Matemática Do Amor escrita por Lady Salvatore


Capítulo 33
- Lembranças.


Notas iniciais do capítulo

Oi lindas. Bom, nesse capitulo tem o flashback que prometi então a maioria do cap foi feito em letra itálica. Espero que não incomode vocês. Normalmente, eu prefiro narrar as minhas histórias invés de fazer do ponto de vista de um personagem, mas dessa vez com o flashback teve que ser narrado pelo ponto de vista da Elena. Que é algo na qual eu n to muito acostumada; Então, se houver partes em que está narrado por mim e partes em que a Elena narra, me perdoem. Boa leitura.



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Lá ia ele de novo. Errar e tentar concertar... Esse parecia ser o único movimento que sua vida fazia, e estava prestes a fazer outro agora, mas por um momento não soube se aquilo era um erro ou um concerto.

3 HORAS ANTES.

Elena quicou mais uma vez a ponta da caneta na folha branca do diário. Estava carregada de sentimentos para escrever, mas feliz demais para interferir seus pensamentos e coloca-lo no papel. Sentia-se como se deixasse aquelas lembranças se transmitirem da mente, poderia perdê-las. E aquilo era o que Elena menos queria.

Ontem havia sido perfeito, exceto por alguns detalhes.

Isso. Começaria escrevendo as preocupações e depois os acontecimentos de ontem.

Retirou a tampa rosa da caneta e começou.

Querido diário.

Não houve tempo para escrever no sábado, embora eu quisesse. Estava entupida demais na minha imaginação e não conseguia soltar nada para fora que não fosse suspiros de felicidade. Ainda estou assim, mas hoje me sinto mais preparada.

Acordei hoje de manhã com medo, em pânico que tudo houvesse sido um sonho. Com medo que ele mudasse de ideia; e que a porcaria da ética voltasse ao corpo dele assim que o sol nascesse, mas não, tivemos um domingo maravilhoso...

Consegui convencer todos a irem para a missa. Tia Jenna foi difícil, mas inventei para minha mãe que andei sentindo certa tristeza ao redor da tia Jenna e Dona Isobel, toda neurótica e perfeccionista como é, deu um jeito de fazê-la me escutar e ir junto. Disse que eu irei passar o domingo no shopping e que iria com as meninas. Nunca que depois da discussão que aconteceu naquele quarto minha mãe me deixaria ficar sozinha com Damon de novo. Ela ainda acha que eu vou tentar convencê-lo a me dar nota ou o subornar. Tanto que a vigília dela comigo aos domingos estavam pior que nunca, afinal Damon e eu estamos em casa. Acho que ele não pregou o olho no sábado, pois passou a manhã inteira na cama, só foi acordar depois das quatro da tarde, quando eu o acordei depois que todos haviam saído para a capela. Minha mãe fez questão que me visse pegar o carro e sair até que chegasse no centro. Tanto que tive que ir até lá e voltar, tudo para não ter desconfianças de nada e para que pudéssemos ter um domingo perfeito.

Damon e eu estamos definitivamente juntos. Hoje na escola, perto da secretaria. Ele estava lá depois do treino, Damon nunca foi até o campo. Eu tinha acabado de sair do ensaio; Rebekah estava comigo, me obrigou a fazer uma trança no cabelo dela então não pude ir pra trás da quadra e o puxar para darmos uns amassos. Na saída, antes que eu entrasse no vestiário, ele sorriu, um riso meio torto de canto de lábio. Um sorriso bem envergonhado, mas ao mesmo tempo um pouco sarcástico talvez. Eu fui obrigada a entender, ele tinha razão. Não podíamos nos agarrar na frente da equipe inteira de lideres de torcida, mas eu fiz minha questão de provocar. Antes que pudesse entrar no vestiário, bem na porta, tirei a parte de cima do meu top; Não estava de sutiã. Continuei andando reto até entrar, dentro, do vestiário e não fechei a porta e nem olhei pra trás. Dando pra ele a visão completa das minhas costas nuas. Uma das meninas percebeu que a porta estava aberta e que ele estava bem próximo da soleira e fechou na cara dele, dando um grito agudo de susto.

Depois, todas vieram falar comigo e alertando que eu deveria que ter mais atenção e que mesmo que eu tivesse na porta do vestiário, era melhor só tirar a roupa quando já tivesse dentro e tudo já estivesse fechado.

Queria ter visto a reação dele quando viu minhas costas descobertas. Queria também ter virado para frente e deixasse que ele visse tudo, mas preferia que isso fosse depois, quando estivéssemos sozinhos, como ontem. O que me leva a outra questão... Estamos juntos, tenho certeza, mas o que eu não entendendo é porque Damon não está tão feliz como eu estou. Quando estávamos juntos ontem, e com base nas vezes que ficamos eu tenho certeza que ele sente desejo por mim. Quando me beija, quando me toca, quando me abraça. Só que há uma droga de um ‘’mas’’.

Ele não se sente a vontade comigo. Quando chego perto para beija-lo ou para tentar um carinho ou dizer alguma coisa amorosa, ele se reprime e fica todo cheio de receio e hesitação. Às vezes até me afasta e diz: ‘’ Calma, vamos devagar’’. Tudo com muito cuidado e delicadeza, mas mesmo assim dói. Sentir todo esse medo e essa tensão que eu sinto se extrair do corpo de Damon quando estamos juntos é horrível. Ele não me deixa toca-lo em lugares mais aprofundados e não gosta que eu sente em seu colo ou que beije seu pescoço nem sua orelha. Porque ele não se entrega?

E quando eu digo entregar, não é no modo sexual e sim em questão de presença, de ternura e intimidade. E tão estranho me ver escrevendo e desejando isso; Nunca fui muito amorosa em meus namoros, nunca nada durou mais que dois meses e sempre fui fria com todos e tudo que importava era sexo e curtição, mas dessa vez é tão mais intenso. Não é só carnal, claro que eu tenho vontade de agarra-lo e fazer o que eu bem quiser, mas existe uma coisa maior dessa vez, uma vontade maior.

Eu quero que a gente faça amor o dia inteiro, mas ao mesmo tempo quero que andemos de mãos dadas ou que dividimos um pote de sorvete ou que ele me der flores. Pela primeira vez eu quero flores de um homem, não quero um diamante nem um sapato bonito (se bem que eu to precisando comprar um sapato novo, mas isso não vem ao caso agora).

Isso tudo é muito confuso, é muito complicado. Aposto que ele era carinhoso com a Rose e que ficava a vontade com ela. Sim, eu entendo os motivos dele, o que temos é proibido ele pode até perder o emprego por isso, mas não tinha ninguém ontem em casa...

Que droga; É oficial agora.

Eu sou gorda.

Quer dizer, não gorda de corpo, ninguém tem um corpo melhor do que eu e aposto que essa Rose deve ter um monte de celulite na coxa, mas eu to gorda de alma. Sabe essas menininhas gordas de catorze anos que sonham com um cara lindo que a encham de romantismo? E que idealizam o mais bonito ou então aquele que é o tão famoso ‘’amor impossível’’? Seja por um caso como o meu e do Damon ou outro também considerado improvável de acontecer.

Ou pior, os dois. O cara é lindo, ela é feia, tem todas aos pés e nunca vai olhar pra ela... Isso já é motivo pra ser impossível o suficiente, certo?

Pois bem, oficialmente, eu sou uma dessas meninas agora. Eu sou uma garotinha gorda que escuta musica adolescente e come escondido no banheiro do colégio sem nenhuma vida social.

O que esse homem fez comigo, meu Deus? Por quê? Porque eu?

Tenho certeza que ele ainda não a esqueceu. Mais que certeza, na verdade. Pelo visto eu vou ter que aceitar e torcer pra que um dia ele me ame, mas eu tenho que agradecer também. Damon tem tanta ética e só o fato de estarmos (queria dizer namorando, mas eu não sei exatamente se é isso ainda) ‘’juntos’’ já simboliza que ele sente algo. Eu só preciso ir com calma. Não se ama do dia pra noite e eu vou tentar fazer o possível pra que sim, pra que um dia, mesmo que demore mil anos eu escute ele dizer que me ama.

Talvez eu tenha que ser mais dura. Quer dizer, ele não me deixa que eu o toque em áreas mais íntimas, mas eu sempre o deixo me tocar aonde ele bem entender. Ele não permite que eu beije seu pescoço nem sua orelha, mas eu o deixo fazer. Claro, que ele só faz isso depois da minha insistência em provocar, por mais que ele tente resistir a mim e se segure pra manter essa postura tão reprimida, ele acaba me agarrando depois de tanto que eu provoco, mas nunca dura mais de dois minutos.

Ele para.

Não deixa e fica ainda mais distante e eu tenho que seduzi-lo de novo, e ele cai de novo e para de novo; E eu provoco novamente...

E ficamos nisso dando voltas e voltas. Espero que da próxima vez, giremos juntos e que eu não precise correr em círculos, indo atrás dele enquanto ele só foge de mim.

Elena terminou sua escrita. Deu uma lida rápida nas duas ultimas linhas e suspirou trazendo o caderno, já fechado, para junto do peito. Enquanto as lembranças de domingo atingiam seu corpo.

FLASH BACK ON.

Desci as escadas fazendo o mínimo de barulho possível. Dei a volta inteira na cidade e tive que voltar para despistar minha mãe, gastando toda minha gasolina. Assim que voltei, subi para meu quarto e fiz uma maquiagem bonita. Foi um desafio, porque sei que ele não gosta de algo muito exagerado nem muito espalhafatoso, então tive que suavizar para algo mais natural, o que não era do meu costume. Não mesmo.

