Matemática Do Amor escrita por Lady Salvatore


Capítulo 28
- Expliquem-se.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente mais um capitulo; Esse em especial quero agradecer a thais, pela recomendação... Nove no total e 40 favoritos, muito obrigada. E fiquei muito contente pelos leitores que foram no meu twitter (@yasmin_folha) para conversar comigo sobre a história, que lindas... Obrigada outra vez, boa leitura meninas.



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Elena podia sentir o susto no corpo de Damon de longe. Não era tão diferente do que ela própria estava sentindo agora. Pela primeira vez ambos não sabiam o que fazer, o que dizer, nem como agir.

Damon tentou articular alguma coisa, mas só se atrapalhou, revirou os olhos e olhou para o chão envergonhado. Isobel, ainda encarava no batente esperando por respostas.

– Mãe... – Disse Elena tentando a acalmar. Olhou de relance para Damon e ele continuava calado com os olhos baixos. – Calma. – Pediu. – A gente tava... Discutindo. Foi minha culpa.

– Sua culpa? – Repetiu Isobel ainda em fúria. Entrou no quarto e bateu o pé ao carpete sem descanso. – Me diz o que você fez pra ser sua culpa, então, Elena. Damon? Quer dizer alguma coisa. Andem quero saber por que a gritaria, falem.

Também percebia o quanto Damon tentava pensar em alguma coisa. As sobrancelhas levantadas, a testa franzida, o jeito que mordia o lábio, mas pelo visto a mente dele estava tão em branco como a sua.

Tentou buscar no fundo de si alguma desculpa, já inventara tantas para despistar nerds de si. Entre tantas outras mentiras; Mentia para sua mãe o tempo inteiro.

– Eu... Desrespeitei o senhor Salvatore hoje na aula. – Disse ela, rápida como uma alavanca. Mal havia se ouvido.

Olhou outra vez para Damon, dessa vez os olhos azuis se alteravam entre seu rosto e o de Isobel. Pela falta de opções, sabia que ele aceitaria a mentira.

– Posso saber o por quê? O que você fez de tão grave, Elena. – Isobel nunca foi de pedir detalhes para as coisas que Elena contava, mas naquela vez Elena sabia que ela pouco se importava. Nem ao menos o tom de voz bravo e furioso do começo da conversa ela fez questão de abaixar. Queria uma explicação e queria agora.

Depois, foi à vez de Elena olhar para o chão. Juntou as mãos uma na outra e foi acalmando sua voz, até sussurrar.

– Conversei na aula e não entendi a matéria. Pedi que ele me desse às respostas dos exercícios, mas ele se recusou e eu disse que como ele morava na minha casa... Tinha que me tratar de igual e fazer o que eu pedisse.

Isobel lentamente desfez os braços e a postura intimidadora, pareceu comprar a história facilmente. Nem a própria Elena sabia de onde havia tirado tudo aquilo. Damon parecia aliviado também; Olhou para Isobel e assentiu confirmando a versão. Ele logo a olhou em perplexidade pelo que havia acabado de contar, não estava acreditando que ela se arriscou daquela maneira para salvar sua pele. Uma pessoa na qual, quinze minutos atrás ele estava chamando de egoísta.

– É melhor... Irmos todos dormir agora. – Sugeriu Jeremy abraçando sua mãe delicadamente pelas costas. – Vem, mãe. Você tá nervosa, vem tomar uma água.

Jeremy levou Isobel de volta para baixo. Damon olhou para Jenna e April no corredor e viu que agradecer a mentira de Elena ali não seria a melhor hora, queria pedir desculpas para ela pelo que disse.

– É melhor eu ir também. – Disse ele olhando em volta do comodo. Ainda não queria encarar ninguém. – Boa noite garotas. – Diferente de Isobel, ele saiu apressado. Ao chegar à cozinha e vê-la com Jeremy tomando uma água, fez um breve pedido de desculpas pelo transtorno e entrou no quarto ainda mais rápido.

