Matemática Do Amor escrita por Lady Salvatore


Capítulo 19
- Papo de bar.


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, a musica da cena desse capitulo (olha o spoiler) ñ tem completa no youtube. Não é muito conhecida, mas é linda e eu amo. Aqui tá o link da musica, nesse site. http://www.cowboylyrics.com/lyrics/mindy-mccready/without-love-7214.html clique na setinha de play laranja. Uma outra janela irá se abrir, mas NÃO FECHEM; é nessa pagina q a musica vai se iniciar. Quando a musica acabar, fechem, pq automaticamente começa outra... Sempre leiam essas notas, finais e iniciais. As vezes eu deixo coisas importantes sobre a história aqui. Beijinhos, boa leitura.



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Antes de começar a leitura, leiam as notas iniciais do capitulo.

—---x----

A essa altura, Elena já poderia se considerar arrependida. Como dito antes, a mansão dos Salvatores era mantida na segunda parte de Mystic Falls. Todas aquelas pedras e aquele matagal eram o pesadelo para ela e para suas botas pretas da Chanel de três mil dólares.

Ok, agora é oficial. Preciso comprar roupas de pobre pra essas ocasiões.

Desde que não sejam usadas...

Bonnie gargalhava e dizia ‘’bem feito’’. Mas esses sapatos eram tão lindos... Queria tanto usar.

Quando chegou a porta agradeceu mentalmente. Seus saltos não correriam risco, ao menos até a hora de voltar para o carro.

Pelo lado de fora a casa parecia uma dessas residências de filme de terror. Enorme, linda, obscura, antiga, clássica... Parecia ser o tipo de moradia que existia desde o inicio da cidade e que não houve ao menos uma mudança até agora. Antigamente, na época não havia campainhas. No lugar, se mantinha sinos enormes, e não era diferente ali. Bonnie tocou o sino e aguardou por alguém atender.

Alguns segundos depois apareceu uma senhora, por volta de uns 43 anos, muito bonita. De nariz e bocas finas, cabelos loiros escuros e olhos azuis. Bem similares aos de Damon. Que fez Elena automaticamente lembrar-se dele. Ela usava um leve vestido branco e mantinha um sorriso alegre no rosto.

— Você deve ser a Elena. Certo? A Bonnie eu já conheço, desde pequena. Como vai querida? –Disse à senhora as cumprimentado. Ela não parecia ser do tipo fria e malvada, que nem Damon e todo o resto da família, pelo contrario. Bonnie assentiu respondendo que estava bem e elas entraram. – Bem, Elena. Sou Grace. Muito prazer em te conhecer. Você é ainda mais linda pessoalmente do que na televisão. Muito mais.

— Eu sei. – Falou Elena naturalmente apertando as mãos de Grace. Que gargalhou com a confiança na resposta dela.

— Vou chamar o Giuseppe. Sentem-se no sofá e fiquem a vontade. Já venho.

Por dentro o visual antigo ainda era mais presente. A casa era enorme e altíssima. Com moveis anosos e amadeirados. Tudo tinha aparência de valor e antiguidade.

Sentaram-se no sofá e esperaram.

—Esse lugar dá medo. – Afirmou Bonnie assustada. Ela estava certa. Tudo bem que poderia ter o visual meio triste, mas a casa era realmente chique. Elena tinha aquela sensação de que todas as respostas para uma prova dificílima de história poderiam ser encontradas ali.

Demorou um pouco até Grace reaparecer no salão principal carregando uma bandeja prata de biscoitos de chocolate e com o marido logo atrás. Ele era alto, também muito bonito, aparentava ser um pouco mais velho que Grace. Tinha cabelos bem escuros e era muito branco, e os olhos verdes dava a sensação de criarem vida em seu rosto. Parecia-se com uma versão gêmea do Mel Gibson.

Levantaram e apertaram as mãos.

—Sou Giuseppe Salvatore. É um prazer senhoritas – Disse eles após as apresentações das garotas. Sentaram-se no sofá e ele na poltrona logo à frente. – Suponho que já devam ter conhecido minha esposa, Grace Salvatore.

— Ah, sim conhecemos,. Quer dizer, minha amiga conheceu. – Falou Bonnie enquanto Elena retirava os dois cadernos da mochila. Juntamente com um par de canetas azuis, uma pra cada. Entregou a caneta e o caderno para Bonnie e as duas apoiaram o objeto em seus joelhos depois de abrirem em uma página qualquer. Fariam primeiramente as anotações e em seguida montariam o trabalho.

