Os Quatro Bruxos. escrita por VFarias


Capítulo 22
Vou para luta com três tubarões.




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Stela Castell.

Eu sempre gostara de nadar, mas não podia imaginar que seria uma bruxa alquimista da água, com poderes imensos sobre tal, e que após toda a minha jornada, eu seria a própria água.

Eu olhava inquieta para o mar, com minhas adagas na mão, pronta para atacara qualquer coisa que surgisse.

Estava a dois dias em um navio, O Poseidon, um elegante navio azul mar, com 3 andares, era um navio de guerra imenso, fiquei imaginando se haveria algum navio capaz de derrotar este.

— Não se preocupe, eu sou o bruxo do oceano, nada nos atacara aqui. – disse Patrick.

— Não estou preocupada com isso, eu estava pensando no sonho que tive com uma deusa chamada Hécate. – digo a ele.

— Que sonho? – pergunta ele assustado. – Se você sonhou com Hécate, isso pode ser um bom sinal.

— No meu sonho ela disse que me abençoaria se eu fizesse o oposto do propósito de minha magia. – digo a Patrick, sua expressão mudou drasticamente, ficando séria. – você sabe o que ela quis dizer com relação ao oposto de minha magia?

— Sei sim. – diz ele. – Mas em todo o caso, cada magia foi criada com um propósito, se ela quer que você mate é para você despertar o soberano.

— Soberano, espere, é aquele “homem” protetor não é, o Everton pode fazer isso. – digo a ele.

— Sim, somente quem abriu os oito portões da magia pode despertar o soberano e ainda assim ele não estará em sua forma completa. Para estar em sua forma completa você precisara abrir os 8 portões da alquimia ou do dom que possua também. – disse Patrick.

— Como se desperta o soberano? – pergunto.

— Não sei como todas as magias e suas respectivas cores fazem, mas a magia azul é necessário lançar um raio em si e desligar o controle do céu, se sobreviver aos choques do raio o soberano desperta. - ele foi explicando como as coisas aconteciam nas magias que sabia. - A magia branca foi criada com o objetivo de proteger, então você deve matar para ativa-lo.

Não falamos mais nada, se Hécate queria que eu matasse alguém ela não me conhecia. Mudei de assunto rapidamente.

— Estamos seguindo viagem a dois dias, porque não fazemos uma dança e invocamos o Deus e pronto? – pergunto a ele.

Ele riu.

— Não é assim que funciona. – disse ele. – você tem que se mostrar digna de ser abençoada pelos Deuses. Ponto é um Deus complicado, ele é o próprio mar, ele pode estar aqui e nós nem sabemos.

— Você disse que era o bruxo do oceano faça alguma coisa. Descubra onde ele esta. – digo a ele. – eu quero terminar isso logo.

— Eu sei onde ele esta, ele esta no Atlântico. – diz ele.

— Quanto tempo para chegarmos? – pergunto a ele.

— Seguindo na velocidade que estamos seguindo, 30 minutos. – disse-me ele.

Isso me aliviou. Eu precisava descer do navio, por mais que adore o mar e navegar, chega um momento que nós nos cansamos.

— Capitão. – disse um homem. – chegaremos em 15 minutos se o senhor der uma ajudinha.

— Eu vou ajudar, o mar é água e água é a minha alquimia. –digo. Corro para a Proa do navio. Estendo as mãos para o mar.

Senti cada corrente dentro dele e impulsionei o navio para frente. O solavanco foi tão grande que jogou Patrick para trás. Eu quase cai também, mas me segurei na barra da frente e comandei o navio a frente.

— Muito bem garota, mas não se esforce, a sua magia pode estar num nível alto, mas sua alquimia não esta. – disse Patrick a mim, depois de 10 minutos eu fiquei exausta. Quase cai no convés, mas Patrick me segurou.

— O mar não é fácil de ser controlado. Poseidon impõem muitos obstáculos para isso. – disse Patrick.

