Quatro Elementos: O Confronto escrita por Amanda Ferreira


Capítulo 15
Hóspede indesejado


Notas iniciais do capítulo

Tudo bem! Não me matem por favor,eu posso explicar!
Viajeiii e foi ótimo! Não ia dar tempo de postar na sexta, mas eu pretendia postar na quarta, mas para minha sorte meu word deu problema e só fui conseguir arrumar ontem a noite e ai fiz o capítulo correndo e aqui estou eu postando tarde mais uma vez. Então me perdoem lindos e quero agradecer aos maravilhosos comentários que tenho recebido. Vcs são lindosss!!
Obrigado msm e um enorme beijo, espero que gostem! ;)



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Foi tudo muito rápido, nem vi com muita nitidez os fatos acontecerem ao meu redor. Só algo que não passou despercebido foi o homem ali na minha frente se transformar em um mostro. Sim um mostro.

Quando dei por mim ele já estava enorme, bem parecido com um lobisomem de filme de terror.

Ele atravessou a sala puxando a ruiva da Kate, o Felipe saiu do meu lado para logo acertar o lobo com um chute o fazendo ir bater na estante de bebidas.

Ele se levantou e encarou ao Felipe, seus olhos tinha um tom de azul bem intenso e arrepiante.

- Felipe não! – a Caroline gritou.

Finalmente me dei conta de que podia fazer algo útil quando a Kate soltou a mulher ruiva e foi para cima dele. Não sei se foi uma cena bonita de se ver, mas felizmente a Kate se movia rápido demais para que eu pudesse distinguir o que acontecia realmente.

Senti o chão tremer debaixo dos meus pés, e isso com certeza é o Felipe.

Me virei e a ruiva subia as escadas correndo. Não pensei duas vezes e fui na sua direção. Subi as escadas o mais rápido que consegui e agarrei seu braço.

- O que pensa que está fazendo? – perguntei e ela me encarou.

- Salvando a minha pele! – ela puxou o braço se soltando de mim.

- Acredite, não é a melhor opção fugir! – voltei a segurar seu braço.

- Eu discordo! – ela puxou o braço numa velocidade extrema e quando dei por mim estava rolando escada abaixo. Só fui parar no último degrau.

Balancei a cabeça, minha visão girou quando me levantei, antes que pudesse me recompor dois pês me acertaram por trás e fui com tudo no chão mais uma vez. Pude ouvir o som do meu nariz se quebrando e senti o sangue escorrer.

Me sentei e com uma das mãos forcei o nariz fazendo um estalo o voltando ao lugar, limpei o sangue que escorria.

Me levantei e virei para a escada. La estava a ruiva com um arco e flecha nas mãos que não sei de onde tirou.

Apontou na minha direção e atirou uma flecha com a ponta afiada. Estiquei a mão a pegando a tempo antes de acertar no meu braço.

Soltei a flecha no chão e fechei as mãos em punho sentindo o poder passar por mim. Ela olhou assustada para os seus pés que começaram a congelar. Apertei mais as mãos fazendo seus pés se prenderem no chão.

Me concentrei ao máximo para mantê-la ali, mas fui interrompida com o meu corpo sendo arrastado para trás. Caí perto do sofá e logo o cara que tinha se transformado em um lobo estava por cima de mim.

Ele tentava me morder, quase raspando suas presas no meu rosto. Tentei empurrar o seu corpo, mas ele era muito mais forte do que eu.

Me senti aliviada quando ele foi tirado de cima de mim pelo Felipe que não parecia tão gentil como antes.

A Kate que estava um pouco afastada se aproximou e lá estavam seus olhos vermelhos e as presas a mostra, me lembrando de que a loira é uma vampira.

O homem se levantou rapidamente soltando um rosnado e avançou contra ela de novo, mas antes de tocar nela parou de reprende como se tivesse sendo impedido. Tentou avançar e mais uma vez, foi como se tivesse um escudo invisível o impedindo de ir.

