Friendly Living escrita por Meire Connolly


Capítulo 34
Capítulo XXXIV. Merida


Notas iniciais do capítulo

Oh meu Doctor! Eu não consigo acreditar que eu estou cumprindo minha promessa e postando esse capítulo agora! Hueeeeeeeeeeeeeee!
Ok, mas vamos lá, por que eu tenho muita coisa para falar, hehe. Mentira, tenho nada.
Ok, primeiramente, querida Cindy, e querida Winter. O ship que vocês pediram, tem uma boa parte dele aqui neste capítulo — e um pouco também no Especial. De qualquer forma, como o que eu fiz foi uma coisa bem... Wow — eu achei isso —, então, eu decidi que ficaria por isso somente, ok? Espero que vocês duas gostem!
Ok, eu não sei se aparece nesse capítulo — sim, aparece —, mas eu troquei o apelido do Soluço. Em vez de usar Soluço, irei usar Hiccup. Eu sei que todos os outros capítulos — inclusive os títulos — estão com Soluço, mas eu me acostumei a escrever Hiccup, e toda a vez que eu reviso tenho de trocar Hiccup para Soluço. Então, agora, irá ser Soluço para Hiccup.
Como esse capítulo já havia sido revisado, talvez há alguns Soluço's e alguns Hiccup's, então, me avisem onde tem e eu trocarei, certo? Certo.
QUEM FICOU SABENDO QUE IRÁ PASSAR ENROLADOS NA GLOBO? HEIN, HEIN?! JRWHBFRBF. — claro, esse capítulo está sendo programado, hoje, dia 24 para postar para vocês. Eu ainda não sei o que minha mãe irá aprontar comigo amanhã, e eu não sei se na virada estarei em casa, então, eu programando ele para ser postado amanhã. Se não for, culpem o Nyah.
Eu não sei se irei ver, mas darei o meu melhor para tentar. Tipo, é Enrolados, cara, hehe! Quem irá ver e lembrar de FL? UHU.
Brincadeira com vocês.
Ok, o resto dos recados estarão nas notas finais.
ENJOY!



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MERIDA DUNBROCH


O fim de semana de Merida havia sido horrível.

Primeiro foi ao jogo no sábado com Rapunzel, e então aconteceu aquele acidente com o Jack. Merida ficou aliviada por ele estar bem, e somente com o braço na tipóia — por mais que não estivesse quebrado, nem com tanta dor assim (ou pelo menos era o que Merida achava).

Depois ainda teve sua mãe pedindo ajuda para ela para que roupa ela pudesse poder na festa que Miles e Gothel dariam. Claro que Merida não fazia ideia nem do porque da festa, nem do porque de sua mãe pedir ajuda a ela. Afinal de contas, era ela! Aquela que não gostava de moda, que não seguia tendências, a que não sabia o que ficava bem no corpo de certa pessoa, entre outros tópicos. Mas, claro, Elinor não mudou de ideia.

Mas tudo isso seria recompensado. Pelo menos Merida já tinha arrumado seu namorado falso. Tudo bem, seu namorado falso era o Fred, ninguém mais legal, ou bonito, ou inteligente, ou digno de ser namorado de Merida DunBroch. Mas, o que a menina poderia fazer? Era o único que havia aceito sua proposta, e que daria medo em Mike. Era o único que Merida tinha total certeza de que não desistiria de última hora.

— X —

— Desistir? — perguntou praticamente gritando com o garoto.

— Shiu, shiuuu — pediu colocando a mão no ombro da menina, que tinha os olhos irados de raiva. — Olha, aconteceu muita coisa nesse final de semana, e com a saída do Jack, eu acho que eu posso voltar ao time — Fred falou entusiasmado e com um sorriso que dizia ‘fique feliz por mim’.

Merida retirou a mão do rapaz de seu ombro.

— Você quer morrer, não quer? — indagou sentindo toda aquela terrível vontade de matá-lo. Mike iria se mudar de escola naquele dia, e Merida já estava com tudo preparado. Já até havia comprado uma rosa para fingir que Fred havia dado a garota.

— Merida, mil desculpas, eu não fazia ideia de que tudo isso ocorreria — Fred falou com os lábios juntos. Merida suspirou. Tinha uma imensa vontade de matar o garoto. Se não estivesse na escola não pensaria duas vezes antes de desferir um golpe em seu membro inferior. — Eu sei que você quer me bater, mas-

— Eu quero te matar — Merida sussurrou com os dentes rangendo. Cerrou o punho. Fred engoliu em seco e então colocou suas mãos no ombro da menina, que o fitou com o pior olhar que conseguia. Logo em seguida, Fred retirou as mãos da garota.

