“Ok. Fica calma. Ser expulsa não é a pior coisa que pode acontecer. Eles podem mudar de ideia e me denunciar para a polícia, ou pior, minha mãe pode me matar e depois ser presa.

Por que eu? É como esses heróis que salvam a mocinha, no caso mocinho, e que sempre acabam sem o crush e ainda na bad.”

***

Reneé entrou lentamente no quarto e observou a filha. A menina se encontrava em uma das camas e estava sentada olhando para os pés. Rapidamente ao notar a presença da mãe, Bella levantou a cabeça e olhou de relance para os olhos dela e pode ver ali a mistura de raiva com decepção que exprimiam.

— Só quero saber uma coisa mocinha. Por que você fez isso com a outra garota? Foi por causa de namorado?

— Mãe eu...

— Responda, Isabella!  – A menina ajeitou a postura. Tomou fôlego e disse:

— Foi sim. Foi por causa do Edward. – respondeu Bella enquanto Renné franzia a testa com uma expressão de incógnita.

— Ele não estava namorando aquela garota, a da... a que ele convidou para a festa de bodas. Qual era o nome mesmo dela?

— Tanya. – respondeu Bella deixando o rosto enrubescer por alguns instantes. – Bem, o fato é que a Vládia ameaçou de contar para o técnico que o Edward estava machucado.

— E estava mesmo. – Renné parecia chocada com a falta de remorso da filha e da irresponsabilidade do garoto – Foi perigoso o que ele fez.

— Mas mãe, ela não ia fazer isso para o bem dele. Eu estava no banheiro quando eu escutei a Vládia falar que ia dedurar o Edward e... que tinha chance de ele ser expulso por causa disso. Eu briguei com ela, mas não lembro de ter lhe quebrado o braço. – a jovem fez uma pausa e então continuou – Acho que ela está fingindo.

Por alguns segundos houve silêncio.

 – Fingindo? – questionou a mãe incrédula e sentando-se na cama ao lado da filha. – Nossa, estou chocada... – fez uma pequena pausa – Bella, eu acredito em você, mas agora isso não é importante. Vamos ter que resolver essa confusão que você se meteu primeiro.

                                                                         ***

Já era noite e apesar de todos os acontecimentos ocorridos, só tinha uma coisa que Edward conseguia pensar: “É porque eu te amo. Seu idiota”. As palavras de Bella estavam presas na sua mente. Ela mexia com os seus sentimentos. Ele havia beijado a amiga duas vezes no impulso. Não medira as consequências, mas não sentia remorso. Não. Pelo contrário, queria fazer isso de novo, mas havia Tanya. Não podia ser mais tão precipitado assim novamente. A garota ficaria uma fera com ele. Por isso precisava resolver logo. Enquanto isso, podia simplesmente fechar os olhos e contemplar o momento.

 “Ele olhou para a menina ao seu lado que ainda vibrava e, abrindo um enorme sorriso, quis puxá-la e envolve-la em seus braços novamente. Esta foi a sua intenção quando, impulsivamente, a trouxe para perto de si, mais próximo do que havia planejado.”

“Não conseguia mais controlar seus desejos. Suas emoções estavam embaralhadas e confusas até que, novamente, a força magnética de antes, voltou com intensidade total. Convidando-o para cada vez mais perto... mais perto...e mais... E quando os dois se deram conta, seus lábios já estavam colados, se movendo no mesmo ritmo, um no outro. Foi como se uma descarga elétrica percorresse cada molécula dos dois corpos ao mesmo tempo. Eles pararam, e se fitaram por alguns segundos.”

***

Bella corria de um lado para outro tentando se organizar para ir ao colégio. Ela estava muito atrasada e não conseguia encontrar o seu caderno. Mas lembrou-se que tinha um caderno no armário da escola. Sua cama estava bagunçada com livros e roupas em cima dela. Enquanto arrumava sua mochila escutou batidas na porta e foi abrir.

— Bom dia Bela adormecida! – cumprimentou Emmett com um sorriso enorme nos lábios.

— Bom dia! – Bella também cumprimentou com um “bom dia” bem esticado, estranhando o fato de o rapaz estar usando bermudas.  As regras do Orion School não permitiam esse tipo de peça no vestuário escolar.  Ou as regras tinham mudado e ela não percebeu?

A menina estava confusa, até que ele indagou despreocupadamente.  

— Por que você está vestida assim a essa hora?

— Por que nós vamos para escola?

— No domingo? Fazer o que lá? Posso saber? – ele não conseguia esconder o sorriso.

Ela deu um tapa na própria testa.

— Ow Droga! Fiquei tão perturbada com aquela história que não percebi que dia da semana é hoje.

— Bem, já que não vamos para a escola hoje... – disse Emmett ainda rindo – Estava pensando se você poderia ir comigo e uns amigos para a praia, se você quiser. Pode chamar as suas amigas, de preferência a loira.

Ela sorriu.

— Obrigada. Mas eu não estou com cabeça para isso.