Vasculhei o ambiente e vi a causadora daquilo: a Caroline. O homem seguiu meu olhar e desistiu da Kate e começou a andar na direção da Caroline que recuou. Levantei a fim de ir pará-lo, mas o Felipe foi mais rápido o puxando pelo braço. Ele virou furioso para o acertando com um soco que eu pude sentir a dor em mim. Não demorou muito para ele chegar perto o suficiente da Caroline e segura-la pelo braço.

- Quer dizer que arrumaram uma bruxinha? – falou.

- Solta! – o Felipe gritou indo na direção dos dois.

- Você que pediu! – ele a jogou na parede, onde ela caiu desacordada. E pelo que vi, bruxas não tem tanta resistência quando nós.

Fechei as mãos em punho juntando poder e atirei nele a água que fluía das minhas mãos.

A Kate também voltou a atacar o homem.

Fui até a Caroline e me agachei ao seu lado, pus a mão no seu pulso e parece que morta ela não estava. O Felipe se agachou ao meu lado e olhou para ela por um segundo depois se focou em mim.

- por nenhum motivo perca isso. – me entregou uma caixinha e saiu indo ajudar a Kate.

Senti a dor me acertar na barriga, olhei para baixo vendo a flecha atravessada ali, a dor consumiu meu ser.

Virei e vi a Maria com um sorrisinho. Estiquei a mão direita e puxei com todas as minhas forças a flecha a arrancando de mim, logo vendo o sangue pingar.

Ela desceu as escadas lentamente, mas o que me assustou foi a velocidade que me acertou com um chute fazendo a caixinha cair da minha mão.

Me levantei o mais rápido que pude, mesmo sentindo a dor me consumir. Antes que pudesse voltar fui puxada pelo cabelo e minha cabeça foi em direção dos cacos de vidro da. Senti a dor na testa junto com o corte e o estrago que deve ter feito.

Levantei a cabeça, juntei minhas forças e girei a perna no ar finalmente acertando a Maria. Passei a mão na testa tirando o cabelo que estava grudando no sangue que escorria.

Vasculhei o chão procurando a caixa.

- Procurando por isso? – a Maria já estava de pé com a caixa nas mãos.

Parei de frente para ela e engoli sentindo o leve gosto de sangue. Não sabia o que tinha ali dentro, mas com toda certeza era importante.

- Maria, por favor. – estiquei a mão para que me entregasse.

Ela deu um sorriso sarcástico para mim.

- Vicente! – gritou jogando a caixinha na direção do homem moreno.

Lancei um olhar mortal para ela, mas não podia perder meu tempo. Forcei minhas pernas para correr e ver se conseguia pegar antes dele.

Corri pela sala e pulei no ar no mesmo tempo em que o Vicente. Claro que ele era mais alto do que eu. E com apenas um soco me acertou me fazendo ir bater no sofá.

Só deu tempo de levantar a cabeça e ver a Kate tentar acertar o homem com alguns golpes. Me levantei e puxei o braço dele tentando pegar a caixa de volta. Ele se virou para mim e soltou um rugido mostrando as presas e os seus olhos estranhos.

Me concentrei ao máximo e encostei as mãos no seu peito fazendo a água sair com toda a força o atirando o mais longe possível de mim.

O Felipe veio a tempo de pegar a caixa das mãos do homem moreno.

- Maria, já chega! Vamos agora! – o Vicente gritou para a Maria.

Se levantou e como um vulto pegou a Kate por trás.

- Desculpem queridos, mas a lapide e a caçadora são meus. – o Vicente falou enquanto a Kate se debatia. – Até qualquer dia.

Segurou a cabeça da Kate e girou o pescoço dela fazendo um estalo dos ossos se quebrando. Soltou o corpo dela que caiu.

- Até mais dominadores! – a Maria disse enquanto saiu como um vulto pela janela quebrada.

O Vicente deu um aceno e fez o mesmo que ela, saindo pela janela.

- Não! – o Felipe abriu a caixa e depois me olhou. – Droga! – jogou a caixa no chão.

