What I Did For Love escrita por WaalPomps


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Heeeeello... Cinco coments? Te niiiiiindo, espero que continue aumentando sempre *---*
Esse capítulo vai ser bem revelador sobre o Puck, espero que gostem.



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A verdade era que Noah Puckerman não era um completo encrenqueiro, como Quinn havia pensado sua vida inteira. Ele era, na realidade, um dos rapazes mais carinhosos e cuidadosos que ela havia conhecido. Ele apenas havia passado por muita coisa, como Santana havia lhe dito.

Ele ainda demorou algumas semanas até baixar a guarda, mas Quinn esperou, o ajudou, o incentivou. Com a ajuda de Santana, Puck não ficou mais bêbado, pelo menos durante os dias de semana, e deixou de lado as drogas, apesar de isso tê-lo deixado irritadiço.

Foi então que a latina deu a ideia de as aulas serem na casa deles. Apesar de Puck ainda estar meio arredio, sua casa lhe trazia paz, além, é claro, da presença da irmã caçula.

Rachel estava no último ano do Ensino Fundamental, se preparando para ingressar o Ensino Médio. Mesmo para a idade, a garota era baixinha e frágil, e o grande xodó de Puck. Ela não se dava bem com Santana, mas Quinn descobriu que era pelo fato de não terem nenhum laço sanguíneo.

_ Quando eu tinha um ano e meio, minha mãe se envolveu com Juan Lopez. Santana nasceu não muito depois de eu completar dois anos de vida. Mas um dia, logo depois do meu quarto aniversário, Juan e Santana sumiram. E eu só soube dela de novo cinco anos atrás, quando uma assistente social a trouxe, após a morte do pai dela. – contou Puck, depois de algumas semanas que eles já estudavam na casa do rapaz.

_ E o que isso tem a ver com Rachel? – perguntou Quinn, confusa.

Ele hesitou antes de responder, e Quinn ainda achou que ele escondia algo.

_ Santana cresceu com Juan falando que minha mãe não a queria, por isso que não a procuravam. – explicou Puck, ainda hesitante – Quando ela chegou aqui, logo após perder o pai, encontrou uma nova garotinha com sua mãe. Uma garotinha que, ela descobriu, nem era filha de sua mãe. E ela não levou isso muito bem, entende?

_ Mas sua mãe não explicou o que aconteceu?

_ Quinn, é... Complicado, ok? Tem muita coisa na minha família que é muito complicado. – ele encerrou o assunto – Podemos voltar para as aulas de espanhol?

Ela concordou, mas ainda havia muito sobre a família de Puck que ela gostaria de saber. E apesar de ele contar muitas coisas, ainda havia muito que ele escondia. Então, ela recorreu a outra fonte: Artie Abrams.

O rapaz estava um ano abaixo dela na escola e preso em uma cadeira de rodas desde criança. Mas era um grande nerd na computação e poderia encontrar muitas informações para Quinn. E foi o que ele fez.

_ Seu pai é o assassino? – foi a primeira pergunta que ela fez, na tarde antes da prova final de cálculo. Santana estava na casa de Brittany, e Rachel havia saído com uma colega da escola. Estavam apenas ela e Puck ali, então ela pode confrontá-lo.

_ Como você descobriu isso? – ele perguntou, olhando-a longamente. Ela jogou todos os papéis que Artie havia lhe entregue e ele começou a folheá-los, enquanto ela esperava a resposta – Se você leu tudo isso, já sabe todas as respostas.

_ Puck, você precisa contar a verdade para elas. Sobre tudo. – ele levantou nervoso, jogando os papéis na mesa – Puck, elas merecem saber o que aconteceu.

_ Quinn, elas perderam a mãe, perderam a avó, Rachel quase foi tirada daqui. – a voz dos dois estavam exaltadas – Ele é a única família viva da Rachel, não posso fazer isso com ela.

_ Você me disse que elas sabiam que ele havia matado sua mãe.

_ É claro que não. – ele suspirou, se apoiando na mesa e apertando as têmporas – Elas acham que foi um assaltante e... É melhor que elas achem isso, melhor para todos e...

