In My Darkest Hour escrita por loveinice


Capítulo 1
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Notas iniciais do capítulo

Bem, minha primeira fic *-*
Ou sei lá o que isso vai virar :D



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Este espaço vazio não pode ser preenchido 

 Suas amáveis palavras sangram direito através de mim 

A E eu poderia chorar, mas eu só iria perder minhas lágrimas

 

 

Já não sinto mais minhas pernas. Meu único desejo agora é livrar de mim mesmo. As lagrimas incessantes que brotam em meus olhos já me atrapalham demasiado, deixando-os mais vermelhos,  ardendo mais a cada lágrima. Porém essa ardência fica pior quando lembro o que vi. Coisas que nunca imaginei que iriam acontecer. Pelo menos não por causa de um pequeno deslize.

A cada beco de rua vejo corpos. Se maltratando a cada dose de álcool ingerido, a cada agulha fincada sem dó, apenas procurando o prazer, afogando-se em plena fantasia.

"Essa sensação é como um sonho flutuante”.* É o que dizem, mas não acho que isso irá resolver meus problemas. Pelo menos não dos envolvidos.

Com uma garoa fina, ventos gelados e constantes, meu coração e meu corpo pedem por aconchego, mas aonde?  Os únicos que me amavam foram mortos. MORTOS. Para pagar..uma divida?

A não ser que... Ele me perdoe.

Flashback on

 

- Tora-san? Disse timidamente

- Sim? – Olhei-o fixamente.

Naquele rosto, onde sempre havia um sorriso para meu consolo, só via um rosto sem vida.

- Sabe... Tora-san - dizia enquanto brincava com a grama – dizem que a amizade é como uma flor: ela permanece se cuidarmos dela, alimentando-a e dando a devida atenção, pois um dia, depois de tanto cuidado e carinho, ela se tornará uma bela  flor, exalando seu cheiro e ,futuramente, trará novos brotos, com novas cores e cheiro mais embriagantes – olhou-me com um leve sorriso delineado em seus lábios – sinto que... A tal flor está mais madura – suas maçãs do rosto coraram levemente ao terminar a frase.

- O que... Levou a esse pensamento tão profundo? – soltei uma leve risada – E qual seria a moral da história? – afaguei seus louros cabelos bagunçando-os levemente e depositando um beijo em sua testa.

- Talvez esta amizade seja apenas o nascimento do nosso futuro - desviou seu olhar para a pequena joaninha que traçava seu caminho.

Não acredito no que tinha ouvido. Não podia acreditar, não queria... Será que... Acontece o mesmo comigo?

-... V-Você... ? – As informações vieram a tona, se ligando em um pensamento continuo de modo lento.

Suas bochechas ficaram mais avermelhadas, assim como seus olhos.

- O amo – lágrimas escorriam em seu rosto, seguindo sua forma delicada do rosto – Espero que entenda – Antes de colocar os pensamentos no lugar e conseguir dizer algo, o vi correndo para dentro da escola

Os alunos que ali rodeavam conversavam entre si, com sorrisos de deboche estampados nitidamente em seus rostos acompanhado com risadas cada vez mais altas.

Como o ser humano é desprezível!

 

Flashback off

Finalmente cheguei. Tentei regularizar minha respiração enquanto caminhava em direção à porta. Hesitei por um instante.

Se ele me julgar? E se... Recusar-me? Eram inúmeras perguntas que passavam em minha mente, mas se até agora meus atos foram por impulso, que se dane as consequências!

Apertei a campainha. Estremeci ao vê- lo apenas com um short, deixando todo o resto do corpo a mostra, deixando meus pensamentos cada vez mais bagunçados. Sentia meu coração desregulado e meu rosto quente.

- O-O que está fazendo aqui? – disse extremamente preocupado, me senti mais aliviado – O que aconteceu com você?

- D-Desculpe –meu medo e cansaço se misturavam, meus ofegos denunciavam – posso entrar... por favor?

- Hm – apenas acenou a cabeça positivamente e saiu do caminho, dando espaço para entrar – Vamos ao meu quarto.

O caminho ao quarto ocorreu em silêncio. Ouvia-se apenas a respiração de ambos como uma sinfonia. O que duraram segundos, para mim foi a eternidade. Um labirinto sem fim, onde as paredes se esticavam a cada passo dado, as imagens distorcidas e escuras.

- Chegamos – disse quebrando o silêncio  – Agora, que diabos aconteceu?

- Saga, Eu... – meu corpo caiu na cama, já não via nada mais nítido, apenas um vulto vindo em minha direção. Sua voz estava cada vez mais longe, meus sentidos evanesceram.