- É a lapide?

- Precisamos deles. Agora! – ele não esperou minha resposta. Passou por mim como um vulto e saiu pela janela.

A porta se abriu, na verdade sem necessidade já que a casa estava totalmente destruída.

- Poderíamos muito bem ter passado pela janela. – o Rick falou entrando.

- O que aconteceu? – a Claire perguntou vindo se abaixar do meu lado para olhar a Kate.

- Eles levaram a lapide. Precisam acha-los. – apontei para a janela.

A Claire assentiu e correu até a porta.

- Ajuda ela, eu vou! – falou se dirigindo ao Rick que apenas assentiu.

...

O Rick carregou a Kate até o sofá. O sofá que ainda estava intacto.

- Ela vai ficar bem? – perguntou passando a mão no cabelo da Kate.

- Vai sim! Só quebrou o pescoço e ela vai se curar logo. – expliquei me sentando na beirada do sofá.

- Você está bem? – ele me olhou preocupado.

Assenti meio sem graça por estar toda suja.

- Mesmo? – esticou a mão tirando a franja que caia no meu rosto.

Levantei o olhar encontrando seus olhos castanhos-avermelhados me fitando.

- Estou bem! – afirmei dando um sorriso.

Ele sorriu e se levantou analisando a sala.

- Que estrago! Vamos ter muito trabalho por aqui.

- Pois é! – suspirei. – Acha que o Felipe e a Claire vão conseguir pega-los?

Ele se virou para mim e deu de ombros.

- Eu espero que sim!

***

Claire

Corri o mais rápido que meu corpo permitia. Entrei dentro da mata que ficava ali perto da casa da Kate e tentei ir ainda mais rápido quando avistei o Felipe numa velocidade extrema.

- Fugiram por ai? – perguntei quando me aproximei. Ele se virou para mim. Tinha sangue na sua roupa assim como na Bia e um pouco no rosto também.

- Entraram na mata e acho que temos um problema. – falou um pouco alto já que eu estava bem atrás.

- Levaram a lapide, a Bia falou. – olhei ele diminuir a velocidade para que eu pudesse te acompanhar.

- Isso também! – ele estava incomodado.

- O que mais tem? – me aproximei mais dele.

- A Maria é uma vampira!

...

Fiquei em silencio tentando achar uma possibilidade de ser verdade. Como assim? Bom... Só não dava tempo para ficar criando hipóteses na minha mente.

Era impossível correr na mesma velocidade do Felipe, acho que por ser um dominador da terra ele tem essa vantagem de ter uma velocidade extrema que meu corpo não consegue acompanhar.

Conseguimos avista-los: a Maria mais na frente e o Vicente atrás. Vi o Felipe aumentar o ritmo da sua corrida e tentei fazer o mesmo não obtendo sucesso. Mas chegamos perto o suficiente para o Felipe parar.

- Claire. – assentiu para mim e eu já sabia o que aquilo significava.

Parei também e olhei para ele esperando nossa deixa. Ele parou, fechou as mãos em punho e se agachou dando um soco no chão. Tudo tremeu, em seguida uma rachadura surgiu de onde ele bateu e foi se abrindo na direção do Vicente e da Maria.

Fechei minhas mãos em punho e parei sentindo o ar dominar minha mente, levantei os braços dominando o vento ao meu redor e atirei com toda força na direção dos dois.

O Vicente ainda olhou para trás antes do vento acerta-lo com tudo, fazendo tanto ele quanto a Maria irem para frente até bater nas arvores.

O Felipe parou do meu lado e deu um sorriso satisfeito.

- Isso foi ótimo parceira! – estendeu a mão para que eu tocasse.

- Somos uma bela dupla de perseguição! – bati na sua mão dando um sorriso.

Fomos até a Maria e o Vicente. Puxei a Maria pela blusa e a levantei pressionando-a numa arvore.

- Quem transformou você?

- E isso importa? – deu um sorriso debochado.

Bati seu corpo com mais força na arvore. Estou perdendo a paciência.

