O Mistério de Winter escrita por Marykelly


Capítulo 9
Quando tudo parece estar se resolvendo...


Notas iniciais do capítulo

AEEEOO Apareci!!! Como vocês estão? Morri de saudade de ler e responder os comentários. Saber a opinião de cada um. Já disse que leio todos os comentários várias e várias vezes? Sei lá... Fico feliz lendo. *-*
Enfim... eu sou oficialmente uma caloura agora ¬¬ kkkk
Desculpem pela demora!!! Eu tento sempre fazer cap. grandes para suprir o intervalo entre os capitulos, mas acho que mesmo assim é ruim, né?
Espero que gostem da leitura.



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“Não abandone... seus irmãos.”

Era isso. Isso que sua mãe sussurrou antes de seu coração parar.

Sam suspirou quando sentiu que um peso foi retirado dos seus ombros. Depositou toda sua concentração em descobrir o que ela havia dito. Indo e voltando a fita do momento exato.

Enquanto o sangue causado pela bala escorria pela lateral do seu corpo, sua mãe movimentava os lábios e sussurrava algo inaudível... e então Sam acordava. Com Tate e Corm tentando controla-la quando nem mesmo ela tinha controle de seus movimentos violentos.

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Não tinha uma noção precisa de quanto tempo ficou sentada entre as raízes de uma árvore, mas sabia que tinha sido muito. Pôde ouvir quando as engrenagens do seu cérebro se encaixaram e a cena veio quase em câmera lenta, para que não restasse dúvidas.

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Cuidar dos meus irmãos.

Sim. Não era algo incomum de ouvir de sua mãe. Na verdade, não se lembrava de um único dia em que não tivesse ouvido aquilo. Nos momentos mais corriqueiros do dia.

Só que... A sua mãe nunca se envolveria em nada perigoso. Ela sabia ser durona e sabia lançar um olhar ameaçador como ninguém, mas era só isso. Seus pais eram pessoas corretas de todas as formas. Ela não tinha motivo para sequer cogitar que seus pais estejam passando por algo semelhante ao que viu no sonho. Mas a ideia de seu pai ir contra a algo que ele acredita ser real... Nisso ela creditaria facilmente que estaria acontecendo. Ele sempre apostava tudo no que achava correto. Sem medir consequências.

Cansou de ver Lucas White chegar em casa com um sorriso enorme no rosto, contanto os avanços que conseguiam em realocar as pessoas de volta a sociedade. Isso era a sua vida.

Ele desabaria quando descobrisse o que estavam fazendo lá dentro. Exploraram a carta branca e a imunidade perante a lei que possuíam. Manipular a mente das pessoas desse jeito? Usa-los como se fossem brinquedos que trocavam as peças para ver efeito que surtia. Era repulsivo e a fazia sentir um ódio tremendo. Tinha certeza que seus pais sentiriam a mesma coisa.

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Estava chovendo.

Ela notou quando a chuva ficou mais forte e a despertou de seus pensamentos. Os galhos espessos e a quantidade de folhas não deixavam toda a água vazar, mas ela já estava ensopada. O que significava que já estava chovendo há bastante tempo.

− Você já se sente melhor? − Ela se sobressaltou ao ouvir a voz grave de Tate. Ele tinha se aproximado sem fazer nenhum barulho e se agachara perto dela.

Eles ficaram esperando que ela falasse algo depois que se acalmou, mas ela não conseguia pronunciar nada. Então simplesmente se levantou e andou cambaleante até a árvore e encaixou a cabeça entre os joelhos.

− A minha cabeça ainda dói um pouco. – Respondeu, com a voz rouca e o olhar longe. – Estou meio fora do ar.

− Você vai ficar bem. – Ele disse. Ela sabia exatamente que era isso que ele iria falar. Ele franzia as sobrancelhas, não entendo nada, enquanto ela se diverte com o que ele acabara de dizer.

− Você tem que parar de me dizer isso o tempo todo. É sério, está começando a me deixar nervosa. – Disse, enquanto observava os detalhes de uma folha seca que pegara do chão.

− Hm... Vamos. – Ele a chamou enquanto a puxava pela mão. – Vou tirar você dessa chuva.

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***

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− Essas roupas são de quando meu pai era mais novo. Acho que vão servir. – Ela disse, enquanto descia as escadas, já trocada de roupa, e atirava as peças para os dois. – O banheiro fica...

