A Filha Do Hokage escrita por Nara Emily


Capítulo 12
Pistas Escritas


Notas iniciais do capítulo

Ei! Eu demorei um pouquinho dessa vez, mas não tanto. Ta ai o capítulo, espero que gostem, eu particularmente gostei, mas agora quero a opinião de vocês. Beijos e boa leitura ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/397658/chapter/12

Estava com o Byakugan ativado, observando cada milímetro da casa de Yasuji, prestando atenção em todos os detalhes, para nada escapar. Entrei na cozinha e olhando para o chão percebi uma coisa: Tinha um cômodo aqui em baixo. Era tipo um quarto em baixo do solo, lá tinha um sofá, uma cadeira e uma mesa que tinha alguns pergaminhos e livros em cima. Esse homem ficava cada vez mais estranho.

— Shikamaru-San e Lawliet-kun, venham aqui, por favor. — Eu disse alto o suficiente para eles ouvirem, já que a casa estava vazia e silenciosa.

— O que você viu? — Shikamaru apareceu na porta junto com Lawliet e me perguntou.

— Tem um quarto secreto aqui em baixo, mas eu acho que a entrada está fechada.

— Ou esse quarto é de antigos moradores ou a entrada é aberta com algum jutsu.

— Eu não sei, mas lá não parece ser um lugar abandonado.

Continuei procurando por alguma coisa quando percebi algo suspeito, o quarto tinha uma saída que dava em uma escada, acompanhei a mesma e encontrei a entrada, que ficava bem embaixo da escada que subia para o segundo andar da casa, fui até lá e os dois me seguiram. Encostei a mão na parede, procurando alguma coisa para apertar ou puxar, mas não encontrei nada.

— A entrada é aqui, e eu acho que realmente é aberta somente com algum jutsu.

— Me deixe tentar uma coisa, é um jutsu que abre portas secretas, meu pai me ensinou há alguns anos. — Lawliet falou, e eu sai dali, o deixando em frente à suposta porta.

Ele fez alguns selos com as mãos e fechou os olhos, se concentrando. Nada aconteceu, e eu ia suspirar quando Lawliet botou as duas mãos na parede e abriu os olhos, pude ver com o Byakugan seu chakra se espalhando por uma forma retangular que apareceu na parede, depois de se preencher, o retângulo que estava marcado na parede virou uma porta, indo para o lado e abrindo passagem. Desativei o Byakugan e observei a entrada, era uma escada estreita e não tinha nenhuma iluminação lá em baixo, mas dava pra ver algumas tochas na parede, Lawliet desceu um pouco a escada, ficando em frente a uma tocha, fez os selos e soprou fogo, fazendo a tocha se acender, ele a pegou da parede, e após ascender mais duas, acenou com a cabeça para que nós entrássemos.

Entrei pela porta, peguei as duas tochas na parede e entreguei uma a Shikamaru que estava logo atrás de mim, então descemos as escadas. A situação toda era muito estranha, essa missão ficava cada vez mais complexa.

Mesmo com as tochas, ainda estava um pouco escuro, e eu acabei tropeçando em alguma coisa na escada, achei que iria cair, pois não tinha nada em que me segurar, e acabei soltando um grito, Lawliet se virou rapidamente me segurando antes que eu pudesse cair no chão, soltei minha tocha que ao cair se apagou e respirei fundo, eu sairia rolando escada a baixo se não fosse por Lawliet, foi ai que eu percebi que estava a centímetros do rosto dele, nós estávamos assustadoramente perto.

— De-desculpa, eu tropecei. — Consegui dizer depois de um tempo, eu podia sentir minha bochechas queimarem, mas por sorte não daria para vê-las vermelhas no escuro.

— Cuidado por onde anda. — Lawliet aconselhou, me soltando e se abaixando, pegou minha tocha, ascendeu novamente a encostando na dele e depois me devolveu. Voltei a descer a escada, dessa vez eu tomei mais cuidado.