— Qualquer coisa se mudar de ideia é só falar comigo. – falou o garoto se afastando na direção do corredor e quando parecia já estar indo embora, virou-se e disse – Mas uma coisa. É verdade que você quebrou o braço daquela garota que é maior que você? E quebrou o trinco da porta do box do banheiro com um cabo do esfregão e depois escreveu “não entre” na porta?

— Eu não quebrei o braço dela. A gente brigou normal e ela... É uma vadia. – disse Bella com um tom de voz um pouco alterado.

— Nossa! To impressionado de verdade. Se Edward não disser que te ama eu digo. EU-Te-Amo.

Bella deu um meio sorriso.

— Você é uma graça.

— Tenho que ir. Até mais tarde!

— Espera! – chamou Bellla quando Emmett tinha dado dois passos no corredor.

— O que foi?

— Quando é que o Edward volta para casa?

— Está tudo programado para que ele volte hoje à noite.

— Está certo. Até logo!

***

Bella mandou mensagem para Rosalie e Alice sobre o que tinha ocorrido. A menina queria explicar melhor para as amigas pessoalmente com riqueza de detalhes, mas como não pode, fez um breve resumo. Contou tudo que tinha ocorrido e a loira foi a primeira a responder. Disse que ia pensar em alguma coisa para ajudar a amiga enquanto Ali combinou de passar na casa dela.

***

— Bella! – Chamou Alice já na porta do quarto.

— Pode entrar! – a porta fez um breve rangido e a menina caminho apressadamente em direção a amiga.

— Ah Bell. Como você está?

— Eu não...

— Nem precisa me dizer que aquela vaca inventou essa história ridícula de que quebrou o braço – disse sentando-se na cama. – Eu acredito em você, Bell – Alice abraçou a amiga afetuosamente e depois prosseguiu – Tenho uma coisa que eu preciso te contar. A Rosalie, ela não pode vir, mas disse que conhece alguém que pode ajudar a resolver essa situação.

— Eu não quero envolver vocês nisso. Já fiz bagunça demais. A única coisa que vocês podem fazer por mim é testemunhar ao meu favor no conselho de classe. Renée já deve está procurando outra escola para que eu possa entrar... – ela fez uma pausa parecendo exausta e então completou – Sem contar que isso mancha meu currículo se eu quiser entrar numa boa Universidade, não posso arrastar vocês nisso comigo também.

Percebendo o peso da situação que Bella carregava e decidida a fazer algo sobre o assunto, Alice segurou as mãos da menina nas suas e afetuosamente disse:

— Não fica assim não. A gente vai resolver isso.

— Obrigada, mas me prometa que não vão fazer nada.

***

Rosalie, Alice, Bella, Emmett e Jasper estavam reunidos debaixo da arquibancada de basquete do colégio Orion, meia hora antes de começar as aulas.

— Vamos logo Rosalie! Eu não acredito que você me convenceu a fazer isso. Se alguém nos descobre não vai ser só mais um dia de suspensão. – Bella parecia aflita e não parava de olhar para os lados preocupada de não fazer nenhum movimento suspeito que entregasse seu pequeno delito.

— Só estou repassando os últimos detalhes – respondeu Alice parecendo ansiosa.

— Sabe... o plano parece bom, mas vocês têm mesmo certeza que ela vai ceder? – comentou Emmett.

— Eu continuo achando o meu plano melhor. Vou lá gravo o vídeo com a Vládia e a gente ameaça espalhar – Falou Jasper dando um sorriso cínico que logo foi interrompido por uma pequena cotovela de Alice – Aí! Isso doeu.

— Isso é nojento! – Alice fez cara de nojo.

— Não é tão pior quanto o que ela está fazendo a Bella passar – completou Rosalie.

Alice cerrou os lábios e balançou a cabeça positivamente. Jasper deu um sorriso no canto dos lábios.

— Gente! Não acredito que vocês estão realmente cogitando fazer isso? Não vou me rebaixar – pronunciou-se Bella.

— Não é tão ruim assim o plano de Jasper, mas acho mais certeiro o plano da Rosalie. Ela realmente vai se dar mal se não cumprir o trato. – comentou o atleta do grupo sorrindo para Rosalie.

— Obrigada Emmett por me dar um voto de apoio – a adolescente respondeu também retribuindo o gesto do rapaz.

— Mas não é 100% certo – disse Alice um pouco cética.

— Mais é a melhor chance que temos – expôs Rosalie

— Não sei. Eu estou insegura. A gente não tem como garantir que isso vai dar certo. – Rebateu a baixinha iniciando uma pequena discussão. – To me sentindo arrependida de ter insistido para vocês virem.

 – Ah é. Se o meu plano não presta, então por que você tem dá ideia melhor, fada dos desejos encantados?

Rosalie parecia bem irritada e quando Alice já se preparava para responder, Bella interveio rapidamente.

—  Ei! Ei! Ei! Podem parar com isso! Ninguém vai se dar mal aqui. E além do mais, se alguma coisa acontecer, eu me responsabilizo– indagou Bella.

— Ninguém vai se dar mal, tirando a Vládia. – falou Rosalie com convicção.

— Mas qualquer coisa tem o meu plano. Relaxa Bells, vai dá tudo certo – Jasper piscou o olho para Bella.