- Quem? – fiz meu olhar mortal e parece que funcionou.

- Digamos que o vampiro bonitão deu uma ajuda. – sorriu.

- Jonny! – sussurrei para mim mesma.

- Por que?

- Fizemos um trato! E ele tinha que me dar algo em troca.

- Que trato?

- Segredo! – sorriu.

- Maria eu não estou de brincadeira, diz logo ou não respondo por mim. – apertei mais o seu pescoço.

Ela se calou e me encarou provando que não falaria mais nada. Minha raiva explodiu e sem pensar muito segurei com mais leveza seu pescoço, mas comecei a sentir o oxigênio passar a nossa volta inclusive na respiração dela.

Comecei a tirar o ar de perto dela, o suficiente para deixa-la inconsciente. Vampiros não morrem se ficarem sem respirar, eles apagam por um tempo, mas logo voltam.

Ela começou a se debater tentando se soltar e seus olhos iam do vermelho vivo ao caramelado. Ela foi diminuindo seus esforço até cair inconsciente.

Soltei seu corpo que caiu nos meus pés.

- Claire! Uma ajudinha aqui por favor! – virei vendo o Felipe tentar segurar o lobo enorme que o Vicente se transformou.

Fui na direção deles e antes que o lobo se virasse segurei seu pescoço por trás e girei usando minha força o quebrando. Ele caiu inconsciente também.

- Obrigado! – o Felipe sorriu.

- Não tem de quer parceiro! – sorri.

...

Eu arrastei a Maria e o Felipe o Vicente. Espero que seja o tempo suficiente para amarra-los devidamente e torturarmos eles quando acordarem. Sorri com a ideia de torturar a Maria já que agora é uma vampira e não sente tanta dor.

- Você está bem? – eu tive que perguntar. Mal falei civilizadamente com o Felipe e ele acabou de voltar de uma “quase morte”.

- Bem! E você? – sei que perguntou por educação.

- Bem também! – sorri.

- Por que não falou com ninguém sobre a mordida?

Ele me olhou brevemente e depois deu de ombros.

- Não queria trazer mais problemas pra ninguém. E também eu sabia que não tinha cura para isso.

- Querendo ou não quase nos matou de preocupação.

Dei uma risadinha e ele também.

- Desculpa Claire! Amigos não escondem nada um do outro.

- Não mesmo. – estendi a mão e ele a pegou. – Conta comigo para o que quiser e por favor não esconda mais que está morrendo.

- Prometo que não faço mais isso. – deu aquele sorriso torto dele que o deixa idêntico a um anjo.

- Acho bom!

Paramos em frente aos fundos da casa da Kate, até porque não poderíamos arrastar os dois pela rua.

O Rick surgiu na porta como se tivesse nos ouvido ou sentido cheiro.

- Graças a Deus conseguiram pegar esses dois. – falou vindo na nossa direção.

- Só precisamos prende-los num lugar mega seguro. – falei soltando a Maria no chão.

- Vai ser difícil quando se trata de um lobisomem e agora de um lobisomem e uma vampira! – o Felipe apontou para os dois.

- Vampira? – o Rick olhou a Maria.

- Temos um traidor entre nós chamado Jonny. – falei.

- Ele teve a coragem de transformar a Maria? – o Rick perguntou indo até a porta de novo.

- Oh se teve! – o Felipe se sentou na escada que ficava ali fora.

- Liz! – o Rick gritou para dentro da casa.

- Chamou essa mulher aqui? – o Felipe falou mal-humorado.

- Essa mulher ajudou a nos salvar. – a Bia apareceu na porta junto com a Liz.

O Felipe revirou os olhos e a Liz se aproximou.

- Quer dizer que vocês tem um lobisomem e uma vampira agora? – perguntou.

- Onde sugere que prendemos eles? – o Rick perguntou a ela.

- Não vão precisar. – a Liz falou se aproximando mais dos dois caídos no chão. – Não vão sair daqui nem se quiserem.