— Desculpe-me — sussurrou. Merida até tentou parecer uma pessoa mais legal e aceitar o pedido de desculpas do menino. Mas simplesmente não conseguia. Estava raivosa. Fred passou a mão pelo rosto, e então as duas mãos foram ao seu cabelo, e o garoto recuou um passo. — Desculpe — murmurou ainda recuando. Fred então baixou a cabeça, tirou as mãos do cabelo, e virou, começando a caminhar na direção oposta da garota.

Merida fez o possível — e o impossível — para se virar e segurar o choro.

Ok.

Merida não estava triste pelo simples fato de que o garoto simplesmente desistiu de ser o namorado falso da menina (tudo bem, isso estava a matando também). Entretanto, boa parte do corpo da garota estava simplesmente morrendo de irritação de Fred pelo simples fato do garoto tê-la iludido.

Claro, eu sou uma estúpida. Merida suspirou. Só em Marte Fred poderia se interessar por ela. Só em Marte algum garoto — que não fosse o Mike, por favor — poderia mostrar interesse nela.

A ruiva saiu da escola o mais rápido que podia. De repente, conseguiria ir para a casa sem ver Mike. O garoto poderia ligar para Merida, que enviaria uma mensagem para qualquer garoto e imploraria para ele apenas dizer que estava namorando-a. Ela até pagaria o garoto!

A ruiva segurou as alças de sua mochila e então saiu na parte de frente da escola. Alguns alunos ainda estavam por ali, reunidos conversando animadamente com alguns idiotas do time. Henry a viu e deu um leve aceno — o que fez Merida ficar assustada, e conferir duas vezes antes de erguer a mão e acenar novamente.

Merida tinha de admitir: Henry era um cara legal. No hospital ele foi totalmente gentil com todos eles, pediu desculpas a Hiccup quando ficou sabendo da história original, e se mostrou realmente preocupado com Jack — não só porque ele era o capitão do time, mas também porque os dois eram amigos. Merida tinha certeza de que ele fora o único do time que havia se preocupado com o albino.

Por isso Merida entendia o motivo de Rapunzel gostar tanto dele e sempre ir a festas que Henry — ou sua namorada — dava. Henry era um cara gente boa para alguém que estava em um time de futebol e era popular. Com certeza a namorada dele era a menina mais feliz do mundo.

Merida suspirou e prosseguiu com sua caminhada.

Parou próxima a lixeira para se livrar daquela flor que havia comprado. Estava indo para a escola quando a viu. Era uma rosa tão delicada, tão bonita, tão... Encantadora, que Merida teve de comprar. Não só para fingir que Fred havia lhe dado, mas também para guardar em seu quarto. A rosa era bonita demais para Merida ignorá-la.

Mas agora... Agora aquela rosa mostrava o quanto ela ia se ferrar se encontrasse com Mike. Parecia até ter ficado mais feia, mais grotesca. Como eu, pensou olhando para a rosa. Jogou-a na lixeira sem dó ou piedade.

Virou-se para continuar a caminhada quando trombou com o rapaz que Merida não queria ver.

Mike MacGuffin. Seus fios louros estavam presos em um rabo de cavalo estranhamente estranho. Tinha uma barba rala no queixo. Suas sobrancelhas estavam alinhadas perfeitamente. Os olhos azuis — que oscilavam para a cinza, e fazia Merida se lembrar de Astrid — estava praticamente sorrindo ao constatar que a menina estava ali, sozinha, e com uma cara assustada, o que deixava claro que ela não tinha conseguido cumprir o desafio. Seus finos lábios estavam sorrindo de forma satisfeita, e vitoriosa, algo que fez Merida ficar com vontade de socá-lo.

— Como eu sabia, você não conseguiu arrumar um namorado — falou de forma provocativa.

Merida cruzou os braços.

Não, não e não. Não deixaria esse garoto simplesmente gozar da cara dela, gozar de sua perda. Merida não perderia. Não perderia esse desafio idiota que Mike havia colocado para ela. (Além de que, ela não fazia ideia do que o rapaz poderia fazer por ela ter perdido o desafio).

