My Tiger escrita por Escritora


Capítulo 23
Clima


Notas iniciais do capítulo

Oie! Estou postando esse capítulo minutinhos mais cedo, pois hoje o site está em manutenção. :) Espero que esse capítulo explique sobre o tempo. Gostei de escrever a última parte do capítulo, muhahahuha Aqui, in my city, o clima tá meio estranho. Eu acordo com frio, passo o dia com calor e quando chega à noite o frio volta com tudo e mais um pouco. Só não chega a nevar, o que é uma pena. Quero comemorar com esse capítulo os 99 comentários, é tão lindo ver esse número!!! Vocês, as leitoras mais lindas do Nyah, estão de parabéns por comentarem e exporem suas opiniões.



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Dhiren voltou ao quarto e se agasalhou novamente. Colocou uma calça preta, um suéter vermelho e por cima uma blusa de frio em um verde escuro. Aproveitou e pegou um gorro. Olhou pela janela e viu que a neve agora tampava todo o jardim e a piscina. Pegou mais uma blusa de frio e desceu ao encontro de Kelsey, que o esperava analisando o caderno.

―Kelsey, vamos? – ele perguntou e a garota se levantou para acompanhá-lo.

Kells percebeu que ele trocara de roupa. Caminhou até onde Ren desligava as luzes e o aquecedor. Ren abriu a porta e passou acompanhado por Kelsey. Ela pode sentir o perfume que vinha dele, Dhiren tinha um cheiro bom que a deixava ludibriada toda vez que o inspirava.

―Kelsey, antes de a gente passar pelo jardim vista isso. – isso falou entregando a blusa de frio.

―Na-não precisa – ela respondeu com vergonha depois que pegou da mão dele e viu que era um traje masculino do próprio.

―Precisa sim. Não quero que resfrie, se não o seu pai vai dizer que fui irresponsável – Ren colocou o gorro na cabeça dela antes que a mesma pudesse dizer não – Anda, agora vista logo.

O tom de Dhiren dizia claramente que ele não estava pedindo e sim a mandando vestir a blusa de frio. Kelsey não queria, mas após ver a expressão dele o obedeceu. A roupa tinha claramente o cheiro dele, tirando a da realidade e a transportando para quando o abraçou.

Passaram pelo jardim devagar, Ren segurara a mão dela para que não escorregasse e caísse. Ele sentia que tinha certa responsabilidade por Kelsey, já que ela poderia ajudá-lo a ficar livre da maldição. Tudo a partir de agora dependia dela. Kells por outro lado pensava nesse momento que era um fardo para Dhiren, ela não sabia o que podia fazer por ele e tinha medo de que o mesmo se sentisse enganado quando ela explicasse isso.

―Ren o Sr. Kadam, sabe o que posso fazer? - Kelsey perguntou quando entrou no carro.

―Acredito que sim, por quê?

―Eu tenho medo de não poder fazer nada e você se decepcionar – respondeu murmurando.

―Também tenho medo de você não pode me ajudar, mas decepcionar me está fora questão. Não creio que ficarei triste ou emburrado. – Ren disse sorrindo para ela em tom de brincadeira.

―É sé-sério, não sei por que está sorrindo, eu não tenho certeza se posso te ajudar. Sinceramente – ela suspirou – não sei o que você viu que disse “Kelsey pode te ajudar”.

Ficaram em silêncio, Ren sentia toda vez que olhava para Kells que ela estava realmente com medo de decepcioná-lo. Ele temia que essa incredulidade pudesse fazer com que sua situação ficasse pior. Não era fácil, ficar como homem por somente 12 horas ao dia e isso ele ainda não havia falado para não pressioná-la.

Ren virou o corpo para Kelsey, colocou suas mãos no rosto dela. Fazendo a olhá-lo diretamente nos olhos. Ter aquele contato com a garota o motivou naquele momento a encorajá-la.

―Kelsey, eu tenho certeza que você pode me ajudar. Lembra que eu te disse que eu não sabia o porquê que eu te reconhecia para essa tarefa? – ela assentiu – Para falar a verdade eu também não sei como você pode me ajudar e isso nós dois vamos descobrir juntos. O Sr. Kadam me contou ontem à noite quando voltei para casa que ele tinha mais documentos que diziam que eu poderia ficar livre do tigre o mais rápido possível.

―Ren – Kelsey pausou – eu vou te ajudar, mesmo sendo desnecessária.

Dhiren soltou o rosto dela e ligou o carro, olhou novamente para Kells e teve uma sensação diferente de tudo que já sentiu antes. Ela parecia calma agora, mesmo sabendo que ele se transformava em um tigre e que talvez tivesse que passar mais tempo com o animal do que a sua parte humana. Seguiram para a escola em silêncio, o portão estava aberto e alguns alunos estavam do lado de fora fazendo bolinhas de neve. Dhiren entrou com o carro no pátio e estacionou debaixo de uma árvore que tinha os galhos longos e torcidos.

As pessoas que ali se encontrava ficaram olhando para o carro de luxo com curiosidade. Ren abriu a porta e desceu, logo ajudou Kelsey a fazer o mesmo. Ela ficou com vergonha por causa dos olhares que o seguiam e dos celulares que pareciam de uma hora para outra terem surgido nas mãos dos alunos para enviarem mensagens sobre o que acontecia.