− Eu sei. – Corm resmungou, seco, a interrompendo.

− Hhm... Ok. – Ela observou enquanto ele subia a escada correndo. – Algum problema? – Ela perguntou para Tate. Ele estava circulando por todo interior da casa. Parando em cada porta-retrato e passando alguns minutos antes de seguir para o próximo. Ele passou mais tempo observando um em especial. O retrato em que estavam apenas seus pais, bem mais novos. Sam ainda era muito pequena quando eles a tiraram, e seus irmãos ainda não tinham nascido. Sua mãe parecia desafiadora na foto, ela tinha o sorriso calculado enquanto os fios dourados do seu cabelo voam, e mantinha os punhos cerrados. Já seu pai parecia distraído em outra coisa. Sam se parecia muito com ele. Os olhos e cabelos negros, a pele levemente mais bronzeada que da sua mãe. Ele a segurava pelos ombros.

Tate balançou a cabeça, negando. Pouco interessado.

Ela marchou para a cozinha.

Conviver com aqueles dois estava se tornando uma tarefa quase impossível. Ficar no meio dos olhares de ódio entre eles, as alfinetas e as farpas que trocavam, as mudanças repentinas de humor... Era tudo estressante demais.

Antes que ela encostasse na bancada enquanto bebia água, sentiu seu coturno esmagar algo com um barulho estridente. Olhou ao redor antes de agachar... não queria mais surpresas desagradáveis.

Um pedaço de vidro estava debaixo dos seus pés. Ele era todo feito de pequenas ondulações. Exatamente iguais os das janelas. Mas, ao contrário do que ela se lembrava, todas as janelas estavam intactas. Sem um arranhão sequer.

Se alguém estava tentando deixa-la louca, estava conseguindo.

Ela encostou a testa no vidro da janela e fechou os olhos. Se soubesse o que iria passar, teria permanecido em casa. Bateria o pé e não sairia do lugar, mesmo que tudo viesse a baixo.

− Aviso logo, se estiver pensando em alguma forma de fugir... é melhor desistir. – Ela se virou e lá estava Tate, com as mãos no bolso e um sorriso querendo escapar. – Eu vou achar você.

Ela não deu atenção e acabou não respondendo, fixando o olhar em um ponto distante, sem demonstrar nenhuma expressão.

− Você está aí? – Ele a chamou.

− Sim. Eu só estava pensando. Não sei por que essas coisas continuam acontecendo... não consigo... entender.

− Você está se matando para pensar em algo que faça sentido. Isso não faz bem a ninguém. – Ele disse, se aproximando. – Você está pensando em tudo ao mesmo tempo e está paralisando no caminho. Precisa parar.

− E o que eu devo fazer? Coisas estranhas estão acontecendo o tempo todo. Ao nosso redor e.... dentro de mim. Eu estou travando duas guerras simultaneamente.

− Se parasse de se esforçar tanto, veria o que está bem na sua frente. Eu posso ajudar. Eu quero ajudar você. Se tivesse me falado, por exemplo, das suas dores na cabeça, eu já poderia ter feito alguma coisa que...

− Não, você não poderia. – Ele rangeu os dentes quando ela disse aquilo, odiava quando era subestimado. Ela revirou os olhos, vendo sua irritação. – Não é uma coisa que dê pra evitar, entende? E além do mais... o que eu senti antes foi leve e bem mais rápido. Não demorou mais que dois segundos. Por isso não dei muita atenção. Mas dessa vez parecia que estavam enfiando agulhas enormes no meu cérebro. – Ela sacudiu a cabeça para espantar a imagem. – E os fragmentos de cenas... esses “sonhos involuntários”? Pareceu mais sério dessa vez. E mais real. Quando eu acordei... Eram tão fortes quanto...

− Quanto lembranças? – Ele sussurrou.

− Se fossem lembranças... sem dúvida seriam as piores que alguém poderia ter. − Ela deu de ombros. − Então, por favor... me diga o que está bem na minha frente, Tate. Porque eu, sinceramente, não estou conseguindo ver. – Ela levantou as mãos e depois as deixou cair de novo. Estava exausta, se sentindo como se um caminhão de carga tivesse passado por cima dela. − Isso está acabando comigo.

− Eu entendo. − Ele começou. − Gostaria que isso acabasse logo, Sam. Queria muito tirar esse peso de você, não sabe o quanto isso me destrói. – Ele Desviou o olhar. – Tudo que posso fazer eu estou fazendo, acredite nisso.