Quando Grace terminou de lhes servir com os biscoitos e sentou-se ao lado do marido, foi à vez de Elena falar.

— Pois bem. Vocês já devem saber como funciona o processo nesses trabalhos, então acho que podemos pular essa parte, não é? O tema que escolhemos pra falar foi à árvore genealógica dos Salvatore e com que os presentes e vivos contribuem na sociedade de Mystic Falls. Então vamos começar com algumas perguntas e depois vocês podem falar sobre curiosidades da família e coisas relacionadas... Tudo bem? – Os dois assentiram em concordância e Elena sorriu. Estava com medo que algo desse errado ou que não conseguissem descobrir coisa alguma. Tinha certeza que eles não contariam nada que fosse podre demais logo agora, para duas adolescentes. Uma que não possuía intimidade e outra que acabara de conhecer. Então, Elena sabia que se quisesse descobrir algo teria que se tornar amiga daquela família e ser o mais simpática possível.

— Os senhores tem filhos? – Perguntou Elena recebendo o olhar confuso dos dois.

— Me Desculpem minha amiga. Elena é nova na cidade... Ainda não sabe de muita coisa. Sim, Elena eles tem.

— Não está tudo bem. – Confortou Grace. Ela e Bonnie haviam planejado aquilo no carro. Para poderem tocar no assunto dos filhos, para perceberem o quão eles se sentiam incomodados. – Temos dois meninos. O mais novo mora em Nova Iorque e o mais velho mora aqui.

— Sério? Que legal. Eu sou de Nova Iorque. Em que lugar ele mora? – Tentou parecer entusiasmada e teve confessar que se surpreendeu com sua atuação. Pode perceber o incomodo de Giuseppe e Grace.

— Não sabemos direito. – Disse o pai. – Não conhecemos nada de Nova Iorque.

Preferiu não tocar mais naquele assunto... Ao menos por agora. Apanhou mais um biscoito e bebeu um pouco de leite. Bonnie agora fazia perguntas sobre os primeiros Salvatores a chegarem à Mystic Falls. Voltaria a perguntar sobre o que realmente lhe interessava mais tarde.

Grace era parecida demais com ele. Apesar de ter os cabelos loiros, e os dele serem escuros como os do pai, eles eram muito similares. Os lábios, o formato do rosto, o nariz e principalmente os olhos.

Hoje de manhã não o havia visto. Provavelmente, só o veria pela noite, afinal era dia de pós-aula de Física e depois de Matemática, na escola. Era boa em matemática. Em física, desde que decorasse as formulas, ela ia bem, nunca teve tanta dificuldade em física quanto tem em biologia. Odeia Biologia. É nojenta e desnecessária. Rebekah e Caroline eram quem tinham dificuldade. Estavam insatisfeitas hoje no recreio, reclamando por terem que aturar Damon das 15:00 às 17:30 da tarde.

— E seus filhos... – Bonnie ainda falava trazendo o assunto de volta. Automaticamente despertando Elena de seus pensamentos. – Sabe se eles pretendem seguir os negócios da família?

— Não eles não pretendem. – Agora pareciam mais confortáveis falando disso. Mas ainda sim, Giuseppe gaguejava ao falar e parecia bem hesitante. – O Stefan estuda medicina e o Damon é professor.

— Ah, sim. Damon Salvatore. Nosso professor de Matemática. – Disse Elena. Seu tom de voz era como de uma garotinha que acabara de aprender algo novo no colégio. Receou em que sua reação fosse exagerada, mas acabou os convencendo. Mais tarde tentaria descobrir como eles sabiam disso tudo se não mantinham contato algum com o filho mais novo. – Ficaram decepcionados ao saberem disso?

— Na verdade, não. Ficamos decepcionados por outras coisas, mas não por isso. – Afirmou Grace. – Nossa relação com nossos filhos não são das mais saudáveis. A senhorita Bennett sabe disso, logo também saberá o porquê senhorita Elena.

— Nós sabemos. – Bonnie tentou amenizar o constrangimento. – Mas realmente precisamos falar sobre isso por conta do trabalho. Se isso incomoda a vocês podemos falar com nosso professor de história e pedir pra trocar o membro da família e...

— Não. Não há de quê. – Disse Giuseppe. Elena agradeceu mentalmente por ele ter concordado. – Não precisa. Falaremos o que tiver que falar. Quando a escola nos ligou perguntando se concordaríamos em ajuda-las dissemos que sim e é o que faremos.