Precisava do escuro absoluto, somente enfiou-se em cobertores e ficou lá com seus pensamentos; Havia tomado um baita susto, pior que não tinha ideia de como as coisas com Elena seriam daqui pra frente. Tudo era assim com ela, se divertiam e riam como nunca, mas brigavam e debatiam por coisas bestas na qual um não deveriam nem ter chego a discutir. Sem contar que o destino também não ajudava, ninguém poderia saber da amizade dois. Não que professor e aluno não possam ser amigos, Ric é um dos exemplos de que sim, pode, mas todo mundo sabe que ele não faz amizade com seus alunos, que os tratava de maneira fria e mais profissional possível. Se soubessem que era amigo dela, levantariam duas hipóteses: A primeira era que agora que os dois moravam juntos, ela tinha benefícios em notas. E a segunda, era que estavam juntos. Ou ainda, que ela teria benefícios e que estavam juntos; O que originava três hipóteses na qual ele queria distância.

Mas algo era certo, não esperava isso dela hoje. Ela foi ótima. Conseguiu inventar uma desculpa convincente na qual ele não se prejudicaria, e sim a própria. Claro que se sentia mal, só que estava mais em jogo coisas pra ele do que para Elena; Ainda assim a agradeceria depois, com toda a gratidão possível, mesmo apôs ter dito as coisas horríveis que disse.

Coisas que nós dois dissemos.

A noite passou-se lenta como os dias de inverno. Seu quarto era embaixo da escada. Pôde ouvir diversas vezes pequenos passos descendo e subindo novamente. Sabia que era ela... Querendo vir se desculpar, falar, conversar, qualquer coisa. Ao menos ela tinha coragem de sair do quarto e ir até a escada. Já Damon, nem sair da cama ele conseguiu, por medo de ocorrer algum dejá vu do episodio com Isobel há algumas horas.

05h45min já estava pronto. Tomaria um rápido café, no máximo uma torrada. Torceu para Jenna não chegar da corrida matinal, não estava a disposição de falar com ninguém sobre ontem de noite.

Abriu a porta e tomou um rápido susto. Isobel.

Passando a manteiga em sua pequena torrada, era como se tivesse o esperando. Diferente de Jenna, Damon poderia despistá-la, mas Isobel era diferente. A última coisa que ele queria era arranjar problemas com ela.

– Bom dia. – Disse ele baixo. Colocou a pasta em cima do balcão e abriu um pote com a mesma torrada dentro. – Sei por que tá aqui. Nunca acorda nesse horário, pode falar.

Aquele assunto estava longe de acabar, então quão melhor adianta-lo para ele serviria.

– Não tenho o que falar direito. A culpa é da Elena, ela errou. Foi ela que começou. Só que eu te agradeceria se você ao menos tentasse, entende?

Tentasse? Tentasse o que? Pensou Damon, duvidoso.

– Pra ser sincero, não. Como assim? O que quer dizer com tentar? – Disse ele confuso.

Isobel em seu típico jeito atrapalhado tentou explicar.

– Ela te ameaçou e não prestou atenção na aula, tá eu entendo é normal da Elena, só que... Sei lá, se ela te pedisse pra fazer os exercícios, eu concordo com você em dizer não, mas e se você tentasse explicar pra ela ou sei lá. Entende? Você sugeriu explicar invés de brigar com ela logo de cara? Afinal, ela é sua aluna, é um direito dela, não é?

– Sim, eu concordo. É um direito dela. Só que se um aluno qualquer não entende algo por não prestar atenção na aula ele tem que pesquisar, eu não vou na casa dele e explico. – De longe conseguia ver a bola de neve que essa mentira daria. Como já dito milhões de vezes, ele era péssimo com mentiras. Tentou manter seu tom de voz em controle e fingir que estava explicando algo para a mãe de uma aluna, o que não deixava de ser verdade, mas também não escondia o fato de que estava contribuindo com aquela farsa. – Eu entendo o que quis dizer só que eu não posso dar esse tipo de beneficio pra aluno só porque agora eu moro com ela. Não só com a Elena, mas também com o Jeremy e até a April que nem minha aluna é.

Isobel novamente como ontem pareceu acreditar. Odiava mentir e todas as consequências que isso trazia. Em sua vida sempre foi assim; Tudo que aconteceu, todas as grandes encruzilhadas que viveu aconteceram por conta de uma mentira feita que acabou dando errado. Não sabia qual seria a sua dessa vez, mas sabia que teria.

Isobel assentiu em entendimento disposta a dar-se por vencida, ela concordou em aceitar aquela condição.