Mas até que não ficou ruim. Ficou muito bom, muito bom mesmo. Não passei lápis, somente um pouco de delineador e bastante rimel. Preferir não usar blush e invés disso coloquei um batom vermelho. Era diferente, confesso, mas até que às vezes não faz mal diminuir. Na roupa é que foi um desafio, não tinha nada simples. Absolutamente nada, exceto pelas roupas da Rose que ainda estavam comigo, mas nem morta que eu usaria algo por dois dias seguidos, era o cumulo da pobreza e da vergonha. Então tive que fazer o que eu nunca imaginei que eu faria.

Fui ao lugar mais cafona do mundo.

Fui até o armário de April.

Aquilo não era um closet. Era um brechó em liquidação, ou pior. Queria me matar; Porque Damon tinha que ser o tipo de cara que gosta das maloqueiras sem classe, sem gosto, sem o mínimo de vergonha de sair de casa usando calça camuflada com um casaco azul?

Como esse conjuntinho brega que minha irmã tanto ama.

E pelo o pouco que vi das roupas da tal Rose, ela não era tão diferente de April.

Por sorte, minha irmã é do tipo de menina que usa roupas largas, como se quisesse se esconder dentro delas ou sei lá, o número deveria ser do mesmo tamanho que o meu; April é bem pequena e ainda não tem o corpo muito formado, somente na área do busto, mas ela não possui quadril, nem muita cintura e por mais que já tivesse quinze anos ainda não tinha tido a primeira menstruação. Diferente de mim, que tive aos nove e por isso, com onze ou até menos, meu corpo já estava bem mais desenvolvido do que as meninas ao meu redor.

Sempre fui muito bonita, normalmente sempre a mais bonita do meu grupo de pessoas, mas claro, que tendo as armas para sedução, - como os seios e a ‘’parte de trás’’, ajudava. Tendo esse auxílio mais cedo do que as outras me deu mais pratica de como usa-los e de como seduzir de verdade com elas.

Achei um short jeans escuro, um pouco curto e uma blusa xadrez roxa. Rapidamente quando experimentei não gostei. Não era ruim, mas também não tinha nada de mim; E por mais que eu quisesse agrada-lo, não queria usar uma roupa cafona.

Resolvi molda-lo em um estilo diferente. Coloquei o short por cima de uma meia calça vermelha que eu tinha guardada. Sempre gostei de usar meias calças coloridas, era uma maneira de mostrar divertimento e jovialidade com moda, uma das coisas que sempre disse no meu blog. A blusa era bem larga, então foi só colocar por baixo do short e dobrar as mangas um pouco. Vesti o scarpin preto mais básico que eu tinha. Uma sapatilha seria melhor com essa roupa, mas nem morta que usaria aquilo da Rose de novo.

Fiquei incrível, mesmo com roupas da April eu conseguia fazer algo ficar bom; Eu era demais. Uma pena que não ficou tão simples. Ficou descolado e de uma maneira bem básica de se fazer, mas ainda sim muito bonito e na moda. O que era ao mesmo tempo frustrante porque vinha na minha cabeça a ideia de não agrada-lo.

Se o decepcionaria nas roupas, teria que dar um jeito de compensar. E sabia como.

Fui até meu closet e abri a gaveta encontrando exatamente o que eu precisava.

Era como se estivesse com borboletas no estomago, estava nervosa, ansiosa, com medo, animada... Uma mistura incrível de sensações nunca sentidas antes, ao menos não todas juntas. A porta do quarto dele estava encostada e sem tranca. Ele normalmente trancava, mas domingo era dia de igreja e ele sabia que ninguém estaria circulando pela casa.

O quarto dele estava escuro. Exceto pelos fios de luzes que entravam nas persianas da janela. Damon dormia enrolado nas cobertas e com os ombros desnudos para fora, presumi que estava sem camisa. Parecia um anjinho, daqueles anjos da guarda que fica ao seu lado nos sonhos.

Não pude conter meu sorriso com a imagem. Aproximei-me da cama e com cuidado para fazer nenhum barulho me sentei na outra metade. Passei a mão de leve em seus cabelos, apenas na superfície; Uma caricia lenta. Aproveitei para me deitar e coloquei o papel em cima do criado mudo. O relógio marcava um pouco mais das quatro e meia da tarde.

Virei-me de bruços com um braço apoiado em baixo do meu corpo e o outro em cima do peito dele. Rapidamente empurrei a coberta um pouco mais para baixo e toquei sua pele e toda aquela região. Era tão bom finalmente poder fazer aquilo. Sem medos, sem o sentimento de que era proibido. Quer dizer, ainda era proibido, mas isso era algo na qual eu não me importava mais, nem um pouco.

Raiei seu tórax com meus lábios e depositei vários beijos por sua barriga. A pele dele era tão macia, quente, bem fina.

– Damon... – Chamei em um sussurro, ainda o beijando. A marca vermelha do meu batom por toda sua barriga só me dava ainda mais a sensação de que ele era meu, só meu. – Acorda... É tarde. – Um gemido confuso saiu de sua garganta. Lentamente, seus olhos foram se acendendo e situando onde estavam. Continuei a beija-lo enquanto suas orbes azuis ainda se apartavam. Quando finalmente seus olhos se abriram por completo, eles se direcionaram a mim. Levantei minha cabeça de seu tórax e olhei alegremente.

Fiquei com medo de sua reação e de como ele encararia isso no dia seguinte, mas todas minhas preocupações se esvaziaram quando Damon sorriu em resposta pra mim.

– Então não foi um sonho. – Disse ele sonolento, jogando a cabeça para trás e com o mesmo sorriso doce nos lábios.

– Se fosse um sonho, eu acho que eu iria querer dormir pra sempre. – Afirmei ainda sem cessar meus beijos, dessa vez por seus ombros. – Mas uma vez, um professor ranzinza, muito chato me disse que um sonho pode se tornar muito melhor na realidade do que preso na cabeça. – Expus me fazendo de desentendida e ele sorriu puxando minha cintura de modo que ficasse deitada em cima de seu corpo, também deitado. – É meio confuso, eu sei, mas... Ele é genial. – Completei o fazendo sorrir. Damon retirou as mãos de minhas costas e delicadamente apertou meu rosto me puxou para perto me dando um beijo delicado nos lábios. Não pude deixar de sorrir com o contato; Demorei o máximo para desgrudar nossas bocas. Não queria acabar com aquilo nunca mais.

– Eu fiz uma coisa pra você.

– Fez? O que?

Estiquei-me para o criado mudo e apanhei o papel branco enrolado e amarrado levemente em uma fita rosa claro.

– Isso... – Entreguei o papel em suas mãos, junto com um beijo casto em seus lábios. Damon sorriu e com cuidado retirou a fita e desenrolou a folha por seus dedos.

Quando viu o que era, seus olhos brilhavam para o conteúdo desenhado e seu riso abriu-se ainda mais.

– Elena... – Disse ainda admirado. Era o desenho que fiz dele no dia que demos o nosso primeiro beijo. Um dos melhores dias da minha vida. – Ficou ótimo. É pra mim?

– Sim, é seu... É você. Quer dizer não ficou tão lindo quanto você é, mas eu até que...

– Mas nada. Você perfeita. Talentosa, linda, esperta... É perfeita.

Era impossível não sorrir com aquelas palavras e a maneira tão honesta que ele pronunciava cada silaba. Damon guardou o desenho na gaveta e disse que iria enquadra-lo. Gostava de dividir esse outro lado meu com ele. Lado que ninguém conhecia e que eu não gostava de dividir com mais ninguém.

Quando desenhava ou pintava alguma coisa que não fosse roupas, ia ao central park para me inspirar. Nas crianças, nas arvores, no amor... Um passatempo para guardar para mim e com ele tudo isso se aflorava e eu só conseguia pensar na vontade que tinha de dividir com todos. Sempre gostei de atenção e de que me elogiassem pelo que eu fizesse. Gostava de ser o centro do meu universo e ter holofote somente virando para mim, mas desde então, a ideia de dividir o meu mundo com uma pessoa era insaciável.

Damon era essa pessoa.

Voltei a me aninhar por cima de seu peito, ficamos ali curtindo o silencio. Não era um silencio incomodo ou constrangedor. Era relaxante, onde podíamos escutar o barulho dos pássaros e pensar. Pela primeira vez minha mente não estava em problemas ou necessidades; Estava no futuro que eu queria com ele. Não sabia se Damon queria a mesma coisa, provavelmente não. E eu tinha total consciência de que ele ainda não me amava, mas iria esperar. O sentimento dele pela Rose não devia ter nascido de um dia para o outro e aconteceria a mesma coisa conosco. A única diferença é que além de eu provavelmente ser bem mais linda do que ela, eu não seria burra de fugir dele.

– Fica aqui comigo. – Pedi me aninhando ainda mais em seu abraço. Percebi que ele queria levantar, mas eu não podia me soltar dele. Era como se essa sensação de que se saíssemos da cama ou pisássemos no chão ou se fossemos para fora do quarto, à realidade voltaria. Damon já havia tentado me convencer de que aquilo era besteira, mas eu simplesmente não conseguia largar esse pressentimento.

– Não posso, Eu tenho que tomar banho. É tarde, já dormir demais.

– Não... – Relutei manhosa. Revirei-me ficando novamente deitada em cima de seu corpo e o beijando de novo. Dessa vez com mais intensidade. Desci para seu pescoço outra vez o fazendo soltar um gemido rouco bem no fundo da garganta.

– Eu... Até... Ficaria... Só que. – Tentava falar sem gemer, em meio aos meus beijos por seu corpo. O que me fazia sorrir ainda mais. – Uma... Certa pessoa... Me sujou... Todo... Com... Batom... Vermelho.

