Oblivion escrita por Alessandro Campos


Capítulo 19
XIX. Tempo vs. Ação - Parte 3


Notas iniciais do capítulo

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a todos vocês pelo imenso carinho que recebo através dos seus comentários e mensagens privadas, isso realmente me motiva bastante a escrever os capítulos. Quero comemorar que faltam apenas 2 pessoas pra chegar aos 100 acompanhamentos e pouco menos de 20 pra completar 2.500 visualizações da fic. Vocês são demais!

Boa leitura!



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Já se passava uma hora que os dois estavam dentro daquela sala velha e empoeirada. Hermione trouxera consigo um pedaço de pergaminho e utilizava uma pena para escrever e desenhar diversas coisas que pensava que poderiam ser úteis. Conforme mudava de ideia, a folha automaticamente apagava o que ela achava desnecessário. Draco já caminhava há vinte minutos, literalmente, de um lado para o outro da sala, enquanto murmurava alguns pensamentos que tinha e que achava que poderiam ser relevantes para aquele dia, até que de repente, teve um insight.

– Hermione – ele chamou a atenção da garota – eu tive uma ideia que, particularmente, considero brilhante. Talvez você também, e por isso, vai se achar idiota por não ter pensado numa coisa tão simples antes – ele abriu um sorriso que não se via há algum tempo naquele rosto pálido.

– É tão brilhante assim? Puxa! Eu já estava ficando desesperada. Não sei ainda nem que poção ele tomou e nem o efeito daquilo, ele pode estar – ela pausou.

– Tudo bem, tudo bem – ele segurou-a pelos ombros – já que não fomos vistos e nem alteramos nada agora, podemos voltar ao presente sem que nada tenha mudado, correto?

Ela pareceu pensar um pouco.

– Não tenho certeza, mas acho que sim – ela suspirou.

– Perfeito – seu sorriso aumentou – vamos voltar ao presente, mas não do ponto em que partimos. Meu plano é muito menos arriscado.

xXx

Harry já estava na biblioteca há pelo menos três horas. Filch já reclamara com ele duas vezes desde que chegara ali. Já era muito tarde e ele ainda teria aula na manhã seguinte. Todavia, o diretor tinha lhe dado pessoalmente permissão para permanecer ali e faltar à aula no dia seguinte por questões obviamente muito importantes, o que não fazia diferença alguma para Filch, que repetia copiosamente que alunos já deveriam estar na cama àquela hora, independentemente de qualquer circunstância.

Potter estava começando a ficar mais desesperado, pois percebeu que por mais que ficasse mais um dia inteiro ali, talvez não conseguisse ajudar Ron a tempo de salva-lo do pior. Foi aí que decidiu se dirigir à Hermione e perguntar se a companheira de casa saberia qualquer coisa sobre aquele tipo de envenenamento. Desde a última vez que a vira cedo na Ala Hospitalar, não entrara em contato com ela novamente. Primeiramente, imaginou que ela estivesse na biblioteca procurando por alguma maneira de salvar o amigo, mas se deu conta de que ela não estava ali. Onde mais ela poderia estar? Talvez tenha ido ao beco diagonal procurar alguma erva diferente. Mas mesmo que tivesse ido, com certeza à essa hora ela já estaria de volta. Ele respirou fundo e sentiu os pelos de sua nuca se arrepiarem. Mais uma preocupação para aquele dia.

Um pensamento passou pela cabeça dele, mas... não. Não era possível. Na verdade, seria suicídio. Por um breve momento, ele cogitou procurar Snape e ver se ele saberia ajuda-lo de alguma forma. Afinal de contas, professor de Poções há muito tempo, saberia tudo sobre toda e qualquer poção. Além do mais, como sempre tentara a vaga para professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, também seria um bocado sobre isso. Ele seria a pessoa ideal. Todavia, justamente por possuir tais conhecimentos a respeito dessas matérias, talvez ele tivesse ajudado Narcisa a envenenar Ron, porque afinal de contas, ele é um comensal. Com certeza estaria envolvido até o pescoço em qualquer coisa que fosse feita para tentar prejudica-lo.

Foi aí que tomou uma das decisões mais loucas de sua vida.

Foi até seu dormitório, empunhou sua capa da invisibilidade e rumou até o estádio de quadribol, onde sua vassoura estava guardada. Pegou a mesma e saiu em direção à mansão da família Malfoy.

Chegando lá, se assegurou de estar bem coberto por sua capa e de que não seria visto ou detectado de maneira alguma. Caminhou pelos jardins acinzentados e sem vida, parando na frente do portal da grande mansão. Examinou com atenção cada ponto daquela porta e não conseguiu perceber nenhum tipo de magia de proteção. Ele sabia que poderia ser um erro, porque a maioria dos feitiços de proteção eram invisíveis a olho nu, mas se já havia chegado tão longe e tão perto da casa, era pouco provável que fosse encontrar mais alguma surpresa. Imaginou que Voldemort e seus seguidores jamais poderiam supor que alguém se atrevesse a sair do castelo de Hogwarts e ir até lá.