– Quando você se mudou pra cá. – Disse ela antes que Damon saísse. – A gente conversou sobre isso e concordamos que não teria tratamentos especiais pra eles nem nada só que... Eu nunca pensei que a Elena faria isso. – A torrada pronta para seu apetite, agora estava largada na mesa. Sua voz demonstrava toda sua decepção. – Não achei que ela usaria isso pra ter benefícios em conta do que tem acontecido. Acho que eu nunca posso duvidar da Elena ela sempre foi assim... Tão mimada; Essa mudança toda abriu meus olhos pra ver o quão eu errei na criação dela. O quanto eu fui fraca, fraca. – Damon sentia cada suspiro de derrota que Isobel soltava. Eram os mesmo que seu pai dava para ele sempre que fazia algo errado, o que era praticamente o tempo todo na vista dele.

– Não a castigue. – Teria que retribuir a ajuda dela. – Eu falo com ela não se preocupe. Na escola é diferente.

– Mas eu não posso deixar que ela...

– Isobel, ela tem que aprender a seguir autoridades. Você é uma, mas ela já tem quase 17 anos. Não pode deixa-la sem o celular ou sem a maquiagem, isso não vai funcionar mais.

– Eu não sei o que eu faço. – Exclamou Isobel já aos choros. – Ela caiu nessa fantasia de que fama, dinheiro e beleza são tudo que importa, eu não sei como tirar isso da cabeça dela. Minha filha é uma mimada egoísta e a culpa é minha. – Aos poucos os traços da leve maquiagem iam se desfazendo de seus olhos azuis. Damon lentamente retirou os lenços de sua pasta e a entregou. Logo as crianças acordariam e ele não queria que o vissem ali com ela, enquanto Isobel chorava. Aproximou-se do rosto da mulher e lentamente limpou os rastros pretos de borro da face branca

– Sua filha é maravilhosa. Ela é espertíssima. Conseguiu tanta coisa em tão pouco tempo; Sucesso na internet, contratos com campanhas de perfume, sapatos, bolsas, vestidos e é uma das pessoas mais famosas da América. – Disse ele com sinceridade. As pessoas podiam dizer o que quiserem de Elena, mas seu sucesso precoce era inegável. – Ela poderia ficar sentada no sofá ou fazer compras o dia inteiro como... Qualquer outra menininha rica, mas ela fez alguma coisa e o resultado que ela recebeu foi pela criatividade incrível que ela tem.

– Mas e se ela...

– Ei. – Disse Damon antes que ela pudesse impedi-lo, deu um calmo beijo na testa de Isobel a acalmando. Ela olhou rapidamente para o chão e depois Damon redirecionou seu rosto com as mãos para que olhasse em seus olhos. Não estava mentindo agora, dizia a verdade sobre o que pensava. – Ela vai aprender com a vida, se não é agora vai ser um dia. Seja com as... Dificuldades, porque uma sempre vai aparecer, seja com essa mudança pra cá e essa vida nova sem o luxo e o holofote ou então... Com o futuro homem da vida dela; Aquele com quem ela se casar e formar uma família. – O jeito de despreocupação em sua voz afirmava uma certeza que de certo modo passou segurança para Isobel. – Ela é jovem, é esperta, é lindíssima e ela te ama, ela podia continuar lá com a vida que ela tanto gosta, mas tem uma coisa que ela gosta mais que fez com que desistisse de tudo... Você. Ela não precisa ser concertada, Elena não é perfeita. Assim como você não é e eu também não. Mas ela tem capacidade pra ser muito melhor e será. Ela é inteligente o bastante pra vê por si própria no futuro. Só esperar; E digo mais, você vai se orgulhar da mulher maravilhosa que ela vai ser.

Damon sabia que tinha razão. Saiu de lá alguns minutos depois com nenhum arrependimento de suas palavras. Como todo inicio de manhã o transito estava tranquilo, ainda mais para uma quinta feira. Com aquele acontecimento ontem não havia feito o planejamento aula.

A sala do terceiro ano estava parcialmente vazia. Faltava ainda sete minutos para o sinal, então somente quatros alunos estavam ali. Aos poucos todos foram chegando e a aula começou. Já estava acostumado a encarar Elena na sala após situações constrangedoras, felizmente ou infelizmente aquilo não era uma grande novidade.

– Ah, Bom... Eu. – Começou ele atrapalhado. Odiava dar aula sem planejamento – Abram as apostilas na pagina 29 e comecem os exercícios, 3, 4 e 5.

Em resmungos, todos começaram a fazer. No fim, isso poderia ser bom, a semana dos fundadores havia sido mais calma e pela primeira vez em muito tempo a escola envolveu-se menos e os cidadãos mais. Atrasou um pouco o conteúdo, só que fora muito fácil driblar tudo e adiantar-se com a matéria.