Só então que parei para olhar o que fiz, por completo. Seu tórax, seu peito, seus ombros, seus lábios; Todos eles marcados com aquela mancha vermelha em forma da minha boca. O encarei mordendo meu lábio hesitante se faria ou não. Damon não pareceu entender meu olhar malicioso em sua direção, na verdade ele nem ao menos havia percebido. Suas mãos estavam muito ocupadas acariciando meus cabelos.

Sim, era um pouco cedo e eu havia prometido pra mim mesma ir com calma nisso tudo, mas o desejo que eu sinto por ele é algo fora de mim, nem explicar isso eu consigo. É algo que consome todo o meu corpo, entrando pelas minhas veias e ao invés de sair, ele se espalha por todas as minhas células. Nunca fui garota de pensar duas vezes antes de fazer algo. Se tenho vontade, faço... As consequências? Se valer a pena, enfrento, senão dane-se.

Mas com ele era tudo diferente. Cada ato que eu fazia me despertava o medo, a ansiedade e o pensamento de pensar o que está pensando ou o que ele vai pensar. Parece loucura, e é triste, só que é a mais pura verdade. O lancei outra olhada maliciosa e ele me encarou confuso, sem entender o porquê de eu estar assim, não podia ver meu rosto, mas com certeza eu deveria estar parecendo uma leoa encarando sua presa.

Fui abaixando-me lentamente ficando a altura de seu quadril, sem quebrar nosso contato visual nem por uma fração de segundos. Damon agora não me olhava com tanta confusão. Seus olhos agora sustentavam incerteza. Deveria provavelmente estar bem pensando se era mesmo aquilo que eu faria.

Ao alcançar a barra de sua calça moletom, murmurei com toda malicia que tinha guardada.

– Falta mais um lugar pra marcar com meu batom. – Achei seriamente que ele me pararia e diria que não era hora ou algo pior, só que invés disso Damon me surpreendeu com sua reação ainda mais, somente jogou a cabeça para trás e apertou o travesseiro com força com a mão direita, enquanto a outra ainda alisava meus cabelos. Suas mãos estavam suando.

Pude ver o quanto ele queimava de desejo. Quis provocar mais um pouco; Enfiei minha mão por dentro de sua calça, mas não a afundei o bastante para tocar onde queria, primeiro dei uma mordida fraca em seu umbigo e quando estava totalmente pronta para descer toda sua calça, Damon me vira na cama ficando por cima de mim. Queria gritar e reclamar dizendo que não, que queria continuar e que ele não deveria ter me parado, mas toda minha voz e reclamação se calaram em meu corpo quando ele atacou meus lábios e prendeu minhas mãos com as suas na lateral do meu corpo.

Aquele era provavelmente o beijo mais selvagem e louco que já tínhamos trocado. Senti sua língua se chocar com a minha, sem nenhuma delicadeza nem vontade de ir com calma. Sem hesitar eu correspondi na mesma intensidade. Suas mãos rapidamente desistiram de segurar meus pulsos e seguiram para os meus cabelos, o apertando totalmente contra o meio de seus dedos e arranhando todo o meu coro com aqueles fortes puxões.

Não durou pouco. Novamente, ele prendeu meus pulsos, assim que tentei seguir para sua calça ou desabotoar a minha camisa, quer dizer, camiseta da April. Vorazmente, Damon soltou seus lábios dos meus e o voltou para meu pescoço, indo até a ponta e caminhando de volta para o meu queixo, depositando uma mordida forte. Gemi devagar com o contato quente e úmido de sua língua. Sentia meu sangue subir em uma velocidade incontrolável, era como se eu tivesse vivido sob uma total inércia durante toda minha vida e só agora conhecia o verdadeiro significado do movimento acelerado. Eu explodiria, e quando isso acontecesse, sabia que a partir do momento em que atingisse meu ponto máximo de excitação, não pararia até chegar ao meu ponto máximo do prazer, e eu, como uma boa caçadora de objetivos, não conseguiria me controlar. Damon não conseguiria me impedir.

Meu corpo pareceu esquentar ainda mais com a ida de sua língua para a minha orelha direita. Já podia perceber que estava começando a ficar molhada, junto com meus ronronares que ficavam cada vez mais alto.

– Mais... – Gritei já fraca. Nem havíamos começado as pré-eliminares direito e eu já me sentia sem forças. Cada toque e cada beijo dele já me tiravam o ar e todo e qualquer tipo de consciência que eu tinha; E o detalhe era que eu não tinha quase nada. Ele continuou com a tortura. Hora indo para meus lábios, outra para o pescoço e voltava para a orelha. Não conseguia mais manter minha voz pelos gemidos que soltava e nem ao menos meu quadril de se mexer em baixo do corpo dele. Antes, queria brincar e provocar ao máximo, mas agora tudo que eu conseguia raciocinar era em arrancar as suas roupas, e fazê-lo afundar dentro de mim. – Por favor... Mais, mais. – Implorei, mandando qualquer tipo de orgulho para o inferno. Agora não era tempo para ser teimosa e resistente. Eu queria, e quanto mais cedo melhor.

Mas ao invés de seguir por minhas súplicas. Damon parou, sentou-se na minha frente e aos poucos foi se afastando. Pensei que ele iria tirar meu short ou buscar por um preservativo, mas ele somente se apartou com um sorriso vitorioso nos lábios.

– Ainda tenho que tomar banho. – Foi tudo o que disse antes de entrar no banheiro e me deixar ali, frustrada e com raiva por ele ter feito de propósito. Esperei que trancasse a porta, para pegar um travesseiro e enfiar na minha cara. Gritei alto. Cheia de raiva, esperando que aquelas plumas abafassem a audição dele no cômodo do lado.

Depois disso, as coisas começaram a ficar mais estranhas. Damon tomou banho, e da porta do banheiro pediu para que eu saísse rapidinho. Eu concordei em sair, mas antes fiz uma piadinha dizendo que um dia veria tudo mesmo e não tinha porque de sair. Mas ele não riu e pelo visto nem tinha visto graça, insistiu ainda mais para que eu saísse. Esperei que ele terminasse e quando ele saiu do quarto, eu tentei beija-lo, mas Damon continuava me empurrando e se eu persistisse, ele simplesmente deixava, mas era como se a mente dele não estivesse comigo, vivendo o momento. Era aquilo que tanto pressentia. A volta da realidade; A água quente do banho muitas vezes servia para nos despertar de devaneios e nos fazia repensar. Damon tinha voltado à vida real. Por mais que ele não falasse e nem me afastasse de maneira grossa, nem violenta eu ainda sim, sentia como se ele não me quisesse.

– Damon... O que foi? – Perguntei sem conseguir esconder minha chateação. Tentei o abraça-lo, mas ele segurou minha mão esquerda e a entrelaçou.

– Nada... Só vamos com calma, tá bom? Devagar.

Era tudo que ele sabia dizer. Cada vez que se afastava e eu perguntava o motivo era só essa a resposta que eu ganhava. E o que me deixava mais confusa era a instabilidade dele. Sempre que Damon percebia minha tristeza com a sua falta de entrega, ele me beijava. Só que não era um beijo comum; Era com toda paixão, desejo e loucura que eu implorava que ele me desse.

E quando eu achava que tudo estava bem de novo, ele voltava a se afastar, eu ficava triste mais uma vez e ele me tomava pelos lábios para se desculpar.

– Ah, isso é muito bom... – Murmurou Damon entre o beijo. – Sua pele é macia, é perfeita... Você é a mulher mais linda que eu já conheci na vida, Elena. – Fiquei na ânsia de perguntar se eu era mais bonita que a Rose, mas sabia que aquilo estragaria o clima facilmente. E apesar de tudo, eu tinha certeza de que era. Ninguém poderia ser mais bonita do que eu, modéstia a parte. Ele deixava seu toque cada vez mais intensificado, mas toda vez que eu tentava o tocar ele me segurava ou me impedia. Tentei descer minhas mãos para dentro de sua camisa vermelha, mas invés de deixar, Damon segurou meus pulsos novamente, igual à no quarto e não deixou que me mexesse. Não me deixava fazer nada, e ao contrario dos meus, os toques dele em mim ganhavam cada vez mais ousadia. Queria interromper, reclamar e dizer que queria fazer o mesmo, mas aquilo era simplesmente muito bom para se parar.

– Me deixa te tocar, amor. – Não tinha ideia de onde havia tirado forças para falar aquilo, ou melhor, gemer aquelas palavras. Minha voz saía em um soluçar tão ofegante quanto minha respiração. Damon não respondeu nada, invés disso continuou com seus beijos pelo meu pescoço. A barba para fazer em toque com minha pele fazia aquela sensação se tornar ainda mais intensa. Redirecionei minhas mãos até seu peito e o empurrei para o lado. Estávamos no sofá e a maneira forte como o retirei o fez cair deitado no chão, em cima do tapete. Pulei em direção ao chão logo em seguida, ficando por cima de seu colo bem no meio do lugar onde queria tanto sentir. Damon rapidamente ficou rígido e hesitante, sabia que ele tentaria me parar, mas logo ataquei seus lábios com a intenção de fazê-lo se esquecer.

Não deu certo. Ele ficou ainda mais desconfortável e logo suas mãos me empurraram pelos cotovelos.

Tentando recuperar o tom de voz, ele sugeriu bem ofegante:

– É melhor, é melhor... A gente parar. – Resolvi sair de seu colo antes que ele me puxasse por conta própria. Nunca havia passado pelo sentimento de rejeição da parte de algum garoto e por mais que nós ‘’estivéssemos juntos’’, ao menos eu acho que estamos, nem sei direito. Damon ainda me rejeitava. A diferença era que antes ele não sabia de minhas intenções e agora mesmo tendo total consciência, não havia mudado. Agora, ele já estava levantado; calçava os sapatos se preparando para ir a algum lugar. Continuei no chão, encarando o nada. Segurando-me para não derramar essas drogas dessas lagrimas que de vez em quando tem insistido muito em me fazer chorar – Vou tomar uma água. Quer um pouco?