_ Puck, por favor, me conta o que aconteceu. – pediu ela, segurando o braço do moreno – Não o que está nesses registros, ou... Eu quero saber o que aconteceu de verdade.

Ele suspirou e sentou no sofá, indicando que ela sentasse ao seu lado. Ela o fez e ele pegou os papéis da mão dele. Ele folheou um pouco, antes de começar a falar.

_ Quando eu estava no fim do meu primeiro ano, minha mãe descobriu que tinha câncer. – Quinn assentiu, havia lido isso no registro dele – A poupança que ela tinha, a muito custo, feito para a faculdade minha e das meninas, foi usado no tratamento. Porém, ainda haviam contas a serem pagas, gastos inevitáveis...

_ Foi quando você começou a trabalhar na oficina dos Hummel? – ele concordou – E porque seu comportamento ficou tão ruim?

_ Eu não podia fraquejar, não podia parecer fraco. Eu não tinha nem 16 na época. Santana tinha 13 anos e Rachel havia acabado de completar 10. Eu não tinha tempo para estudar, dormia pouco, comecei a me envolver com pessoas de índole duvidosa... E eu não tinha mais ninguém a quem recorrer.

_ E seus amigos? – perguntou ela e ele riu.

_ Finn já estava fazendo tudo que podia. – lembrou ele, sorrindo – Ele era enteado do meu patrão e trabalhava comigo. Ele me cobria quando acontecia algo e eu precisava faltar do serviço. Mas era só o que ele podia fazer...

_ E quando Annita entra na história? – ela se referiu à avó de Santana e ele fungou.

_ No meio do segundo ano. – ele recordou – Minha mãe piorou, o conselho tutelar foi acionado pela escola das meninas... Então procuraram por parentes nossos e encontraram Annita. Ela não via Santana desde os dez meses de vida e ficou surpresa ao saber da morte do filho único. Ela foi até a nossa casa e levou nós quatro para a casa dela, onde ela podia cuidar da mamãe e ficar de olho em nós três.

_ Mas as coisas não melhoraram porque? – ele riu, negando com a cabeça.

_ Quinn, você só tem uma irmã, certo? E ela é mais velho, bem mais velha? – a loira confirmou – Você não entenda a pressão que é precisar proteger e cuidar de alguém, ainda mais duas pessoas. Santana parece durona, mas ela tem um coração mole. E Rachel é... A pessoa mais frágil e desprotegida do mundo. Além do que, o problema do dinheiro nunca sumiu. O tratamento ficava cada vez mais caro, Annita tinha uma aposentadoria escassa. Eu tive que fazer coisas que não me orgulho para conseguir dinheiro.

Ela ficou encarando os papéis em suas mãos, pensando em quão vagos eles eram sobre a história do rapaz. Sabia que se puxasse sua ficha, teriam a impressão que tinha uma vida perfeita. Doce ironia.

_ Eu consegui passar o segundo e terceiro ano por pena dos professores. Porém, no terceiro ano as coisas se complicaram. Eu comecei a faltar mais frequentemente, entregava todos os testes em branco... E eu repeti, uma vez... E eu estava realmente me esforçando para passar, quando... Aconteceu.

Quinn o puxou para seus braços, o apertando forte. Ele começou a soluçar mais forte, abraçando a cintura da garota com força. Demorou quase uma hora até ele se acalmar o suficiente para poderem conversar.

_ Ele apareceu na escola, dizendo que queria se aproximar de mim e da Rachel. – ele continuou após um tempo – Santana estava no segundo ano e ia embora de carro comigo. Quando ele viu, reconheceu nela traços da minha mãe de Juan. Ele ficou louco da vida e nos seguiu até aqui. Ele queria dinheiro, é claro. Ameaçou tirar Rachel daqui, para conseguir dinheiro. Mas nós não tínhamos nada. Com o tempo, minha mãe e Annita resolveram, em comum acordo, parar o tratamento e dar o dinheiro para ele. Mas ele queria cada vez mais e mais...