− Ei, pare com isso. – Ela tratou de se lembrar de que sempre que falava seus pensamentos as pessoas ao redor acabavam ficando tristes ou angustiadas. Não deveria se esquecer disso, nunca. – Nós daremos um jeito, você vai ver. Algum dia nossas vidas vão voltar a ser como eram. Nós vamos nos esbarrar por aí e conversar sobre como estão as coisas. Nós três podemos sair juntos. Tenho tantos lugares legais pra leva-los. Vocês vão adorar conhecer a o centro de pesquisas com... – Ela parou de repente, se dando conta do que iria falar.

Ela percebeu que Tate a olhava de uma forma estranha e tratou de mudar logo de assunto, falando a primeira coisa que veio na sua mente.

Tinha que parar de fazer isso.

− Nós vamos superar tudo isso. Quando se der conta vai estar em casa com menos preocupações sobre como salvar sua vida e mais sobre... Reatar o laço de amizade, ou sei lá o que, que você tinha com Corm.

− Como é? – Ele perguntou, sua posição que estava começando a relaxar ficara tensa novamente. Ele nunca ficava descontraído por muito tempo. Ao menor sinal de estranheza ele se fechava em sua máscara.

− Nada. – Ela soltou depressa, mudando o peso do corpo de um pé para o outro. Aquilo era ruim, muito ruim.Ela estava tentando acalmar a situação não piorar as coisas!

− “Reatar o laço de amizade”? – indagou, se aproximando mais.

Droga, droga, droga.

− Eu... eu não... – Ela recuou alguns passos. Se xingou por dentro por deixar sua voz falhar.

− O que ele disse a você? – Rosnou.

− A culpa não foi dele. Eu praticamente o obriguei a falar! Eu não devia ter feito aquilo. Não tinha esse direito, eu sei. Me desculpa, eu não sabia... Sinto muito pelo o que aconteceu com ela, mesmo. – Disse, atropelando as palavras.

− Ela? – Ele inclinou a cabeça de lado, e depois arqueou as sobrancelhas, como se tivesse entendido tudo. – Não. Eu não acredito que...

− Me. Desculpa.

Ela encolheu os ombros, sabia o que vinha a seguir. Não iria deixar que ele brigasse com Corm por sua culpa. Não mesmo.

Quando o olhou de volta, ele não estava atormentado como era de se esperar. Parecia mais que estava se divertindo com tudo aquilo.

− Então era por isso. – Ele balançou a cabeça. Desacreditado. – E eu pensando que... que eu tivesse feito alguma coisa que tivesse machucado você. – Ela foi de paralisada à preocupada em questão de segundos. – Por isso você estava toda nervosa e irritada comigo, o tempo inteiro.

− Ham? – Ele tinha enlouquecido?

− Você... estava com ciúmes. – Ele afirmou, dando de ombros. Ele disse aquilo tranquilamente como se fosse a coisa mais natural do mundo.

− Epa! O que? – Ela arregalou os olhos enquanto ele anuía com a cabeça. − Não. Não. Não.

− Deus. Você deve estar pensando coisas horríveis de mim. – Ele resmungou, andando até a janela. Ele a estava ouvindo?

− Escute, sei que fui meio irritante. Mas... você está entendendo errado. E você agiu muito pior. Devia ter me contado antes. Fiquei perdida...

− Eu sei. Entendo perfeitamente.

−... Mas não estou mais. – Ela continuou. − As coisas vão ser diferentes agora, isso eu posso garantir.

Ela o fuzilou enquanto ele mantinha um sorrisinho besta.

.

***

.

− O que há com ele? – Sam perguntou. Corm estava afastado deles, olhando para baixo, apoiado num poste. A chuva ainda se fazia presente, com o frio terrível que os fez se agasalhar o máximo possível, e o cheiro de chuva que ela inspirava profundamente. Considerou bastante a ideia de Tate de continuarem ali até o sol aparecer. Mas nem ela nem Corm queriam continuar no mesmo lugar. Era engraçado, agora a última coisa que queria era ficar em casa.

− É normal ficar assim depois se mata seus amigos, seus... parentes. – Ele disse, puxando o capuz para esconder o rosto.

− O que quer dizer? − Ela perguntou, receosa com a reposta.