Finalmente os degraus acabaram e olhando para o ambiente, claramente aquele lugar não estava abandonado há muito tempo, estava um pouco sujo, mas não o suficiente para que pudesse ser considerado abandonado a mais de um mês e meio, os papeis e pergaminhos em cima da mesa que estava encostada em uma parede estavam bagunçados, o sofá contra outra parede parecia velho e não tinha nada em cima dele. A cadeira da mesa estava caída, como se alguém tivesse saído dali às pressas, alguns espaços vazios demonstravam que alguns papeis tinham sido tirados dali. Voltei a olhar para o sofá e percebi que no chão ao seu lado tinham alguns papeis amaçados que aparentemente foram jogados ali.

— Procurem algo nesses papeis, os que estão na mesa podem estar em alguma ordem, então tome cuidado. — Shikamaru falou.

Aproveitei que estava na direção e fui até as bolinhas de papeis jogadas no chão, me abaixei ficando de joelhos e peguei um papel, o desamassei e li seu conteúdo, "Eu vou te matar se você não me servir", me assustei por um momento imediatamente pegando outro papel e lendo, "Você prefere ter uma morte dolorosa ou uma vida me fazendo favores? Ajudar as pessoas é um ato de bondade, lembre-se disso", ele estava sendo ameaçado? Faz todo o sentido, já que ele sumiu ele poderia ter sido morto ou estar servindo quem estava lhe ameaçando.

— Acho que Yasuji estava sendo ameaçado. — Eu disse, e Shikamaru desviou a atenção do pergaminho que segurava e olhou para mim, depois botou o que estava segurando em cima da mesa e veio em minha direção.

— Deixe-me dar uma olhada nisso.

Entreguei os papeis para Shikamaru, enquanto ele lia e pensava, eu peguei os outros três que estavam no chão. "Sua morte não é útil para mim, mas eu poderia fazer isso se me fosse conveniente", "Dê adeus àquilo que você se apoia" e "Venha ao meu encontro ou eu irei ao seu, e se escolher a segunda opção, saiba que sua morte estará próxima".Entreguei esses outros bilhetes para Shikamaru, ele leu enquanto Lawliet lia os primeiros. Fui até a mesa e peguei os papeis que tinham sido organizados por Lawliet e Shikamaru, neles estavam escritos frases soltas de livros e poesias, além de alguns estarem constatando fatos sobre alguns criminosos de Konoha.

— Esses papeis geram uma hipótese. — Lawliet comentou.

— Na verdade eles geram várias hipóteses, precisamos pensar em todas as possibilidades. —Shikamaru completou.

— Certo, mas isso ainda não nos leva a ele. — Eu disse.

— Pode nos levar se investigarmos. Ele podia estar sendo ameaçado e ter ido por vontade própria para a morte ou serventia, pode ter sido sequestrado e escolhido depois, como também esses papeis podem ser apenas pistas falsas, ou devaneios, ele era um homem solitário, poderia ter inventado isso.

— Isso está ficando mais complicado e confuso a cada pista que achamos. — Lawliet diz. —Temos que juntar os fragmentos. Como por exemplo, por que toda a casa foi esvaziada e não aqui? Por que tinha um único objeto sobrando na casa? E por que a cadeira caída e os papéis desaparecidos? Além do fato d'ele aparentemente não ter nenhum parente ou amigo. São muitas perguntas sem respostas.

— A questão é que algumas respostas geram mais dúvidas, antes de constatar hipóteses temos que observar os fatos. — Eu falei, e Shikamaru assentiu.

— Certo, por isso acho que devemos parar por hoje, eu e Lawliet estamos cansados e Mei deve estar com vontade de visitar Hinata. Quando formos resolver isso temos que estar completamente focados.

— Concordo, temos que descansar. — Lawliet falou, colocando os papeis que segurava em cima da mesa.

— Então amanhã voltaremos a investigar, vamos deixar as coisas aqui para não termos o risco de perder nada e pedirei para ficar algum shinobi vigiando a casa, caso alguém tente entrar terá mais um obstáculo além da barreira. Vamos subir.

Eu e o moreno de olhos verdes assentimos, e seguimos Shikamaru escada acima, estávamos num completo silêncio e quando saímos da casa, nos despedimos simplesmente com um aceno. No mesmo momento fui em direção ao hospital, Lawliet veio comigo, e quando ele percebeu meu olhar questionador disse:

— Vou ao hospital antes de ir para casa, tenha que resolver uma coisa caso minha mãe for fazer hora extra hoje.

— Ah, ok.