Não entendi bem, mas ela começou a andar em volta deles formando um círculo e por onde andava deixava cair um pó branco.

- Que isso? – perguntei indo mais perto.

- Um feitiço que os prende exatamente aqui. – falou saindo de dentro do círculo branco no chão. Estendeu a mão como se fosse tocar o vento, mas ao invés disso assim que a mão dela ficou na direção do círculo ela tocou em um tipo de escudo que apareceu e sumiu rapidamente.

- Só pode ser quebrado pela bruxa que o fez, ou seja, eu. – sorriu para nós.

***

Felipe

Que legal! Ela sabe fazer escudos invisíveis!

Não posso acreditar que ela realmente me ajudou. Não sei nem o porquê, mas antes ouvi-a falando com a Caroline em matar a Bia e se ela realmente é a bruxa tão poderosa devia saber que quando um elemento morre e não tem seu sucessor, o equilíbrio cai e isso gera um enorme problema. Mas ao invés disso queria destruir um elemento.

Não me importa nem um pouco o que ela fez. Ainda não acredito que só esteja querendo ajudar, depois que perdi minha confiança. Demora demais para pega-la de volta.

Suspirei e me levantei entrando na casa. Parei me sentando na beira do sofá onde tinham colocado a Caroline. Seu coração batia num ritmo constante.

Por mais que ela me incomodasse eu não queria que a machucassem. Não era certo isso.

- Você vai ficar bem. – falei esticando a mão para acariciar seu rosto.

Senti o cheiro de flores misturado com sangue se aproximando.

Me levantei me virando.

- A Caroline não tem tanta resistência quanto nós. – falou me olhando.

- É verdade. – sorri e me aproximei.

Ou era impressão minha, ou a Bianca estava mais pálida e com uma expressão de que sentia alguma dor.

- Não devia ter brigado daquele jeito com a Maria.

- Acho que perdi o jeito de luta! – tentou sorrir.

- Só não se esqueça de que se esforçou demais com tudo isso. – estiquei a mão acariciando sua bochecha. – O hospital, os problemas e a conexão.

- Eu sei Lipe. Não se preocupe. – deu um meio sorriso.

Levantei a sua franja que caia no seu rosto e lá estava o corte de onde o cheiro doce do sangue saia.

Eu não tinha nada disso, e isso só significa uma coisa.

- Não está se curando? Você está bem?

Ela suspirou sem me olhar.

- Eu... – se desequilibrou e tombou para trás.

Usei minha velocidade sobre-humana para pega-la a tempo.

- Bia? – segurei sua cabeça. – Bianca?

Segurei o seu peso e passei as mãos por baixo do seu corpo a tirando do chão.

Desmaio não era um bom sinal, com toda certeza não era!

...

Parei na porta que estava aberta, ainda com a Bia nos braços. Todos me olharam, inclusive a Liz que estava perto da Maria e do Vicente. O Rick se levantou imediatamente e veio na minha direção.

- O que ela tem? – perguntou olhando mais a Bia do que eu.

- Eu não sei. Parece que não está se curando como eu. – falei observando a Claire vir até nós também.

- Isso não é bom... – ouvi a Liz sussurrar.

- O que você fez? – quase gritei para ela.

- A culpa não é minha. – a Liz falou se aproximando mais. – Efeitos colaterais da conexão.

- Leva ela para dentro e coloca no primeiro quarto aqui em baixo. Eu fico de vigia deles. – a Claire falou. – Liz dá um jeito nisso!

A Liz suspirou, mas nos seguiu assim que sai.

...

Deixei a Bia na cama e me sentei numa cadeira. Não sei o que a Liz quis dizer com “efeitos colaterais, mas não parece ser bom.

- O Rick foi ver como a Kate está. – falou entrando no quarto.

- O que está acontecendo? – me levantei ficando de frente para ela.

- Eu disse que teria consequências e mesmo assim ela aceitou.

- Presta atenção Liz! – a encarei. – Eu não sou idiota, você vai dizer o que é isso.