Saíram de lá por volta das seis. Conseguiram somente informações para o trabalho. Começariam a investigar sobre Damon mais a frente. Ainda era muito cedo e deixaria para falar disso quando eles se sentirem mais a vontade com ela. Logo também teria que da um jeito em como fazer despistar Bonnie.

Seguiram para o shopping, onde Elena pôde ouvir couros de aleluia por finalmente entrar em seu Habitat natural. Depois, lá pelas sete, foram até o Grill, onde Rebekah, Caroline e um homem, coincidentemente estavam em uma mesa.

— O que estão fazendo aqui? – Perguntou Bonnie bem humorada sentando-se. Elena sentou também.

— É a ultima noite do Klaus na cidade e viemos aproveitar. – Disse Caroline se aconchegando no braço do rapaz. Então aquele era o Klaus. Era realmente bonito. Tinha os cabelos loiros escuros, não tão claros como os de Rebekah e Caroline. Olhos verdes, de porte normal e covinhas nas bochechas.

— Pois deveriam aproveitar em um quarto e não em um bar. – Afirmou Elena enquanto chamava o garçom. Fazendo um coro de risadas surgirem à mesa e Caroline corar.

— Eu disse que ela era maluca. Viu?

— Não sou maluca, Rebekah. Apenas realista. – Continuou chamando até que Matt apareceu. – Donavan, me traz um suco de abacaxi sem açúcar? Vai querer alguma coisa Bonnie?

— Só uma coca.

— Amor, senta aqui com a gente. Por favor. – Pediu Rebekah manhosa. Matt avisou que faltava menos de quinze minutos pro seu intervalo começar. E aí sim, se que se juntaria a eles.

Alguns minutos depois, outro garçom volta com os pedidos.

— Então, Elena ouvi falar muito de você – Disse Klaus. A voz dele era muito carregada e tinha que prestar bastante atenção para entender por conta do sotaque.

— Interessante... – Apanhou o canudinho rosa – Por elas ou pelas revistas de fofoca?

— Os dois. É tudo mito ou é pra valer?

— Quanto pior ouvir mais verdadeiro é.

O jantar havia sido bom no geral. Como sempre, toda vez que Elena conhecia alguém as perguntas sobre a fama e a vida de uma celebridade era o assunto que mais gostavam de questioná-la. Não que estivesse reclamando, adorava ser o centro das atenções, mas as pessoas exageravam nas perguntas. Klaus haviam questionado sobre ‘’como fazer sexo na rua com o risco de ser pega por um paparazzo’’. O que foi totalmente desnecessário.

— Ah não. Hoje não... – Reclamou Matt jogando a cabeça para trás. Seu expediente havia recomeçado há dois minutos.

— O que foi amor?

— O Senhor Salvatore e o Senhor Saltzman acabaram de chegar. Sabem o que isso significa, certo? – Respondeu ele desanimado e todos concordaram. Implantou um selinho nos lábios de Rebekah e voltou ao trabalho.

Elena ainda não sabia o que aquilo significava. Resolveu perguntar.

— Alguém pode me dizer o que isso significa?

— Significa – Começou Caroline – Que eles vão ficar bêbados até não poderem mais. É o que eles sempre fazem.

Espera um pouco. Damon não tinha problemas com bebida?

— Ele ainda bebe? Ele disse que não bebia tanto. Não mais...

— Pelo que eu ouvi. – Disse a loira soltando-se dos ombros de Klaus. Chegou mais perto e sussurrou: – Ele bebe somente uma ou duas vezes por semana. Só que nunca passa disso. Ainda tá tentando se recuperar.

Depois, Bonnie completou:

— Antes era pior. Muito pior. Ele até que tá se controlando. O que é bom. Só que ainda tem dificuldades. Parece que é um método de tratamento em que se você tomar algumas normalmente, ou passar da cota ao menos uma vez no mês ou uma a cada duas semanas. Você consegue beber, sem viciar de novo. É surreal e soube que era bem caro. Há quanto tempo ele fazia esse tratamento, Klaus?

— Ele fez por um bom tempo. Só que parou ano passado e teve umas recaídas depois que a Rose foi embora.

Elena tentou controlar sua reação. Ficou em choque com o quanto uma informação se passa rapidamente por aqui. Mystic Falls conseguia ser mais fofoqueira do que um episódio inteiro de Gossip Girl.

