Seus Olhos escrita por Beatriz de Moraes Soares


Capítulo 18
Aceitando


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo eu fiz bem curtinho =) Mas, acho que está bem explicativo.



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Eu buscava algo a dizer, eu tentava mover minhas pernas, fazer algo que acabasse com aquela cena que eu via, mas eu não fiz nada. Fiquei ali, apenas observando até o momento em que eles me notaram, eu acho que alguém chamou meu nome, mas eu não consegui responder, pois eu estava ocupada no chão tendo uma crise:

– Valerie? – minha consciência estava de volta quando Charlie me chamou, eu quis ignorá-la, empurrá-la para longe de mim, mas eu infelizmente precisava dela, ela segurou minha cabeça para que eu não batesse com ela no chão - Conrad vá ao quarto dela e pegue o remédio dela! – ordenou e senti Conrad se afastar – Mercedes! – berrou.

Depois de alguns segundos ouvi a voz de Mercedes:

– Sim, senhorita?

– Ligue para a Dra. Schwartz, para meu pai e depois vá acordar minha mãe! – berrou, eu não sabia o que dizer, eu não sabia o que sentir – Vai ficar tudo bem, Val – eu sentia algo diferente em sua voz, ela estava se sentindo culpada – Me desculpa...

Antes que ela pudesse terminar a frase, Conrad apareceu:

– Pronto, está aqui... – ele entregou o remédio – Espere, você está chorando?

– É tudo culpa minha, nós não... Você é o melhor amigo dela!

Ele foi muito mais do que isso...

– Pare com isso! – diz Conrad – isso não tem nada a ver, agora vamos lá! Dê o remédio a ela.

Então ela o fez, colocou o Rivotril embaixo de minha língua, Conrad então me pegou no colo e acredito que deve ter me levado ao meu quarto, não sei ao certo, pois eu já não conseguia diferenciar o real do não real.

Quando eu acordei algumas horas mais tarde já era noite, Eric estava sentado na poltrona ao meu lado, meus pais estavam em pé a minha frente enquanto a Dra. Schwartz me avaliava e falava para meus pais. Assim que meus olhos se abriram, Eric se aproximou de mim e perguntou se eu estava bem, eu apenas concordei com a cabeça, meus pais fizeram a mesma pergunta e eu indiquei que sim. A Dra. Schwartz esclareceu que era mais uma de minhas crises por alteração emocional e que estava tudo bem comigo, tranquilizando a todos.

Ela se retirou e meus pais a acompanharam, me deixando sozinha com Eric, ele olhou para mim receoso, ele sabia o que eu ia perguntar, então eu fui o mais direta possível:

– Você sabia, não? De Charlie e Conrad?

– Val, era tão evidente que os dois estavam... Se pegando, só você não tinha percebido.

– Como assim? – perguntei incrédula.

– Valerie, meu amor – suspira ele pesadamente – ás vezes você é tão ingênua.

Eu era ingênua? Como assim?

Aos poucos em minha memória eu fui juntando as peças que eu não havia juntado antes e me dei conta de quão burro fui:

– Eu sabia do passado que você tinha tido com ele e vi que você não havia se manifestado de nenhuma maneira, então achei que tudo estivesse bem. Mas, depois vi que você não sabia de nada e fiquei com medo de eu mesmo ter que te contar. Desculpe-me! – pediu segurando minha mão.

Eu não culparia Eric, ele não tinha culpa de nada. Na verdade, ninguém tinha culpa de nada, mas por que eu ainda sentia algo estranho dentro de mim? Uma sensação que não me deixava em paz?

– Onde está Charlie? – pergunto.

– Lá fora – ele diz e depois completa – com Conrad. Ela está se sentindo se sentindo mal, Val, dê uma chance a ela.

Eu queria, mas não conseguia encará-la, não conseguiria dizer a ela que estava tudo bem, que ela poderia namorar meu ex-namorado. Mas, há uma pessoa que por mais que eu a odiasse, repudiasse, ou qualquer coisa que fosse eu conseguiria olhá-la nos olhos com o mesmo amor que sempre sentia desde sempre:

– Conrad. Chame Conrad, por favor – pedi a Eric que pareceu completamente confuso.

Eric saiu do meu quarto fechando a porta, alguns minutos depois ela se abriu e era Conrad. Ele parecia envergonhado, sentou-se na poltrona ao lado da minha cama e ficou passando a mão de cinco e cinco segundos no cabelo, sem ao menos me encarar:

– Hei – o chamei e ele me olhou, sem deixar de encará-lo engatinhei em minha cama até ele, meu rosto ficando bem próximo ao seu, ele não se mexeu, me aproximei um pouco mais, quando nossos narizes se tocaram, coloquei minhas mãos em seu rosto e por fim o beijei.

Eu não queria beijá-lo, mas eu tinha que fazê-lo, eu tinha que saber o que ele sentia e tive essa confirmação quando ele se afastou rapidamente de mim e quase berrou:

– Valerie, o que está fazendo? – ele parecia desconfortável e não ter gostado nem um pouco do que eu tinha feito.

– Eu queria saber se ainda existia – pronunciei as mesmas palavras que ele disse quando nos encontramos pela primeira vez há algum tempo atrás.

– O que? – perguntou não percebendo direito o que eu tinha dito.

– Aquela paixão que nós tínhamos, eu queria saber se ainda existia em você aquilo.

– E qual sua conclusão? – perguntou.

– Que acabou – respondi – que não há nada entre nós além de uma amizade que nunca se acabará.

Ele sorriu feliz pela minha resposta.

– Você gosta mesmo dela? – eu tinha que perguntar.

– Mais do que tudo.

– Então seja bem-vindo à família – digo dando de ombros e ele de repente me abraça, eu fico surpresa com sua atitude, mas recebo de bom grado seu abraço – mas, se você Conrad Fitzgerald... Se você machucar minha irmã eu corto suas bolas!

– Pode ter certeza que eu não o farei – responde.

– Isso vai ser estranho – comento.

Muito estranho – completa ele.


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Notas finais do capítulo

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