— Poseidon é bem egoísta! – digo.

— Se prepare para mergulhar. – diz Patrick a mim.

— Espere... – digo. – mergulhar? Nessa água fria?

— Se concentre na água, peça para que você não se molhe. E você permanecera seca. – disse Patrick, explicando.

— Eu sei, mas ainda assim sinto o frio da água. – respondo.

— Pare de reclamar princesa da água e pule. – dizendo esse comentário infeliz ele pulou na água ficando de pé em uma onda. – Anda logo.

Empunhei as adagas e pulei.

Nós submergimos a uma velocidade incrível, eu moldei uma bolha ao redor do meu rosto para que pudesse respirar de baixo d’água.

Descemos muito mar abaixo, eu não sabia o quanto de pressão eu poderia aguentar, não sabia se havia um limite para uma alquimista de elemento água.

Para você que nunca esteve no fundo do mar, pense em uma escuridão repleta de coisas lindas.

É assim que é o mar.

Vi muitos cardumes de peixes coloridos, corais e outras criaturas.

Chegamos a um banco de areia onde se via um palácio, um lindo palácio azul, com um brilho verde ao seu redor, indescritível a beleza do lugar. Nunca havia visto nada tão lindo.

Atrás de mim senti uma interferência na maré, como se um corpo grande estivesse atrás de mim. Eu me virei e quase tive um ataque do coração.

Dois tubarões Brancos estavam atrás de nós, seguidos por um exercito de tubarões, de diversas espécies, Tigre, Martelo, Galha Branca, Anequim.

São os piores tubarões a se enfrentar.

Em minha mente o tubarão branco da frente falou com uma voz áspera e seca, fria e cortada.

Eu sou o General Barbatan Branco. General do exercito dos tubarões do senhor Ponto. – disse ele.

— Meu nome é Patrick, sou um Bruxo Captor, Marechal do exercito das águas. Alquimista do Oceano. – disse Patrick. – E esta é Stela Castell, aluna de Daneva, minha pupila, Bruxa e futura lendária, Alquimista da água.

— O que querem no reino do Rei Ponto? – pergunto Barbatan.

Eu não queria ninguém falando por mim.

— Eu quero lhe pedir sua benção. Eu preciso de sua benção para poder salvar o meu mundo. – lhe digo.

Rorida e Smas, vocês viram comigo escoltar esses dois. O resto de vocês pode seguir a patrulha, minha mulher esta no comando.

Dois tubarões imensos, um tigre e um anequim, se postaram ao lado de Barbatan.

Seguimos pela corte de Ponto, um reino realmente lindo, fiquei imaginando como seria estar no reino de Poseidon o Deus dos mares.

Neste reino haviam todos os tipos de criatura que se possa imaginar. Sereias, Tritões, Ciclopes, e outras criaturas que eu não faço ideia do que sejam.

Eu estava preparada, para a batalha caso fosse necessário, mas segundo Barbatan, eu estaria segura até que Ponto determinasse outra coisa.

— Esperem aqui. – disse Barbatan.

Esperar foi tranquilo. Mas haviam coisas que me perguntava constantemente enquanto estava de baixo d’água.

1º como eu podia ouvir a voz de Barbatan na minha mente?

2º como eu podia estar suportando toda aquela pressão do fundo do mar?

O Senhor Ponto ira receber vocês. – disse Barbatan.

— Obrigada. – digo.

Entramos e eu perdi o fôlego.

— Senhora Castell, é um grande prazer lhe conhecer, sua família tem histórico comigo. – disse O Deus Ponto. – E você, Patrick não é?

— Sim senhor. – respondeu ele fazendo uma reverencia.

— Me lembro de você de alguns anos atrás. Você veio aqui a pedido de minha benção igual a esta garota? – perguntou Ponto a Patrick.

— Exato. O senhor me fez lutar contra um ciclope. – disse Patrick refrescando a memória de Ponto.

