Uma Vida, Um Destino! escrita por Akasha


Capítulo 6
Capítulo 6 - Acordando pra Vida


Notas iniciais do capítulo

Capitulo 6 quentinho....



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_Minha cabeça doía. A dor não me deixava em paz. Foi então que vieram as vozes. Sussurros. Desordenados. Eu não conseguia abrir os olhos. Aiii. O que está acontecendo?

 

            Eu abri meus olhos. Este cômodo era familiar. Estranho. Sentia-me desconfortável. A dor de minha cabeça agora estava se espalhando por meu corpo. Todos os músculos doíam. Fora as vozes da minha cabeça. O silêncio era absoluto. Eu estava só. Isso não fazia sentido. Esse era o meu quarto. Estava transformado. Com aparelhos médicos. Ligados a mim. Eu mal conseguia respirar com aquela mascara. Com dificuldade tirei-a desobstruindo meu rosto. Agora sim. Bem melhor. Ainda não explicava as vozes. Tentei arrancar as agulhas de meus braços. Não gostava de agulhas. Não em mim. Minha pele estava diferente. Tentei tirar as agulhas. Elas se moveram em meu corpo facilmente. Me machucando. Não consegui arrancá-las.

 

            “Pobrezinha.” “Quando ela vai acordar? Alice não consegue ver.” “Agora ela vai poder ter uma vida de verdade.” “Minha princesinha não precisa passar por isso, como ela irá reagir?” “Por que não consigo ver?” “Minha Nessie agora não é mais uma sanguessuga. Nada poderia ser mais perfeito.”

 

            Por que tia Alice e Jake estão sussurrando dentro de minha mente?

 

 

 

- Papai... – Tudo o que saiu foi um sussurro. Eu estava dopada. Foi instantâneo

 

- Renesmee, filha. Como você está? – Papai perguntou. “Se ela estiver sentindo dor não podemos aplicar mais morfina, o corpo dela não agüentaria” – Ele sussurrou. Para quem? Percebi que ele me olhava de uma forma estranha. “Por que Bella está protegendo sua mente? Não consigo ouvir o que ela esta pensando” – Ele sussurrou de novo.

 

- Papai ... a dor é.... suportável. – Eu disse com muita dificuldade.

 

- Nessie meu amor. Não acredito que quase te perdemos. – Jake colocou minhas mãos entre seus lábios. “Isso não poderia ter acontecido em melhor hora. Afinal, há males que vêm para o bem”. – Por que eles estão sussurrando?  E com quem? Eu o olhei.

 

- Seus.. olhos... – Ele disse. – Estão verdes. – “Como? Ela era perfeita com os olhos chocolates, iguais aos de Bella, minha Bella...” – Retirei minhas mãos de seus lábios. O que estava acontecendo?

 

- Papai... Eu quero me levantar. – Pedi. Estranho. Papai não percebeu os sussurros de Jake.

 

- Minha princesa, agora você precisa descansar. – Papai sempre é muito gentil.

 

- Não pai, eu não aquento mais ficar deitada, e eu não preciso de tanto descanso assim, eu sou SÓ meio-humana. – Foi então que eles começaram a sussurrar.

 

“Como vamos contar isso pra ela?” ”Ela vai ver que é melhor assim” “Você não é mais uma vampira meu amor” “Ela vai pirar”

 

- Pai? O que está acontecendo? – Exigi.

 

-Acho melhor você levantar mesmo minha princesa. Estaremos te esperando no escritório do Carlisle. – Papai comunicou.

 

- Certo. Vamos mocinha. – Tia Rose estava me levantando. Como a mão dela era gelada. Eu nunca tinha percebido isso antes. Ela percebeu que eu percebi. – Desculpe querida.

 

- Vou escolher sua roupa. – Estranhei que tia Alice não estava empolgada como ela sempre estava.

 

- Mãe?

 

- Estou aqui minha pequena.

 

 

 

            Fui com dificuldade até o meu quarto, tia Rose e tia Alice me ajudaram a colocar uma roupa decente. Mamãe e vovó ficaram olhando. Quando terminaram mamãe me ajudou a ir até o escritório do vovô. Se eu soubesse o que viria a seguir eu nem tinha acordado. No escritório ficamos apenas vovô, papai, mamãe e eu.

 

 

 

- Pai o que aconteceu? Eu não tenho muitas lembranças. O Aro... o que ele fez com vocês? Como ele está? Como saímos daquele lugar? – Eram tantas as perguntas. Onde estava o anjo da morte. E Por que eu não estava com ele.

 

- Calma querida, nós vamos te deixar a par dos últimos acontecimentos. – Vovô sempre tão adorável.

 

- Querida qual é a última coisa de que você se lembra? – Papai perguntou. Eu fiquei na dúvida se deveria contar sobre o anjo ou não. Melhor não.

 

- Tinha o Nahuel, ele tava falando umas coisas estranha. Aí ele me atacou. E então ele parou. A última coisa que eu vi foi o senhor papai. – Era outra coisa que eu queria entender. Por que ele estava sugando meu sangue.

 

- Certo. – Papai disse. – Querida, Aro a seqüestrou e então Nahuel ficou com ciúmes e quando nós conseguimos lhe encontrar, ele a atacou. Ele a mordeu e o veneno estava se espalhando rapidamente. Você estava entrando em choque. Foi então que eu tive que sugar o veneno do seu corpo. – Papai explicou.

 

- Não entendo. – Por que o veneno me fez tão mal?

 

- Porque o veneno que você tinha no seu corpo era de um tipo e o de Nahuel era de outro. Incompatíveis. Igual a tipagem sanguínea nos humanos. – Depois do ERA confesso que não prestei muita atenção no resto.

 

- Como assim era? – Perguntei.