                                                          ------ º- º ------

 Saga POV

Seu rosto, suas carícias, suas piadas, cada minuto que passei ao lado dele passa em minha mente como um filme, onde posso assistir várias vezes, voltar a uma cena engraçada, paralisar a imagem, e conseguir ver seu sorriso. As melhores imagens são capturadas por nossos olhos, e guardadas em nossas mentes, para a eternidade.

Câmeras convencionais também fazem isso, mas qual a graça? Tudo o que é materializado foi criado na mente do homem, mas as experiências são as que valem, não?

A insônia é minha companhia em muitas noites. Essa não era diferente.

Meus pensamentos foram cortados com um barulho de campainha. Olhei para o relógio da cabeceira e vi que não se passaram muito tempo desde a última vez que olhei. Apenas vesti um short e desci a escada sem pressa.

Abri a porta. Senti meu coração parar ao ver Tora parado na frente da minha porta, com sua respiração quase regulada, suas roupas abarrotadas e manchada de sangue, sua expressão fria e molhada, devido as lágrimas que caiam.

Minha vontade era de abraçá-lo e protegê-lo, mas não podia. Limitei-me, a saber, o motivo antes de agir com impulso.


 - O-O que está fazendo aqui? – forçava para não demonstrar tanta surpresa - O que aconteceu com você?

- D-Desculpe – dizia entre ofegos – posso entrar... Por favor?

Como negar?

- Hm – Acenei positivamente com a cabeça e dei espaço para passar – Vamos ao meu quarto.

Após passar pelo percurso, chegamos ao meu quarto.

- Chegamos – disse aquele silencio me agoniava – Agora, que diabos aconteceu?

- Saga, eu... – Antes que conseguisse me dizer o que me afligia, o vi cair. Corri em sua direção, mas tarde demais. Estava inconsciente.

A única coisa que conseguia fazer é chorar, e já fazia sem mesmo ter notado. Senti meu coração dolorido, esvaziado brutalmente. Arrumei seu corpo na cama e tirei alguns acessórios que provavelmente eram um incômodo.

Deitei ao seu lado, sentindo seu cheiro natural misturado ao seu suor e suas lágrimas salgadas. Tentava cessar minhas lágrimas em vão, meus pensamentos se embaralhavam com várias perguntas e cenas que apareciam sem eu desejar. Sentia meus olhos pesados, tanto do choro como de cansaço, meu corpo também. Adormeci.

                                          ------º ----- º-----

Sentia uma claridade muito forte entrando no quarto, isso me atrapalhava um pouco. Havia esquecido a janela aberta. Merda. Só faltava alguém ter me assaltado enquanto dormia. Se aconteceu, já não sei.

Dei uma olhada em volta do quarto. Tudo em ordem. Okay.

Olhei ao lado e via ele dormindo tranquilamente. Aninhava seu rosto com delicadeza, com medo de acordá-lo. Registrava essa cena, assim como cada pedaço dele. Seus cabelos lisos e embaraçados, com mechas loiras aleatórias. Seu piercing, no canto de sua boca, dando um toque mais tentador. Em seu pescoço estava uma coisa que me surpreendera. Um colar delicado, discreto com um anel. O anel que dara como nosso símbolo.

Fiquei aliviado por não ver nenhum machucado grave, apenas seus pés um pouco inchados e arranhões leves em seus braços e em suas panturrilhas.

Aos poucos acordava, e murmurava algo indecifrável enquanto coçava seus olhos. Não pude deixar de rir dessa situação. Virou bruscamente para mim com uma expressão de duvida.

- Tora-san! Ainda bem! Você está bem?

- O que aconteceu? – sua voz saia rouca devido ao sono. Se levantou rapidamente, voltando na posição que estava.

- Não se levante e não faça movimentos bruscos. Essa noite foi cansativa  para você. Vou chamar um méd...

- Não! Não! Por favor, estou bem. Apenas um pouco cansado, mas o que aconteceu não foi nada de mais!

-Não é o que aparenta. Hum, mas se você diz... ah! Está com fome?

- Sim... – disse quase inaldivel.

- Hah! Não faça cerimônia!  Vou preparar algo, e me conte o que aconteceu ontem.

Enquanto acabava a frase, ele me fitava com um olhar de medo e agonia.  Como se fosse impossível contar.

 

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! :D
A musica do começo é Empty (poema) - Emilie Autumn
* Crucify Sorrow - The Gazette
Mereço uma review? *_*



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