A Stranger - Season 3 escrita por Gabi Mikaelson Salvatore


Capítulo 24
3x22 - Ultraviolence


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!!



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PDV DAMON

Qual era a verdadeira razão de eu me encontrar nessas condições? Enquanto penso numa garota venho sonhando com outra que não tenho ideia de quem seja.

Talvez eu esteja agindo feito um idiota: largado no meio da estrada, observando nada mais, nada menos um céu estrelado coberto por uma cor escura nostálgica.

Imaginava algumas coisas que andavam fora dos eixos ultimamente e, não me surpreendia por ver que, eram muitas.

Enquanto um carro vinha se aproximando, eu me recordava da noite que encontrei-me com Melissa Scott pela primeira vez. Ela não me viu, nem ao menos me notou e eu a segui no caminho de sua casa, foi como medida de segurança. De alguma maneira, que sabe-se la o por que, eu precisei garantir sua segurança. Eu eu ainda preciso.

Os faróis do carro permaneceram acesos enquanto o automóvel perdia a velocidade, até finalmente parar. Pelo barulho de saltos eclodindo com o chão, soube no mesmo momento que era uma mulher.

– Moço, você está bem? – perguntava, enquanto procurava por algo em seus próprios bolsos – O que houve?

Virei minha cabeça na sua direção. Era uma bela moça. Jovem e com um olhar inocente, era provável que pegava um caminho por Mystic Falls, mas não era daqui.

– Eu estou perdido. – expliquei, o mais breve possível, sentindo minha voz embreagada e rouca.

– Deitado no meio da estrada? – perguntou, devidamente confusa e segurou seu celular.

– Não perdido desta maneira.

Sentei-me e procurei pelo meu cantil.

– Metaforicamente. Existencialmente. – eu lhe olhei sarcástico e ela tinha um olhar de medo.

– Quer ajuda?

Encontrei meu cantil e o abri sem demoras.

– Sim, você pode me ajudar?

A bebida refrescante desceu pela minha garganta logo em seguida, escutei a mulher esconder seu aparelho eletronico.

– Você está bêbado. – acusou.

– Não! – pensei melhor – Talvez um pouco.

Ela recuou algumas passadas e decidiu voltar para seu carro.

– Espere. Eu realmente preciso de ajuda.

Movimentei-me de imediato na sua direção, causando um grande espanto para ela.

– Não se mova. – olhei nos seus olhos e ela ficou imóvel.

Vi seus olhos começarem a ficar vermelhos e ela soltou lágrimas, estava apavorada.

– Qual é o seu nome?

– Jessica. – sussurrou, com medo.

– Hei, Jessica...

– Você vai me machucar? Por que eu não consigo me mover? – erguntou, pobre criatura inocente.

– Não tenho certeza de que irei te machucar, Jessica. – digo, volto a beber – Mas é o que eu sou, entende?

Ela permaneceu quieta com seus olhos lacrimejando.

– Eu vou te contar uma coisa, mas por favor, não conte a ninguém. – suspirei, cansado – Eu venho tendo uma crise mental. Consegue me entender ou prefe que eu seja mais específico? – ela não me respondeu, entao decide continuar – Existe uma garota. Sabe, ela me jurou amores, ela me jurou, Jessica. Eu concordo que a magoei quando estive com ela, ainda apaixonado pela prima dela. – e novamente eu suspirei – Mas isso não era motivo para ela se tornar o que ela se tornou. É claro, eu entendo, não era ela. Era Ághata. Como eu odeio essa Ághata.

– Por que está me contando isso? – ela me interrompeu.

– Porque você me ofereceu ajuda, Jessica. Ou você fará como Demitria: me promete algo e não cumpre? Não, Jessica, isso é errado. Sabia que neste exato momento estou me perguntando se mato você ou não?

– Por favor, não.

– Shiii. Eu não posso mudar quem eu sou, Jessica. Mas... Ok. Ok. – cheguei mais perto dela novamente a ponto de escutar seu coração acelerando mais – Você está livre para ir embora, Jessica.

Quando se livrou de minha hipnose, Jessica não esperou por nem um milésimo de segundo para correr de volta para seu carro e, mesmo se eu quisesse, eu não poderia deixá-la ir.