— Eu arrumei um namorado, MacGuffin — respondeu de contra gosto. — Só que namorados não vivem grudados.

Mike soltou um ‘tsc’ e então olhou em volta. Merida também olhou. Se visse Fred com certeza o mandaria fingir ser seu namorado ali; mas não conseguia avistá-lo e nem ver ninguém conhecido.

— Então me prove que você tem um namorado — Mike falou de forma desafiadora. Merida engoliu em seco da forma mais discreta possível. Pegou o celular, pronta para ligar para qualquer garoto e mandá-lo dizer que estava a namorando, quando Mike prosseguiu. — Chame-o aqui — ordenou.

Merida gelou. Por essa não esperava. Não mesmo.

Seus olhos percorreram seu celular e então o local ao seu redor. Fred não iria ali. Não mesmo. Ele havia deixado claro que tinha desistido da ideia, e Merida sabia que ele era ganancioso o suficiente para poder dizer um ‘não’ na cara da menina. Fred não queria perder a chance de entrar no time agora que Jack estava de fora. Uma luz iluminou na cabeça de Merida. A menina não fazia ideia do que havia acontecido com Jack — principalmente porque ninguém havia lhe explicado —, mas agora as coisas poderiam se ajeitar facilmente.

Merida não viu Fred no jogo. Nem na arquibancada. Ele poderia ter incitado Jack a beber. Poderia tê-lo feito beber todos os tipos de bebidas alcoólicas para ficar daquele jeito. Louco. Alucinado. Ele poderia ser o culpado do acidente com o Jack. Ele queria entrar no time, então tinha que fazer com que alguém fizesse algo pior que ele mesmo fez em um jogo que teve — foi notícia em toda a escola e Merida riu quando ficou sabendo que o rapaz tinha se esborrachado.

A garota estava com o pensamento tão rápido que nem se tocou de que Mike estava ali a esperando.

— Pensando em quem ligar para fingir ser seu namorado? — perguntou com a voz toda desafiadora e com aquele tom vitorioso.

Merida ergueu os olhos e então viu sua resposta para aquele desafio idiota.

— Você vai ver que eu ganhei esse desafio — respondeu no mesmo tom e então juntou forças. — Hiccup! — gritou o mais alto que pode. Agradeceu a Deus por ele estar totalmente sozinho, sem Astrid por perto. Hiccup faria isso por Merida. Eles eram amigos, grandes amigos.

Mike se surpreendeu quando Merida gritou o nome do moreno, Merida pode ver isso. O rapaz arregalou os olhos, olhou para trás, descruzou os braços e então voltou a olhar para a ruiva, no mesmo instante em que Hiccup fitava-a.

— Hiccup é seu amigo, você pode ter pedido para ele apenas fingir — ele rapidamente falou. Merida deu o melhor sorriso de ‘não fui pega, seu idiota, e provarei que sou melhor’.

— Claro que não.

— Então prove que não — Mike desafiou ao mesmo tempo em que Hiccup caminhava na direção dos dois. Seus fios castanhos todo bagunçados, seus olhos verdes curiosos e suas mãos nos bolsos de sua calça jeans. Hiccup estava sofrendo por Jack, mas mesmo assim, tinha uma aura boa em volta de seu corpo.

— Irei provar — Merida sussurrou com os dentes rangendo de raiva.

— Hei — Hiccup falou assim que chegou perto dos dois. Merida deu um olhar vitorioso para Mike, que deu de ombros. A ruiva então se virou para Hiccup e com a mente pediu-lhe desculpas. — O que houve? — o moreno perguntou após alguns segundos de silêncio.

— Eu só irei provar para Mike uma coisa — a ruiva pegou na mão de Hiccup. O garoto olhou a mão dos dois juntas, e então ergueu os olhos para Merida. Seu olhar curioso, a boca pronta para dizer qualquer coisa que fosse.

Merida sabia que ele estragaria tudo, então apenas se aproximou do moreno e o beijou.

Simples, fácil.

A ruiva tentou agir da maneira mais normal que conseguia. Mas era estranhamente complicado beijar o cara que era seu melhor amigo desde quando se conheceram; aquele que já tinha uma namorada perfeitamente perfeita e amava com todas as forças; aquele que sempre ficou ao lado dela quando ela precisava; aquele que era o posto seguro de Merida quando Rapunzel não estava por ali.