- Quer mesmo saber? – suspirou andando pelo quarto até pegar uma cadeira e se sentar.

- Fala logo! – puxei minha cadeira me sentando de frente da dela.

- Bom... – ela se ejetou. – A conexão não está certa. Isso não era para acontecer. Era para que tudo o que acontecesse com você acontecesse a ela ou vice-e-versa, mas... Tem alguma coisa errada.

- Isso eu já percebi, mas o que me interessa é o que!

- Pelo que estou vendo aqui Felipe, a conexão não está completa. Por isso a Bianca está com o seu poder de cura baixo, e a luta afetou ela.

- Por que? Eu não sinto nada. – realmente eu não sentia nada e se realmente tivesse conectado a Bia, estaria desmaiado também.

- Isso porque ela acreditou.

- Em que? Na conexão? Isso eu acredito. – questionei.

- Não na conexão. Na bruxa que fez o feitiço. – ou seja, ela.

- O que? Isso não faz sentido Liz!

- Ai que você se engana Felipe! – ela colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha. – Como eu disse antes independente da conexão, ela continuará sendo movida a sentimentos. Quando eu fiz o feitiço da conexão eterna entre vocês dois existia um sentimento fluindo ali: a confiança. – me fitou com seus olhos azuis. – A Bianca acreditou que eu tinha força suficiente para fazer o feitiço e trazer ambos de volta. Ela acreditou em mim.

- E o que isso tem a ver com o fato dela não se curar? – perguntei crítico.

- Tudo! O fato dela não estar se curado só significa uma coisa: só uma parte acreditou, só uma parte confiou. E de certa forma essa parte não foi você.

- Deixa eu ver se entendi! – levantei e comecei a andar pelo quarto. – Porque a Bia acreditou em você, confiou ou sei lá o que, ela perdeu o poder de cura e eu não.

- Claro que não. Quando se conectaram era preciso que um sentimento reinasse. Como você não estava consciente para isso, a própria natureza criou um atalho usando o sentimento da Bianca. A confiança na bruxa que fez o feitiço.

- Ou seja, você! – a interrompi.

- Sim! Eu! Por ela acreditar, você recebe de volta todo o poder do dominador, mas por outro lado... Como você não confia mais em mim quem vai pagar por isso não é você, é o seu elemento compatível. A Bianca.

- Quer dizer então que...

- Enquanto não acreditar na bruxa responsável pela conexão, a sua namorada paga por isso.

***

Bianca

Até para abrir os olhos a dor vinha. Abri devagar e estava escuro o ambiente onde eu estava. As cortinas balançavam com o vento que ia e vinha.

Forcei meu corpo tentando me sentar, mas logo desisti pois minha barriga doía tanto que nem consigo descrever. Me lembrei que levei um chute da Maria bem ali e uma flecha me atravessou.

Acho que minha cabeça conseguia doer ainda mais do que meu corpo. Fechei os olhos e comecei a massagear as têmporas para amenizar a dor de cabeça.

Se pudesse teria pulado de susto com a luz se acendendo. Abri os olhos e ele deu um sorriso de desculpas.

- Desculpa! – falou vindo se sentar na beirada da cama.

- Tudo bem! – dei um sorriso amarelo.

- Está se sentindo melhor? – lá estava o Felipe preocupado.

- De verdade? – perguntei e ele assentiu. – Não!

- Eu sinto muito B! – segurou minha mão.

- Eu vou ficar bem. – apertei sua mão para tentar mostrar isso.

Forcei meu corpo de novo e ele me ajudou a me sentar. Só agora reparei melhor o ambiente. Não estava na casa da Kate ou não conheço esse quarto.

- Está no instituto. O Rick trouxe você e voltou para resolver os problemas que estão na Kate. Acho que é melhor você ficar aqui por enquanto, sem confusões. – explicou como se tivesse lido meu pensamento.

- O que houve? – eu precisava perguntar isso já que não faço ideia porque não me curo logo.

Ele abaixou a cabeça e deu um longo suspiro antes de voltar a me olhar.