Ele mentiu. Ainda tinha dificuldade em controlar o vicio. Mas ontem, ele não sabia, inicialmente, que o vinho não possuía álcool e mesmo assim aceitou de bom grado. Resolveu anotar essa informação mentalmente. Um alcoólatra fora de controle em sua casa poderia ser motivo suficiente para sua mãe expulsá-lo. Isso ajudaria no futuro.

—... Então ele deve tá desandando. – Falava Rebekah. Atraindo a atenção de Elena. – Há alguns dias eu o vi praticamente tremendo no chão do bar. Não sei se estava bêbado, mas... Definitivamente não parecia normal.

Aquilo a fez repensar seriamente. Ainda era muito cedo. Um aviso prévio de Isobel e já seria o bastante pra ele voltar à linha. Precisava de um plano que o fizesse cair de uma maneira que nenhum milagre nesse mundo o faria levantar.

— Bonnie. Pode vir comigo no banheiro rapidinho? – Chamou ela baixo para a amiga ao lado. Bonnie concordou e seguiram para o toalete, onde Elena a parou bem de frente para a porta. – Preciso da sua ajuda.

— O que foi? – Perguntou preocupada.

— Não consigo explicar agora, mas preciso que dê um jeito de tirar o Senhor Saltzman de perto do Salvatore. Urgente.

— Elena tá maluca? Como é que eu vou fazer isso pelo amor de Deus?

— Eu sei lá – Disse exaltada – Mais é importante. Então, por favor, por todos os meus vestidos da Prada, dê um jeito.

Bonnie observou com frustração Elena voltar para a mesa. Não sabia o que ela estava planejando, mas pelo visto deveria ser importante. Foi em direção ao balcão onde Damon e Alaric sentavam-se nos bancos. Ric estava com um copo que Bonnie pôde julgar ser Uísque. Damon não bebia nada, por agora, apenas comia algumas batatas fritas.

— Senhor Saltzman, Senhor Salvatore. Como vão? – Cumprimentou ela animadamente ao aproximar-se do balcão.

Damon revirou os olhos e voltou a se concentrar em suas batatas, enquanto Ric, sorridente, saudava a garota.

— Estamos bem. Se divertindo com os amigos, senhorita Bennett?

Bonnie sorriu e sentou-se no banco ao lado, chamando por algum atendente. Alguns segundos depois uma garçonete gordinha e com sardas apareceu anotando o pedido por refrigerantes.

— Está aqui com quem? – Perguntou ele ainda alegre. Como sempre Ric era o professor legal e compreensivo.

— Ah, com as meninas de sempre. Caroline, Rebekah, Elena... É a ultima noite do Klaus na cidade então, vamos aproveitar.

— Klaus tá na cidade? – Intrometeu-se Damon, parecendo interessado. – Desde quando?

— Alguns dias. – Respondeu dando os ombros. Sabia que os dois já foram amigos, mas se distanciaram um pouco depois que Klaus ficou do lado de Mason no escândalo com Rose. Mas, ainda sim se falavam. – Quer ir falar com ele? Eu posso chamar ou...

— Não, não precisa. – Interrompeu enquanto olhava de relance para a mesa ao fundo. Ele conversava com a Gilbert e a irmã, enquanto Forbes se agarrava no braço dele.

Ainda perdido em seus pensamentos, Damon é despertado pela voz feliz de Bonnie o chamando.

— Senhor Salvatore fui até a casa de seus pais hoje. Sua mãe faz simplesmente os melhores biscoitos de chocolate que eu já comi em toda minha vida. Incrível.

Na tentativa de controlar sua raiva pelo comentário, Damon sorriu levemente e virou para frente. Todo mundo sabia da relação difícil que ele tinha com seus pais, nem todos sabiam o motivo, mas sabiam que aquilo existia, e ela tinha o provocado agora. Resolveu ignorar a conversa dos dois sobre o trabalho de história e voltou a comer. Queria muito beber, mas não iria. O tratamento experimental no fim saiu uma furada. Só fez gastar dinheiro. Muito dinheiro, mas era sua última esperança. Para ele beber socialmente era algo que não funcionaria nunca. Era 8 ou 80. Ou seria para sempre um alcoólatra ou pararia de vez. Ric concordou em ajudar, mas a constante mania dele de beber em sua frente era de enlouquecer. Alaric conseguia beber até mais do que o próprio Damon, e nunca sofrer as consequências do vicio.

Sortudo desgraçado.