Enquanto andava, fui aos poucos parando de pensar na missão, estava tão focada nela que nem tinha percebido a coincidência de eu receber ameaças e aparentemente Yasuji também, pensei no provável medo que ele sentiu para partir ou ao ser raptado. A não ser que essas fossem pistas falsas, como propôs Shikamaru. Tínhamos muitas pistas, mas elas não se encaixavam, e isso era um problema. Mas tentei espantar esses pensamentos por agora, no momento tinha que me concentrar na minha mãe — e infelizmente nas ameaças que ainda pairavam nos meus medos.

— Mei! — A voz de Lawliet me tirou de meus devaneios, me virei para ele, assustada, ele tinha quase gritado ao me chamar. — Onde você estava? Nós já chegamos.

— Desculpa, estava pensando em algumas coisas.

— É eu percebi.

Virei o rosto, levemente corada, o que estava acontecendo comigo? Eu devia tentar protege-lo e me afastar, não corar sempre que parecíamos estar mais próximos. Entrei o hospital, basicamente ignorando Lawliet, e segui o mesmo cainho que tinha feito mais cedo, rapidamente estava em frente ao quarto de Hinata, pude sentir Lawliet logo atrás de mim, talvez ele achasse que Sakura estava aqui.

Bati na porta, ouvindo um “pode entrar” de Naruto logo depois. Girei a maçaneta e entrei, sorri ao ver minha mãe acordada, Sakura também estava ali e ao ver Lawliet parado na porta, ela murmurou um “com licença” e saiu do quarto, fechando a porta logo depois. Minha mãe estava sorrindo timidamente, provavelmente já sabia da notícia. Fui em direção a ela e a abracei, era bom saber que ela estava bem.

— Quando você vai poder ir para casa? — Perguntei por curiosidade.

— Daqui a uns dois dias de acordo com Sakura, só até não ter risco de meus ferimentos infeccionarem.

— Como você se sente? — Eu perguntei, com uma ponta de preocupação.

— Bem, e... Feliz. — Ela sorriu, botando a mão sobre a barriga e eu ri a abraçando de novo. Logo depois meu pai nos abraçou, e ficamos ali todos abraçados por um minuto, e foi o momento que eu me senti mais tranquila e segura nos últimos dois meses.

...

Depois de mais uma noite de pesadelos, incluindo um novo, no qual eu estava com um bebê no colo correndo entre corredores de um lugar desconhecido e a mesma pessoa encapuzada estava correndo atrás de mim, no final eu era atingida por alguma coisa, caia no chão, e perdia a consciência gradativamente enquanto via a pessoa levar o bebê para longe de mim.

Com esse novo pesadelo, uma péssima noite de sono e meu cansaço por causa de tudo isso, resolvi tomar coragem e reler aqueles malditos pergaminhos. Eu sentia que precisava fazer isso, não sei por que, mas algo dentro de mim me dizia para fazê-lo.

Levantei-me da cama, amarrando meus longos cabelos loiros em um coque bagunçado na cabeça, suspirei e fui até minha escrivaninha ao lado da minha cama e abri a última gaveta, onde ficavam meus antigos brinquedos preferidos e desenhos que eu fiz quando era criança, era lembranças felizes, o que infelizmente foi estragado quando eu finalmente precisei usar o esconderijo que eu tinha feito nessa mesma gaveta, eu fiz um fundo falso para quando precisasse guardar algum segredo, eu nunca precisei, até agora, que existem mensagens ameaçadoras escondidas ali.

Depois de tirar algumas coisas da minha infância com cuidado, procurei uma pequena fita laranja, a achei bem no fundo da gaveta e a puxei, revelando o fundo falso que se ergueu, mostrando os pergaminhos ali dentro, eles agora não estavam mais enrolados, mas sim esticados, após ter sido amaçados de raiva e medo. Os peguei, observando-os, eu não tinha tirado eles dali desde que os tinha escondido, e senti uma estranha sensação ao reler suas palavras, as grudando mais em minha mente, tinha mais uma coisa que aquelas palavras me faziam lembrar, mas eu não consegui reconhecer o que era.

No que aquilo poderia me ajudar? Só me ajudou a lembrar de mais do que eu queria esquecer, mesmo que fosse impossível. Não tinha nenhuma pista nesses papeis que poderia me levar ao culpado, a não ser a letra fina e cuidadosa da escrita, levemente inclinada, mas isso ainda não era nada, milhares de pessoas tem letras iguais, e ainda sim, não daria pra saber quem escreveu isso só com comparações na letra.

