Quem é o Pai da Minha Filha? escrita por Jessica_94
– Mônica, espera! - Cebola tentava alcançar Mônica e a menina em seus braços, junto com Magali e Cascão - Aonde está indo?
– Onde você acha que eu estou indo? - ela nem ao menos se preocupou em olhá-lo - Pra casa, é onde minha filha irá ficar até voltar no seu tempo exato.
– Boa ideia - Cascão apertou o passo - Mas... O que vai dizer para a dona Luíza?
– Eu já pensei nisso. Cebola, inventa uma desculpa.
– Por que eu?
– Por que você, meu amor, é o mestre na matéria de mentir... Depois do Toni.
– Você não poderia me esculachar melhor, mas eu vou te ajudar - Cebola adquiriu expressão pensativa.
– Já sei, você poderia dizer que encontrou a menina sozinha, largada no clubinho, então teve pena e resolveu levá-la para casa.
– Boa sabichão, mas e se minha mãe quiser falar com o juizado de menores? Se levarem ela para um orfanato não poderemos mais retorná-la ao seu tempo de origem!
– Já sei então - Cebola apontou para Mônica - Você vai dizer que ocorreu um incêndio!
– Um incêndio?
– Sim, um incêndio em um prédio - Cebola parecia animado com sua ideia - E os bombeiros tentaram de tudo para salvar todo mundo, restando apenas uma garotinha em meio as chamas do quarto impossível de ser arrombado. Aí, você entrou! E lutando, passando entres as chamas conseguiu salvar a criança, e você acabou ficando encarregada de cuidar da menininha até acharem a mãe.
– Legal, mas e o prédio? - Magali se mostrou presente.
– Como?
– Acha mesmo que a mãe da Mônica não irá procurar o tal prédio incendiado?
– E ainda assim tem o caso do juizado de menores, eu não posso arriscar! - Mônica nunca parecera tão desesperada como naquele momento.
– Vamos dizer assim - Magali começou - Você vai dizer que encontrou uma mulher muito doente e que precisava que cuidassem da filha dela para que ela não fosse contaminada pela doença. Depois que a máquina do tempo for consertada, a gente diz que a mãe da menina se curou, e a sua filha pode voltar para o tempo dela.
– É uma boa ideia- Mônica ajeitou a menina nos braços - Vamos logo com isso.
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– Uma mãe doente lhe entregou a filha? - dona Luíza questionou, meio que desconfiada de toda a história.
– Pois é... - Mônica tentou disfarçar.
– Como se entrega a própria filha nas mãos de uma adolescente desconhecida?
– Ela estava desesperada.
– Pois bem - dona Luíza pegou a menina nos braços - Eu irei ajudar a cuidar dela, mas é sua total responsabilidade, já que se prontificou em cuidar dela.
– Tudo bem - Mônica ficou aliviada com a decisão.
– Ela é linda... Lembra tanto você, qualquer um diria que é sua irmã.
"Ou filha" Mônica completou por pensamento.
– Pois bem - Luíza entregou a menina nos braços de Mônica - Vou sair para comprar algumas coisas para ela e você cuida de tudo enquanto eu estiver fora.
– Não precisa, dona Luíza - Cebola se prontificou - Trouxe algumas roupinhas e outras coisas que eram da Maria, a senhora só vai precisar comprar as fraldas.
– Melhor, obrigada Cebola, até mais - ao sair foram quatro suspiros de alívio a preencher a sala.
– Sorte que ela acreditou - Mônica começou a subir as escadas enquanto os outros três lhe acompanhavam.
Mônica entrou em seu quarto e colocou a menina em sua cama.
– Mamãe!
– Já vi que é a sua palavra preferida - sorriu.
As mãos da menina pareciam inquietas, sempre balançando para o alto, como se fosse um exercício muito divertido.
Mônica remexeu em sua mochila e pegou seu costumeiro coelho azul.
– Você quer?
A menina não respondeu só se pôs a sorrir com um riso infantil e a esticar os bracinhos na direção do coelhinho.
– É seu! - ao entregar o coelho, a felicidade da criança não poderia ser maior, e Mônica compartilhava daquela alegria enquanto via a filha abraçar o coelho - Sabe como se chama?
– Sa-são, Sa-são.
– Que menina esperta!
Era tão forte o envolvimento das duas que nem se lembravam dos outros visitantes no quarto. Cascão e Magali só podiam admirar aquele momento de mãe e filha, já Cebola parecia mais interessado em analisar cada detalhe da menina, como o fato de ela saber dizer mais que apenas "mamãe".
– Qual é o nome dela? - Cebola não conseguia esconder o seu aborrecimento, e embora não fosse a pergunta que queria fazer, essa pelo menos o ajudaria a conhecer a criança.
– Não faço ideia.
– Acho bom escolher - "por que não?" Cebola pensou enquanto prosseguia - Acho que ela pode se chamar Monique, você poderia ter escolhido esse nome no futuro.
– Acha mesmo que eu seria tão pouco criativa em chamar minha filha de Monique? - Mônica falava enquanto tirava o casaquinho da menina - O que o faz pensar que eu não escolheria... - Mônica não pôde continuar, o que a parou foi um nome gravado na camiseta da menina, não era um nome de nenhuma marca famosa, mas de um nome próprio, escrito com pequenas pedras brilhantes.
"Monique"
– Foi o pai quem escolheu o nome, tenho certeza! - Mônica não queria acreditar que o Cebola estava certo e que ela tinha escolhido uma variação do próprio nome para por na filha.
– Então você admite? - Cebola sorria por seu plano e sua dedução estarem certos.
– O que?
– Eu sou o pai dela!
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