_Uma festa de gala em Cuba? Certo... Será que eu iria conhecer Fidel Castro? Estremeci com a possibilidade de tia Alice ver essa cena. Saímos de casa e entramos no Audi. Lestat dirigiu por aproximadamente uma hora, eu estava ficando entediada, já que nenhuma palavra surgiu durante todo o caminho.

          Chegamos a um palácio enorme, lindo, parecido com os palácios europeus. Estranho. Um palácio daqueles em Cuba e nem uma nota da festa no jornal... Isso era realmente estranho. Mais estranho foi o olhar vermelho arregalado do recepcionista da festa ao nos ver. Certo. Nessa hora percebi que era mais fácil encontrar o Michael Jackson que o Fidel.

- O que é isso? – Questionei.

- Bom, você me disse que preferia morrer atacada por vampiros, então... – Choquei. Ele queria me matar é isso?

          Quando adentramos pelo salão, todos os vampiros que ali estavam pararam para nos olhar, nos olhar mesmo. Porque embora eu fosse a humana ali, Lestat não me parecia ser bem vindo no local. Percebi que eu era mais bem vinda na festa do que ele quando meus fracos olhos humanos focalizaram os Volturi. Aro, Caius, Marcus e as esposas, Jane, Alec, Feliz e Demetri. Reconheci alguns outros rostos que me desagradaram. Alguns daqueles que não são muito fãs dos Cullen. O “Clã Revolucionário da América”.

          Agarrei uma taça de champanhe quando o garçom passou. Encarei a taça e fiquei me perguntando o porquê dessa bebida ali. Não percebi quando Lestat saiu do meu lado e Aro tomou seu lugar. Ele adivinhou meus pensamentos.

- Bom, festa é festa minha querida.

- Não seria mais apropriado tirar vinho das garrafas, substituir por sangue e depois servir como se fosse vinho?

- Que graça isso teria. – Lembrei do tio Emmett e dos ursos, tentei não imaginar os humanos no lugar dos ursos.

          Aro de repente se enrijeceu e se afastou um passo. Lestat passou os braços em minha cintura e me puxou para perto dele. Quase tive um enfarte nessa hora. Mas eles nem pareceram reparar. Estavam concentrados um no outro.

- Aro – Lestat sorriu educadamente.

- Sr. De Lincourt. – Aro retribuiu a educação. – Bem Renesmee minha querida espero que aproveite a festa.

- Obrigada Aro. – Fiz menção para dar-lhe um abraço mas ele se afastou rapidamente.

          Certo. Deu pra perceber que Aro não era muito fã de Lestat e nem Lestat muito fã de Aro. Ok! Lestat teria que me explicar isso mais tarde, afinal eu não sou barraqueira.

- Me concede essa dança principessa. – Ele sorriu educadamente, pegou minha mão e a beijou delicadamente. Sorri e assenti como faria uma dama.

          Tirando os olhares e o ódio que pairava no local (Tio Jazz se estivesse aqui estaria pirando nesse momento) a noite foi maravilhosa. Era incrível como estar ao lado dele me fazia sentir protegida. Eu sentia como se nenhum mal pudesse me atingir, e eu não estou falando de vampiros. Esse tempo todo que passei em Nova Iorque eu fingia ser uma garota feliz por meus pais. Mas agora eu não precisava mais. Lestat me fazia esquecer quão deprimente é ser uma híbrida presa em um corpo humano e mortal.

          Como todo vampiro ele não dançava, ele flutuava sob o salão, não que eu não fosse boa dançarina, eu danço muito bem, mas nada comparado a eles. Lestat me girava facilmente, era muito fácil dançar com ele.

          Dessa vez eu não bebi.... muito... A volta para casa foi divertida, conversamos muito, mas como sempre sobre mim... Quase chegando à mansão eu tomei coragem e perguntei.

- Lê, porque o Aro tem medo de você? – Essa era a pergunta que não queria calar.

- Medo?

- Bom, eu não tenho os poderes do tio Jasper, mas pela reação dele e conhecendo ele como eu conheço posso afirmar que ele tem uma certa aversão a você. Mas por quê?

- Ele não deve ter gostado de te ver comigo.

- Por....? – insisti

- Bom... Isso eu já não sei. – É...ele não iria falar... decidi deixar quieto por enquanto, mas eu não iria desistir.

- O que você achou da festa?

- Ah... ótima... Vampiros sedentos e uma humana presente... Meu sonho de diversão. E o que você achou? – Ironizei.

- Você estava simplesmente maravilhosa. – Corei levemente e abaixei minha cabeça. Chegamos à mansão.

          Diferente dos outros dias eu não dormi. Viajamos o dia inteiro de volta a Nova Iorque. Eu não queria dormir. Vê-lo ao sol era fascinante. Não sabia o que reluzia mais, se eram os olhos rubis ou o corpo diamante. À noite chegamos a meu apartamento. Ele me ajudou a levar as compras para cima, que se não fosse a companhia e a desculpa para ele subir eu já teria queimado tudo.

- Agora eu entendo seu espanto com minha casa. – Ele colocou enquanto olhava o apartamento.

- Claro de mais?

- É lindo e delicado como você. – Uiiii.... O telefone tocou..

- Carlie! – Atendi.

- Até que enfim maninha....

- Ah... Oi Johnny... Como você está? – Sentei no sofá... Lestat sentou ao meu lado.

- Não vai na inauguração da boate do Sr. Hamm?

- Nossa eu tinha me esquecido completamente, deixa ... um minuto. – Olhei pro Lestat. – Festa?

- Certamente. – Ele respondeu.

- Certo Johnny, deixa duas reservas para mim.

- Duas? Como assim Carlie. – Eu sei que o Lestat escutou isso, mas não demonstrou.

- Depois a gente conversa, senão vou me atrasar mais ainda. – E desliguei.

- Lestat, por favor, me dê um minuto.

- Claro.