- Parece que a conexão não foi completada. – falou isso num tom baixo.

- Como assim não foi?

Ele voltou a abaixar o olhar fitando o lençol branco.

- Felipe? O que foi? – estendi a mão levantando seu rosto.

- Olha, vou trazer alguma coisa para você comer, faço um curativo e eu te conto. – falou se levantando.

- Lipe? – ele se virou. – Eu queria tomar um banho antes, acho que preciso disso. – sorri.

- Tudo bem! – ele voltou me ajudando a levantar. – Eu ajudo você.

Arregalei os olhos e o encarei. Ele soltou uma risada e deu o sorriso mais lindo que já vi, era raro ver o Felipe dando um sorriso assim.

- Ajudo você a ir até o banheiro! – completou.

Senti meu rosto corar e abaixei a cabeça dando um sorriso.

...

Entrei no banho e lá fiquei por não sei quanto tempo. Assim que sai olhei na direção da minha barriga, não era um machucado bonito e ainda doía muito, fora que meu braço estava roxo e meu cabelo deve estar horrível.

Me enrolei na toalha e olhei meu reflexo no espelho embaçado. Peguei a roupa que tinha pegado no meu armário que ainda existia. Vesti a camiseta do pijama e o short, já que minha coxa estava roxa também.

Andei até o quarto que ainda era o meu e agora da Claire também. Fechei a porta e me sentei na cama a fim de amenizar a dor que começava a voltar.

Duas batidas na porta e o seu cheiro de menta me atingiu.

- Pode entrar! – falei.

Seu cheiro invadiu o quarto e ele entrou fechando a porta. Me deu uma olhada rápida depois veio na direção da cama.

- Espero que goste de queijo. – sorriu deixando a bandeja do meu lado.

- Obrigado Lipe! – sorri pegando o sanduiche que estava na bandeja ao lado de um suco de laranja. Reconheci pelo aroma.

Realmente estou com fome, meu estomago já estava começando a reclamar. Comecei a comer lentamente.

Fiquei observando ele procurar em umas caixas da Claire. Parece que encontrou, pois veio com uma caixa azul nas mãos e se sentou na cama, mas afastado de mim.

Terminei meu lanche e peguei a bandeja a deixando na cômoda ao lado da cama.

- Precisa de um curativo onde ela te acertou a flecha, porque as flechas tem veneno que dificulta a cicatrização em mutantes.

Assenti me arrastando na cama para chegar mais perto. Ele sorriu meio sem graça e começou a mexer na caixa. Tirou alguns vidros e gases.

- Posso ver? – me olhou esperado a resposta.

Assenti cruzando as pernas e levantei a blusa a deixando assim mostrando o meu machucado feio.

Escorei meu peso colocando os braços para trás.

- Esse veneno é bom. Isso dói! – reclamei.

Ele deu um risadinha e pegou um vidro de soro.

- Eu posso? – perguntou apontando para o machucado.

- Claro que pode! – por que estava perguntando isso?

Ele se ajeitou ficando mais próximo. Molhou um algodão e quando encostou no machucado meu corpo reagiu com um arrepiou e um pulinho para trás.

Ele me olhou erguendo uma sobrancelha.

- Desculpa! - falei.

Sorriu e voltou passando o algodão no machucado de novo. Estava queimando e isso é horrível.

Para diminuir a dor era só não pensar nela.

- Ainda não me falou o que aconteceu. – falei.

- A Liz explicou algumas coisas pra mim. – deixou de lado o soro e foi em outro vidro com um liquido vermelho.

- Que coisas? – o arrepio percorreu meu corpo quando ele aproximou o algodão perto de mim de novo. E como antes quando encostou me afastei para trás.

- Relaxa tá! – colocou a mão no meu braço. Assenti. – Ela tinha me falado antes que a conexão é movida a sentimentos e hoje ela me explicou o porquê de você estar com seu dom de cura baixo e ter desmaiado.

Coloquei os braços do lado do corpo e apertei o lençol sentindo o machucado queimar.

