Hermione saiu correndo em direção ao corredor. Draco estava ajoelhado, com as mãos no chão, em frente a um vulto de poeira. Hermione entendeu. Ele simplesmente não conseguia dizer a frase. Ela andou o mais perto possível da coisa e disse:

– Eu não matei Alvo Dumbledore.

A nuvem de poeira se dissipou, Malfoy começou a tossir. Tinha caído em cima das sacolas de compras. Hermione o ajudou a se levantar. O garoto se levantou e sacudiu a poeira da capa negra.

– Obrigado Granger. Eu ainda vou ter que me acostumar. Da próxima vez, você que faz as compras. – Hermione assentiu, mas ao olhar paras as sacolas que Draco carregava, riu.

– Com o que você comprou, vamos fazer compras de novo só ano que vêm. Me ajuda. – Malfoy e Hermione carregaram as sacolas até a cozinha. Eles trabalhavam em equipe muito bem. Ao pegar a última sacola, Hermione parou.

– Uísque de fogo? Draco, o quê que é isso? – Ela olhou o resto da sacola. – Dá pra fazer uma festa de aniversário com o quê tem aqui dentro.

– A ideia é essa. – Draco se sentou em uma cadeira. – Eu faço aniversário nas férias, Hermione. Daqui a exatos 11 dias.

Hermione fez as contas, se virou rapidamente e marcou a data no calendário que estava na parede.

– Bom, se ainda estivermos aqui, acho que dá pra fazer alguma coisa. Agora eu vou fazer o jantar, quer me ajudar?

– Pode ser. – Malfoy se levantou. – Eu faço os morangos. – Eles riram.

– Não, bobo. Você faz a massa. Sabe cozinhar massa? – Draco fez que não com a cabeça. Hermione riu e jogou um livro de receitas nele. – Aqui, na página 9. Eu vou fazer o molho branco. E vai ser só isso, eu não sou muito boa cozinhando.

– Sabe Granger. – Draco comentou enquanto arregaçava as mangas e enchia uma panela com água. – Eu me casaria com você.

Hermione parou.

– Está me pedindo em casamento?

– Não. – Draco riu. – Só estou dizendo que quando tudo isso acabar eu não duvido que eu peça pra casar com você.

– E eu não duvido que eu aceite. Mas ia ser realmente muito engraçado, não ia? Contar pros seus pais. – Hermione riu, enquanto abria uma caixa de creme de leite.

– Por que ia ser engraçado contar só pros meus pais? – Draco torceu o pescoço na direção dela.

– Porque os meus pais vão achar você perfeito. – Hermione parou. Ela tinha usado a palavra que jurou que nunca usaria com ele.

– Eu, perfeito? Granger, vamos lá. Você sabe disso, se você me acha perfeito, por quê seus pais não achariam? Eu sou lindo, perfeito, canto...

– ... E toco violão muito bem. Eu sei. – Hermione riu. – Então, como eu estava dizendo antes de você me interromper, por que meus pais não sabem qual é a fama dos Malfoy no mundo bruxo. – Hermione mostrou a língua para ele, que riu.

– E nós íamos ter um casal de filhos.

– Sim. – Hermione riu. – Arthur e Melinna.

– É uma boa. – Draco riu. – Mas eu tinha pensado em algo como Scorpio.

– Aí, credo Draco! – Hermione se virou e jogou um pouco de água nele. – Coitado da criança, se chamar Scorpio. Não basta ter um pai chamado Draco?

Eles riram.

– Está considerando a questão? – Draco sorriu malicioso, se virando para ela.

– De ter filhos com você? Não há questão pra considerar. – Hermione corou, enquanto terminava o quê ela planejava ser um ‘corte’ no Malfoy.

– Então isso é um sim? – Draco chegou por trás dela, e a abraçou. Hermione lhe deu uma cotovelada na altura das costelas.

– Não, Malfoy. Você tem 16 anos, está se escutando? – Hermione riu. – Está pensando em casar com 16 anos? Não, melhor. Está escolhendo o nome do casal de filhos. – Ela jogou a cabeça para trás e riu alto. – Com 16 anos. Vamos parar com essa baboseira e se concentrar na comida. Do jeito que você enrola, vamos terminar na hora do almoço de amanhã.

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Depois do jantar, Hermione e Draco subiram até o quarto no terceiro andar. Da janela deles, tinham uma visão perfeita da rua que passava em frente ao largo, e de quem parava a porta. Draco se sentou na beirada da cama.

– Hermione, você não consegue deixar isso aqui maior? – Draco bateu no colchão.

– Consigo sim. – Ela riu e balançou a varinha. A cama dobrou de tamanho. – Está bom agora?

– Sim senhora. – Draco se jogou na cama.

– Senhorita. – Hermione corrigiu.

– Senhora Malfoy. – Draco riu maliciosamente. – Você não está mais solteira.

– Mas não me casei com você, eu mantenho meu sobrenome. – Hermione se virou. – Vou tomar banho.

– Sim senhora Malfoy. – Draco riu.

– Vai se catar, Senhor Granger.

Hermione entrou no banheiro e trancou a porta. Com a chave e com um feitiço, por garantia. Depois do banho, saiu e encontrou Malfoy dormindo a sono solto na cama. Ocupando todo o espaço. Hermione apontou a varinha para ele:

– Levicorpus!

Malfoy foi erguido pelo tornozelo, e ficou pendurado de ponta cabeça.

– Droga Granger! Me solta daqui! – Ele balançava os braços de forma patética.

– Agora eu sou Granger? Bom saber. – Ela disse “Liberacorpus” e o corpo de Malfoy caiu no colchão.

– Idiota. – Draco se sentou. Hermione andou em direção a cama, jogou seu roupão na poltrona e se deitou também.

– Bom noite, Senhor Granger.

– Ei. – Draco virou o rosto da garota e lhe deu um beijo. – Boa noite Senhora Malfoy.