Mexi a cabeça negativamente. Continuava encarando o nada e nem o vi quando saiu. Mesmo dizendo que não queria nenhum copo de água. Damon trouxe da mesma maneira, o colocou no centro da mesa e sentou-se ao meu lado. Não demorou para que acabasse percebendo que estava triste novamente. Dessa vez, quando ele voltou a se afastar e eu consegui ver; Foi até o fundo da sala na prateleira. Virei rapidamente saber o que ele iria pegar e Damon voltou com a caixinha de filmes românticos da April.

Deixei que ele sentasse ao meu lado, não queria falar nada, não tinha vontade de fazer nada. Era impossível conseguir tirar minha cabeça da possível rejeição que teria que passar. E passar de novo.

– O que acha? Quer passar à tarde com a Julianne Hough? – Perguntou Damon em um tom zombeteiro. Não entendi direito o que ele queria dizer falando aquilo. Rapidamente, direcionei meus olhos para a minha direita.

Damon segurava a capa do filme ‘’Um porto seguro’’ na frente de seu rosto.

– Prefiro usar uma roupa falsificada. – Retruquei seca, ainda sem vontade de falar. Senti ele se aproximando de meu rosto, ainda não tinha tirado aquela foto horrível daquela loira cadela na frente da cara. – Tira isso daqui. – Empurrei sua perna levemente, mas ele persistiu em se aproximar.

– Mas eu gosto desse filme.

Sem dificuldades percebi que ele estava tentando me animar de novo. Não pude deixar de rir quando ele começou a imitar a voz irritante dela em uma das falas do filme.

– Para, Damon. – Pedi tentando aparentar raiva e segurar a porcaria do riso. Damon continuava fazendo o DVD de mascara, prensando contra o meu rosto e me forçando a olhar a foto.

– Só uma vez, vamos assistir só uma vez, só uma.

– Já disse que não quero. Odeio esse filme.

– Mas eu gosto, e em relacionamentos a gente cede às vezes a nossa vontade pra agradar o outro, sabia disso? – Por mais que seu tom de voz saísse em brincadeira, àquela frase mexeu comigo. Relacionamento... Ele disse que estávamos em um relacionamento. Um de verdade. Em outras circunstâncias aquilo deveria me assustar, mas ao contrario me mantinha mais segura de que era sério. Minha mente tinha que entender que para ele era difícil, que ele tinha problemas e que de nós dois Damon seria o que ficaria prejudicado, em caso disso tudo der errado, mas ele estava tentando e estava aqui comigo. O resto viria com o tempo, eu tinha que ter fé.

Retirei calmamente o DVD de seu rosto e sentei em cima de suas pernas, no meio da cintura, o senti ficar tenso e quase rejeitar o toque, mas eu persistir. Entrelacei nossas mãos e sem pressa beijei seus lábios, ainda sem encostar nossas línguas, apenas a pele das bocas. Ele estava claramente nervoso, como se tivesse sem ideia do que fazer e ao mesmo tempo como se soubesse exatamente o que fazer, só que Damon deveria sentir-se como se não pudesse fazer, como se não fosse certo.

Resolvi não ir fundo demais em meus toques e nem nos beijos, se fosse ele pararia e isso era tudo que eu menos queria.

Separei nossos lábios na mesma delicadeza que os juntei, Damon mantinha os olhos fechados e a respiração forte, sabia o quão culpado ele devia sentir-se, mas o pensamento de que apesar de tudo ele ainda estava aqui conseguia ser mais forte do que qualquer um.

– Faremos o seguinte. – Colei nossas testas na tentativa de acalma-lo. – Nós assistimos, mas a cada meia hora de filme eu pauso e te peço um desejo... O que acha?

– Um desejo? – Repetiu ele confuso. – Que tipo de desejo?

– Qualquer tipo de desejo... Como um pedido.

– Eu não acho que isso vai dá certo, Elena... Eu acho melhor não... – Retrucou amedrontado tentando me tirar de seu colo. Resistir de novo me empurrando na sua direção. O que exigiu que eu desse uma pequena rebolada em seu quadril que quase o fez pular para trás de pânico.

–Calma ok? Damon fica calmo. – Disse tentando o tranquilizar.

– Elena... – Reclamou em um gemido. Eram duas horas de filme o que pelas minhas contas significava que eu tinha quatro desejos para pedir. Fiquei com medo de ter exagerado e de que acabasse o deixando pior, mas Damon tinha que se soltar mais. Não sabia se aquele era o método certo, afinal eu não era uma psicóloga, mas eu teria que tentar fazer alguma coisa e sentar e esperar não era meu estilo.

– Vou colocar o filme, calma. Fica aí.

Apanhei aquela capa nojenta da vadia e do Josh Duhamel quase se beijando. Coitadinho, aquela ridícula tinha um bafo dos infernos, devia ter quase morrido de asfixia toda vez que gravava com ela. Sem dificuldades abri a caixinha e o coloquei lá esperando até que o filme começasse. Não pude conter meu sorriso assim que Damon me abraçou no momento em que me sentei ao seu lado. Não hesitei em me aconchegar naquele abraço e inalar o cheiro do perfume masculino que ele tinha. Adorava o cheiro dele e o sentimento que me causava; Aquela sensação de conforto tão boa de sentir. Uma vez, quando muito criança, uma de minhas professoras pediu para que desenhassem a ideia de uma família perfeita. Me lembrava exatamente do que idealizei. Imaginei uma casa de campo com uma família feliz dentro, toda banhada pelo fogo da lareira e pelo gosto de um bolo de laranja nos lábios. Era aquele cheiro que imaginava que as pessoas que viviam nessa casa tinham. Mas ao invés disso, acabei desenhando uma família no shopping. Após terminar o desenho, a professora achou curioso e me perguntou: ‘’ Está muito bonito Elena, você desenha muito bem. Mas porque ninguém da família está sorrindo? Eles deviam estar felizes, foi o que eu pedi’’. Não sabia explicar o porquê daquilo. Apenas havia desenhado a minha família. Minha mãe, com April na mão direita Jeremy na mão esquerda, meu pai um pouco atrás mexendo no celular, todo distraído em negócios e eu com uma caixa de um sapato novo nas mãos carregando a arrastando pelo chão. Eu deveria ter uns nove anos. Interiormente, foi à primeira vez na vida que percebi que meus pais não eram realmente felizes, só que eu estava muito distraída com aquela caixa de sapato na mão. Minha resposta para a professora foi muito simples: ‘’Mas eles estão no shopping, é claro que eles estão felizes’’. Era como se pra mim o shopping fosse sinônimo de felicidade e só agora com ele, absorvendo aquele aroma de perfume em sua pele, eu conseguia enxergar. Aquilo era a felicidade. Mesmo com a vaca na tela de sua TV, ainda sim me sentia feliz.

Meia hora de tortura se passou, nessa cena em especial, Katie, a personagem da vadia brigava com o cara por concertar sua bicicleta de pobre que quebrou com o peso de suas banhas e gorduras localizadas.

Tá não era muito bem isso, mas era parecido...

A bicicleta quebrava, ele concertou e em sua interpretação de lixo, ela foi brigar com ele.

Apanhei o controle rapidamente antes que ele pudesse esconder de mim. Tinha colocado meu telefone para tocar toda vez que passasse meia hora. Pausei o filme, que para o meu azar parou bem na cara dela sentada em uma cadeira fazendo sei lá o que. Em birra, Damon bufou e abaixou a cabeça sussurrando palavras de reclamação, mas eu não voltaria atrás.

– Elena... Não. – Implorou enquanto eu subia novamente em seu colo.

– Tá parecendo que tem dois anos, sabia?

– É, mas e eu tivesse dois anos a senhorita seria presa, sabia?

– Mas se descobrirem sobre isso você que vai ser preso, sabia? – Retruquei ironicamente tentando o fazer rir. Só depois que percebi a besteira que fiz ao falar aquilo. Damon rapidamente tentou livrar-se do meu abraço e se levantar, quase me fazendo ir junto, pois não tava disposta a larga-lo. – Não, eu não quis dizer isso, desculpa, desculpa... Eu sou uma burra, desculpa. – Eu devia ser muito burra mesmo, além do próprio Damon eu sabia mais do que ninguém o quão ele tinha medo dessa possibilidade. Foi sem querer, não era minha intenção falar aquilo, tudo que eu queria era fazê-lo rir e quem sabe ficar mais a vontade. Ao ver que não iria deixa-lo levantar-se, Damon desistiu e continuou sentado; Olhava para o teto e depois de volta para o chão, ainda cabisbaixo e suspirando de estresse.

– Você não é burra, Elena... Falou a verdade só isso.

– Não... – O interrompi delicadamente. – Confia em mim... Isso não vai acontecer. Agora, vamos esquecer isso que eu quero realizar meu primeiro desejo.

– Você não vai desistir mesmo, não é? – Perguntou com um sorriso bobo nos lábios. Sem hesitar neguei com a cabeça e afundei meu rosto na curvatura de seus ombros, podendo sentir aquele perfume ainda mais próximo e profundo de minhas narinas. Arrastei minha boca pela área até chegar a seu pescoço, depois fiz o caminho de volta até chegar à sua orelha.

– Elena... Não. – Reclamou aos suspiros, podia sentir o quanto ele tentava manter o controle.

– Calma. Não sabe o que eu vou pedir ainda. – Aprumei minha voz no tom mais sensual que conseguia. O senti tremer involuntariamente em baixo do meu tronco. Sorri rapidamente, mas logo voltei a concentrar no que tinha que fazer. Voltei a falar no mesmo tom. – Quero que você...