Ouviu alguns gritinhos agudos de animação, ao fundo do bar, era Elena, jogando dardos. Havia acabado de acertar um.

Lembrou-se de ter olhado a lista dos trabalhos e de que Elena e Bonnie estavam juntas. Por mais que odiasse seus pais, ainda tinha o interesse de saber sobre eles. E Elena poderia ajudar. Agora principalmente onde ela achava que estavam próximos e a passos de tornarem-se amigos... Tudo bem que sua ideia inicial é se aproximar para que ela ache que terá uma boa nota e não o atormente nunca mais nessa estúpida tentativa forçada de fazer ‘’amizade’’, mas até que ela poderia servir para outras coisas. E uma delas era isso.

Ric nem reparou que ele havia saído do banco em direção ao fundo do bar.

Em direção a Elena.

— Yes... – Gritou ela ao acertar mais um. A música intensa foi o bastante para ocultar sua animada voz e não atrair tanta atenção. Era o cover de Britney Spears em '' I Love Rock N' Roll''

Contentemente, Damon se pôs atrás dela e disse:

— Nossa. Você é boa nisso.

— É, brigada - Disse ela. Pasma com a presença dele ali. Ainda sim parecia contente com o fato - Sei o que você deve tá pensando. ‘’ Quem diria que uma patricinha metida sabia jogar dardos. – Gargalhou e imitou a voz dele. Ela era péssima pra imitações, mas ainda sim conseguiu ser adorável. Damon também sorriu e arriscou-se a jogar uma. Fazia tempo que não praticava. – Puxa... Nada mal também. Muito bom. – Ele tinha acertado o ponto principal logo na primeira tentativa.

— Sei o que você deve tá pensando. ‘’Quem diria que um professor rabugento sabia jogar dardos’’. Acertei?

— Meus pensamentos ou meu humor? – Perguntou ela se aproximando sorrateiramente. Damon se afastou o mais rápido que pôde, desviando alguns passos para trás. Ela tinha acabado de usar um tom de voz malicioso comigo? Porque foi o que pareceu. Na mesma velocidade com que ele recuou, Elena percebeu a gafe e fechou os olhos profundamente envergonhada. Tinha feito sem ao menos perceber.

Damon resolveu perdoar. Quer dizer, garotas como ela são acostumadas a jogar e seduzir com os homens. E levando em conta de que estavam os dois em um bar, jogando dardos e com provocações engraçadas das duas partes... Não ajudaria muito o cérebro de Elena a diferenciar situações de divertimento entre ‘’amigos’’ e prazer. Principalmente um ‘’amigo’’ homem. Iria relevar dessa vez, e ela parecia completamente acanhada, tentando esconder o rosto no copo de suco que bebia para evitar conversa.

Para o bem de seu plano, ele fingiria que nada aconteceu.

— Mas então... Soube que foi na casa dos meus pais hoje.

— Ah, sim. – Arfou ao responder. Deveria estar desesperada pra acabar com aquele clima intenso. Colocou o copo, já vazio, no pequeno banco atrás. – Foi ótimo. Seus pais são ótimos. Tem muita sorte.

— É, eu tenho. Mas então eles falaram alguma coisa de mim? Algo importante?

— Não. Quer dizer, nosso tema é a árvore genealógica, mas vamos começar pelos antepassados antes de... Você sabe; pesquisar os vivos.

— Entendi. Pode falar comigo se quiser, também, claro.

Pelo jeito ela não sabia sobre ele e seus pais. O que era estranho por conta que o grupo de amigas dela eram bastante fofoqueiras. O que deixava tudo ainda mais suspeito... Iria acreditar por agora, mas ficaria de olho.

— Vai amanhã à audição pra lideres de torcida? – Perguntou ela depois de jogar mais um dardo. Ele estava ganhando.

— Tenho que ir. O que é estranho.

— Porque estranho?

— É... – Disse confuso. – O diretor agora quer que todos os professores participem dessas atividades dos alunos. Diz que é pra melhorar a comunicação entre os docentes e os estudantes. Alguma besteira nesse tipo. – Jogou mais um dardo e acertou. Um pouco mais longe dessa vez, só que melhor que ela. Ainda sim, Elena não era tão ruim. – O que eu sei é que o Ric é quem fica de vigilância nesses dias. Ele que é o professor paciente e amado dos jovens. Não sei por que incluir todo mundo. É tolice.

Dessa vez o dela foi mais perto. Ele estava três pontos a frente quando decidiram parar e comer alguma coisa.

