Falling Skies - Ben Mason, When Oddities Match escrita por Many Things at Once


Capítulo 11
My Fault, All My Fault...


Notas iniciais do capítulo

Demorei, eu sei, me desculpem...
Estive adiantando uns capitulos para essa fanfic por causa da confusão do revesamento entre as partes do Gabe e as da Maya, então eu tenho meios e meios nos meus arquivos e ainda estava tentando decidir qual eu ia postar primeiro o do Gabe ou o da Maya e então eu decidi que iria ser um do Gabe e depois um da Maya...
Anyway, vou parar de enrolar vcs
Espero de verdade que gostem



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Don't You Worry, Don't You Worry Child (Swedish House Mafia)
"There was a time
I met a girl of a different kind
We ruled the world
I thought I'd never lose her out of sight
We were so young
I think of her now and then
Still hear the song
Reminding me of a friend
Up on a hill across the blue lake
Thats where I had my first heart break
I still remember how it all changed
My father said:
'Don't You Worry, Don't You Worry, Child
See heaven's got a plan for you'"

"Houve um tempo
Em que eu conheci uma garota diferente
Nós dominávamos o mundo
Eu achei que nunca fosse perdê-la de vista
Nós éramos tão jovens
Eu penso nela de vez em quando
Ainda ouço a canção
Me lembrando de uma amiga
Lá na colina, do outro lado do lago azul
Foi lá que o meu coração se partiu pela primeira vez
Eu ainda me lembro de como tudo mudou
Meu pai me disse:
'Não se preocupe, não se preocupe, criança
Veja, o céu tem um plano para você'"

Flashback On

"Coloquei Hannah encima de Avelã e montei na égua em seguida segurando a garota contra mim e batendo o pé na barriga do cavalo castanho para que ela acelerasse. Hannah não podia morrer. Naquele momento eu não me preocupava mais com os aliens, nem com a velocidade, nem com nada. Eu só queria que ela sobrevivesse e que ela ficasse bem.

Aquele caminho que levava 10 minutos parecia levar horas. Eu só queria ver a casa da fazenda no horizonte e avisá-los sobre os aliens, queria contar que eles estavam perto e queria mais que tudo que Isaac me dissesse que estava tudo bem com Hannah. Porém, assim que vi a casa no horizonte desejei dar meia volta para um tempo bem distante daquele. Estava tudo pegando fogo. O lugar que tinha sido meu lar por 8 meses agora esta em chamas.

Puxei as rédeas do cavalo forçando a égua a parar. Hannah tirou o rosto do meu peito para olhar mas eu impedi que ela olhasse. Não podia levá-la para lá. Não podia.

–Gabe, o que está acontecendo? - ela perguntou

–Está tudo bem - falei assustado - vai ficar tudo bem...

–Eu quero o meu pai, Gabe - ela falou chorando

–Eu vou buscá-lo, mas antes eu preciso que você fique quietinha, ok? - àquele ponto eu já estava desesperado.

Desci da égua, caminhei até uma árvore próxima com Hannah no colo e a coloquei na bifurcação entre dois galhos grossos.

–Fique aqui até alguém vir te buscar ok? - falei com os olhos fechados levemente por causa da chuva

Ela fez um sinal afirmativo com a cabeça.

–Promete que não vai me deixar? - ela perguntou agarrada ao galho

Seu cabelo estava encharcado por água enquanto seu corpo se dobrava em uma posição estranha por causa do que o cavalo tinha feito com suas costas. Aquela garota definitivamente não era a garotinha que eu tinha conhecido a 8 meses. A garotinha inocente que pedia desculpa quando comia um peixe, a garotinha livre com um futuro brilhante tinha ido embora e deixado para trás uma parte dela cujo mundo estava destruindo. Mas eu não iria deixar.

–Prometo! - falei beijando sua testa - eu prometo que eu nunca vou te deixar.