Assustei-me com toques na minha janela, por sorte a cortina estava fechada, o que me possibilitou guardar rapidamente os pergaminhos no esconderijo sem deixar suspeitas, abri as cortinas e olhei para fora, procurando quem tinha batido a janela, e vi Lawliet ali fora, quando me viu, ele mexeu as mãos se referindo a abrir a janela, e foi isso que eu fiz.

— Você está atrasada para a missão. Pensei que você poderia ter ficado até tarde no hospital ontem e por isso ter acordado tarde, ai vim te chamar. Acho que eu estava certo. — Ele disse, olhando meu pijama e meu cabelo bagunçado em um coque mal feito no cabelo. Podia jurar que ele deu um leve sorriso de lado a me ver assim, ele deveria estar rindo da minha cara de sono.

— É mais ou menos... Não percebi que estava atrasada, desculpa. Me arrumo em um minuto. — Fechei as cortinas rapidamente e pegando minha roupa, entrei correndo no banheiro, me trocando sem tomar banho, poderia fazer isso depois.

Depois de trocar de roupa, pentear meu cabelo e prede-lo na sua tradicional trança, desci correndo as escadas, pegando uns bolinhos em cima da mesa e saindo pela porta, iria comer no caminho. Lawliet me esperava ali, ele não parecia impaciente, mesmos que eu achasse que ele estaria.

Fomos andando em silêncio para casa de Yasuji, eu comia meus bolinhos e Lawliet parecia concentrado em pensamentos, então ele virou o rosto para me flagrar o encarando e eu desviei o olhar, constrangida. Eu tinha que parar com isso.

Chegamos e não vi Shikamaru em lugar nenhum, provavelmente já tinha começado a trabalhar, entrei na casa logo atrás de Lawliet, descemos as escadas para o quarto secreto que continuava aberto e encontramos Shikamaru lá em baixo, ele lia os papeis que estavam em cima da mesa ontem sentado no sofá, e as supostas ameaças estavam no mesmo lugar que tínhamos as deixado.

— Desculpa pelo atraso. — Murmurei e ele olhou para mim, assentiu em compreensão e falou:

— Ontem à noite eu descobri que Yasuji não era um shinobi, ele trabalhava como costureiro numa loja um pouco longe daqui, ele ia para lá todos os dias e voltava sempre sozinho e nunca falava com ninguém, algumas testemunhas diziam que ele parecia sempre ter medo de algo. E se ele não era um ninja, por que tem esses registros sobre criminosos de Konoha? Isso só nos aproxima mais da hipótese de que ele estava sendo ameaçado, por causa das mensagens e das informações de criminosos, já que ele poderia estar tentando achar quem o ameaçava, e por causa da impressão de medo que ele passava. Alguma coisa ainda não se encaixa ai, mas... É a hipótese mais completa que temos.

Isso realmente fazia sentido, quase tudo se encaixava, ainda tínhamos muitas perguntas sem resposta e muitas peças faltando, mas se continuarmos nesse ritmo, não demorará a concluirmos a missão.

Peguei os papeis amaçados mais uma vez, eles estavam como se seguindo uma ordem de qual provavelmente teria chegado primeiro que o outro, peguei o último, e o abri. Senti a mesma coisa que hoje de manhã enquanto lia o papel, que poderia achar alguma coisa ali, mas ainda não entedia esse impulso, a mensagem era clara: "Venha ao meu encontro ou eu irei ao seu, e se escolher a segunda opção, saiba que sua morte estará próxima".Então eu parei, entendendo meu instinto e sentindo um arrepio pela espinha: era exatamente a mesma letra, a mesma letra dos pergaminhos que eu recebi.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? Alguma sugestão do que poderá acontecer? O Yasuji é um homem estranho, não? Acho que tenho um pouco de dó dele... Muahahaha, mas ok, chega de spoilers.
Comentem, please. Isso me ajuda muito a ficar inspirada. Leitores fantasmas, apareçam, não me importo e receber comentários pequenos, juro!
Até o próximo capítulo, tchau :*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Filha Do Hokage" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.