— Tudo bem você ganhou. Admito. – Sorriu levantando as mãos em sinal de rendição. – Quanto eu devo?

— Dez. – Falou convencido. Elena revirou os olhos divertidamente e fez bico ao abrir a bolsa e apanhar a carteira de veludo branco da Chanel. Só aquele acessório deveria valer mais que seu salário de professor. – Ainda não terminei de falar, Gilbert. – Continuou Damon, e ela o olhou confuso. Delicadamente ele guiou a mão da garota voltando à carteira para dentro da bolsa. Ela estranhou o contato, mas não recuou. – Tem que tirar dez na minha próxima prova, senão a seguinte vai ser muito difícil. A mais difícil de todas.

Elena hesitou um pouco mais aceitou o desafio. A ideia ter que estudar quando poderia estar no shopping não lhe agradou inicialmente, mas faria isso se fosse pra manter Damon perto dela e ajudar no plano.

Sentaram-se em uma mesa isolada, perto do jogo de dardos e longe do balcão. Damon ainda queria saber se era possível descobrir mais coisas e Elena ainda seguia com a armação.

A mesa era encostada na janela de vidro que o bar tinha, dando uma visão perfeita da rua. O céu já estava escuro e os carros dos homens de família voltavam para suas casas. O bar esvaziava cada vez mais. Mal haviam reparado que nem Bonnie, nem Ric, Caroline, Klaus ou Rebekah não estavam mais ali.

Bonnie tinha conseguido. Não sabia como, mas tinha.

— Mais e a louça ontem. Deixei tudo pra você, deve ter ficado com raiva de mim.

— Um pouco – Falou sarcástico enquanto seus ouvidos se atentavam a música ao fundo. Ele adorava aquela música. Without Love da Mindy McCready.

— Ah, essa música – Gemeu Elena enquanto cortava mais um pedaço de sua pizza – Minha mãe é fã da Mindy, e eu também. Ela ouve essa música o tempo todo. Linda demais.

E realmente era. Sua mãe, Grace, também era fã da Mindy. Mas resolveu não comentar, era estranho pensar que ele, e uma criança de dezesseis anos foram criados ouvindo a mesma musica.

Ele... Um homem de vinte e sete anos.

— Quer dançar? – Perguntou Damon, divertido em tom irônico. encarando seu guardanapo. Estaria pronto para lançar uma piada após a brincadeira, mas paralisou. Só depois de falar foi que percebeu o erro que havia cometido. Porque ela não encarado como sarcasmo. E a surpresa no rosto de Elena denunciava aquilo ainda mais. Exagerou. A ideia era fazer com que Elena acreditasse que lhe daria uma boa nota e parasse de encher seu saco, mas ''convida-la'' para dançar, mesmo que a intenção fosse apenas fazer uma piada, em um bar escuro quase vazio onde quase ninguém se mantinha dava impressão de outra coisa. Algo na qual ele não possuía o mínimo de interesse. Resolveu a encarar e retirar o pedido. Ainda atrapalhando em suas palavras, ele prosseguiu: – Ai meu deus, me desculpa. Eu não queria, era só brincad...

— Aceito – Sussurrou ela o interrompendo. - Eu danço com você.

Silêncio. Ninguém se atrevia a dizer nada.

Após alguns segundos, calmamente e completamente envergonhados, eles se levantaram e Elena limpou as mãos em seu guardanapo. Não mantinham o contato visual. Apenas voz de Mindy ecoando no recinto era suficiente. Com as cabeças abaixadas, os dois foram para o lado da jukebox. Ela, com toda delicadeza, algo que nunca tivera na vida, se aproximou olhando para seus próprios sapatos. Sem pressa, as mãos direitas dos dois se entrelaçaram e os quadris se encostaram. Com a outra mão, Elena guiou para a nuca dele, enquanto Damon alterava a sua entre a cintura e as costas dela. Lentamente os movimentos ao ritmo da música começaram a sair de seus corpos.

Elena pensou em colocar sua cabeça nos ombros dele, mas a alta voz no refrão a fez recuar de volta. Apesar de ter tido uma vontade louca.

'Cause without love it don't mean a thing
It's just a rock on a golden ring
You could take it down to an old pawn shop or toss it in the sea
'Cause without love it don't mean a thing


Assim que a ultima batida da música foi soada. Elena prendeu seus dedos ainda mais no pescoço dele. Tomou o cuidado que pôde para suas unhas não o machucarem, mas não queria soltar. Não agora. Normalmente vários pensamentos se propunham em sua cabeça quando ficava tão perto de alguém, de um homem, só que nesse momento não conseguia pensar em mais nada.