- O que ela te falou? – perguntei mordendo o lábio.

- Que nossa conexão foi movida a um sentimento e eu acabei falhando nele.

- Como assim falhando? – afastei de novo quando ele passou outro liquido ali.

- Hum... – me olhou reprovando minha reação. Me aproximei de novo. – Ela disse que você realmente acreditou nela para fazer o feitiço conosco.

- Claro que sim. Feitiços funcionam se você acreditar. – falei dando de ombros.

- Você é melhor do que eu nisso. – ele sorriu.

- Em que?

- Em confiança. – me olhou um pouco desanimado. Ai que entendi! Ele não confia nela por isso a conexão deu errado ou alguma coisa parecida.

- Você não acredita nela, não é isso?

- Não! Eu não acredito! – ele suspirou pegando alguns gases. – E o pior de tudo é que não sou eu quem vai pagar nessa história, é.... Você.

Por isso toda essa dor. O fato dele não acreditar me afeta não deixando com que me cure, assim como eu acredito no feitiço e ele está totalmente bem.

- Felipe, não se culpe com isso. Eu só acredito na Liz porque estava desesperada para você ficar bem, não tinha mais nada a ser feito. Talvez se a conhecesse como conheceu não teria a mesma opinião. – tentei, mas acho que isso não vai mudar o que ele está pensando: que é o culpado.

- Desculpa por fazer você passar por isso.

- Quando eu quis fazer isso, eu sabia dos riscos que estava correndo, mas mesmo assim eu fiz... Fiz por você. – sorri.

- E não existe maneira de agradecer você por isso.

- Já está agradecendo. – sorri olhando ele terminar o curativo.

Sorriu e deslizou os dedos pela minha barriga. Meu corpo se arrepiou e acho que ele notou isso, pois se afastou um pouco.

- Pronto! Vai melhorar logo. – falou sem me olhar.

- Obrigado! – me aproximei para levantar seu rosto. – Por tudo!

Ele deu um sorriso meio torto e pude ver meu reflexo dentro dos seus olhos verdes.

Deslizei a mão pelo seu rosto e me aproximei mais esperando sua permissão para chegar no ponto que eu queria. Ele tirou a franja do meu rosto e se aproximou me dando um selinho.

- Vou dar um jeito nisso!

- Nós, vamos dar um jeito nisso! – o corrigi.

Assentiu se aproximando de novo, me beijando com mais cuidado do que deveria. Passei as mãos no seu pescoço, ficando de joelhos ao mesmo tempo que ele.

Ele se colou mais a mim passando os braços de leve na minha cintura aprofundando o beijo. Entrelacei os dedos no seu cabelo macio e ao mesmo tempo invadi a sua boca com minha língua causando um arrepio gostoso no meu corpo.

Ele não iria mais longe do que isso, não pensando que estou morrendo de dor. Na verdade até me esqueci dela agora.

Usei minha força para frente nos fazendo deitar comigo por cima. O beijo se acelerou e movi minhas mãos pela lateral do seu corpo.

Acho que ele percebeu que minha dor sumiu e também moveu suas mãos a descendo lentamente e subindo de novo pela minha coxa. Eu queria passa-las a as volta, mas nem respirei e ele nos girou ficando por cima de mim, mas sem colocar seu peso.

Parou me olhando com seus hipnotizantes olhos verdes e lindos.

- Fica aqui? – fiz um biquinho para convence-lo. Ele sorriu virando o rosto depois voltou a mim de novo.

- Fico! – se aproximou me dando um beijo longo e extremamente bom.

Ele apagou a luz e se deitou do meu lado. Me aproximei lhe dando um beijo rápido e me apertei a ele. Me envolveu com os braços e mais um arrepio devido ao seu suspiro no meu cabelo.

- Eu te amo! – sussurrou.

- Também te amo! – sorri.

Eu não precisava de mais nada. Nada! Estou no lugar mais seguro do mundo!


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Notas finais do capítulo

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Beijocas



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