A mão da garota foi até a nuca do moreno, enquanto a outra segurava a mão de Hiccup, com delicadeza, cuidado. Seus lábios se encontraram com o moreno e Merida sentiu seu coração pular como nunca. Merida levantou a mão que segurava a de Hiccup. Colocou a mão do rapaz em sua cintura, e torcia para que ele estivesse de olhos fechados, já que o moreno deu um leve recuo quando Merida avançou sobre ele.

Merida levantou sua mão indo na direção dos fios do moreno. A outra mão de Hiccup que vaga pelo ar foi em direção a cintura da ruiva, e Merida pode constatar que ele estava fazendo parte do plano quando sentiu os lábios de Hiccup se mover junto com os dela. Por incrível que pareça, Merida se sentiu constrangida no momento em que Hiccup se aproximou mais do corpo dela. Merida podia sentir suas bochechas corarem, seu coração querer sair pela sua boca e seu corpo todo estar tremendo.

Desejou ardentemente todo o corpo de Hiccup, e desejou ainda mais nunca sair dos braços dele. Sua mão vagueava por seus fios castanhos enquanto a outra ficava em sua nuca, dando leves apertos, que pareciam satisfazer Hiccup, já que a mão do menino apertava levemente a cintura de Merida.

O beijo deixou de ser técnico no momento em que Hiccup começou a usar sua língua. Merida se assustou. Não recuou. Não queria recuar. Na verdade, queria recuar. Estava beijando o seu melhor amigo! Estava beijando aquele cara que tinha uma namorada e a amava mais que tudo em sua vida! Estava beijando Hiccup!

Com toda a força de vontade que tinha para se afastar do menino e acabar com aquele beijo — que ela não queria acabar, por Deus, Hiccup beijava muito bem! — a ruiva o empurrou um pouco para o lado, antes de se virar para Mike, que parecia estar desabando ali. Seus olhos pareciam estar cheios de lágrimas — mas Merida não ficou com dó, ele pediu para ver isso, que sofresse as consequências! —, seus lábios estavam franzidos e seus braços estavam cruzados. Ele estava se passando por forte.

— Já provei? — a garota perguntou irritada e nervosa ao mesmo tempo em que se mostrava impaciente. Um dos braços de Hiccup ainda segurava sua cintura com força, enquanto o outro estava caído. Merida mantinha um braço em cima do ombro de Hiccup e sua mão estava no cabelo do garoto (ele era muito macio e gostoso de apertar, Merida não tinha culpa!).

— Sim — Mike falou e então olhou em volta. — Eu vou indo, irei me mudar — falou o que a menina esperava. Mike levantou a mão e então acenou para os dois. Merida acenou de volta, mas não viu se Hiccup havia acenado (na verdade, a garota não queria nem saber de olhar para Hiccup). O rapaz então se virou e saiu andando.

Merida rapidamente lutou contra si mesma para retirar o braço de Hiccup. Suas bochechas estavam coradas, podia sentir isso. Olhou para baixo, e apertou suas mãos umas contra as outras. Suspirou fundo e se afastou do menino.

— Desculpe — pediu num sussurro dando uma leve olhada para o garoto. Seus olhos estavam totalmente confusos, seu cabelo bagunçado mais que o normal, e sua respiração fazia o garoto ter parecido acabar de sair de uma maratona. Merida baixou a cabeça e então deu as costas saindo dali.

A garota começou a andar o mais rápido que pode. Sentia tanta vergonha em si que a vontade que tinha era de se enfiar em um buraco e se esconder para sempre. Como pode? Não quis responder. Principalmente porque havia gostado. Tinha sentido seu coração pular em seu peito, sua respiração ficar fora do padrão; todas as suas perguntas sem respostas começarem a ser respondidas e até lembrou-se num passado distante quando Hiccup falou que gostava da garota.

— Urgh Hiccup, você é meu melhor amigo, não pode gostar de mim — foi a sua resposta para aquele dia. Hiccup saiu chorando do parque em que estavam e foi para a sua casa. Claro que no dia seguinte, Merida foi conversar com ele, pediu desculpas e até falou que ele poderia gostar dela se isso o deixasse alegre.

Entretanto, ele deu uma resposta totalmente diferente da que a garota esperava.

— Não se preocupe com isso Merida, nós somos melhores amigos, eu não posso gostar de você; e além do mais, Astrid se mostrou totalmente legal comigo.

Naquele dia, Merida havia chorado.