— Sim, sim, uma luta realmente excitante se bem me lembro. Vejo que recuperou os três dedos que lhe foram tomados. – disse Ponto.

— Uma magia bastante simples na verdade. – diz Patrick. Os dois riem, mas eu não, isso é horrível lutar contra um ciclope, perder os dedos. Isso não é nada engraçado.

— Vejamos criança, você quer minha benção não é? – pergunta Ponto.

— Sim, mas não vou lutar contra nenhum ciclope! – digo olhando seriamente para ele.

— Como queira, a um inimigo se erguendo das profundezas do mar, quero que o mate. – diz o Deus.

— Se você é um Deus por que não o mata? – pergunto.

— Você quer a minha benção ou não? – pergunta o Deus.

— Quem é esse inimigo? – pergunto.

— Ele é filho de Tritão, neto de Poseidon. Haverá outros atrás deles, homens de Poseidon, era para eu estar atrás dele também, mas eu tenho coisas a fazer. E você me serve muito bem. Mate-o e te abençoarei com o poder do oceano, o poder do atlântico. – disse Ponto.

Eu apertei o punho da adaga os nós dos meus dedos embranqueceram.

— Onde eu o encontro? – pergunto confiante.

— Ele deve estar marchando para meu palácio, com seu exercito. – disse Ponto.

— E Eu vou sozinha contra um exercito? – pergunto.

— Não, claro que não. Você poderá levar três dos meus homens. – diz ele.

— Quanta generosidade. Quero os três tubarões que estão ali fora de guardas. – digo.

— Vamos Stela temos muito que fazer. – disse Patrick.

— Lamento bruxo, mas você não ira com ela. – disse Ponto.

— É como ele disse só três de SEUS homens. – digo a ele. – Você não é um homem dele.

Eu me virei e sai da sala do trono.

Ele quer que eu lute uma batalha por ele com três tubarões ok eu vou lutar.

Andar de baixo d’água é diferente de andar na superfície. Mas ainda assim, eu me movia com muita facilidade e a rapidez que eu quisesse.

— Vocês três estão comigo, vamos encontrar um Tritão feioso. – digo aos três tubarões.

Ponto conseguiu um cavalo marinho para mim, ele devia ter uns 3 metros de altura, e nadava muito mais rápido do que poderia imaginar.

Avistei um exercito pequeno comparado ao do palácio de Ponto. Só podiam ser eles. Olhando para trás eu não via mais o palácio de ponto. O que era algo bom.

Nós podemos dar conta Senhora. – disse Barbatan.

Senhora? – pergunto.

— Sim, a senhora comanda a gente no momento. – diz Smas.

— Ótimo, eu tenho um plano, eu não sinto nenhuma armadilha na água. Então podemos percorrer todo o caminho tranquilamente. – digo. Eu abri a mão e a água se moveu em um pequeno furacão de baixo d’água – Eu vou distraí-los com alguns furacões de água, quando eles se dispersarem vocês atacam eu vou pegando todos no caminho até o Tritão, enquanto isso vocês eliminem os outros vou ajudar sempre que possível. – digo.

A senhora é corajosa. – disse Rorida

— Eu não tenho opção, meu mundo ao que parece depende de mim. – digo. – quando eu contar três. 1, 2, 3!

Movi as mãos e três furacões d’água seguiram indo em direção ao exercito de Tritão.

Os tubarões tomaram a dianteira e nadaram em direção aos que saíram de perto do acampamento de Tritão, abocanharam e destruíram todos os que entravam em seu caminho.

Isso é uma batalha, uma guerra pequena, mas com mortes e sangue.

Não esperei mais, ataquei.

Com a adaga brandida e meu estilo leve de luta, massacrei algumas criaturas que pareciam leões marinhos, três tubarões que eu rezava para não serem meus aliados. E por fim minha adaga chocou-se contra outra lamina, na verdade contra três laminas.

Tritão, um ser metade homem e metade peixe, com um tridente vermelho nas mãos.