– Elena, por favor, não faz isso eu...

– Quero que me diga o que sente sobre mim. – Em uma fração de segundos toda aquela tensão e rigidez esvaziou de seu corpo, dando lugar a duvida, confusão... Era como se ele não entendesse. Damon tinha total certeza de que eu pediria algo um pouco mais intenso e que exigisse menos palavras e mais toques, mas queria surpreende-lo. Mostrar que não era só aquilo que importava para mim.

– Como assim? – Disse ele ainda ambíguo.

Voltei a encara-lo com um sorriso no rosto de satisfação por deixa-lo tão desnorteado. Apoiei meus braços em volta de seu pescoço e olhei fundo em seus olhos, ainda sem sair de seu colo.

– Você ouviu... Quero que diga o que sente por mim.

– Como assim o que eu sinto por você? Em que sentido?

– Você sabe em que sentido. Algo que não seja transparente, algo que eu ainda não saiba.

Disse como se fosse fosse a coisa mais simples do mundo.

– Tá bom, eu entendi. – Concordou parecendo um pouco mais solto. – Mas se você quer saber sobre algo que você não saiba... Primeiro eu preciso saber o que você sabe.

– Agora quem ficou confusa fui eu.

– Ok, eu vou explicar. – Afirmou dando uma leve gargalhada. – Você quer saber sobre uma coisa que eu sinta por você, mas que você ainda não saiba, certo? – Perguntava devagar, sem pressa de maneira bem explicativa. Senti realmente seu lado professor sendo mostrado para mim agora. Exceto pelo fato de que eu estava sentada no meio de suas pernas e com os braços ao redor de seu pescoço. Assenti rapidamente e ele continuou: – Mas pra eu falar algo que você não saiba que eu sinto, eu preciso saber o que você já sabe ou que você já supôs. Entendeu?

– Sim, eu entendi.

Adorava quando ele me explicava às coisas daquele jeito. Eu havia entendido assim que ele falou, mas queria ouvi-lo me explicando. Era uma loucura, mas a ideia de que eu era sua aluna poderia parecer extremamente perigosa e inconsequente, só que por outro lado bem mais sombrio e profundo era terrivelmente sexy.

Eu comandava meus ‘’relacionamentos’’ sempre. Gostava do poder e agora estava diante de alguém que sabia mais do que eu, que viveu mais experiências do que eu vivi. Ele conseguia domar uma sala inteira com tanta dureza e poder, o pensamento de que comigo poderia ser a mesma coisa era fascinante, mas por um lado o sentimento de que toda vez que chegasse perto de sentir a dominância que ele poderia me propor, Damon interromperia tudo e nunca passaríamos das pré-eliminares.

– Então Elena... – Me chamou preocupado, provavelmente pelo meu tempo sem falar. Rapidamente sai daqueles pensamentos e voltei a prestar atenção. – O que você sabe? – Dessa vez ele repetia aquelas palavras com medo pela minha resposta, mas eu já havia suposto tantas coisas, talvez falar se tornasse uma coisa boa.

Tentando não gaguejar e controlar meu nervosismo, comecei a falar:

– Eu sei que... Sua atração por mim é grande e que tem alguma coisa que te mantém aqui comigo, arriscando seu trabalho. Eu não sei o que é ainda. Eu sei também que por mais que esse sentimento que te segura aqui seja forte, eu sei que ele não é o suficiente... Pra... Pra... – Aquilo era mais complicado de dizer do que eu pensava que era. Damon me olhava atentamente, sem pisca ou nem ao menos se mexer. Não queria assusta-lo, mas falar poderia me trazer uma solução. – Não é o suficiente pra você se entregar e ficar mais a vontade comigo ou sei lá. Eu sei que você tem medo, mas não é só medo tem alguma outra coisa que te impede e essa coisa eu sei bem o que é. – Resolvi deixar a ultima parte por alto, pronunciar o nome Rose em voz alta poderia me causar náuseas ou estrias cerebrais, se é que isso existe. E por alguma razão admitir que Damon não conseguia me amar por conta que ainda amava-a, era o bastante nos meus pensamentos. Não tinha necessidades de sair pela minha garganta.

– Quer saber o que eu sinto? – Perguntou triste, olhando fundo em meus olhos. Concordei também um pouco deprimida e Damon logo apanhou minha mão direita e depositou um beijo. Um beijo carinhoso, lento e suave, como se fossem meus lábios ali. – Você é daquele tipo de mulher que deixa qualquer um maravilhado. Você é linda e a sua beleza fascina qualquer um só que tem alguma coisa sobre você que me atrai, mas não só fisicamente e sim... – Parou. Conseguia ver o esforço dele em procurar um sinônimo certo para o que estava sentindo. Eu deveria ser a pessoa mais egoísta do mundo. Eu podia ver o sofrimento nas palavras dele, mas eu não conseguia pedir pra que ele parasse e que aquilo o machucaria; Tudo porque eu queria ouvir. Tudo porque eu queria saber. – Nem eu sei a palavra – Gritou estressado, com a voz dolorida. – Eu só sei que você é exatamente tudo que eu sonhei em ser na minha vida inteira. Não pela fama, nem pela aparência... E sim, pela sua audácia, coragem, força. Essa coisa de ter uma ideia e correr atrás, fazer acontecer e acreditar em si próprio eu não tenho isso, Elena. Eu sou fraco, eu tentei a vida inteira enfrentar meu pai, mas aqui estou eu... Me tornando uma copia dele a cada dia. Irônico, não acha?

– Damon, para não fala isso. Eu conheci seu pai. Você não é ele.

– Mas você não me conhecia antes, Elena; Não sabe como eu sou, nem eu sei mais.

– Sei sim. – Disse com toda convicção.

Preferir não falar mais nada.

Qualquer coisa que eu adicionasse poderia fazer com que ele ficasse ainda pior por obrigasse a pensar mais naquele assunto. Por um lado, por mais estranho que possa ser, gostava daqueles momentos. Era naquelas horas que eu o sentia próximo e colocando confiança em mim, mas porque sempre em momentos tristes e nunca em momentos felizes ele fazia isso?

Era tão triste a maneira por qual eu me afetava naquilo. Era por o amar, mas diferentes dos outros meninos, ele não me amava. Ele amava outra. E se não se sentia bem comigo, como eu iria competir com a vagabunda?

Fiquei em ainda seu colo. Fazendo aquele tipo de massagem em seus cabelos que ele fez comigo naquele dia. No dia que descobrir que o que sentia por ele era algo mais além de uma amizade ou de um desejo de engana-lo para que saísse de minha casa. Quando senti que Damon se acalmou, desci de seu colo e me prendi em seu abraço, inalando seu cheiro novamente.

Retirei o filme do pause e decidi deixa-lo correr novamente, não queria atordoa-lo mais com aquelas perguntas egoístas minhas que sempre levavam a tristeza dele. Talvez fosse aquilo, talvez minha presença trouxesse a tristeza dele, talvez eu não fosse o bastante para fazê-lo esquecer como a Rose fazia.

Chega.

Não aguentava mais pensar nisso. Optei por me concentrar na TV. Pela primeira vez na minha vida preferi assistir um filme daquela linguiça de boteco podre do que ter fazer qualquer coisa. Mais Meia hora se passou e continuamos ali, sentados no chão enquanto ele me abraçava. Como dito antes, por agora, era melhor esquecer o combinado dos desejos.

O filme já estava na metade e por mais que eu tivesse opto por assistir ao invés de pensar, o fato de ter que olhar para a cara insuportável de ovo de lagartixa dela, não era nenhum pouco fácil. Senti outro embrulho no estomago e me apertei mais ao abraço de Damon reprimindo aquela vontade de colocar tudo pra fora.

– Seria maldade demais da minha parte se eu dissesse que to torcendo pro marido achar ela e arrancar essa cabeça de morcego albino pra fora desse corpo de Barbie, a prostituta anoréxica que ela tem?

– Talvez. – Disse ele com sarcasmo enquanto abafava um leve riso.

– Ela atua muito mal.

– Nisso eu concordo.

– Ele é muito gato.

– Nisso eu discordo.

Gargalhei levemente contra o tecido de sua camiseta e o encarei olhando para cima. Mesmo que não conseguisse ver meu rosto, presumia que meu olhar carrega um brilho e aparência de apaixonada. Alguns segundos depois, Damon percebeu a presença de meus olhos sob seu rosto e logo tratou de desviar da TV para me olhar também. No começo, ele atendeu confuso e sem entender o porquê de eu estar o observando daquele jeito e o meu sorriso de orelha a orelha e aquela feição abobada que meu rosto deveria apresentar agora, não o ajudava a concluir que estava eu totalmente sã, mas logo ele correspondeu ao meu olhar e um pequeno riso brotou naqueles lábios que eu gostava tanto de sentir.

– Você também é muito gato. – Afirmei de maneira doce ainda sem cessar meu sorriso.

– E você também atua muito mal. – Sorri ainda mais abertamente pelo comentário e Damon deu uma leve mordida em meu nariz, me fazendo gemer em manha. – Não me provoca Elena. – Disse ele perante o som de saiu de meus lábios.

Confesso que esperava que ele fosse me beijar quando seu rosto desceu em direção ao meu, mas ele apenas deu a mordida eu arrastei minha bochecha por sua barba, queria aprofundar e subir em seu colo, mas não queria começar algo que não pudesse parar.

– Sobe comigo? – Não aguentei. Tive que dizer, foi mais forte do que eu. Não consegui controlar; Sabia qual era a resposta dele, mas era como se eu não conseguisse me obedecer. – Ou então a gente vai pro seu... E ficamos lá ou então... – Continuei a falar, mas ele desviou o rosto e bufou alto. Tentou levantar-se de novo, mas dessa vez não pude impedir.

