Capitulo 12-Eternal Flame

O lugar estava lotado. Entretanto, era inevitável o fato de eu e Bruce trocarmos olhares o tempo todo, estávamos continuamente no campo de visão um do outro. Chegava a ser engraçado, quando o pegava dando leves sorrisos e pequenas gargalhadas, percebia que ambos estávamos achando graça e isso era encantador. Todavia, não nos falamos desde uma hora atrás.

Para a minha felicidade, juntamente com a de Charlotte e Peter, havia começado uma sessão de musicas antigas, foi inevitável que começássemos a dançar. Assim os três dançavam sem parar. Nossa animação era tanta, que acabamos contagiando as pessoas em nossa volta, logo todos tambem dançavam. Bom, na verdade quase todos.

Bruce apenas ficava num canto conversando com seus amigos, e me olhando com um delicioso sorriso bobo no canto dos lábios, o que me fazia olhá-lo e sorrir –idiotamente devo acrescentar- de volta. Estávamos como dois adolescentes apaixonados.

-Vai lá, chama a garota para dançar grandão... -riu Stark, ao lado dele. Bruce abaixou o olhar pensativo, ate finalmente vir ate mim.

- Oi... -sorriu sem jeito.

- Oi...

- Quer... Dançar?- acenei em concordância e no mesmo momento começou uma musica mais lenta, Eternal Flame do Bangles. Olhamos para a cabine do DJ, Stark sorriu dando uma piscadela para Bruce.

Ele pareceu tremulo ao colocar sua mão em minha cintura. Nossos corpos seguiram a batida suave da musica, enquanto nossas mãos se fechavam uma contra a outra causando um leve arrepio em nos dois.

-Já dancei tanto essa musica nos pubs...-sorri.

-Até hoje eles ainda tocam?-murmurou confuso.

-Não, quando lançou...

-Quando lançaram essa musica você deveria ser uma criança ainda, Poppy. -seu riso saiu rouco, adorava quando isso acontecia.

-Na verdade... Eu estava tão... Madura quanto agora... -ele ficou em silencio por um tempo -Você tem teorias sobre o que eu possa ser?Não tem?

-Você disse que não é uma mutante... -começou suave. - Talvez você tenha sido mudada geneticamente por algum incidente... Ou... Nasceu assim, como uma real heroína...

-Eu nasci assim... Mas, e se eu... Não for, a heroína, e se eu for... A vilã?-ele deu um pequeno sorriso parando um pouco de dançar e me fitando, mas logo continuou.

-Bom, então somos parecidos, eu também não sou lá... Um.. Herói... -ele engoliu a seco, sabia o quanto o assunto o afetava.

-Mas ainda sim, mesmo que não o considere, não se considere, você é. Você ainda consegue ajudar as pessoas, já eu não...

-Ele mais causa destruição do que salva, Poppy... Já você, pelo o que eu sei você tem uma super força e é rápida.

-Não, Bruce... Eu realmente não... -tentei achar algo que descrevesse que eu não podia simplesmente salvar o que era minha comida. Era realmente cômico e completamente sem sentido, por um completo. - Não posso e... Eu realmente não sou o tipo que salva vidas, Bruce... Eu faço na verdade, exatamente, o oposto... -murmurei mais baixo.

Percebi que ele estava ignorando o que eu dizia, embora me olhasse profundamente, trazendo nossas mãos para mais próximo de nos, colocando a dança mais intima. Mesmo que o assunto em certo ponto merecesse atenção, eu preferi, e sempre preferiria ficar olhando em seus olhos.

-Você esta linda, como sempre... -eu acabei sorrindo.

-Obrigado, você também esta muito bonito. -ele corou brevemente, eu fechei os olhos demoradamente sentindo o aroma do seu sangue, era tão simples ele me enlouquecer. Engoli a seco abrindo os olhos e dando de cara com ele um pouco mais próximo, afastei um pouco e ele negou brevemente desviando o olhar.