Grudei nos seu pescoço a tempo de ouvi-la gritar e seu sangue ser sugado direto para minha garganta. Eu sentia pena dela. Mas era preciso isso acontecer. Infelizmente, eu sempre seria o vilão da história, nada mudaria aquilo.

Quando o corpo de Jessica ficou mais pesado a medida que ela perdia a consciencia, eu a soltei contra o chão, ouvindo suas últimas batidas cardíacas.

Como se uma força do além me puxasse, meu corpo se virou para trás, a tempo de encontrar uma sombra se aproximando em passos demorados. Sussurrando o nome daquela que estava com seu batimento cardíaco diminuindo, Melissa caminhava na escuridão, atordoada e confusa. Até que seus pés fixaram no lugar e ela olhou na minha direção.

Foi como se tudo a minha volta estivesse explodindo. O grito de Melissa era cada segundo mais forte e mais doloroso, a medida que meu cérebro parecia explodir como um feitiço de bruxas. Meus joelhos foram de encontro ao chão e senti o sangue escapando de meu nariz.

PDV DEMI

Foi uma noite longa de revira volta na minha cama, caminhada pelo meu quarto e páginas sobre Banshee na internet.

Meus olhos, mesmo se quisessem, não conseguiam se fechar e meu corpo não se cansava. Quando percebi já tinha amanhecido e Elena não estava em casa. Ela ainda nem havia chegado. Parte de mim acreditava que ela estava bem, mas a outra parte incansavelmente lhe mandava mensagem a cada meia hora para descobrir seu paradeiro.

Não querendo mais e nem mesmo aguentando mais ficar na minha cama e enjoada daquele teto sem graça, troquei minhas vestes e fiquei pronta para sair de casa e me sentir útil alguma vez na vida, que seja.

Eu tinha a certeza de que, humana e sem memória alguma, eu não podia ajudar muito no que quer que estivesse acontecendo por aqui. Elena estava com alguma missão secreta, Alyssa ajudava Bonnie a encontrar Elijah – que estava desaparecido há uma semana – e Damon estava perdidamente maluco nessa obsessão com Melissa, nossa possivelmente Banshee. E aquele último detalhe estava me deixando perdidamente incomodada. O fato de Melissa ser uma possível Banshee não me irritava tanto quanto o fato dela estar presente nos sonhos de Damon. O cara que fui apaixonada.

– Chega de drama, Demitria Gilbert. – sussurrei para mim, tentando me convencer de que tudo era fácil.

Digitei uma rápida mensagem no meu celular para Charlotte, a fim de descobrir onde esta estava. Talvez Charlotte fosse minha única forma de tentar me distrair, eu sabia que ela não e não queria estar envolvida em tudo que estava acontecendo e talvez eu também não deveria querer.

Charlie: Mystic Grill. Pode vir

Suspirei mexendo nos meus pensamentos a fim de me lembrar o caminho até o famoso e único Grill da cidade. Sorri com o resultado minutos depois quando eu já me encontrava na pequena praça movimentada a frente do bar. Com o tempo ensolarado nesse fim de manhã, as pessoas não perderam tempo em vir passear com a família e ou amigos.

– Acha que tenho chances contra uma Original? – sussurrou Charlotte, em espanto.

Dei de ombros vasculhando o Grill com os olhos. Infelizmente, ninguém presente me era familiar. Talvez um ou dois, que eu me recordava por ver de longe, assim. Mas eu não sabia seus nomes nem nada.

– Eu não sei, mas você também é bonita e vejo como Matt te olha.

Seu sorriso se iluminou e ela olhou na direção onde Matt atendia a um casal sorridente. Matt olhou na nossa direção, brevemente, e sorriu, mas logo em seguida voltou ao trabalho.

– Talvez ele goste mesmo de mim. – ela falou, descontente.

– Por que a chateação?

– Porque sou vampira, não há condições dele e eu termos algo duradouro. – ela olhou para suas mãos inquietas.

– Ei, vocês nem tem algo, não pode ir pensando assim. – falei, segurando suas mãos frias e ela suspirou, cansada.

– Você tem sorte. Você é humana e... Bem... Você tem a Damon e a Elijah... E Klaus. – sorriu envergonhada.

– Eu não chamaria isso de sorte. – sussurrei, agora soltando suas mãos e mexendo em meus cabelos – Eu mal sei quem sou eu mesma, eu não sei quais eram meus sentimentos por cada um deles. Meu Deus, eu me envolvi com tantas pessoas que posso ficar o dia todo escrevendo uma lista!