 

- Querida, quando seu pai tentou tirar o veneno de seu organismo, o veneno que tinha no seu sangue desde que você nasceu também foi sugado. – Vovô tentou explicar.

 

- E? – Não entendi onde ele estava querendo chegar. Ele me entregou meu prontuário e meus exames. Não era possível. Estava errado. Comecei a me desesperar. Mamãe me abraçou.

 

- Querida você está humana agora. – Vovô disse em voz alta o que eu recusava assimilar.

 

- Impossível... nã..nã... não pode ser. Isso está errado... não....não.... – Entre os soluços e as lágrimas as palavras saíram. Mesmo sem ser médica de verdade sabia que minha genética era diferente dos humanos e dos vampiros. Mas não era isso que diziam aqueles papéis.

 

- Querida sentimos muito – Vovô disse.

 

- Não.... é... mentira... Papai... me ajuda.... faz alguma coisa... pai... – Papai tentava me segurar enquanto eu surtava... senti a dor em seus olhos ao ver a dor nos meus...

 

 

 

            Nessa hora eu comecei a lembrar do meu anjo da morte. Ele tinha falhado. Condenou-me a ficar presa nesse corpo mortal. Então eu o odiei como jamais havia amado alguém antes. Eu queria que ele também tivesse que ficar assim. Anjo maldito.

 

            Tio Jazz entrou... Corri para ele e comecei a me acalmar... vi que o vovô estava vindo com um sedativo pro meu lado.

 

 

 

- Isso não pode ser verdade. – Disse quando estava controlada.

 

- Mas é minha querida. – Vovô colocou as mãos em meus ombros. – Estou pesquisando seu sangue, mas ainda está misturado com o sangue que tivemos que transplantar para o seu corpo.

 

- Então há esperanças vovô? – Uma luz se acendeu no meu coração.

 

- Acreditamos que sim minha princesa. – Papai respondeu. – Acreditamos que seu corpo seja capaz de gerar novamente o veneno. – Sequei as lágrimas e o abracei.

 

- Mas temos que esperar seu sangue sobressair ao transplantado para começarmos. – Vovô explicou. – Mas isso não deve demorar muito mais.

 

- Certo. Pai?

 

- Sim princesa.

 

- Quantos dias eu fiquei apagada?

 

- Três meses.

 

 

 

            Fomos para a sala. O resto da família estava lá nos esperando. Jake correu para me abraçar. Ele estava feliz. Me beijou. Eu fiquei imóvel. Me lembrei de seus sussurros. Então ele me olhou nos olhos. Me lembrei. Corri para um espelho. Meus olhos pareciam esmeraldas. Verdes. Diferentes. Adorei.

 

 

 

- Agora você está totalmente parecida com seu pai. – Mamãe falou.

 

- Como assim mamãe?

 

- Seu pai quando era humano tinha os olhos verdes. – Olhei pro papai.

 

- Foi seu avô quem disse isso. – Papai meio que se defendeu.

 

- Eram iguais aos seus. -  Vovô me incentivou.

 

 

 

“Era só o que me faltava” – Essa era a voz de Jake. O olhei. – Você está linda. – Ele disse. “Espero que volte logo ao normal” – ele sussurrou.

 

           

 

            Mas ele não estava mexendo os lábios. Estranho. Mais estranho ainda que só eu ouvi. Sentei-me na janela. Foi então que eu percebi. Eles não estavam sussurrando. Eu podia ouvir seus pensamentos. E era isso. Por vinte minutos eu pude ouvir os pensamentos da minha família. Todos estavam se sentindo mal por mim. Exceto Jake. Ele estava muito feliz. Agora ele iria se livrar dos sanguessugas. Tirando os meus olhos. Ele estava feliz.

 

            Como alguém que dizia quere fazer qualquer coisa por mim estava feliz com a pior coisa que poderia ter me acontecido?

 

 

 

            Mais três meses se passaram. Vovô fez muitas descobertas sobre meu sangue. Mas o mais esperado não foi muito boa. Certo. A notícia boa era que eu não iria envelhecer. A mais ou menos é que meu organismo poderá restituir o veneno. A má é que isso pode levar muito tempo e eu posso morrer antes disso acontecer. Fora isso algumas habilidades vampíricas permaneceram. Pensamento rápido. Eu não era tão devagar quanto os humanos. Minha audição continuava aguçada, tanto como sempre foi. E para a surpresa de todos. Que eu custei para entender, eu tinha um excelente equilíbrio. Segundo minha família mamãe era desastre quando humana.

 

            Mais seis meses se passaram e isso tudo estava ficando insuportável. Acessei a internet e comecei a vasculhar o que fazer. A faculdade já não me interessava mais. Na verdade nada mais me interessava.

 

            Nada voltou a ser como antes, principalmente com Jake. Não conseguia assimilar o que tinha ouvido naquele dia. Era impossível. Esse negócio de impressão era mentira. Furada. Aos poucos fui ficando fria com ele. O evitava sempre que podia. Ele parecia não perceber. Ou fingia que não percebia. Tentava não pensar nisso perto do meu pai. A dor era minha. E só. Papai e mamãe não precisavam sofrer com isso também. Também não os contei sobre o lance dos pensamentos. Achei que seria melhor transformar isso em um segredo.

 

            Sentia a dor nos olhos da minha família. Não a dor da sede por meu sangue. Isso era natural. Mas a vergonha nos olhos deles por sentirem isso. Principalmente tia Rose. Não poderia mais suportar aquilo. Tomei minha decisão. Vou sair daqui. Preciso me mudar. Não posso mais sofrer e fazê-los sofrer também.


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Notas finais do capítulo

Deixem Reviewsss..... Preciso saber se estão gostando :))) ou não ... sniff... Beijos