Dito isso eu saí correndo até a égua que permanecia parada comendo capim. A cela estava molhada e aquilo dificultaria a cavalgada, mas eu precisava buscar ajuda para Hannah, então simplesmente montei e galopei sem olhar para trás rezando para que Heather estivesse bem.

Haviam Machs e Aracnos por toda parte. Não haviam muitas armas na comunidade então as pessoas estavam usando espingardas de caça e facões. Isaac usava uma crossbow mas as flechas só penetravam na pele dos aracnos e nem fazia cócegas na dos Machs.

Fiquei distraído calculando as chances de vitória do pequeno grupo enquanto Avelã cavalgava na direção da casa em chamas. Assim só voltei à realidade quando fui jogado contra o chão pela égua que empinou subitamente e correu na direção oposta.

Minha cabeça girava e os sons se misturavam. Corri na direção da barricada mais próxima. Donald Mcguillar me entregou uma arma. Eu não sabia o modelo e nunca tinha segurado uma daquelas antes. Na verdade eu nunca tinha segurado uma arma antes. Só sabia onde era o gatilho por causa de filmes. Mirei em um Mach mas o tiro passou longe, depois em um aracno mas os tiros não passavam nem perto. Estava com medo de acertar alguma pessoa.

–Gabriel! - ouvi Isaac me chamando atrás de uma camionete ao meu lado

–Isaac! - gritei tentando gritar mais alto que os tiros

Ele se abaixou e correu até mim com a crossbow em mãos.

–Onde estão as meninas? - ele perguntou

–O cavalo pisou na Hannah! Ela precisa de um médico! - falei desesperado e sem ar

–Onde ela está? - ele perguntou com o rosto sujo

–Eu a deixei na macieira do pasto de cima! - gritei

–E Heather? - ele perguntou com os olhos levemente fechados - ficou com a Hannah?

Eu balancei a cabeça negativamente. Como explicaria para Isaac que eu não sabia onde a filha dele estava? Ele tinha confiado em mim para cuidar das duas e agora uma delas estava com a coluna quebrada e a outra estava desaparecida.

–Eu... É... Eu não sei - falei olhando para baixo - ela quiz ver os esquilos bebê e não voltou. Eu e Hannah fomos procurá-la mas ela... Ela...

Isaac estava esperando uma resposta, mas eu não conseguia terminar... Era como se tivesse algo em minha garganta que me impedia de contar a Isaac o que tinha acontecido com a filha dele. O nome daquela sensação era culpa. Eu me sentia culpado por ter levado duas garotas lindas e saudáveis para caminhar e ter trazido apenas uma delas, que apesar de ainda linda, estava paraplégica.

–Eu sinto muito... - falei com lágrimas escorrendo contra a minha vontade.

...Dois dias depois...

O rosto de Isaac permanecia o mesmo desde que eu havia lhe dado a notícia. Eu sentia falta dela, mas as vezes eu me perguntava se eu conseguiria olhar em sua face novamente se eu a encontrasse e isso me fazia querer me esconder dela para o resto da vida, porém a vontade de encontrá-la era tão desesperadora que o medo de vê-la jamais superaria o medo de perdê-la...

Hannah estava bem, não mexia as pernas, mas estava viva, e aquilo era mais que suficiente para mim. Doze pessoas haviam sobrevivido ao ataque mas apenas eu estava em boa condição física para levar a loirinha no carrinho de obras. Ela ficava coberta com vários cobertores por que, apesar de fazer vinte e sete graus celsius, Hannah estava com frio, e isso era apavorante para todos ali. Kara, a mãe dela havia morrido durante o incêndio e infelizmente ela era a única médica num raio de 100 km (isso mesmo antes da invasão).