– Já volto. – Ele murmurou antes de sair do cômodo e pausar o filme. Estava claramente estressado.

Eu era muito burra. Mesmo sabendo exatamente o que iria acontecer eu insisti em fazer. E estava tudo indo bem, estávamos soltos conversando, brincado...

Como sempre fazíamos quando amigos, mas eu fui persistir em agir como um casal e deu nisso. Quando amigos, brincávamos e nos divertíamos como nunca, e ao tentar ser um casal as coisas desmoronava. Talvez funcionasse melhor a amizade para nós do que algo a mais. Só que aquela opção possuía um problema. Um grande problema: Eu não queria ser só amigos. Não conseguia ser somente aquilo para ele e nada mais, além de uma aluna claro.

Não era egoísmo, era apenas o que eu sentia.

Demorou alguns minutos para ele voltar. Pensei que ele não voltaria, mas ele veio. Fui desperta por sua voz em frente à lareira, vindo de seu quarto com uma manta marrom e uma verde escura.

– Quando eu cheguei aqui... – Ele disse apanhando o controle da lareira e ligando o fogo. – Eu tive essa fantasia de deitar nesse chão, perto dessa lareira... Cobertos no sofá, quem sabe, ou no chão. Com uma pessoa. Uma namorada talvez. – Damon continuava a falar com animação enquanto eu olhava ao meu redor sem entender direito. – Quando a gente teve aquele final de semana... Eu quase realizei aquela fantasia, mas não conta porque não estávamos juntos. – Rapidamente ele caminhou até o interruptor e diminuiu as luzes ao seu gosto. – Claro que na minha fantasia também se incluía a companhia de um vinho, mas acho melhor não. – Quando voltou, jogou a manta verde sobre o chão a forrando e me encarou com um sorriso no rosto esperando por uma resposta. Há alguns minutos atrás eu pensava que ele não iria mais falar comigo, ao menos por hoje e ele fez isso.

Só podia ser. Era outra tentativa de tentar me agradar depois de me rejeitar. E logo ele me rejeitaria de novo.

Pois bem, aprontei a postura e cruzei os braços, irritada. Observei sua expressão por alguns segundos e depois indaguei seca:

– Isso é outra revisão de momentos nossos? O que aconteceu com o ‘’ Vamos viver outros’’ que você disse pra mim naquele dia? Tá sem criatividade ou o quê?

– Não, é só uma fantasia... – Disse ele com toda naturalidade. Deu os ombros e voltou a jogar as almofadas que estavam no sofá pelo chão. – Vai me ajudar a realizar. Sim ou não? – Aquilo foi o bastante para acabar com minha armadura e deixar meu tom de voz grosso de lado. Esperei que ele sentasse novamente no chão, para que pudesse me voltar para seu lado de novo. Agachei-me novamente a sua altura, mas ignorei seu braço estendido, para que o abraçasse. – O que foi dessa vez, Elena? – Perguntou cínico e eu sorri presunçosamente com orgulho.

– Não quero ficar abraçada com você.

– Posso saber por que não? – Não era difícil perceber o tom descarado na voz dele e na minha. Ambos estávamos na intenção de provocar, mas eu tinha reais intenções naquele jogo.

– Porque senão você vai realizar sua fantasia.

– E qual o grande problema em realizar uma fantasia, Elena? Vai me dizer que você é uma mulher que não possui nenhuma.

Parecíamos dois jogadores de poker falando um com outro, banhados pela provocação. A voz recheada pela malicia e pela petulância. Damon queria jogar tanto quanto eu.

– Acredite, eu tenho muitas fantasias, mas até agora nenhum homem se mostrou com disposição suficiente para realiza-las. – Sorri na mesma malicia com o desejo de provoca-lo, Damon rapidamente abaixou o olhar com a pretensão de esquecer o que ouviu. Sinal de que havia o atingido. – Só que o problema aqui não é esse.

– E eu posso saber qual é o problema?

– O problema é que você vai ter o que quer e eu não... E perante o filme que a gente tá assistindo, eu já abri muitas exceções pra você hoje.

– Então a gente tira o filme. Na minha fantasia era só silencio e escuro, fica até melhor assim. – Sugeriu Damon dando os ombros com descanso.

Com raiva pelo tom de voz de desinteresse dele, eu retruquei:

– Pois é agora que eu quero ver mesmo esse filme. – Simulando fúria, apanho o controle na mesinha e logo retiro do pause.

– Me dá isso, Elena... – Em um reflexo rápido, Damon puxou o controle de minhas mãos e o levou para suas costas.

Quantos ele tinha? Quatro? Meu sangue subiu. Para muitos poderia parecer besta, mas agora era pessoal. O que não daria certo. Nós dois éramos muito teimosos e persistentes em ganhar em qualquer coisa por mais boba que fosse. Tanto para mim quanto para ele aquilo devia ser questão de honra.

– Devolve. – Pedi sem esconder minha ira. Dei ênfase a cada palavra que saiu da minha boca. – Devolve o controle, Damon?

Só se eu fosse muito boba em pensar que seria tão fácil. Damon mantinha o sorriso torto e irônico no rosto enquanto o ódio subia por todo meu corpo.

– Não. – Sussurrou, abrindo um pouco mais aquele maldito riso.

– Damon... Eu vou contar até três. Um...

– Dois três. – Interrompeu-me rapidamente sem ao menos hesitar em falar. Fechei meus olhos tentando acalmar qualquer tipo de célula que tinha dentro do meu organismo. Tentativa nula. Na minha vida inteira, sempre que eu não conseguia o que eu queria, não descansava enquanto não tivesse. Qualquer coisa que seja não importava. Bastava eu querer e a vida dos meus pais se tornava um inferno até que aquilo fosse finalmente meu.

– EU VOU TE MATAR. – Foi tudo o que falei antes de pular em cima do colo de Damon e o jogar para trás com toda minha força. Ele rapidamente segurou meus pulsos com as mãos e apertou minhas pernas com as coxas, de maneira com que as duas ficassem espremidas em seu fêmur. – Me solta... – Gritei ao sentir que ele estava me imobilizando contra o chão. Damon rapidamente inverteu nossas posições e ficou por cima. – Seu idiota, idiota. Me larga – Suas mãos ainda prendiam meus pulsos, dessa vez contra o chão de madeira, me impedindo que o socasse em qualquer lugar possível. Enquanto isso, ele assistia tudo com um sorriso sarcástico no rosto e com certeza com a voz banhada por um tom sínico para me irritar ainda mais. – Me dá o controle, Damon.

– Controle? Que controle?

– Damon, pelo amor de Deus, não me faça te matar.

Tentei outra vez o tirar se cima de mim e apanhar o controle no meio do chão. Que agora com meus chutes já devia ter voado para longe. Damon rapidamente prendeu minhas pernas com mais força e senti meus pulsos ficarem cada vez mais afundados contra o piso. Aquele tom de ironia em sua voz e a expressão descarada em seu rosto não ajudava a manter o controle sobre mim.

– Eu vou te matar... – Minha voz saiu em um fio. Já estava sem fôlego e tentava soar o mais ameaçadora possível, o que provavelmente não estava funcionando já que aquele sorriso no rosto dele aumentou-se ainda mais. – Me lembra, por favor, de tentar te matar.

– Ainda quer o controle? – Indagou Damon me olhando intensamente. O impossível se concretizou; Havia encontrado uma pessoa tão teimosa quanto eu. Em um mesclado de indignação e fúria, assinto negativamente e Damon aos poucos sai de cima de mim. Mesmo já sem seu peso sob o meu, continuo deitada ao chão imóvel e ofegante. Consigo assistir ele engatinhar até o controle a alguns metros. Apanhou o aparelho e voltou para o lugar de antes.

Eu continuava ali.

Minha vontade era de morrer de vergonha. Havia perdido uma batalha por um controle de TV, mas não era um simples controle. Era algo simbólico, onde quem o possuísse comandava todo aquele relacionamento. E eu, pela primeira vez na minha vida havia perdido. Minha teimosia não foi suficiente para segurá-lo. Como era possível alguém possuir mais orgulho do que eu?

Ainda sem entender, levantei meu tronco e me sentei ao chão coberto pela manta. Damon assistia meus movimentos com o mesmo sorriso descarado no canto do lábio. Segurava o controle firme na mão direita. Desviou os olhos de mim, rapidamente e retirou o filme do pause. Depois voltou a me encarar com a mesma expressão de vencedor.

– Você não vem? – Disse ele estendendo o braço esquerdo para que eu me acomodasse em seu corpo de novo. – Ainda tenho aquela fantasia. – Não adiantava impor mais birra sobre ele. Já havia perdido uma batalha, e quando se perde algo como o controle demorava um pouco para clamar sua autoridade novamente. Abaixei ainda mais minha cabeça e retirei alguns fios de cabelo do meu rosto. Lentamente me arrastei até ele e assim que me aproximei seus braços tocaram meus ombros, me puxando para mais perto. Hesitante, eu fui e me recostei ainda sem muito conforto por conta do que havia acabado de acontecer. Não consegui o encarar. Desde que me levantei daquele chão, mantive minha cabeça baixa e meus olhos em direção ao piso. – Viu? Não foi tão difícil. – Verbalizou ironicamente me dando um beijo no topo de meus cabelos.

Queria negar para mim mesma o fato de que as constantes caricias que Damon me proporcionava, hora em meus cabelos hora em minhas mãos, me fez esquecer tudo aquilo rapidamente. O contato da pele tão próxima e carinhosa com a carência e vontade ao toque dele. Era a receita certa para me fazer mandar tudo, todos e qualquer problema para o fundo da minha mente.