Ela não sabia o porquê até parar no meio da rua e virar para trás. Seu cabelo voava com o vento e todo o seu corpo estava tremendo — mas não de frio, ela sabia que não era de frio. Viu Hiccup correr em direção a Astrid. A loira tinha lágrimas nos olhos, lágrimas no rosto, e gritava com Hiccup. Seus lábios se moviam rapidamente, e Hiccup tentava desesperadamente acalmar a menina, encostar-se à menina.

Merida baixou a cabeça. Olhava seus pés no asfalto. Seu coração pulava forte e ver Hiccup tentando se reconciliar com Astrid fez a garota ficar com vontade de chorar.

Sabia o motivo de ter chorado naquele dia quando Hiccup lhe falou que não gostava mais dela de forma indireta. Merida gostava de Hiccup. Provavelmente sempre deve ter gostado. O garoto era engraçado com seu jeito desengonçado, era divertido, era amigo, era leal. Hiccup era bonito, acima de tudo. Magro, sim, mas bonito. Merida sempre foi encantada com seus olhos verdes.

A garota não sabia se era porque estava triste e culpando a si mesma, mas logo em seguida sentiu uma batida em sua cintura. Seu corpo foi jogado para frente com toda a força. Merida sentiu seu corpo rolar antes de parar com a barriga para cima. Seus olhos estavam abertos, mas semicerrados enquanto fitava o céu acima de si.

Rapidamente quanto ela foi atropelada, alguém apareceu acima da garota. Merida pediu para que fosse Hiccup. Seu interior desejava que fosse Hiccup.

Deus — mas aquela voz não era de Hiccup. Quem quer fosse, ajoelhou-se diante da menina e então pegou em sua mão, checando seu pulso. — Você está bem? — perguntou com uma voz doce. Merida passou a mão no rosto, se sentindo meio tonta, mas assentiu com a cabeça. — Como você poderia estar bem? Você foi atropelada! — a voz saiu forte e meio aguda, o que fez Merida rir. Seus pais foram os únicos a se preocupar assim com a menina.

— Estou ok — respondeu levantando-se. O rapaz (disso Merida tinha certeza) rapidamente segurou sua cintura e seu braço e a ajudou. Merida sentiu-se protegida e até esqueceu-se do evento anterior, o que a fez sentir-se melhor, até piscar algumas vezes e ver quem havia a atropelado.

Flynn Rider.

Merida rapidamente se soltou dos braços do rapaz e recuou um passo. Flynn tinha uma cara de cachorro sem dono, algo como, por favor, não conte para ninguém, eu faço tudo o que você quiser.

— Acho que agora você não está tão bem — Flynn soltou. A voz saiu quase num sussurro e a mão mexia em seu cabelo de forma frenética e necessária. O moreno estava desesperado, e Merida podia jurar que tinha preocupação em seus olhos (o que ela logo tratou de ignorar).

— Você me atropelou! — gritou apontando para o menino. Flynn bufou.

— Você que estava no meio da rua, parada! — acusou apontando para a garota.

Merida rangeu os dentes.

— Eu vou te denunciar a polícia! — gritou irritada. Havia perdido Fred, beijou seu melhor amigo, descobriu um monte de sentimentos guardados, e agora havia sido atropelada. O que mais faltava para seu dia ficar perfeito?

— Mas você está bem! — Flynn apontou para o corpo da menina.

— Claro que não seu besta! — a garota retrucou. — Eu menti — explicou. Sim, sua cintura doía mais do que tudo, e seu corpo todo estava tremendo demais. — Menti para não colocar o motorista em desespero — explicou. É, essa era a verdade. Merida apoiou-se no carro vermelho de Flynn. A garota rangeu os dentes. — Mas já que é você, sim, eu estou morrendo de dor! — gritou.

Merida segurou qualquer sinal de fraqueza e o silêncio resolveu reinar por ali.

Flynn passou a mão no cabelo e virou de costas para Merida — já era o terceiro garoto que lhe dava as costas no dia. Felizmente — ou infelizmente, Merida nunca saberá decidir qual escolher —, o rapaz voltou a ela. Seus olhos estavam raivosos. Muito mais que os de Merida. A ruiva recuou um passo, com medo do que o moreno poderia fazer.

Flynn andou na direção da garota. Se Merida pudesse sairia correndo o mais rápido que podia; entretanto, sua cintura ainda doía e a garota não poderia correr sem dar cinco passos e cair no chão com dor. O rapaz parou a centímetros de Merida, o que fez a ruiva querer gritar. Os olhos de Flynn brilhavam em um tom perigoso.