− O rostos das pessoas que tínhamos que matar, eram de pessoas que conhecíamos. Importantes... de certa forma. – No curto tempo em que reparou neles pela janela, ela só viu como lutavam, e não com quem.

“Pessoas que conhecíamos”

“Pessoas que conhecíamos”

“Pessoas que conhecíamos”

Ela repetiu isso para si várias vezes. Se para eles apareceram pessoas que eles conheciam, por que para ela não?

Será que o conhecia?

“− Ora, vejo que seus reflexos ainda são... aceitáveis.” Ele dissera.

“Não era bem isso que eu esperava do nosso melhor trunfo. Você é inútil. Já devíamos tê-la matado há muito tempo.”

Trunfo?

As palavras- chaves eram desconexas, mas tinham de se encaixar de alguma maneira.

Eu era inútil, mas inútil para que? Para derrota-lo?

Já deviam ter me matado, mas eles... quem? E tinham esse poder?

Têm esse poder?

Ele agia como se a conhecesse, ele sabia de algo que ela não fazia a mínima ideia.

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Ela pensou no que já passara. O monstro de quatro patas, que a fez correr de um lado para o outro e depois a mordeu e a arrastou. Poderia facilmente ter arrancado todos os membros dela, e a dilacerado. Ou a grande quantidade de insetos gigantescos, que poderiam rapidamente tê-la ferroado até que morresse. E, mais recente, o homem que a jogou contra todos as paredes do quarto, que fez várias tentativas de esgana-la e de imobiliza-la, mas nunca a machucava para valer... se quisesse realmente matá-la. Ele esteve com um bastão em posse. Poderia te-la matado sem esforço. Todos poderiam. Mas não o fizeram.

Pareciam mais tentativas de aterroriza-los do que qualquer outra coisa.

.

***

.

− Você o conhecia. Clonnely, certo? – A temperatura caiu drasticamente quando ainda estavam na calçada, os deixando sem outra alternativa a não ser entrar novamente e acender a lareira. Já estava escuro pelo tempo fechado. Eles estavam sentados no chão, sem conversarem. Ela estava encostada na parede, de frente para Tate, na parede oposta. E Corm estava no meio, recostado no acolchoado do sofá, encarando a lareira. – Agradeceria se não fingisse que não me ouviu.

A luz não era tão forte e não o atingia bem onde ele estava. Seu rosto, mal iluminado, parecia estar se contorcendo em uma careta.

− Sim. − Disse, sua voz saindo forçada.

− E você? – Ela perguntou para Corm. Ele era o único que não estava envolto pelas sombras.

− Se estiver falando de quem eu estou pensando... Sim. Eu o conheço. – Disse enquanto se entretinha com um a costura da sua jaqueta.

Ela assentiu. Já desconfiava disso, mas precisava ouvir deles.

O silencio era esmagador, além das respirações só se ouvia o crepitar constante.

− Ele... ele fazia parte da equipe? Quero dizer... da mesma forma que vocês. – Ela perguntou.

− Não. Ele é chefe de segurança. É um profissional de campo, responsável por lidar com...

− Traidores. – Ela completou Era exatamente assim que eram chamados qualquer um que desse as costas para o Estado e contestasse o que eles faziam. Que se rebelassem. Isso iria das coisas mais simples, como se recusar a pagar os impostos. As mais pesadas, como planejar mortes e golpes. Eles eram caçados e aprisionados. Um por um. O estado se promovia, dizendo que uma segunda chance era concedida até mesmo para aqueles que eram traidores. Os que aceitavam... recebiam tratamento específico. Como Corm e Tate. E eram marcados para que todos soubessem quem eram.

Será que seu pai seria taxado de Traidor quando dissesse que era contra o que estavam fazendo com a mente das pessoas?

− Exatamente. – Tate estava claramente surpreso. – Como sabe?

− Eu... Andei pensando. Algumas coisas que vi no sonho e que só descobri o significado depois. O meu pai... ele seria terminantemente contra o que você disse que estão fazendo, Corm. E tenho medo do que fariam para silenciar ele.

− O que isso tem a ver? – Corm tinha se aproximado mais, eles pareciam ansiosos em ouvi-la.

− Eu sei por que esse Connelly disse que eu queria mata-lo, que o que eu queria a minha vida toda era uma vingança. No sonho... Era ele quem atirava e matava a minha mãe. Ele chamou meu pai de Traidor. – A lembrança dele era apenas um borrão, mas depois foi ganhando forma. Ele era corpulento e alto, e tinha o corte de cabelo de estilo militar. Era alguém treinado para meter medo só de olhar. − Fico pensando até que ponto isso é real.