Ele era bom em me fazer esquecer as coisas e somente relaxar e aproveitar o momento, a pior parte era que ele sabia o efeito que tinha em mim e por mais que não deixasse que eu o tocasse com profundidade, Damon fazia questão de me tocar assim. Tudo para que eu não pudesse corresponder e para que ele pudesse me parar. Começava a me questionar se ele fazia aquilo proposicionalmente ou não.

Nós dois ali. Sozinhos, lareira, luzes baixas, um filme romântico, cobertos por uma manta e abraçados... Era a receita perfeita para fazer o que ele me impedia de fazer, mas mesmo assim Damon persistia e procurava oportunidade; O que significava que ele queria.

Aconcheguei-me melhor no braço dele, fazendo-o sorrir e depositar mais um beijo, dessa vez em minha têmpora. Sorri com o beijo e o encarei sutilmente. O filme estava no fim e assim que me vi livre da cara da cara de travesti menstruada dela. Resolvi respirar profundamente e tentar não gaguejar. Estava sim com um pouco de medo, talvez até muito, mas não era por um controle que eu havia perdido toda minha dignidade. Senti um leve suor na minha mão, e logo quando Damon saiu do chão para guardar o filme de volta na caixinha, tratei de limpar.

– Damon... – O chamei nervosa. Ele ainda estava do outro lado da sala, na prateleira organizando os filmes dentro da caixa. – Posso te perguntar uma coisa?

– Diz... – Falou sem prestar muita atenção, ainda concentrado na caixa. Subi no sofá e ajoelhei virada para trás olhando na direção funda que ele estava no cômodo. Sequei minha mão novamente, dessa vez no tecido da blusa.

Era melhor dizer de uma vez. Meu coração já batia na minha boca então optei por falar o mais rápido possível. Fechei meus olhos e me deixei pronunciar aquelas palavras.

– Damon porque você não fica a vontade comigo? – Senti uma sensação de ansiedade pela resposta dele me atingir como um raio forte numa uma noite em tempestade. Damon lentamente parou o que estava fazendo e arrastou os dedos pela extensão da caixa. Ele riu. Uma risada baixa e sem humor, quase inexistente.

– Como assim? – Questionou não entendendo, ou fingindo não entender.

– É... Você trava quando tá comigo; Parece que não fica confortável e é como se tivesse fazendo um esforço pra tá aqui. Não me deixa te tocar e sempre que eu tento alguma coisa desvia como se eu fosse um monstro. Por quê? Damon eu gosto tanto de você e eu sinto como...

– Elena, para. – Disse Damon me interrompendo com delicadeza. Rapidamente ele veio em minha direção e pousou suas mãos em meus ombros. – Senta... – Pediu ainda naquele mesmo tom de voz carinhoso. Sentei-me de bom grado e ele logo se juntou a mim. Acomodei-me no sofá com medo da resposta que ele me daria, o jeito doce que ele falava me deixava na duvida se deveria ou não temer pelo pior. Ele não aparentava estar muito nervoso. Conseguia ver o quanto ele tentava me explicar da melhor maneira possível, através de sua fala; O fato de Damon não querer que eu tivesse a impressão errada importava muito para ele e aquilo me deixava mais tranquila. – Eu... Eu... Elena é difícil pra mim como um profissional ignorar em menos de cinco dias tudo que eu acreditei durante anos. É complicado pra mim, Elena, mas eu to aqui, eu to arriscando. – Por mim, pensei sorrindo levemente. Ele estava arriscando seu trabalho e sua maldita ética por mim. Porque eu conseguia esquecer aquilo com tanta facilidade e me concentrar apenas no lado mais físico das coisas? Talvez eu fosse ainda mais egoísta do que já penso que sou. – Eu sei o que você quer. Você quer que eu me sinta melhor com você e corresponda mais, eu te entendo. Mas isso não acontece em alguns dias. Só um pouco de paciência até eu me acostumar com tudo isso, ok? – Sugestivo, Damon esticou sua mão para frente oferecendo-a para mim e eu apanhei sem pressa e as entrelacei.

– Eu sei que deve ser muito difícil pra você, mas eu quero que a gente supere isso tudo juntos. Por favor, só não foge de mim, por favor, não foge de mim. – Soei um pouco mais desesperada do que gostaria. Damon sorriu calmamente e com a outra mão puxou meu corpo para si.

– Não vou, Elena. – Disse ele afagando os lábios nos meus cabelos. – Não fica assim, só um pouco de paciência é o que eu te peço.

– Acha que a gente consegue passar por isso comigo? Nós dois juntos. Não só por isso, mas também pelas outras coisas ruins que possam acontecer. Acha que a gente pode fazer isso, Damon?

Tive medo de perguntar, mas tinha mais medo ainda da resposta. Possuo total certeza de que desde que quando eu e Damon começamos a nos envolver, ele pensava naquela hipótese. Na verdade, ele deveria pensar em todas as opções, afinal com o medo que ele tinha denunciava tudo.

– Elena, eu... – Suspirou derrotado me apertando ainda mais forte em seu abraço. – Eu to aqui agora com você... Eu vou conseguir superar esse medo, eu vou. – Podia até imaginar o que passava na cabeça dele nessas horas. Damon tinha muito mais medo do que poderia imaginar. Elevei sua mão até minha boca e beijei sua palma delicadamente, queria demonstrar meu apoio e meu carinho de qualquer maneira que fosse viável.

Virei de bruços, de maneira com que ficasse deitada em cima de seu corpo, na mesa posição. Ainda triste e domada pela tristeza, suspirei pesadamente e sussurrei contra a pele de sua camiseta:

– Eu vou lutar Damon. Se for preciso eu luto. Eu luto pela gente, eu luto por você... Eu enfrento o que tiver que enfrentar e abro mão de tudo e pago qualquer preço, mas eu preciso que você lute por mim também. E por mais que você esteja aqui e eu também esteja... Isso é uma coisa que eu não posso te obrigar, você tem que sentir. Só não se refuja a sentir, por favor.

FLASHBACK OF.

Foi tudo que Elena recordava em dizer antes de pegar no sono. Damon provavelmente havia esperado que dormisse para levá-la para cima.

No outro dia, acordou e fui para escola; Por mais louco que soasse não foi estranho vê-lo. Ele conseguiu manter o profissionalismo bem e em nenhum momento levantaram algum tipo de indireta nem nada. Aquilo deu em Elena a certeza necessária de que poderia fazer com que Damon adquirisse mais confiança no fato de que poderiam fazer isso e enfrentar essa situação.

O ruim do dia foi quando se viu terminando com Tyler. Aquilo não foi legal; Deu uma desculpa besta, disse que foi por conta daquele ‘’eu te amo’’ e que ainda não estava pronta para esse tipo de relacionamento com alguém.

Por mais que Damon e Jenna tivessem tido algo, não era serio em comparação a ela e Tyler, que também não era o mais compromissado dos namoros, mas ainda sim não era um relacionamento qualquer, ao menos não para Tyler.

Elena chegou em casa e esperou o horário de saída de Damon, mas nada... Ele não dava sinal. Decidiu mandar somente uma mensagem, afinal não queria ser do tipo de namorada chata e grudenta na qual ele teria que fugir. Tentou outra vez optar pelo visual natural que ele tanto preferia. Blusa tomara que caia preta e calça jeans. Para não ficar tão pobre teve que usar um salto alto preto bem bonito e fazer uma boa maquiagem. Não sabia como fazer isso. Ser simples não era com ela; Aquilo era o máximo que conseguia fazer.

April estava no quarto estudando, Jenna tinha ido almoçar no grill junto com Jeremy e a namorada, Anna. Sua mãe no trabalho como sempre, então se ele chegasse não corriam grandes riscos. Assim que avistou o carro adentrando à entrada, rapidamente seguiu para a garagem e trancou a porta. Resolveu sentar em um dos três degraus da escadinha que tinha ali em baixo da soleira.

Ao ver o carro dele entrar não conseguiu conter o sorriso. Levantou hesitante e mordeu o lábio em ansiedade para beijar os dele. Damon ainda continuava no automóvel. Demorava mais do que o normal para descer, não que tivesse a evitando... Não era aquilo, era outra coisa na qual não conseguiu identificar.

– Oi. – Disse ela sorrindo maliciosamente enquanto ele se aproximava. Ao contrario de si, Damon parecia mais serio. – Você demorou. Tava no grill?

– Não. – Respondeu naturalmente. – Tava com Ric no apartamento dele.

Elena piscou algumas vezes tentando entender a expressão sugestiva de Damon. Semicerrou seus olhos e o observou. Calado, peito estufado, respiração descompensada.

Sabia o que estava acontecendo.

– Você por acaso conversaram sobre...

– Sim. – Disse ele, retirando todo aquele ar de seu peito e fechando os olhos em exaustão. Elena andou rapidamente até o carro e esticou as mãos sobre o capô procurando algo para se apoiar. Nem havia percebido que Damon ainda falava com aflição. – Eu tive que contar, Elena me entende vai. Não teve outro jeito.

– Eu entendo Damon.

– Então... – Grunhiu irritado perante o nervosismo dela.

– Eu sei ok, você teve vontade de dividir com alguém, é normal. – Tentava ao máximo controlar seu tom de voz. April ainda estava em casa. Desencostou-se do carro e se voltou na direção de Damon o abraçando fortemente. Ele logo correspondeu ao abraço. – Eu sei que em uma situação dessas deve ser complicado pra você não ter ninguém pra falar, só que, por favor, não deixa que a opinião dos outros valha mais que a sua vontade, ok? – Elena não era burra. Sabia que por mais que Alaric fosse o professor legal, ele também era um docente e iria querer o melhor para Damon e se envolver com uma aluna não traria bons ventos. Tinha certeza de que iriam tentar convencer Damon a terminar tudo e não podia perdê-lo de maneira alguma. – O que ele disse? – Perguntou separando seus corpos do abraço em alguns centímetros para que pudessem encarar um ao outro.

