Doce Problema escrita por Camila J Pereira


Capítulo 33
Memória


Notas iniciais do capítulo

Novo personagem à vista.
Boa leitura.



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Bella

Edward e eu permanecemos deitados, tentando controlar a respiração. Estava sobre seu peito sentindo toda a força da sua respiração. Tinha sido maravilhoso, ele tinha me mostrado algo perfeito, a materialização de tudo o que sentimos um pelo outro.

Seus dedos subiam e desciam pela linha da minha coluna, arrepiando-me. Suspirei e ele me beijou nos cabelos. Era tão bom estar ali, sentindo o seu corpo molhado de suor colado ao meu, sentir o cheiro que emanava da sua pele.

Ergui a minha cabeça para beijar seu peito, depositei vários beijos carinhosos ali e na sua barriga, senti embaixo de mim seu órgão pulsar.

- Isso é bom... - Murmurou.

Continuei beijando a sua barriga e voltei para seu peito, beijei seus ombros e pescoço, depositando um longo beijo em seus lábios. Nesse momento ele girou nosso corpo, ficou por cima de mim e abaixou-se beijando a lateral do meu quadril. Ele foi subindo devagar até a altura do meu seio e beijou o contorno deles descendo novamente até o meu umbigo e o beijando demoradamente. Sua língua brincava com o piercing.

Edward desceu ainda mais e abriu delicadamente as minhas pernas e passou a ponta da língua por toda a minha intimidade. Senti um gelo em meu coração que se estendeu para o estômago, e por alguns segundos falta de ar. Percebendo a aprovação do meu corpo ao seu gesto, Edward investiu nos carinhos. Naquele momento, tinha consciência de todas as terminações nervosas do meu corpo. Sem pudor algum gritei seu nome ao chegar ao êxtase.

Edward beijou meus lábios e dessa vez ele não esperou para começar a se mover dentro de mim e assim eu podia senti-lo ainda mais fundo. Ele movia-se enquanto tocava em meus seios e em meu sexo o que estava me deixando histérica, meus gemidos eram altos o que parecia deixá-lo satisfeito. Dessa vez não foi ao mesmo tempo, meu corpo encontrou o êxtase primeiro que ele. Edward quando notou os meus espasmos, acelerou ainda mais estocando ainda mais fundo eu não sabia o que estava acontecendo, mas a minha vontade estava voltando novamente, sentia o calor aumentar outra vez.

Edward parecia transtornado, louco e selvagem. Seus cabelos úmidos eram uma desordem total. Olhei para o seu abdome tão definido e o movimento que ele fazia enquanto me penetrava fundo. O toquei e senti que ele estremeceu. Ele cerrou os olhos com força e depois os abriu e ficou me olhando vidrado. Eu cheguei ao clímax novamente e Edward seguiu-me, seu corpo todo estava trêmulo e ele libertou a minha perna e se debruçou sobre mim, depois jogou-se ao meu lado completamente exausto.

Acho que acabamos pegando no sono por algum tempo, eu não sei dizer. Quando abrimos os olhos o clima entre nós dois era tranquilo, suave. Sorrimos felizes e cúmplices. Arrumamo-nos e voltamos para o carro em silêncio.

Era fim de tarde quando o carro de Edward entrou no jardim da sua casa. O caminho de volta foi feito em um silêncio confortável, nada solitário. Conversamos com os olhares, ele dividindo a atenção entre mim e a estrada. Edward mantinha uma mão firme no volante e a outra descansando em minha perna, era como se temesse que eu desaparecesse, podia sentir isso. Não conseguia tirar o sorriso dos meus lábios, era como se o tempo todo estivesse tendo um sonho sensual.

O sonho continuou tranquilo até descobrirmos que tínhamos companhia. O paraíso ganhava visitas indesejadas. Havia um carro no jardim ao lado do Jeep. Parecia uma piada sem graça, pois era um Pontiac. Não era de Jasper e de ninguém que conheci aqui. Pareciam que todos que moravam nessa cidade apreciavam carros grandes.

- Algum amigo seu? - Tentei não me mostrar desapontada por Rosie estar aqui e mais outra pessoa.

Esperava que ela já estivesse ido embora para termos a casa só para nós dois. Tinha esperanças egoístas e lindamente eróticas. Acredito que muito bem justificadas depois de tudo que passamos.

- Meus amigos não dirigem carros como esse. Talvez algum amigo da Rosie. - Ele franziu o cenho.

- Sei...