Estávamos indo para o mais próximo possível do Mississipi, que era para onde os aliens levavam todas as crianças que pegavam a nossa esperança era que Heather e os outros dois garotos que foram levados pudessem ser resgatados, mas todos sabiam que seria suicídio. Os números estavam contra nós. Isaac dizia que podíamos encontrar um grupo perto da fronteira, mas ninguém estava muito confiante. Andávamos por que se não andássemos não sairíamos das ruínas da antiga cidade que trazia lembranças a todos.

Já tínhamos andado 22 km e até agora só tínhamos alcançado a cidade, nada mais. O pior era que nesse percurso todo não achamos um carro que funcionasse, e estávamos ficando sem suprimentos, porém aquele era um ponto sem volta.

–Gabe - Hannah chamou fraca

Parei o carrinho e fui rapidamente para a sua frente para atendê-la.

–O que? - perguntei com uma gota de suor escorrendo da minha testa

–Eu estou com fome - ela sussurrou pálida - quanto falta para a próxima parada?

–Não muito - confessei me agachando em sua frente - acho que em meia hora seu pai vai dar a ordem e então eu pego uma lata de feijões para você, pode ser?

Ela balançou a cabeça negativamente

–Não gosto de feijões - ela falou fazendo graça - gosto de lasanha!

Eu ri junto com ela.

–Eu mataria por uma lasanha - falei

–E me daria um pedaço, certo? - ela perguntou com um leve sorriso esboçado no rosto sujo

–Não - brinquei

–Mas Gabe... - ela protestou - só um pedacinho!

–Me desculpe, loira, mas preciso de calorias!

–Eu também preciso! E eu sou menor que você! - ela protestou me dando um leve soco no ombro.

–Tudo bem, então um terço... - falei rindo

–Eu quero metade! - ela negociou como profissional

–Te dou um terço ou nada feito, vai ficar com seus feijões

–Então eu aceito - ela falou - mas antes vai ter que achar um sujeito que tenha lasanha para você poder dividir comigo.

Ela se parecia tanto com a irmã que chegava a doer em mim.

–Por enquanto vamos ficar com os feijões - sussurrei colocando uma mecha solta para trás de sua orelha.

Dei um beijo em sua testa e me levantei percebendo que estávamos bem atrás do grupo. Peguei o carrinho e comecei a empurra-la na direção do nosso grupo que estava quase sumindo de vista. Era surpreendente o fato de Isaac ainda confiar em mim para carregar sua filha, principalmente depois do que eu tinha feito ele passar perdendo Heather daquela maneira.

Corri um pouco para acompanha-los. Hannah achou divertido. Paramos para descansar em uma igreja na periferia de Decaturville. O almoço foi servido, porém uma lata de feijão em conserva não era algo muito apetitoso e nem possuía o valor nutritivo que precisávamos. Fiquei sentado no chão na frente de Hannah falando a primeira lembrança que vinha à cabeça quando ela falava uma palavra.

No momento ela gargalhava sobre algo que eu tinha contado sobre o meu pai. Era bom ver Hannah com aquele sorriso. Ela parecia ser a única que não estava triste por seu estado de saúde, todos a olhavam com pena antes de me dirigir um olhar de julgamento. Eu apenas a observava rindo e aquilo me aliviava, por isso estranhei quando ela subitamente parou de gargalhar.

–O que foi? - perguntei imediatamente enquanto ela fazia uma face preocupada

–Promete que não vai rir? - ela perguntou desconfortável

–Sim - falei me preparando para ajudá-la em qualquer coisa
O sorriso que estava lá há alguns minutos agora fôra substituído por uma face que misturava, susto tristeza e preocupação.

–Eu acho que... - ela fungou engolindo o choro - eu acho que fiz xixi na roupa

Eu não sabia o que dizer. Em parte por saber que era culpa minha de não te-la levado no banheiro antes, por ter lhe dado tanta água, por ter deixado aquele cavalo pisar em suas delicadas costas.

–Eu vou chamar a Mandy - falei com o olhar baixo.

Mandy era a única garota do grupo, e eu esperava que ela soubesse limpar fraldas de garotas de dez anos. Dei-lhe um beijo na testa e fui na direção da ruiva que estava conversando com Isaac no canto da igreja.