De longe conseguia ver Caroline Forbes mexendo ao celular, de baixo da mesa, estava com tanta falta de motivação que nem ao menos brigar com uma aluna conseguia.

– Senhor Salvatore? – Chamou Elena levantando o indicador direito. Hesitante, Damon assentiu para que continuasse. – Pode me explicar a B da três?

Engoliu em seco a saliva em sua boca junto qualquer outro pensamento racional que tinha na cabeça. Sabia que ela provavelmente não queria uma explicação nem nada, mas conversar sobre aquilo agora era algo que definitivamente não tinha condições de acontecer. Elena, com seu lápis rosa e felpudo levou a apostila e a pôs na mesa de Damon.

Olhou-a rapidamente. Apanhou uma cadeira no canto e a pôs do lado da dele, ninguém na sala parecia ligar, todos faziam seus exercícios normalmente e alguns tentavam mexer escondidos em seus iphones.

No canto da folha, estava um recado, escrito de lápis: ‘’Sinto muito. ’’

Deu mais uma olhada para classe, disfarçou um pouco e falou como se tivesse explicando algo para ela, com medo que percebessem o silencio. Tyler não parava de olhar por um segundo.

‘’ Pelo que? ‘’ Escreveu Damon. Ela tinha salvado sua pele, não havia pelo que se desculpar.

– É mais em modulo inverso que eu to com duvida. – Disse ela ainda disfarçando. – Mais especificamente aqui. – Pegou o lápis outra vez.

‘’ Pelas coisas que eu disse. Não tenho direito de me intrometer na sua vida, desculpa. ‘’

Entendia o porquê no final. Essa amizade querendo ou não fazia com que os dois confundissem os papeis muito facilmente. Divertia-se com Elena, mas se apenas o fato dele ter gostado da tia dela, Elena já fez o que fez. Resolveu pegar seu próprio lápis dessa vez.

‘’ Nós dois devemos desculpas, Elena. E eu também te devo um agradecimento pelo que fez por mim, foi rápida e esperta e além de ter conseguido pensar em alguma coisa, também fez com que eu saísse limpo. Obrigada, de verdade só que já foi arriscado demais; Essa amizade já tomou riscos demais. ‘’

Agora ela que não parecia entender. Seus olhos rolavam e voltavam por aquelas palavras com duvidas mínimas de interpretação. Talvez, somente não quisesse saber ou estivesse em negação momentânea.

‘’ Quê? Do que você tá falando, pelo amor de Deus?’’ – Escreveu fortemente, jogando suas mãos naquelas palavras, deixando qualquer tipo de marca que nem sua borracha apagaria.

‘’ Que é melhor isso acabar aqui. Essa amizade, tudo; Não quero problemas com sua mãe só porque eu e você demos umas risadas de vez em quando, não posso arriscar. Eu não vou te tratar mal, nem te ignorar nem nada, eu só acho que seria melhor se...

Não esperou que ele terminasse, puxou a apostila e apanhou seu lápis novamente, tudo tão rápido que Damon mal piscou e já a vira sair. Não se aprontou em ser delicada.

– Já entendi a conta, obrigada. – Disse ela grosseiramente. Por um momento achou que Damon realmente gostava dela. Acordou cedo, tudo para falar com ele. Escondeu-se na cozinha quando o ouviu falando com sua mãe e todas aquelas coisas que ele havia dito sobre ela. A maneira tão... Tão bonita com que ele falava; Por um momento teve quase uma certeza.

Apagou as escritas da conversa, achou um milagre não ter rasgo sua folha pela raiva na qual passou a borracha. Pela expressão de Damon pôde saber que ele não tinha a intenção de magoa-la, mas Elena nunca fora de aceitar qualquer tipo de esmola ou pena.

Virou mais duas paginas a frente da apostila e apanhou a borracha outra vez. Segurou as lágrimas e apagou aquele escrito: ‘’ Eu te amo, Damon’’. Em letras fracas e clara, feito na pontinha do lápis. Rapidamente sumiu.

Pelo visto não seria hoje.

Pelo visto não seria nunca.


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Notas finais do capítulo

Então, é isso meninas; Entro em provas sexta feira e essa semana tenho que estudar, devia tá fazendo um trabalho, mas to aqui... Não sei quando posto o próximo, mas vou fazer o possível. Por favor, comentem...