Edward também pareceu se decepcionar. Desceu, deu a volta no carro e abriu a porta para mim. Sem nenhuma palavra, tomou-me nos braços e me beijou com ardor. Estávamos sem fôlego quando nossas bocas se separaram.

- Posso pedir a quem quer que esteja aqui para se retirar, Bella, ou então podemos fingir que somos invisíveis e subir direto para o quarto.

- Opção dois. - Brinquei, mas ao perceber que ele estava falando sério, acrescentei: - Nada disso. Seria muita indelicadeza. Comporte-se, sim?

- Não quero me comportar! - Disse birrento.

- Apenas por enquanto.

Sorrindo Edward fez uma reverencia.

- Sim, madame. Como a senhora quiser. Esta vendo como é fácil lidar comigo quando sou bem tratado?

- Se tivesse me avisado desde o começo, teríamos evitado alguns problemas.

- Você sabe como lidar comigo.

Beijamos-nos mais uma vez e entramos em casa de mãos dadas. A sala de visitas estava vazia, mas parecia que o circo armara a tenda na cozinha. Ouvíamos Rosie falando, os gêmeos brincando...e uma voz masculina firme e macia. Vi Edward ficar alerta.

Edward

Fiquei imediatamente atendo quando ouvi a voz masculina que nunca tinha ouvido antes. Estava tudo perfeito até aquele momento, mas um pensamento inquietante quebrou o encanto. Aquele advogado, Gilbert! A peça que faltava para a identidade de Bella. Ou quem sabe se não? O homem não teria tido tempo de ir da Califórnia até Montana. A menos que tivesse vindo de avião o que era mais provável.

Caminhamos até a cozinha com passos lentos. Eu sentia um aperto no estômago que não tinha nada a ver com desejo. Era medo, medo. Puro e simples.

Os gêmeos haviam espalhado as panelas no chão e com colheres batiam como se elas fossem tambores. Rosie, à mesa, estava sentada de frente para o desconhecido. Ele teria a minha idade, era forte, moreno de cabelos mantido baixo e parecia alto, vestia um terno e gravata elegante e muito caro.

Ele olhou para Bella e levantou com graça, empurrando a cadeira.

- Bella! Oh, Bella... Vim assim que recebi o recado. Você está bem? Minha querida parece pálida. - Olhei para Bella e realmente ela estava pálida, todo aquele rubor do seu rosto causado pela paixão se fora.

Eu não gostei do minha querida. Senti que olhava para Bella de cenho franzido, demonstrando a minha preocupação. Ela estava muito pálida. Não, estava branca! A cor fugira-lhe por completo do rosto. Eu nunca vi essa cor em nenhuma pessoa que estivesse respirando. Estávamos ainda de mãos dadas e senti o tremor sacudindo-a.

- Bella? Você está bem?

- Emmet Gilbert. - Ela murmurou. - Emmet, Emm. Claro agora eu sei!

- Sabe o quê? - Fitei-a intrigado. - Sente-se meu anjo. Temo que vá desmaiar.

Ela encarava o advogado e me ignorava.

- Como você me encontrou Emmet? Como...

- Eu o avisei. - Expliquei.

Senti que o ar da cozinha ficara pesado, tenso. Como se estivesse movendo em câmera lenta. Ela me encarou. A angustia estava estampada em seu rosto e era assustadora.

- Você fez isso? Quando?!

- Hoje de manhã. Depois daquela dor de cabeça. Fiquei muito preocupado...Eu precisava descobrir tudo, Bella. Liguei para os números do cartão que encontrei em sua mochila. Foi a única maneira que vi para ajudá-la. - Tentei me explicar desesperado pelo olhar dela.

- Bella, como você está? - Gilbert quis saber. - Rosie contou-me o que houve. O acidente, depois a amnésia...

- Minha memória está boa. Tudo voltou quando o vi, Emmet. Todas as peças do quebra-cabeça. Estou...muito bem.

Notei que ela mentia. Ao que tudo indicava, Bella odiava o que quer que estivesse conseguido lembrar. Ela desvencilhou-se de mim e colocou as mãos no bolso da calça. Oh droga! Não! Ela estava ficando na defensiva novamente.

- Diga Bella, o que está acontecendo com você? - Desesperei-me.

Ela me olhou, mas parecia não me enxergar. Eu não queria isso, não queria perdê-la assim tão fácil.

- Jasper estava certo. Eu só precisava de tempo para me recuperar.