— Porque você me odeia tanto? — o hálito de sua boca banhou o rosto de Merida. Por estar praticamente sentada no conversível vermelho do rapaz, e também ser mais baixa, Merida tinha de levantar um pouco o rosto para poder encarar os olhos castanho de Flynn. Seu hálito tinha cheiro de Coca Cola, e Merida engoliu em seco, tampando a respiração. — Vamos, Merida, por quê?!

Merida suspirou. Baixou os olhos e aquele dia que tanto tentara esquecer voltou em sua mente. Merida passou a mão no rosto. Falaria a verdade? Falaria finalmente a verdade? Mas Flynn falaria para Rapunzel, e ela provavelmente nunca mais falaria com a ruiva.

— Não posso falar a verdade — falou alto o suficiente para Flynn escutar. Merida podia ver o peito de Flynn subir e descer por baixo daquele casaco azul escuro. A garota perguntou se era de raiva ou de aflição. — Rapunzel não irá gostar de saber — essa parte saiu baixa. Mas Flynn escutou.

Desta vez, o rapaz recuou passos para trás. Merida olhou ao redor. Eles ainda estavam no meio da rua. Sério que nenhum carro passaria por eles? Nenhum estudante? Nada? Flynn riu de forma amarga e sarcástica.

— Não se preocupe — falou e então voltou a se aproximar. Desta vez ele se sentou em seu carro, cruzou os braços e ficou sério. — Rapunzel terminou comigo — explicou. Merida praticamente engasgou ali. A ruiva realmente não acreditaria no simples fato de que Rapunzel havia seguido seu conselho. Claro, Merida não queria que ambos terminassem por algum motivo pessoal; a garota realmente gostava que Rapunzel fosse feliz, com quer que fosse, e ela sabia que depois de Jack, Rapunzel não era a mesma com Flynn. — Agora pode falar porque me odeia — Flynn pediu.

Merida engoliu em seco.

—Houve uma festa há um tempo — sua voz saiu automática enquanto seus olhos estavam focalizados no chão e sua mente pedia para que algum carro aparecesse e socorresse Merida. — Você e a Rapunzel já namoravam. Ela foi embora mais cedo naquele dia, e pediu para que eu olhasse de você. Depois dela ter ido embora, você... — sua garganta se fechou. Merida podia sentir os olhos de Flynn em si mesma e isso a aterrorizou. O que ele faria quando soubesse da verdade? — Você se declarou — a garota engoliu em seco, tentando abrir a garganta que parecia se fechar mais. — Você falou que gostava de mim, do meu cabelo e do meu jeito diferente do da Rapunzel. Disse também que queria algo comigo, por isso começou a namorar a Rapunzel, mas que eu estava demonstrando não querer nunca, e então você desistiria de mim — Merida tratou de continuar, por mais que sua garganta continuasse se fechando. — Você estava totalmente bêbado, por isso eu ignorei. Mas depois... Depois você me beijou, e...

— Eu não achei que você se lembrava disso — Flynn murmurou. Merida rapidamente ergueu seu olhar para o rapaz. O moreno olhava para seu tênis Nike preto e branco. Merida se perguntou como ele conseguia se lembrar. Flynn estava totalmente bêbado. — Achei que tivesse ignorado, principalmente, pois naquele dia você retribuiu o beijo — Flynn deu um leve sorriso, e Merida corou, voltando a olhar para o chão.

Sim, tinha retribuído. Mas fora culpa da bebida. Não havia bebido tanto quanto na festa de Rapunzel, mas bebeu o suficiente para fazer coisas que não queria fazer — como beijar o namorado de sua melhor amiga, Flynn Rider. Merida não gostava de lembrar-se desse dia, entretanto, sempre que via Flynn lembrava-se do ocorrido. E para colocar a culpa nele, tratava-o mal. Afinal, ele havia traído sua namorada.

A ruiva respirou fundo quando a dor em sua cintura ficou mais aguda. Olhou para frente, tentando esquecer-se do seu dia. Fred havia desistido dela — era o Merida pensava, sim —; a garota então beijara seu melhor amigo, Hiccup, e fizera o mesmo brigar com sua namorada perfeita, Astrid; havia sido atropelada por Flynn, o garoto que odeia; e agora havia revelado seu pior segredo. Não sabia mais o que esperar desse dia horripilante.

