E quando tudo parecia perfeito...

“Hoje estou feliz porque sonhei com você e amanhã posso chorar por não poder te ver, mas o seu sorriso vale mais que um diamante se você vier comigo aí nós vamos adiante” Dias de Luta, Dias de Glória.

Hermione abriu os olhos lentamente com a claridade em seu rosto, ela percebeu onde estava e o estado que se encontrava e sentiu as bochechas esquentarem de uma forma que nunca sentira antes, ela se sentou na cama levando o lençol por cima do busto. Os cabelos castanhos estavam desgrenhados e ela tentou de uma forma, sem sucesso, colocá-lo para um lugar só.

Ao contrário do que esperava, Draco não estava ao seu lado. Ela soltou uma baixa exclamação de surpresa e dúvida, e chamou pelo namorado repetidas vezes antes de ouvir uma resposta do mesmo. Ela deu um meio sorriso ao vê-lo entrar no pequeno quarto com uma bandeja de café da manhã com tudo que tinham direito.

_ Bom dia, princesa. _ Ele disse colocando a bandeja sobre suas pernas.

_ Adoro quando você me chama assim. _ Ela comentou de olhos fechados e um sorriso bobo no rosto.

_ Minha princesa. _ Ele tocou de leve o nariz dela. _ Espero que esteja com fome.

_ Sim, estou. _ Ela disse. _ Você já comeu?

_ Sim. _ Ele disse.

_ Tem certeza que não quer comer comigo? _ Perguntou novamente.

_ Absoluta. _ Ele sorriu. _ Vamos, termine de comer porque tenho muitos planos para hoje.

[...]

O volume da música encontrava-se alto o suficiente para que não ouvissem mais nada do que a mesma. Dançavam lentamente pela sala conforme o ritmo da mesma. As mãos de Hermione encontravam-se no pescoço de Draco e acariciava levemente sua nuca enquanto os dedos finos enroscavam-se nos fios loiros dele.

O rosto de Draco encontrava-se na curva do pescoço de Hermione onde depositava alguns beijos em instante fazendo a castanha suspirar. Suas mãos eram mantidas na cintura da mesma a puxando o mais próximo que podia pde si enquanto um sorriso bobo brincava nos lábios dos dois.

A música encontrava-se tão alta que mal perceberam quando quatro figuras completamente confusas entraram pela porta. A música cessou de repente  e aquilo havia sido causado por uma das quatro pessoas despercebidas na sala. Ambos separaram-se rapidamente olhando-os os pais que os encaravam com um misto de fúria, desprezo e talvez vergonha alheia.

A expressão de cada uma não era difícil de se ler. Sra. Granger olhava a filha decepcionada, como se nunca esperasse aquele comportamento dela, os olhos da mulher estavam marejados de uma mágoa profunda. Sra. Malfoy não estava diferente, as mãos cerradas em punhos e olhava o filho com desgosto procurando em sua mente o momento que havia errado tanto a esse ponto. Sr. Granger, estava confuso apesar de estar desgostoso e irritado, sabiam disso pela diversas vezes que passava as mãos nos cabelos negros em um claro ato de nervosismo. Mas nenhuma expressão poderia ser pior que a do Lúcio Malfoy, ele olhava o filho com um ódio palpável que podia ser visto nas orbes cinzentas como tempestade e ele estava mais frio que o normal, o que era muito, ele poderia matar qualquer um com um olhar.

_ O que isso significa? _ Sr. Malfoy foi o primeiro a falar, a voz estava lenta e arrastada proporcionando uma agonia terrível, era cortante. Mesmo sem querer Hermione abraçou-se a Draco com medo.

_ Esse tempo todo, Hermione? _ Sra. Granger chorava, quase descontroladamente. _ Com um Malfoy?

_ Eu o amo mãe. _ Ela disse, a voz baixa por conta dos soluços que vinha em direção. Draco a apertou contra seu peito querendo protege-la de tudo aquilo, mas era impossível, sabiam disso.

_ Você só pode estar brincando comigo! _ Sr. Granger gritou, a fúria e desgosto em sua voz eram notados mesmo a quilômetros de distância.

_ Não, ela não está, ninguém aqui está. _ Draco falou, acariciando os cachos da namorada.

_ Fique calado! _ Lúcio gritou para o filho apontando-lhe o cajado que usava sempre. _ Não te dei o direito de falar.

