue —falou ele, aparentemente, centrado. Talvez por notar a forma como ela havia pronunciado as palavras.

—Sasori, eu não quero... —Faltaram-lhe palavras, mas lembrando dos conselhos de Hinata, ele tentou prosseguir: —Eu não posso acei...

Espera —cortou-a novamente. —Você está tentando me dizer que não quer se casar comigo? —perguntou, com a voz alterada. —É isso, Sakura?

—Não… Quer dizer, não é só isso… —Seja firme, Sakura, era o que dizia a si mesma. Sasori, eu quero terminar o nosso namoro.

O quê?

—Sinto muito, Sasori. É que eu… —Foi interrompida de novo.

Eu posso saber por quê?

—Eu decidi ficar em Konoha —falou, ainda omitindo parte da verdade.

O quê? —questionou surpreso. —Sakura... E o seu emprego?

—Eu ainda vou até aí para falar com minha tia — explicou —e resolver as questões do apartamento com Ino. —Respirou fundo. —Sei que te devo uma explicação melhor —admitiu ela. — Se você quiser nós podemos conversar pessoalmente quando eu for até aí, Sasori —falou, para tentar se redimir e amenizar a situação. —Mas, minha decisão já está tomada.

Sakura...

—Sinto muito...

Eu não entendo —falou. Ele parecia perplexo; parecia não acreditar em tudo o que Sakura estava dizendo. —E a sua carreira, Sakura? Os seus planos? —indagou. —Os nossos planos?

—Eu me apaixonei por outra pessoa, Sasori —confessou. Não conseguiu esconder isso dele. Já o havia enganado por tempo demais. —Queria deixar pra te falar isso pessoalmente, mas...

Já entendi —ele disse, seco.

—Sinto muito mesmo, Sasori —disse, mordendo o lábio em seguida, em frustração. Nunca quis que ninguém sofresse nessa história. —Espero que possamos ser amigos… Eu…

Tenho que ir — ele disse, cortando-a; e Sakura pode sentir a mágoa em sua voz.

—Ok —fez ela. —Tchau —completou, obtendo como resposta um tu, tu, tu…

Sakura deixou o braço que segurava o celular cair ao lado do corpo. Estava triste por ter ferido os sentimentos de Sasori. Mas sabia que havia tomado a decisão certa. A sensação que estava sentindo por magoar alguém, era ruim; mas não pior do que a péssima sensação de culpa com a qual ela vinha convivendo nos últimos dias. Nunca se arrependeria de ter escolhido Sasuke.

Só esperava que, algum dia, Sasori a perdoasse.


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Notas finais do capítulo

Beijos e até mais!



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