Continuamos a dançar, mas agora em silencio apenas ouvindo a musica. Essa por sinal soou perfeita ao nosso romance, o que me fez rir, o deixando confuso. Mas não achei que deveria contar a ele. Com o termino da musica, ele segurou minha mão me olhando demoradamente e por seguinte acenou para que o seguisse ate a varanda.

-Espere... -Murmurei e ele me olhou surpreso.

Fui ate onde havia guardado o casaco, pedi para que pegasse a bolsa, onde estava a negra caixinha de veludo com um delicado, porém elegante laço vermelho. Quando retornei para onde eu havia o deixado, conversava com um homem.

-Poppy..-chamou Bruce, me colocando ao lado dele.- Esse é o Dr. Henry Pym, ele fez doutorado na área bioquímica... Também é um amigo meu e faz parte dos vingadores... Hank, essa e Po... Popires Montegomery, minha... -Bruce me olhou demoradamente e eu desviei o olhar. -amiga...

-Olá, pode me chamar de Poppy, e mais fácil... -sorri estendendo a mão e ele fez o mesmo.

-Hank... Bom,vou atrás da...a aqui esta você...-murmurou já indo se virar quando deu de cara com uma mulher.-Essa é Janet, minha esposa... -apresou-me a mulher de cabelos curtos e escuros que me lembraram de imediato Charlote e Alice.- Janet essa e Poppy - murmurou trocando um olhar significativo com ela.

-Então você e a famosa Poppy...-sorriu ela cúmplice.

-Devo perceber de imediato que minha fama devido a… erro não deve ser muito boa... -sorri trocando um aperto com ela.

-Até agora por sinal eu não sei o que foi aquilo... -retrucou Bruce me fazendo olhá-lo.

-Pelo o que me recordo um relacionamento precisa de confiança...

- Meio difícil ter isso quando eu vi o que vi...

- Eu também, já que quando cheguei aqui você estava querendo se fundir a uma ruiva, que se não me engano, também mora aqui com você... -murmurei o olhando com um sorriso falso. Ele me olhou com um sorriso desafiador.

- Gostei de você!- riu-se Janet, me fazendo desviar o olhar e rir sem graça.- Bom, já estávamos indo...

-Para outro... Lugar... -completou Hank e ela saindo de fininho.

-Hum, a ruiva , tem nome, Natasha Romanoff... Ela é uma amiga, assim como todos os outros que moram aqui. E nos não estávamos nos... Fundindo, estávamos apenas dançando como todos os outros. Ela estava só um pouco alterada, mas já tem gente cuidando dela...-murmurou se explicando com um pequeno sorriso, se divertindo com minha irritação.

- Bem que você queria estar cuidando dela, não?-provoquei.

- Não, não é ela quem eu quero... -murmurou serio.

Meio que inconsciente com suas palavras meu queixo caiu. Quanto ele havia bebido?! Embora seu olhar fosse forte, carinhoso e decidido, o sangue acumulado em seu rosto mostrava o quanto aquelas palavras foram pesadas ate mesmo para ele.

-UHU!!!-gritou Charlote não muito longe de nos dançando, enquanto ria. Obvio que eles haviam ouvido. Mordi o lábio os olhando feio. Voltei o olhar para Bruce que agora tinha um sorriso suave me olhando demoradamente.

-Quanto você já bebeu?-murmurei sem jeito.

-Não muito...-riu sem jeito com as mãos no bolso.

-Tony Stark, gênio, bilionário, playboy, filantropo, e melhor amigo do verdão aqui! Se você machucar ele de novo eu te caço ate o fim do mundo e te jogo do penhasco sua bitch...-Murmurou ele surgindo ao lado de Bruce e colocando o braço ao redor dele.

-Tony... -resmungou Bruce ficando sem jeito pela “agressividade” do amigo.

-Você pode tentar... -devolvi com um sorriso cúmplice a Bruce.

-então você vai machucar ele de novo?!-resmungou, ele estava claramente bêbado.

-Prefiro morrer a machucar ele... -murmurei olhando seria de Tony a Bruce que me olhava profundamente.