Charlie riu com a minha piada, piada sincera e realista.

– Sem exageros, Agie. – ela comentou, sorrindo e em seguida pareceu se arrepender – Desculpa, Demitria, é força do hábito.

Fiquei quieta apenas, sem resposta alguma, quando notei um belo rapaz entrando no Grill com um olhar intrigado e um jeito de que provavelmente não era daqui. Suas roupas o denunciavam. Seu cabelo era num tom escuro e liso, não passava de cinco centímetros de tamanho. Os olhos azuis tão chamativos que era impossível não se impressionar. A barba rala da mesma cor que o cabelo terminava o último detalhe daquele rosto tão bonito.

Sem saber o porque, acabei ficando atraída e sem nem ao menos conseguir me mover. Escutava Charlie me chamando, mas eu não conseguia lhe responder, principalmente quando os olhos azuis daquele rapaz se assustaram com a minha presença.

Então ele me conhecia. Eu o conhecia. Nós nos conhecíamos. Meu corpo gelou no lugar enquanto o rapaz encurtava nossa distância.

– Demi, aquele cara está vindo na nossa direção? Você o conhece? – consegui escutar as perguntas de Charlie, mas não consegui respondê-las.

Com a curiosidade e o receio batendo no peito, consegui ficar de pé quando o rapaz finalmente chegou até nós.

– Demitria, que surpresa! – sua voz o denunciou pelo sotaque inglês. Éramos britânicos.

Ele me olhou esperando por respostas, mas a idiota aqui permaneceu quieta.

– Você... Er. – ele engasgou, tímido – Você não se lembra de mim?

Seus olhos ficaram incrédulos e Charlie ficou de pé, ao meu lado.

– Na verdade, ela se lembra de ninguém. – minha amiga, ou meia-irmã, não sei mais, me defendeu – Eu sou Charlotte Car... Salvatore! – se apressou e sorriu – Amiga de Demitria. Bem, Demi sofreu um acidente há pouco tempo e perdeu toda a memória.

Os olhos do rapaz se alarmaram e voltaram sua atenção para mim, logo após toda a fala de Charlie. Encolhi meus ombros, esperando que ele logo se apresentasse.

– Meu Deus, Demi. Eu não sabia. Bem, eu não sabia nem que você estava nessa cidade, você não quis me contar para onde iria. – ele me olhou entristecido e suspirou – Bem... Desculpe-me. – em seguida olhou para Charlie, mas logo voltou a me olhar – Eu sou Jacob. Willian Jacobson, na verdade. Ham... Er... Nós fomos... – ele ficou com o rosto um pouco na dúvida, mas eu sabia o que vinha a seguir.

– Namorados. – completamos juntos e ele me olhou surpreso.

PDV ELENA

– Feitiço de localização? – sussurrou Emily, desacreditada.

– Você acha que Bonnie andou fazendo o que todo esse tempo? – pergunto um tanto áspera e Peter suspira com raiva.

O jeito de Peter brincar com as sobrancelhas me fez lembrar alguém e, de fato, não era Alyssa. Os dois tinham a cor dos olhos igual, tirando aquilo eram diferente em exatamente tudo. Peter tinha os cabelos num castanho como chocolate e um sorriso tão familiar que me chegava dar medos.

– Sinto muito, mas seus amigos, Elena, são idiotas. – ele falou, sorrindo de lado – Vocês acham mesmo que Assíria pegaria Elijah e ainda se deixaria fácil de ser encontrada? Tanto ela, quanto Verediana e Elijah estão sob um feitiço de proteção. Mas vocês se esquecem de que viajantes e bruxas se odeiam, então tudo que envolve os viajantes as bruxas não podem se envolver.

Emily e eu nos olhamos brevemente, em seguida olhamos para Peter, ainda não conseguíamos compreende-lo.

– Vejam... – ele voltou a dizer, enquanto dirigia pela estrada de Richmond – Verediana não é apenas uma vampira, além de linhagem bruxa ela vem de linhagem dos viajantes. Porém, ao preferir a imortalidade, ela nunca teria um dom de bruxaria que seja. É o contrário dos viajantes, que, mesmo vampiros podem permanecer com o dom.

– Você não pode ser mais específico e também, só também, nos dizer onde estamos indo? – perguntou Emily, irritada e vindo com o corpo entre meu banco e o banco de Peter. Ele suspirou revirando os olhos.