− Achei que tivesse dito que não se lembrava direito. – Corm questionou.

− Antes, não. Mas agora eu posso ver as coisas de outra forma. E juntando tudo isso eu fiz algumas conclusões. Algumas bem difíceis de acreditar, mas garanto que tenho motivos. − Ela inspirou profundamente. − Bem, pensei... E se... se fomos deixados para trás de propósito? Vocês agiram contra, meu pai seria contra o Estado. Está muito claro pra mim o que temos em comum.

Eles ficaram um silencio por algum tempo, mas depois Sam contou tudo que havia pensado até agora. Eles apenas ficavam ouvindo, apenas questionando alguns pontos.

− Eu preciso dar um jeito de encontra-los, o quanto antes. Não sei o que eles podem estar passando. O que podem fazer com o meu pai... – Ela lutou para conter o nervosismo. Tate saiu do seu lugar e foi se sentar ao lado dela. Ela virou a cara. Não queria que ele sentisse pena dela. Ele apertou sua mão com força.

− Eu cometi vários erros, Sam. Espero que um dia me perdoe por isso. O meu erro número um foi achar que te proteger de tudo te faria sofrer menos. – Ela olhava para ele com cautela, sem fazer ideia do que ele falava. – Ignorei que, para você, não saber nada era uma forma de tortura. Mas não se preocupe com Lucas, ele está bem.

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O peso das suas palavras a pegaram desprevenida, a atingindo como um soco.

− “Com Lucas” – Ela repetiu, engolindo em seco. Sentiu calafrio repentino por todo o corpo. Ela pensou e repensou em muitas coisas. E acabou deixando de lado a mais óbvia. – Você o conhece, não é? Sabia que ele era meu pai.

Ele a encarou por alguns segundos. Lá no fundo ela ainda desejou que ele negasse e que conseguisse explicar tudo. Qualquer coisa que não a fizesse se sentir tão mal quanto estava agora.

− Sim. – Ele respondeu. Sentiu um peso enorme cair sobre ela. Se esforçou para não tremer, não iria fraquejar agora.

− É claro. –Sua voz saiu embargada e forçada. − Você sabia. Sempre soube de tudo que eu passei dias para descobrir.

Ele não conseguiu sustentar o olhar dela e desviou.

− Espero que tenha se divertido bastante me fazendo de idiota. – Ela se levantou.

– Não. M-me deixa explicar. – Ele tinha uma expressão de dor e desespero estampado no rosto.Se levantando rapidamente, junto com ela.

Ela estava agindo por autopreservação.Tinha que sair dali, sair de perto dele.

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− Por favor, não me diga que você também. – Ela fungou, perguntando para Corm. Ele não negou, apenas abaixou a cabeça e encarou o chão. Estava admitindo a culpa. Ela pressionou os olhos com força.

– Estão me engando desde o primeiro segundo. – Ela recuou, cambaleando alguns passos para a porta.

Qual era a satisfação em fazer isso? Só pelo simples prazer de vê-la sofrer? Ou preferiram deixa-la perdida, porque não queriam lidar com ela.

As duas opções pareciam terríveis.

– Me larga! Não encosta em mim! – Ela sentiu o olhar magoado que Tate lhe lançou quando ela o empurrou para longe. Sentiu a mão gelada dele tentando segura-la e se afastou como se seu toque queimasse.

Ela saiu pela porta, para uma noite fria e com ventos fortes, antes mesmo dele conseguir dizer alguma coisa.

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Notas finais do capítulo

Iai? Gostaram de estar na mente de Sam e ver um pouco do raciocínio dela?
Eu estou tentando melhorar essa coisa de descrever personagens e locais. Não sou boa nisso.
E também a parte das explicações...
É de fácil entendimento tudo que os personagens explicam e solucionam? Por favor.. opinem! :D Quero melhorar cada vez mais a minha escrita.

O que acham que vai acontecer no próximo cap? *-*

Estou morrendo de sono! Terminei de escrever agora mesmo, pensei em deixar só para postar depois para que eu revisasse. Mas decidi postar logo senão eu só iria postar depois de amanha!
De noite eu revisarei e colocarei um "**revisado**" aqui no final.

Bjs!!! Até o próximo.

—______________________________

**Revisado**



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