— Venha, irei te levar para um hospital — o rapaz levantou-se do carro e se aproximou de Merida pegando em sua cintura, o que fez a menina gemer de dor (ela tentou ao máximo se conter). — Desculpe, desculpe — Flynn falou levantando suas mãos e a segurando acima da cintura. Passou um dos braços de Merida em volta de seu próprio ombro e a começou a conduzir para o banco do passageiro.

Merida queria falar que não precisava, que ela poderia pegar um táxi, e que o tempo que ficasse longe de Flynn seria melhor para os dois, mas nenhuma palavra saiu de sua boca. A garota simplesmente deixou ser levada, colocada no banco, ajeitada pelas mãos delicadas e cuidadosas do rapaz.

Flynn correu e então entrou em seu lugar. Ligou o carro e começou a dirigir. Merida pode apenas virar um pouco o rosto e observar linhas de preocupação no rosto do garoto, ao mesmo tempo em que via seus fios castanhos voarem. Merida deu apenas um leve sorriso e entendeu o porquê de Rapunzel ter sido apaixonada por ele.


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Notas finais do capítulo

Como eu sou uma autora desleixada, eu não lembro se eu revisei esse capítulo — hehe, perdoem-me por isso.
SHIPADORES DE MERICCUP! O QUE VOCÊS ACHARAM? HUEEEEEEEEEEE!
Se vocês não comentarem, eu corto a garganta de vocês, sério.
Hehe, brincadeirinha.
Vocês acham que a Astrid deve perdoar o Hiccup? E o que vocês acharam do motivo da Merida odiar o Flynn? Gostaram deste momento Flynrida? Hehe, acabei de inventar o nome. Sei lá se existe alguém nesse mundo que shipa Merida e Flynn — exceto eu, SIM, EU SHIPO! —, mas fiz mesmo assim.
Mas ok, voltando ao anúncio principal.
O ESPECIAL DE NATAL!
Segundo o Word, o especial teve 15.465 palavras. "OQUE?" É, eu sei, muitas palavras.
A minha intenção inicial era fazer com 10.000 palavras, algo em torno disto, mas eu acabei me empolgando demais, hehe, e acabei deixando as coisas fluírem. Eu sei que muitas pessoas ficaram com uma má vontade de ler, então, estou propondo algo para vocês.
Como ficou MUITO grande, e eu sei que a maioria só irá ler e nem comentar — como fazem all time aqui na fanfic — pensei em fazer a seguinte coisa. Vão lendo aos poucos. Tipo, lê uma parte hoje, ai amanhã vocês leem mais uma parte, ai daqui a duas horas leem mais. E como eu sou uma autora que gosta de interagir — mesmo sendo extremamente tímida, acreditem, eu sou —, eu achei que se vocês não lembrasse da parte em que pararam, poderiam simplesmente me mandar uma MP falando qual parte pararam, e comentando o que acharam até aquela parte. Simples, não?
Eu achei que ficaria legal, assim, vocês saberiam onde pararam, comentariam sobre o capítulos, nós interagiríamos, e ficaríamos felizes! Uhu! E eu poderia lembrá-los para terminar a leitura.
É talvez vocês possam querer me matar por ter que fazer vocês fazerem isso, mas né, fazer o que. Eu não tinha opção gente! Eu não podia acabar com o capítulo de uma forma totalmente idiota, oras. Mas enfim, espero que gostem.
Oh, e claro, se vocês não quiserem fazer isso, não façam, mas fiquem sabendo que eu sou uma pessoa legal, viu? E talvez haja algum Soluço no Especial. Qualquer errinho, Soluço, comentem e me avisem!
Especial: http://justmeire.tumblr.com/post/106066308436/en
Oh, e claro, FELIZ NATAL! Muita saúde, paz, sonhos e presentes para todos vocês! Eu não sei mais o que desejar no Natal, então, sintam-se todos abençoados. Sei lá o que falar.
No Ano Novo, talvez, eu apareça aqui com outro capítulo, mas caso eu não apareça, um Feliz Ano Novo a todos vocês!
Bem, tirando isso, eu tenho que responder os comentários, então, irei responder hoje, dia 24. E o capítulo sairá no dia 25 de manhã. E eu não sei quando vocês lerão isso, então, até mais.
http://ask.fm/niallerdude