Damon suspirou pesadamente e Elena logo presumiu tudo. Sua teoria estava certa.

– Disse pra terminar e que nunca daria certo, que eu seria preso... Falou o que qualquer um diria.

Sentiu a preocupação se impor em seu corpo. O que Ric pensava era importante para Damon. Ele tinha poucas pessoas para quem se abrir e conversar. Quando tinha duvidas era a ele quem Damon corria e a quem escutava. Para o seu azar, não era opinião qualquer.

– Ei... – O chamou. Direcionou as mãos na curvatura do pescoço dele para o rosto e o fez olhar em seus olhos. – Damon não me interessa a opinião dos outros, porque pra mim só a sua me importa, ok?

Esperava alguma resposta da parte dele, mas ao invés disso os lábios gelados de Damon incidiram os seus em violência. O sangue de Elena queimou em baixo de sua pele ao sentir a língua dele a invadir de uma maneira que quase afundou garganta a baixo. Sua respiração saiu em um alto suspiro selvagem e seus dedos penetraram nos fios dos cabelos de Damon, que a essa altura tratava o coro cabeludo de Elena com brutalidade. Logo ela sentiu seu corpo sendo prensado contra o carro. Damon a sentou sobre o capô e ela abriu as pernas segurando o pulso dele na direção de sua coxa. Ao invés de fazer o que sugeriu, Damon saltou sua boca dos lábios dela e partiu para seu pescoço. A mão ainda hesitante acabou mandando todos seus problemas e pensamentos para o inferno e tocou a virilha coberta pela calça. Poderia ver o quanto Elena estava arrependida por não ter posto uma saia ao invés do jeans.

– Elena... – Ele gemeu ao sentir a mão gelada puxar sua camiseta alguns centímetros a cima. Elena abaixou-se sem retirar o riso do rosto pela permissão que ele havia dado para que o tocasse. Salpicou beijos molhados pela região do tórax e quando estava disposta a desabotoar a calça, é interrompida por um toque da voz de Jason Mraz.

So I won't hesitate no more, no more. It cannot wait, I'm sure, there's no need to complicate, our time is short. This is our fate, I'm yours

Com raiva Elena não pôde controlar o rosnado alto que saiu de sua garganta. Desceu do capô do carro e esperou que Damon atendesse o celular.

Não podia ficar ali com ele. O olhar cheio de desejo enquanto o encarava ao longe e não poder fazer nada. Achou melhor destrancar a porta e sair do cômodo. Foi para a sala, onde se jogou no sofá e ficou até sentir seu sangue voltar a normal temperatura.

Ainda na garagem, Damon falava com Ric.

Fez? – Perguntou Alaric no momento que Damon atendeu.

– Fiz. – Mentiu. Não fez e nem iria fazer. Veio para a casa convencido de que aquilo poderia ser o melhor, mas não era aquilo que queria. Seu envolvimento com Elena chegou a um ponto onde ambos já haviam superado barreiras, haviam se conhecido, convivido. Toda uma história anterior ao envolvimento se ocorreu. Não foi algo do dia para noite que poderia largar a hora que quisesse apenas com meias palavras. Hoje na aula, tudo se pôs de maneira normal e sem empecilhos. Ele chegou a pensar por um breve momento que se escondesse aquilo bem, ambos poderiam fazer isso. E assim que ela disse que poderia ouvir opiniões desde que não fossem mais fortes do que sua própria vontade foi quando toda sua mascara caiu e o desejo foi maior. Poderiam fazer isso. Sim, Ric tinha razão quando disse que não a amava, mas não podia passar a vida esperando por alguém que claramente não iria voltar e desde então, de todas as mulheres que passou em sua vida, Elena foi à única que chegou a causar alguma mínima diferença. Não era algo que os levaria até o altar e encontrar o felizes para sempre, mas também não era como um caso de uma noite que poderia se livrar. Não queria se acabar, mas queria aproveitar e dar a si mesmo a chance de ser feliz outra vez.

Foi à decisão certa, Damon. Você vai ver, vai ser melhor.

– Talvez seja. – Comentou Damon fingindo desanimação. – Tenho que ir agora, não to muito legal. Tchau, Ric.

Tá, eu te ligo depois, mas não fica assim. Vai ser melhor. Agora toma um banho e tenta se animar...

– Eu vou... Pode deixar.

Tchau Damon. – Despediu-se tristemente pelo tom de voz deprimido do melhor amigo.

Damon desligou o aparelho e um sorriso travesso formou-se em seus lábios. Ficaria um pouco ali até que pudesse acalmar seu sangue pelo beijo agitado de há poucos minutos. Elena ainda estava na sala. Deitada de bruços sob o tecido do sofá; Quando ele finalmente deixava um maldito telefone entrava em ação. Só torcia para que quando não houvesse celulares ou nenhum tipo de interrupções, Damon concedesse seu toque de bom grado.

Um toque distante foi emergindo em suas orelhas. Dessa vez não era Jason Mraz com sua sinfonia descarregada sobre um violão. A melodia da música Barbie Girl ganhava peso em sua audição.

Era o seu telefone.

I'm a Barbie Girl in a Barbie World. Life in plastic, it's fantastic. You can brush my hair, undress me everywhere. Imagination, life is your creation

Sem esconder sua raiva, Elena levanta o tronco até a mesinha de centro para apanhar o celular. Assim que o pega, volta a se jogar no sofá e atente sem ao menos importar-se em saber quem era.

– Alô. – Rosnou claramente mal-humorada.

Nossa Elena que animação... – Soou a voz feminina em ironia. Bonnie.

– Bonnie eu não to pra ninguém hoje então, por favor, seja breve e fala o que tiver que falar.

Elena eu compreendo, ok. Alias, eu já sei de tudo. – Exclamou a baixinha fazendo Elena levantar assustada. Sentiu seu coração por um minuto parar. Calma, talvez seja outra coisa. Tentou diminuir o nervosismo e acalmar a fala.

– Bonnie... – Disse Elena fechando os olhos e torcendo para não ser o que imaginava. – Me diz exatamente o que você sabe. Diz tudo, ok? – Quando Bonnie começou a falar, sentiu toda sua força se apertar contra o aparelho em suas mãos.

Ah, sua boba... Eu sei que você e o Tyler terminaram outra vez.

Ufa. Pensou ela aliviada. Deitou-se novamente no lugar e fechou os olhos. Era como se só agora pudesse respirar de verdade. Bonnie continuava a pronunciar aquelas palavras ilegíveis aos ouvidos de Elena domados pela paz após um grande susto como esse.

Bonnie era esperta o suficiente para descobrir. Ela era astuta e pensava rápido, dona de desconfiança e se algo não a cheirava bem, ela tratava de descobrir. De todas suas amigas, ela era definitivamente a que mais devia ter cuidado.

Mas eu sei que vocês dois vão se acertar. São o casal perfeito... De qualquer forma, tenho boas noticias pra você.

– Sobre? – Indagou sem muito interesse. Depois daquele susto seria difícil para Bonnie encontrar um assunto que prendesse sua atenção.

Rose...

Outra rajada de medo a atingiu. Só a menção daquele nome já era o bastante para aquele alarme de perigo ascender em si. Bonnie queria trazer Rose de volta; Nesses últimos dias ela havia insistido demais naquilo. Dizia que se a trouxesse de volta, eles se reconciliariam e Damon sairia de sua casa. Tudo isso perante o fracasso que havia sido o plano A de tentar descobrir com a família dele o segredo que o expulsou de casa. Que acabou sendo sobre Stefan e não Damon. Depois, tentaram seguir em frente e partir para a tentativa de achar algo que fosse comprometedor o suficiente para que Isobel o expulsasse. Com o plano de conquistar a amizade dele, acabou envolvida demais pela mentira que criou. Rose havia posto um ponto final no casamento com Damon... Ela não voltaria. Não havia motivos para voltar.

Aquele pensamento serviu para acalma-la por alguns instantes.

– To escutando. – Disse Elena tentando dividir-se entre o medo, a atenção e procura por sua sanidade.

Matt conseguiu com a mãe da Rose o endereço na casa onde ela vive na Florida. A gente enviou uma carta anônima dizendo que Damon está com problemas e que está a ponto de cair de novo no vicio... Comovente, você tinha que ver.

– Bonnie, Bonnie não... Eu disse pra você esperar. – Gritou Elena sem conter seu furor. Haviam estragado tudo. Rose voltaria, e Damon voltaria pra ela. – Quanto tempo tem que você enviou essa carta?

Têm uns dois dias já. – Respondeu a amiga sem entender o porquê da raiva de Elena. Damon finalmente sairia da casa dela. Deveria estar alegre. – Não entendo isso. Elena, você ganhou, fica feliz. – Não conseguia escutar mais a amiga. Sua vontade era quebrar tudo e destruir qualquer coisa que se metesse em sua frente.

– Depois a gente se fala, Bonnie. – Afirmou controlando as lagrimas que já estavam querendo descer. Desligou o celular e jogou o aparelho o mais longe que pode reprimindo um grito contra uma almofada qualquer.

Estava vendo Damon escorrer entre seus dedos mais uma vez.


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Notas finais do capítulo

Bom no próximo temos simplesmente o meu capitulo favorito da fic até agora. Não sei muito bem em relação ao gosto de vocês, mas ao meu... Eu gostei muito e espero que vocês também. Ficou ainda maior do que esse a propósito rsrs.
COMENTEM... POR FAVOOOOR.