Meet You In Heaven escrita por Jubs C, Julia Brito


Capítulo 6
"Sem Salvação"


Notas iniciais do capítulo

Mereço uma bronca das grandes, né? hahah' Peço desculpas, odeio quando isso acontece :CMas, como estou tentando voltar a ativa, essa vai ser a primeira fic que eu vou atualizar ♥



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Os dias se arrastavam lentamente, como se alguém lá em cima estivesse gostando de me ver sendo torturada daquela forma. Já haviam se passado dois dias e nesses dois dias nenhum sinal dele, nem na biblioteca do colégio e nem em nenhum outro lugar da face da terra.

O fato era o seguinte: ou ele havia desaparecido ou eu tinha imaginado coisas. As duas probabilidades eram tentadoras, fazendo com que, dessa forma, eu não soubesse em qual delas acreditar.

Ava falou do assunto durante todo esse tempo, insistindo que havia algo que eu não estava lhe dizendo. Eu não tirava sua razão, deveria a coisa mais estranha do mundo para a minha melhor amiga, ouvir que eu estava interessada em um cara. Lembrando que: garotos eram a minha última prioridade até quarta-feira. Agora, eu só conseguia pensar na sensação boa que senti ao sentir seus lábios nos meus.

Incrivelmente estúpido e ilusório. O rapaz da biblioteca não parecia o tipo de cara que me beijaria só porque sentiu vontade, com certeza não. E então, eu estava começando a cogitar a ideia de que, se ele realmente existisse, estava pagando uma aposta com seus amigos, e que eu, era a vítima do momento.

Quando cansei de montar guarda na porta da biblioteca na sexta-feira de manhã, marchei para dentro da mesma, ignorando até mesmo a posição cansada da bibliotecária jogada em sua cadeira. Como sempre com um livro nas mãos e o óculos na ponta do nariz.

Por um momento me imaginei como a senhorita Sophia, uma velha jovem senhora, sentada em sua cadeira macia e lendo um bom livro. Sozinha. Um final triste, aparentemente, porém confortante para mim.

Balancei a cabeça, afastando meus pensamentos e me continuei meu caminho até as últimas fileiras aonde eu o havia encontrado anteriormente. A esperança de vê-lo sentado no chão, com as costas postas na estande e um livro grosso nas mãos, se desfez quando observei ao redor e não encontrei ninguém.

Totalmente frustrada me joguei no chão da biblioteca, me sentando da forma que imaginei que ele sentaria, e pegando o livro nas mãos.

As letras cinzas faiscaram, brevemente. Como se estivesse exigindo minha atenção, exigindo que eu o abrisse e o lesse até o fim. Era o que eu planejara fazer há quase três dias, mas como se algo fosse do contra, alguma coisa sempre me impedia. Eu já estava na metade da história, quase descobrindo o final por conta própria e completamente apaixonada por Ethan, quando Ava apareceu, na terça, na quarta e na quinta feira. Eu a amava, mas também amava ler e no momento, acho que também amava Ethan.

Comecei a ler o capítulo vinte e um, o titulo parecia ser escrito a mão, como se tivesse sido talhado a mão pelo escritor. As letras eram escuras, um cinza que quase beirava o preto, deixando tudo ainda mais forte. As palavras "Sem Salvação" brilhavam em contraste com a página amarelada, fazendo com que o meu foco se voltasse totalmente á elas.

Era tudo tão incrível, que á cada linha eu me perguntava como não tinha escutado ninguém falar sobre aquele livro ainda. Cada vez que eu virava uma página me interessava ainda mais pelo conteúdo, desejando ardilosamente que a história jamais tivesse um fim.

"E ele disse: - A paz dos homens é feita dia após dia."

E não em um piscar de olhos. É uma bela frase, Luna.

De alguma maneira não me assustei dessa vez, como se parte de mim esperasse que cedo ou tarde ele fosse aparecer. Mal levantei meus olhos do livro, continuei com a minha leitura até senti-lo se sentar ao meu lado. O calor continuava a emanar de seu corpo, forte e enigmático, fazendo meus dedos adormecerem de vontade de tocá-lo.

– Ainda não me disse seu nome.

– Você não havia me perguntado. - Ele riu. - Sou Thomas.

– Você também não havia perguntado o meu, - Rebati, ignorando a parte em que ele havia dito seu nome, ansiosa demais para prolongar a conversa. - E ainda assim, sabia qual era.

– Tenho minhas fontes. - Mais um riso abafado e então seus dedos tocaram os meus brevemente, me obrigando a fechar o livro. - Quero falar com você.

Eu não tinha experiencia nenhuma, mas alguma coisa me dizia que aquela frase significava que algo bom ou ruim viria a seguir, nada de meio termo. Normalmente, nos filmes de romance era ali que o cara pedia para namorar a garota, mas minha vida não era um filme de romance e Thomas com certeza não iria me pedir em namoro.

– Sou toda á ouvidos.

– Sinto muito não ter vindo te ver novamente. - Se eu o encarei? Não, optei por corar. - Tive alguns problemas.

– Você não me deve explicações. - Chiei, acalmando meu peito. Por Deus, ele estava se explicando para mim como se já nos conhecêssemos há anos! Entretanto o máximo que trocamos foi um beijo que não estava nos planos.

– Só queria que soubesse que gostei da sua companhia, e esperava que você voltasse a me procurar.

– Eu voltei. - Murmurei. Ai, como garotas são idiotas! - Sério, mas você não estava aqui. Pensei que... - Principalmente perto do cara de quem estão a fim. - Talvez você pudesse me indicar um outro livro.

– Tenho uma ótima lista para você. - Ouvi seu riso baixo e imaginei que seu rosto estivesse voltado para o outro lado, por isso, em um momento de coragem, levantei meus olhos e o encarei pela primeira vez naquele dia. O mesmo rosto pálido coberto por pequenas sardinhas, o nariz fino e os lábios rosados, realmente o tipo de cara que não podia ser real.

– Pode começar a falar. - Brinquei. - Tenho o dia todo.

– Não deveria ter dito isso. - Seus olhos se voltaram para os meus. Me permiti mergulhar naquelas esferas claras, deixando que me sugassem para dentro de si e fizessem com que eu me sentisse bem depois de tanto tempo. - Pegue seu livro. Quero te levar á um lugar.


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