Olhei para Gilbert e suas feições estavam cheias de compaixão.

- Bella, porque não me ligou antes de sair de Los Angeles? Você nunca mencionou que tinha planos de partir. Meu bem, tem ideia de como fiquei aflito? Nenhum telefonema, nenhum recado...

- Ela teve uma concussão. - Por mais puros que fossem os sentimentos do advogado, eu não gostava também do meu bem. - Entre ouras coisas, imagino que não seja o momento adequado para pressioná-la ainda mais.

- Lógico, você tem razão. - Gilbert aproximou-se mais dela. - O importante é você estar bem. Está bem, não está? Senti que ele queria abraçá-la, mas não o fez.

- Sim, estou. Eu o vi e...me lembrei de tudo. Enfim, está tudo voltando a minha memória.

- Fale alguma coisa, por favor. - Algo terrível me atormentava, sabia agora: ela quis fazer amor comigo por saber que seu tempo comigo e estava esgotando? Rosie estava calada, seus olhos também angustiados, sabia que eu estava sofrendo.

Bella deu de ombros e cruzou os braços. Era a postura que eu vi antes do acidente. Fechada, na defensiva.

- Não tenho nada concreto para dizer-lhe. Só sabia que era iminente. Na certa eu teria me lembrado de tudo antes se...

- Se? - Toquei o braço dela, mas ela retraiu-se de imediato, partindo o meu coração.

Aquela era a mulher que conheci no Mocha. Distante, prevenida, arisca, problemática. Senti um peso nos ombros, tão diferente da felicidade que experimentei cinco minutos antes.

- Bella, se o quê?

Ela sorriu, mas apesar do sorriso, seus olhos revelavam solidão e angústia.

- Se eu quisesse ter lembrado. - Dirigiu-se ao advogado. - Lamento que tenha feito uma viagem tão longa, Emmet. Eu estava pensando em telefonar-lhe antes... De tudo acontecer.

O olhar que Emmet Gilbert e Bella trocaram provocou-me arrepios.

- Sabe que poderá sempre contar comigo. Quando recebi a mensagem sobre o acidente, não sabia se deveria ficar aliviado ou em pânico. Tudo o que soube foi que você descontou um cheque e desapareceu. Minha imaginação não parou de trabalhar um instante sequer. Jura que está bem?

- Juro. Com o dinheiro que me deu no mês passado eu comprei uma Harley-Davidson.

Gilbert arregalou os olhos.

- Uma Harley-Davidson?

Bella suspirou aborrecida.

- Se vocês não se importam, vou subir e trocar de roupa. Não tinha percebido que minha calça está suja de grama.

- Seus cabelos também. - Rosie se ergueu, olhando brava de Gilbert para mim, depois para Bella. - Estou perdendo alguma coisa aqui? Todo mundo parece saber tudo o que eu não sei. Bella, onde você e Edward passaram o dia inteiro? E porque este advogado cruzou o país atrás de você? Um advogado que lhe dá montes de dinheiro, no mínimo. E porque tem grama na calça e nos cabelos?

- É mesmo. Por quê? - Gilbert repetiu, sustentando o meu olhar.

- Não amolem! - Não dei a mínima para cortesias nesse instante.

A mulher com que eu fiz amor o dia todo não se parecia em nada com aquela parada a minha frente. Eu avancei um passo e recuei vinte.

- Rosie, converse com Emmet enquanto vou com Bella até o quarto. Voltarei logo.

- Estou conversando com Emmet há três horas, Ed. Ele não veio até aqui para falar comigo.

- Não discuta. Converse com ele três horas e cinco minutos. - Subimos rapidamente até o quarto.

Bella parecia uma bala quando subiu as escadas e fiquei surpreso por ela não ir direto para o meu quarto, invés disso entrou no quarto de hóspedes, deveria levar isso também como um indicio de que nada ia bem.

- Pode me dizer o que está acontecendo? Falei mais alto do que gostaria. Estava claro que perdia o controle.

- Você já sabe, eu me lembrei de tudo. - Ela foi fria.

- Ok, isso eu já entendi. E porque está assim? Bella olhe para mim e me responda! Enquanto eu estava falando alto e gesticulando mais do que qualquer outra coisa, ela parecia distante.

- Não tenho nada para falar Edward. Estou cansada, por favor, me deixe sozinha por um tempo. - Ela jogou-se na cama e cobriu a cabeça com o travesseiro. Fiquei olhando para ela sem acreditar no que acontecia. Estaria tudo acabado?


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