Quinn sabia onde aquilo iria terminar, e queria poder não ouvir. Mas sabia que tinha de ouvir, saber a verdade que estava além daqueles papéis. Ele se levantou, caminhando até a escada e sentando no terceiro degrau.

_ Eu estava bem aqui quando aconteceu. – ele segurou o corrimão com força – Minha mãe estava no sofá, ela estava cada vez mais doente. Abuela estava no jardim e as meninas estavam na casa amigas. Eu tentava distrair minha mãe, estudando para a aula de história em voz alta. Fazia ela ficar feliz, sabendo que eu estava me esforçando. Foi quando ouvimos o tiro.  

A garota sentiu as lágrimas caindo de seus olhos e colocou a mão sobre a boca, tentando não soluçar. O rapaz afundou o rosto nas pernas, chorando mais um pouco.

_ Ele veio até a sala e eu me levantei, indo para cima dele. Mas ele me deu uma coronhada e eu apaguei. Quando acordei, estava no hospital. Um vizinho havia chamado polícia, mas abuela e mamãe já estavam mortas. Acho que ele não me matou por ter considerado a coronhada o bastante. Quando eu falei a polícia quem era, não acreditaram em mim.

_ Por isso quando seu pai quis a guarda de Rachel...

_ Eles quase cederam. – concordou Puck – Santana tinha 17, mas abuela e mamãe já a haviam emancipado aos 16, para o caso de algo acontecer. Iriam fazer isso com Rachel, mas não houve tempo.

_ Elas esperavam algo acontecer? – perguntou Quinn e novamente Puck se retesou.

_ Isso não importa. O importante é que eu precisei de muito esforço para provar que ele havia matado as duas. E consegui. Dois vizinhos testemunharam que ele havia atirado em abuela e por fim a mulher que dizia estar com ele no dia, sumiu do mapa. – Puck deu uma risada irônica – Não duvido que fosse uma prostituta. Por fim, consegui a guarda de Rachel. Porém, eu já havia repetido de ano novamente. Então o juiz colocou um parêntese de que eu teria que me formar e melhorar o comportamento, se quisesse a guarda definitivamente.

_ E... As outras páginas? – perguntou Quinn e ele negou com a cabeça.

_ Quinn, existem muitas histórias, muito complicadas. Não aguento lidar com todas de uma vez. – garantiu Puck e ela concordou – Eu entendo que você pode estar, assustada ou com medo, e pode querer manter distância. Eu aceito. Mas por favor, nem que seja na escola, com alguém junto, não deixa de me ajudar. Eu não posso perder a Rachel.

_ Nunca repita isso. – pediu ela, levantando e indo até a escada, sentando ao lado dele – Puck, seu pai é um monstro, e ele está preso. Você é uma das pessoas mais doces, gentis e carinhosas que eu já conheci. Eu vejo isso pela maneira como você trata suas irmãs, por tudo que você faz por elas. E eu vou te ajudar, cada vez mais. Você vai passar de ano, com ótimas notas, boas o bastante para ir para a faculdade. E se tornar um vencedor na vida. Você só trabalha para o Hummel nos finais de semana, certo? – ele concordou – Peça demissão para se focar mais e mais nos estudos. Pelo que eu vi ali, o aluguel da casa da sua mãe e mais a pensão que Annita lhes deixou vai dar para vocês viverem confortavelmente, pelo menos até você e Santana se formarem. E é isso que importa.

_ E quanto ao meu “mau-comportamento”?  - perguntou ele e Quinn riu.

_ Eu e Santana vamos te por na linha, você sabe disso. – eles dois riram, e ela enganchou seus braços, deitando em seu ombro – Você não está mais sozinho Puck, sabe disso.

_ Eu sei. – ele beijou os cabelos dela – Obrigado Quinnie.

_ Não há de que Puckerman. Não há de que. 


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Notas finais do capítulo

Posso garantir: a história da família Puckerman não está nem na metade.
Comentem ;P
Beeeijos
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