Ele tinha lábios lindos. Aproximou seu rosto mais alguns centímetros e esperou por uma resposta da parte de Damon, que a olhava com os olhos abaixados. Ele pelo visto não queria, senão já teria a beijado. Mas também não se afastou e isso, igualmente, a manteve firme para também não recuar.

A realidade só voltou, para ambos, quando o alto som de uma música eletrônica foi ouvido ao sair da maquina.

— É...E-u... Eu – Gaguejou Damon tentando articular alguma palavra. Alguma informação. Alguma coisa. Qualquer coisa. – Que terminar sua pizza? Porque se quiser a gente pode ir ou... Ficar.

Ainda envergonhada, Elena respondeu:

— Eu vou... Eu acho que eu vou pedir pro garçom embrulhar pra mim e eu como em casa. Licença.

Não iria realmente fazer isso, marmita ou coisas nesse estilo eram comidas de pobre. Só queria se afastar.

Maldita Mindy McCready.

Sempre que ouvia as músicas dela acabava fazendo besteiras. Desde quase beijar quem não deveria, como agora, ou pior... Sair casa usando moletom.

Mais alguns vinte minutos eles saíram do estabelecimento. Em silêncio absoluto. Ao menos lá dentro, havia Mindy. Do lado de fora, não tinha nada.

Queria ao menos parecer simpática e se despedir, mas estava tão envergonhada que só sorriu e pegou as chaves de seu carro em sua bolsa. Tinha que sair logo dali, antes que pegasse uma colher e cavasse um buraco no chão, sem ao menos se importar em sujar suas roupas.

Eu pensei isso mesmo?... Ok chega, preciso sair daqui.

— Gilbert – Chamou ele enquanto Elena se afastava. Virou-se de volta quando já estava parada ao lado de seu carro. O tom de voz dele parecia esforçado. Como se cada palavra que dizia, estivesse presa na garganta com medo de soltar. Poderia parecer paranoia, mas era real e presente. – Eu vim com o Ric. Ele mora aqui perto então... Viemos sem carro. Será que pôde me levar contigo?

—---x----

— Quando vai ser sua prova? – Perguntou ela já no caminho de casa. Tá, essa foi horrível, mas esse silêncio conseguia ser pior. Já estava há quase 15 minutos nesse carro e nada. Ele pediu a carona, ela concordou e quando entrou no carro o único barulho ouvido era das rodas contra o chão. Elena nem se atreveu a ligar o rádio com medo de se deixar levar por outra música country. Se com a Mindy já havia quase feito o que fez, se ouvisse a Faith Hill ou a Shania Twain, sabia que poderia ser pior. Era engraçado, apesar de ser uma garota de cidade grande em todos os sentidos, amava a música country. Ao menos o interior servia para algo.

— Ainda não sei. Tenho que passar as matérias e esses eventos atrasam tudo. Amanhã é sábado e tem as audições das meninas. Provavelmente segunda eu começo matéria nova.

Respondeu normalmente. Sinal de que sua tensão e nervoso já haviam diminuído.

— Mesmo com o trabalho e o dia dos fundadores? – Disse revirando os olhos. Teria coisas demais pra estudar.

— O que eu posso fazer? Esses eventos atrapalham, só que não posso parar meu trabalho, Elena. É assim. Quando você tiver seu emprego acredite, as responsabilidades serão mil vezes mais pesadas. A escola é só o primeiro passo pro futuro. E não é fácil. Até mesmo pra pessoas como você pode ser complicado.

Damon falava amigavelmente. Aquilo a fez lembrar-se de seus pais a dizendo sobre futuro e responsabilidades. O que fez com que sentisse uma criancinha perto dele. Mas não era o que ela realmente era? Quantos anos esse homem deve ter? 25?

28 No Maximo.

Mas não importava se ele tinha 26 ou 56, odiava ser considerada uma criança. Por qualquer um.

— Como assim? Alguém como eu. – Só após um tempo reparou naquelas palavras finais. O que ele queria dizer?