―Vamos, tenho que lhe contar muitas coisas. – Ren falou pegando na mão dela e a puxando com cuidado.

Entraram no colégio sem conversar, passaram pela porta de madeira que tinha os desenhos do tigre e o guerreiro. Logo, entraram no corredor que dava diretamente na sala do senhor Kadam. Dentro do prédio havia poucos alunos, muitos desses estavam sentados na biblioteca lendo algum livro ou na área central da escola por causa do aquecedor. O termômetro do refeitório marcava a sensação térmica de -1°C e as cantineiras faziam chocolate quente para que na hora do recreio os estudantes pudessem se esquentar.

Dhiren bateu na porta e entrou, Kelsey estava logo atrás dele. Ela sentia um frio na barriga de ter que encarar o Sr. Kadam depois que conheceu um pouco sobre Ren. O senhor de idade estava sentado em uma cadeira grande e lia um papel. Em cima da mesa vários outros papéis ocupavam o local, impedindo que a madeira nobre fosse vista. Nilima e Kishan não estavam presentes e Kells se sentiu ainda mais vergonha, por não ter Nilima ali para conversar naturalmente.

―Bom dia, senhorita Kelsey. – Sr. Kadam se levantou e apertou a mão dela abrindo um sorriso – Sente, pois vamos ter uma longa conversa.

―Bom dia – ela respondeu se sentando na frente dele.

―Então, acredito que você já saiba sobre Ren, certo? – ela concordou com a cabeça – Como a senhorita descobriu isso? Quero escutar tudo detalhadamente.

Kelsey hesitou em responder, estava pensando se falaria tudo desde o começo ou só comentaria sobre quando Ren a acompanhou até em casa no dia anterior. Para ela tudo estava rápido, vira o tigre em um dia e no outro tinha tido supostas visões, que a fizeram ter certeza sobre a existência do animal. Mas, não sabia explicar a origem dessa certeza que brotara em si.

―Kelsey? – Ren falou a tirando de seu devaneio.

―Be-bem eu estava voltando – Kells falava em um tom baixo e calmo, para não confundir o que determinara contar – da sorveteria e esbarrei em Dhiren. Depois, fui para casa, subi para o quarto e liguei para minha amiga.

O Sr. Kadam a escutava com atenção e fazia anotações, ele parecia um médico ouvindo o paciente aclamar sobre suas dores.

―Sentei no beiral da janela e estava conversando com Tifany. Quando olhei para fora eu vi um tigre. Um tigre branco – Kelsey pausou para colocar as ideias no lugar novamente – Tentei abrir a janela, mas não tinha jeito por que eu queria avisar para minha mãe que estava indo para fora que tinha um tigre... Só que não abria. Foi o prazo de eu fechar os olhos e lá estava Dhiren. Não consegui tirar o tigre branco da cabeça. No outro dia quando eu estava conversando com Ren, não sei o que aconteceu. Eu só desmaiei, desmaiei pensando no tigre.

Dhiren a olhava com a expressão séria, nunca ouvira a voz de Kelsey tão falha como naquele momento. Seu coração se acelerava toda vez que ela falava a palavra tigre, era como se a garota não estivesse falando dele. Era como se o animal fosse uma parte exterior, que não lhe pertencesse e que somente agora que estava lembrando-se disso. Lembrando que o tigre branco, não é uma dádiva e sim uma maldição.

*************

―Mestre, comprei as passagens para irmos até o tigre branco – a serva dos cabelos negros que iam até abaixo da cintura falou.

―Você o que? – o homem disse as palavras em um tom ríspido e seco – Acha que irei junto? Essa é sua missão, missão que deveria ter sido cumprida há anos. Desde que o principezinho nascera.

―Sim, mestre – ela respondeu sentindo raiva do homem com quem tinha laços sanguíneos.

―Arrume-se e vá o mais rápido possível, quero saber de perto como ele descobrirá uma solução para terminar com a maldição. Durga tem planos para a garota. – ele pausou e riu sozinho - Responda-me você acha que a garota, Kelsey Hayes, sabe tanto somente porque viu o tigre?

―Não, mestre.

―Isso. Não. Essa é a resposta! – ele gritou – As visões que teve foram dadas por Durga. Ver os príncipes no trono quando crianças e poder saber qual dos dois estariam com a essência do tigre branco era minha obrigação. Mas, não, Durga deixara que meu destino fosse levado. Levado e dado para uma garota que mal sabe sobre si mesma e sobre o mundo. Minha missão de acabar com a vida do tigre. Com a vida daquele que poderia ter o mesmo poder que um deus se quisesse.

O homem que agora lamentava, saíra das sombras e caminhara até a sacada de seu apartamento. O Sol estava alto, como se fosse meio dia. Ele que conhecia da arte da feitiçaria, mexera no clima para que tudo saísse como o planejado. O frio que levara até Dhiren era mais uma carta na manga. A neve lhe daria mais forças já que a deusa Lakshmi, a única que conseguiu o deter depois que matara os pais dos príncipes, não estaria presente para impedi-lo a alcançar seu objetivo.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo sai quinta feira antes das 18h. Acredito que lá pelas quatro ele já esteja cheirosinho e bonitinho aqui no Nyah!



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