-Sentimentalismo demais... To fora cara... E contigo agora... -resmungou saindo para um canto.

-Tony!- resmungou uma mulher ruiva, mas não era a tal Natasha, a vadia. -O-oi..-murmurou ela parando brevemente.- Desculpa pelo Tony caso ele tenha dito alguma coisa ruim,ah... Pepper. -se apresentou quase atropelando as palavras.

-Poppy...-sorri ambas paramos e olhamos desconfiadas,Peper Poppy ... acabamos rindo de como nossos nomes soava juntos.

-Com licença... -murmurou indo atrás de Tony que aprontava com alguém.

-E esses são alguns dos meus amigos... -murmurou com um sorriso envergonhado. Ele acenou para que fossemos finalmente para a varanda que estava quase, para não falar totalmente vazia devido ao frio.

Ficamos em silencio por um tempo observando a vista.

-eu me sinto completamente dividido entre... Esquecer o que eu vi no restaurante e simplesmente continuarmos juntos, ou continuar em busca de resposta e descobrir o que e que você estava fazendo com aquele garçom, já que você diz que não estava beijando ele... -admitiu.

-Acredite, você não e o único que ficou dividido e ainda esta... -ele se voltou a mim, curioso. - Não sei se eu simplesmente vou embora, e fico para sempre vagando por ai sentindo-me sangrar internamente, por não estas contigo, ou simplesmente me torne um desvairada e coloco você em um perigo maior que eu mesma, sendo egoísta e masoquista estando ao teu lado...

- Você deve ler muitos poemas antigos... Fala sempre como eles...

- Sem duvidas eu leio muito, mas minha forma de falar, às vezes, embora eu sempre tente... Falar de forma... Atual, não e devido à leitura... -ele deu um pequeno sorriso se virando para mim. E olhando a caixinha em minha mão.

-Não precisava comprar nada para mim... -murmurou. -sou apenas um velho fazendo 44 anos... -murmurou rindo sem graça.- O que lembra o quanto mais nova você é...-ele desviou o olhar para o chão.-me sinto um pervertido...

-Não deveria... Bruce, eu sou bem mais velha que você... - ele levantou o olhar.

-Não tem como acreditar em você, mesmo que eu leve em conta que você pode ter ou ser como o Logan ou Steve...

-Pense que eu fui conservada... Muito bem conservada... e eu sempre vou ser assim... Conservada... Mas... Acho que o meu presente é meio...hum, estúpido? Provavelmente, você achará completamente sem sentido. E bom, ele foi comprado a um longo tempo atrás. Assumo, tem um grande valor sentimental para mim... -sorri entregando insegura.

Ele riu sem jeito pegando a caixinha e abrindo-a.

-Esse foi o primeiro relógio de bolso feito por Peter Henlein, por volta de 1504... Ele ainda funciona perfeitamente, mas deve dar corda nele... Sei o quanto parece estúpido ou bobo, mas eu realmente gosto muito desse relógio. Sempre me acompanhou por longas noites...É todo de ferro, mas esta meio descascada eu pensei em mandar revesti-lo em ouro, mas não sei se você iria gostar...

Ele encarava o relógio um tanto abobado. Deixando-me extremamente insegura.

-E - eu... Eu não posso aceitar... -murmurou me entregando.

-Você não pode... Você deve... -sorri.

- Se ele vale tanto para você por que...

- Queria dar algo a você cuja de alguma forma marcasse a mim e a você, mostrando o quando você e mais que importante para mim.

-E como eu vou poder demonstrar o mesmo sobre você?-murmurou guardando o relógio no bolso, seus olhos brilhavam tão intensamente.

-Na hora certa você vai saber, pois você vai simplesmente me aceitar... Sem “mas” ou qualquer tipo de recusa. É nesse momento, eu vou saber o quanto você se importa comigo...

Ficamos em silencio novamente. O clima tinha uma ponta suave de tensão... Talvez por ainda não soubermos o que faríamos ou como ficaríamos...