–Hannah precisa de você - eu disse tentando não encarar as lágrimas que desciam de sua face - ela precisa trocar a...

–Tudo bem - falou Mandy me interrompendo - eu vou lá...

Me virei para acompanha-la

–Gabe - chamou Isaac fazendo meu coração disparar

–Sim? - falei olhando para baixo

Minha culpa. Minha culpa

–Me acompanhe numa caminhada ao redor da igreja - ele falou calmo

Não falei nada, apenas fui em sua direção aceitando seu convite mesmo sem querer.

Minha culpa. Minha culpa

Ele não estava falando nada. Por que Isaac não falava nada? Se fosse para me acusar que me acusasse logo, não ficasse fazendo aquela tortura psicológica. Será que ele tinha sentido tanto a perda da filha que se transformara num homem cruel? Por que ele não falava?

Fale! Acuse!

–Eu vou embora - soltei quando já estavámos no a alguns metros da igreja - até amanhã estarei bem longe, não precisa se preocupar.

–Do que está falando? - Isaac perguntou confuso

–Eu sei que a culpa é minha de Heather não estar aqui e de Hannah não mexer as pernas. Não vou mais incomodar ou machucar a sua família, Senhor.

Não chore. Não chore!

Fraco!

Então eu fiz a última coisa que meu orgulho permitiria e a primeira que meu coração implorava por. Eu derramei uma lágrima. Não apenas uma. Meus olhos se encheram de água e tentar mantê-los abertos e arregalados era inútil por que já descia uma enxurrada.

Minha culpa. Sempre minha Culpa...

Isaac ficou na minha frente me forçando a olhar em seus olhos

–Olhe para mim, Gabriel - ele falou ríspido

Fraco, idiota, fraco!

–O que aconteceu com Hannah foi uma tragédia terrível e com Heather foi pior ainda, mas nada disso é culpa sua! - o olhar do homem era duro

–Era para eu cuidar delas - solucei

Isaac parecia chocado com o que eu lhe falava. Sua face mudou de um olhar duro e ríspido para um olhar terno e carinhoso. Ele me abraçou do mesmo modo que um pai abraça um filho. Eu retribuí com força. Eu queria meu pai, minha madrasta, meus irmãos, minha família. Queria Heather, Hannah e Kara, minha família!

–Eu sei - ele sussurrou com uma voz de quem parecia chorar - é a saudade, não é? Saudade das vidas que levávamos e daqueles que se foram.

Ele se afastou e me olhou nos olhos

–Mas todo esse sofrimento pelo qual estamos passando vai compensar no final - ele falou convencido - Eu sei o quanto você amava a minha filha e sei o quanto ela te amava, mas você vai conseguir superar. Vai conseguir por Hannah, por que era isso que Heather iria querer!

Seu sorriso voltou a ser brando

–Os caminhos de Deus são misteriosos, Gabriel. Porém, há coisas das quais eu não duvido. Coisas das quais eu tenho certeza. Uma delas é que você está destinado a coisas grandiosas. Carrega o nome de um anjo, o nome de um guerreiro, de um mensageiro enviado por Deus e isso é um sinal de força. A outra coisa da qual eu tenho certeza é a de que minha filha está bem, se não viva então no paraíso ao lado de Deus. Então para que temer por ela? Por que temer quando Deus tem um plano para cada um de nós? Um plano para mim, para Hannah, para você, para Mandy e para todos os outros.

–Eu sinto falta dela - sussurrei soluçando

–Eu sei, filho - Isaac falou me puxando para um abraço - eu sei...

Flashback Off


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Notas finais do capítulo

Eu realmente espero que tenham gostado... Ainda estou decidindo se o próximo vai ser da Maya ou Gabe, digam o que preferem nos comentários....
Me desculpem pela demora
Bjkas Marcela



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