— Ah, você sabe. O futuro pode ser duro pra qualquer um, até pra pessoas como você. – Disse ele por final, como se fosse à coisa mais simples do mundo. Ainda sem entender, Elena desviou os olhos da estrada e levantou a sobrancelha em sinal de que ainda tinha duvidas. – Você sabe... Pessoas com dinheiro, fama, beleza. Você tem tudo, mas ainda sim não quer dizer que não vai precisar trabalhar ou talvez sofrer um pouco. Tudo tem uma consequência, Elena.

Depois disso ficou quieta novamente, entendeu o que ele quis dizer. Ela realmente tinha tudo. Por mais, que agora morasse nesse lixo de cidade, ainda sim tinha sorte na vida e conquistado tanto em muito pouco tempo. Não era possível ter tanta sorte. Teria que sofrer, um dia. E isso a fez ficar assustada.

Será que vou ter que comprar roupas de marca barata? Ou que ter rugas antes dos quarenta e dois? Era assustador pensar assim.

Sua casa ainda estava iluminada. Pôde perceber a rigidez de Damon ao sair do veículo e temer perguntas de Isobel ou de alguém sobre o porquê de terem chegados juntos. Diria a verdade se fosse questionada. ‘’ Estava no Grill com as meninas e ele lá com um amigo. Esqueceu o carro e me pediu uma carona’’. Quando sua mente já havia decorado seu discurso, entrou e logo atrás de si Damon também.

— Senhor Salvatore. Oi. – Disse uma menina desconhecida no sofá, forçando um sorriso. Logicamente, mais uma que o odiava. Não posso culpa-la. Pensou Elena. E olha que por ser amiga de sua irmã, essa garota deveria ser do primeiro ano, e o primeiro ano ainda não tinha aulas com ele. E mesmo assim alguns lá já o odiavam. April estava sentada ao lado da menina, com um caderno amarelo na mão e uma caneta preta. A garota era muito bonita, pelo que podia ver daqui era baixa, mesmo que estivesse sentada. Tinha o cabelo andu lado e preto com cachos pesados e soltos. Era bem branquinha e de rosto triangular, com olhos meio puxados, apesar de que não chegavam a ser japonesa ou chinesa nem algo parecido. Tinha a impressão de já ter ha visto. No colégio, talvez.

— Elena, essa é a Anna. – Disse April normalmente. Pelos livros Elena deduziu que deveriam estar fazendo o trabalho para o dia dos fundadores.

Após Elena apertar as mãos da garota e se apresentarem, Damon se manifestou grosseiramente após coçar os olhos por conta do sono.

— Bom, eu vou pro meu quarto. Só tentem não fazer barulho. Pretendo dormir essa noite.

Preferiu não falar nada. Era tão estranho ver que, agora, na frente dela agia como alguém comum e com os outros, do mesmo jeito idiota de sempre. Se daqui pra frente começasse a tratar Jeremy e April com normalidade, talvez pudesse admitir que Bonnie tivesse razão. Mas Anna estava aqui e provavelmente ele não queria deixar que espalhassem rumores de que agora que moravam juntos havia tratamento especial nas salas de aula pra ela e para seus irmãos. Ele não era disso. Quer dizer, não o conhecia muito, mas Damon definitivamente não era desse jeito.

A garota, Anna, acabou sendo legal. Disse que era fã do blog e que sempre seguia as dicas. O que dava pra ver porque a roupa dela era muito bonitinha. Não queria atrapalhar o trabalho das duas, além de não ter nenhum interesse. Estava cansada resolveu subir e tomar um longo banho de banheira para relaxar e esquecer tudo. Amanhã seria o dia das audições e aqui em Mystic Falls até algo simples tem razão para se tornar uma grande festa. Esse ano o inverno havia sido duro e a escola se aproveitaria da ida das pessoas aos testes para doar agasalhos para um abrigo na cidade vizinha. Rebekah disse que a presença seria em massa. Os pais iriam para apoiar as filhas. Os garotos para assistir meninas de uniformes curtos dançarem sensualmente. E as garotas que não participariam, algumas viriam para tortura-se ou espalhar o ódio e a inveja de não serem bonitas como as lideres. E algumas para apoiarem as amigas bonitas...

Não importava quem seja; seria grande, e ela teria que estar linda.


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Notas finais do capítulo

Sim, eu sei que demorei, mas fiz um capitulo bem grande pra compensar. To meio enrolada com provas e estudos, então não sei quando vou postar o proximo. Eles vão ficar nesse clima de amizade bem timido por pelo menos mais dois capitulos; A partir, eles se vão ficar bem mais a vontade um com o outro.

COMENTEM.............