_ Esse é o problema! Vocês nunca nos deram o direito de nada! _ Ele disse, quase gritando.

_ Pare de falar Draco! _ Sua mãe disse, a voz dela estava fria, ela nunca era fria.

_ Eu confiei em você, Hermione... _ Sua mãe disse, os olhos banhados de lágrimas grossas. _ Enquanto eu estava preocupada com você, enquanto eu nada disse por achar que você estava fazendo algo que nos dê orgulho, você estava esse tempo todo com... Um Malfoy. _ Ela cuspiu o sobrenome com desprezo.

_ E você, Draco? _ Lúcio perguntou, seco. _ Quantas vezes não lhe ensinamos a não se misturar com sangues ruins? Hein? Quantas vezes Draco? 

Sra. Granger puxou o braço da filha sem delicadeza alguma afastando-a de Draco. Hermione gritou, mas foi impedida pela mãe. Ela puxou a filha com força para fora da casa e o pai da garota estava logo atrás. Hermione pôde olhar para trás e ver a figura de Draco a encarando abismado e o mesmo, pela primeira vez, chorava.

[...]

Sra. Granger andava de um lado para o outro no grande escritório, Hermione estava sentada em uma poltrona marrom chorando desesperadamente abraçada a próprias pernas. Sr. Granger mantinha-se quieto com as mãos massageando as têmporas e os olhos fechado como se aquilo pudesse ser apenas um pesadelo que logo se resolveria. Mas não era.

_ De todos os rapazes no mundo, por que justo um Malfoy, Hermione? _ Ela perguntou À filha tentando manter a calma.

_ Eu não vejo problema nenhum! Vamos mãe, me diga, qual o problema? _ Hermione perguntou, chorando.

_ Ele não é um cara digno minha filha! _ Ela apontou a mão para ela enquanto a outra passava pelos cabelos lisos recém-tingidos de loiro.

_ E você sabe o que é isso mãe? Sabe ao menos o que é dignidade? Você não olha para alguém mais pobre que você que já torce o nariz. _ Ela disse, irritada.

_ Não estamos falando de dinheiro Hermione, porque ele é tão rico quanto você, estou falando que ele é um Malfoy! _ Sra. Granger disse elevando ainda mais o tom de voz, se possível.

_ Ah que infantilidade, mãe! Essa rixa existe no tempo dos nossos tataravós e nem o motivos sabemos sequer. _ Ela jogou na cara de sua mãe.

_ Chega, Hermione! Você não vai vê-lo mais. _ Sr. Granger se pronunciou pela primeira vez.

_ Vocês não podem me impedir! _ Ela gritou.

Sr. Granger levantou da cadeira, furioso.

_ O verão acabou, mocinha. _ Ele disse. _ Vamos voltar à Londres.

[...]

O pior clima encontrava-se na enorme e fria sala dos Malfoy onde Draco encontrava-se de frente ao seu pai pronto para encará-lo e enfrentar o problema a qualquer momento. Mas naquele instante, a razão pertencia a eles e Draco sabia mesmo que não concordasse com a ideia absurda.

_ O que deu em você Draco? Uma Granger? _ Ele perguntou, desgostoso.

_ Sim e eu não vejo problema nisso. _ Ele respondeu, seco.

_ Desde quando você se mete com sangue-ruim Draco Black Malfoy? _ Narcisa interrompeu a conversa, irritada.

_ Desde que eu me apaixonei por ela. _ Draco quase gritou. Não queria que fosse daquela forma.

_ Você não sabe o que é isso! Você deveria estar com Astoria e... _ Lúcio começou, sendo interrompido pelo filho.

_ E você não vai me impedir, pai, eu a amo! _ Ele disse. _ Nenhum vão me impedir.

_ Você vai à Nova Iorque Draco. _ Lúcio disse. _ Vai ser vigiado e seus e-mails serão verificados, seu celular será confiscado e qualquer tipo de comunicação com essa garota, vai ser impossível. _ Ele disse, calmamente. _ Você vai se focar nos estudos e pedir desculpas a Astoria. Estou sendo claro?

_ Você não pode fazer isso!

_ Estou sendo claro, Draco? _ Ele repetiu a pergunta.

_ Cristalino. _ O garoto respondeu, seco.