Esse era outro problema. Ele corria o risco de dar de cara com o próprio Voldemort, como fizera na última vez em que estivera ali. E, dessa vez era pior, porque ele estava sem Draco, que conhecia aquela casa como a palma de sua mão. Sozinho e perdido.

– Olha onde sua boca nervosa me meteu, Ron – murmurou Harry, com uma voz tão baixa que poderia ser confundida com o barulho do soprar do vento.

Tocou a maçaneta e fechou os olhos, esperando que um alarde se formasse. Esperou por um, dois, três segundos. Nada. Deu um longo suspirou e teve coragem para abrir os olhos, com a mão ainda repousada sobre o objeto dourado que reluzia sob a luz do luar. Concentrou sua audição e não ouviu nada além do farfalhar de galhos secos ao vento. Com base nisso, ousou girar a maçaneta e entrar na casa, ainda invisível. Adotou passos extremamente lentos e silenciosos, pois precisava da máxima cautela possível. Sentiu seus batimentos acelerarem de uma maneira abrupta. A adrenalina tomava conta de todo o seu sistema nervoso. Era um risco e tanto. Com o auxilio de sua varinha, conjurou abaffiato na porta e fechou-a sem preocupações com qualquer estrondo que pudesse denunciar sua indesejável presença naquele lote.

Ele ouviu o crepitar de uma chama numa sala do lado oposto ao cômodo de recepção em que se encontrava. Uma luz fraca e trêmula também saía de lá. Alguém estava acordado e, aparentemente, se aquecia numa lareira. Ele sentiu sua veia jugular pulsar seu sangue com mais força e o suor começou a levemente embaçar seus óculos, o que atrapalhava um pouco sua visão – que já não era uma das melhores. Sempre olhando por cima do ombro, realizou seu caminho até o outro cômodo, adentrando no mesmo e não vendo nada, além de uma poltrona com um livro jogado sobre ela.

“Quem quer que seja, está andando pela casa” pensou.

De repente foi tomado por uma torrente de preocupação. Será que sabiam que ele estava ali? Será que já o esperavam? Será...? Eram muitas hipóteses a serem cogitadas. Por isso, ele concentrou seus pensamentos em um só: encontrar Narcisa Malfoy. Somente ela saberia dizer como reverter toda aquela situação. Foi então que visualizou a escada para o andar superior logo na saída do cômodo. Começou a seguir seu caminho, mas sem perceber, pisou numa tábua frouxa e fez um pequeno rangido em meio a todo aquele silêncio.

Um vulto preto saiu das sombras e o agarrou pelo pescoço, vedando sua boca e o deixando sem qualquer reação. Ele não conseguia se mover, muito menos gritar e pedir por socorro. Após três segundos, percebeu que isso seria também uma péssima ideia. Quem, em sã consciência, na casa dos Malfoy, o ajudaria se fosse pego por alguém? Definitivamente, algum comensal deveria ter percebido a sua presença e só espreitava para dar o bote final.

– Eu vou soltar a sua boca e você permanecerá calado, Potter.

Foi quando o menino escutou a voz familiar. Ele tentou olhar pela penumbra da fogueira, mas suas tentativas foram nulas. Se debateu um pouco mais e tentava enxergar o rosto pela luz da lareira.

– Acene com a cabeça se está me entendendo e não fará qualquer barulho – ordenou a voz, dessa vez de uma maneira mais enérgica. Seu tom parecia sério.

Sem alternativa, Harry procurou controlar seus músculos e a respiração, acenando com a cabeça. Não sabia o que esperar, mas um comensal não lhe daria uma chance qualquer para escapar ou se defender. Aquilo estava muito, muito errado.

Então o braço que lhe segurava pelo pescoço o soltou e ele pôde finalmente se virar para o, até então, desconhecido. Foi quando a luz da lareira iluminou o rosto, fazendo-o associar àquela voz, àquele rosto.

Severo Snape.


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Notas finais do capítulo

Gostaria de agradecer todos os comentários que recebi desde o começo da fic e, também, a todos que estão lendo a fic até hoje! Como vocês já sabem, estamos caminhando para o fim da fic, ainda que eu não possa afirmar com certeza quantos capítulos faltam para acabar, simplesmente porque estou deixando com que a inspiração me guie. Já tenho algumas ideias formadas e outras em construção, por isso, nunca se sabe o que pode acontecer. Só não quero deixar a história gigante para não ficar maçante demais e tornar a leitura um fardo.

Enquanto o próximo capítulo não sai, por que não leem uma das minhas OneShots Drarry? :)

My immortal: http://fanfiction.com.br/historia/489509/My_Immortal/
My Sweet Prince: http://fanfiction.com.br/historia/486393/My_Sweet_Prince/



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