— A bruxinha que eu ouvi que estava no mar. – disse ele. Sua voz era dura e grossa. – Veio a pedido de Ponto. Aquele peixe velho não tem coragem de lutar contra mim.

— Na verdade ele achou que uma bruxinha como você mesmo disse seria o suficiente para te derrotar. – digo. Dou uma estrelinha para o lado ou o mais parecido que se possa faze no fundo do mar. E ataco pela lateral.

Ele desviou com o tronco do tridente e contra atacou.

Dei uma cambalhota para trás, moldei a água em uma barreira, quando ele atacou. A barreira o impediu de encostar o tridente em mim.

Brandi a adaga, e ataquei, uma sequência de golpes que eu havia aprendido com Sam, rolei para o lado indo para perto dele e desferi um golpe direto na costela dele. Ele urrou de dor e me atacou enterrando o tridente no local onde segundos antes eu estava. Rolei para trás atirando duas adagas nele com a outra mão que acertaram a mão dele corri e apoiei o pé na base do tridente subi em um salto e lhe cortei a cabeça.

Eu não me sentia vitoriosa, nunca havia matado um homem na minha vida. Feito isso senti como se parte de mim estivesse se libertando, mas também que estava fazendo o oposto do que nasci para fazer.

Não pude me permiti pensar muito a respeito.

Olhei ao redor, Barbatan, Rorida e Smas estavam se saindo bem, mas não durariam para sempre. Corri para ajuda-los. Desferia golpes a torto e a direito, uma criatura estranha desferiu um golpe que me atingiu no ombro oposto a espada. Um talho fundo surgiu no meu ombro, eu arranquei seus braços e enfiei a adaga em seu peito.

Na água eu me sentia outra, totalmente poderosa, invencível. Eu não era lenta como achava que era a água me dava força para agir mais e mais rápido.

Terminei com todos os monstros, junto com Barbatan, Rorida e Smas em no máximo 1 hora.

Coloquei a cabeça de Tritão em uma sacola de algas e montei de volta em meu cavalo marinho que por sinal também ajudará na luta.

Voltando ao palácio Patrick me esperava no portão.

— O que é isso em seu ombro? – perguntou ele assustado.

— Um talho, alguma criatura estranha o fez em mim, eu estou bem, o mar parece estar me curando. – digo a ele em resposta.

— Ótimo, vamos pegar logo essa benção idiota e dar o fora daqui. – disse Patrick.

Entramos na sala do trono, eu arremessei a cabeça de Tritão no colo do Deus.

— Ai esta, a cabeça do seu inimigo! – digo a ele. – agora quero minha benção.

— Eu Ponto, abençoo essa jovem bruxa com o poder do oceano atlântico. – diz Ponto. Eu não senti nada, mas vi uma pequena bolinha de ar entrando em meu peito.

Quando sai do castelo e voltei para o navio.

— Vejo que você matou minha jovem, agora chame por seu soberano. – disse uma voz que eu reconheci como a do meu sonho.

— Hécate. – digo.

— Sim minha jovem. – disse ela aparecendo diante de mim.

— O que você quer? – pergunto não havia nem prestado atenção no que ela dissera no começo.

— Que você prove para si mesma que é capaz de invocar o soberano. – disse a Deusa.

— Espere um pouco, eu matei o Tritão e isso despertou o soberano, ele não era um homem, era um Tritão, um peixe. – digo pasma.

O mar se agitou em baixo de nós.

— Para o meu mundo ele ainda continua sendo um homem. E para a sua magia também. – disse Hécate.

— Soberano! – grito.

Uma imensa forma feminina apareceu ao meu redor, vestindo uma armadura feita de espumas do mar, seu corpo era liquido como água, mas imaginei que poderia causar grande impacto.

Sentir toda aquela energia em volta de mim me fazia sentir como se eu fosse muito mais poderosa, e de fato eu era, de fato com o soberano eu acho que poderia enfrentar qualquer bruxo, monstro ou o que fosse.


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