– Talvez se você tiver calma, Emily, só talvez, você saberá. – ele sorriu ir}onico e ela bufou, voltando a sentar-se mais atrás – Bonnie é uma bruxa e jamais conseguiria encontrar Verediana, mesmo se essa não estivesse sob a proteção de Assíria.

– Então, as bruxas não podem encontrar um viajante, nem nada relacionado a um viajante. – deduzi e Peter concordou.

– Então quem pode? – exclamou Emily, irritada.

– Um outro viajante. – sussurrei surpresa ao olhar significativo de Peter.

Peter acenou com a cabeça e olhou para a estrada. Agora meu cérebro começou a processar com mais agilidade, quando o ponto mais importante da jogada me fez sentido.

– E que viajante estamos indo atrás? – perguntei, ainda surpresa com os fatos revelados.

Peter alargou seu sorriso um tanto malvado e suspirou ansioso. Algo por trás de seu olhar familiar me dizia que a resposta a seguir seria assustadora.

– Iremos atrás de uma velha amiga de Ághata.

Isso só significava uma coisa.

PDV ALYSSA

– E você a deixou ir? – Stefan tentou não se exaltar após descobrir a loucura de Damon.

– Eu não estava em cndições de correr atrás dela, irmãozinho. – respondeu Damon, irônico.

– Mas você matou a mulher? – perguntou Bonnie, de olhos arregalados.

Eu quem menos convivi com Damon não me espantei tanto com tudo que ele havia nos contado.

– A questão não é essa, Bennett. – acusou o Salvatore mais velho e sorriu.

– A questão é: Damon matou uma inocente, o que para mim não é novidade, Melissa Scott presenciou, Damon tentou hipnotizá-la, mas algo não funcionou e agora Melissa está por aí sabendo que Damon é um assassino. – digo com naturalidade.

– Na verdade – continuou Damon – Melissa não sabe que eu matei a loira. – sorriu, despreocupado – Quando ela me encontrou, Jessica já estava caída e quase morta no chão.

– E você, ao invés de fazer algo, deixou Melissa gritar apavorada e depois fugir? – questionou Stefan.

– Qual a parte do grito de Melissa me derrubou, você não entendeu, Stefan? – resmungou Damon, irritado.

– A parte que isso não faz sentido, Damon! – acusou meu namorado, também irritado. Revirei meus olhos, cansada daquilo. Não chegaríamos a lugar algum.

– Ela é uma Banshee! – ralhou Damon.

– Nós não temos uma certeza concreta disso. – falei incomodada.

– Mas agora temos! – Damon continuou furioso – A garota gritou de uma maneira assustadora, isso me causou quase um desmaio. Vocês se esqueceram, sou um vampiro, para isso ter acontecido ela é algo sobrenatural.

– E o que você pretende fazer agora? – perguntou Stefan, também cansado de tanta discussão.

Damon suspirou, pensativo. Senti a presença de mais alguém na casa. O coração batendo suavemente e os passos silenciosos.

– Nós precisamos descobrir o que ela quer de nós. - recomendei.

– Como não temos a certeza do que ela seja, - falou Bonnie, imediatamente se apressou antes que Damon a interrompesse – só sabemos que ela talvez seja uma Banshee, que ela é filha do casal que Demi matou quando se transformou e que...

– Bonnie! – Stefan, Damon e eu tentamos interrompe-la, mas não a tempo de sabermos que Demitria tivesse escutado tudo aquilo assim que chegou.

Bonnie olhou para trás encontrando uma Demitria assombrada com parte da conversa que escutara. Atrás dela vinha Charlie, também surpresa.

PDV DEMI


Tentava me convencer do que Alyssa dizia, mas para mim aquilo não funcionava. Eu era uma assassina. Isso bastava.

– Você não precisa se sentir assim, você era uma vampira, era de sua natureza matar.

Damon não me ajudou muito, ao contrário, só piorou minha sitação. Não é natureza de ninguém com bom senso matar alguém inocente, pais de uma única garota que agora está órfã graças a mim.

– Demi, você está bem? – perguntou Charlie, segurando em meu ombro.

Eu me afastei, sentindo meus olhos acumularem lágrimas e balancei minha cabeça.

– Não, eu não estou bem! Como eu ficaria se eu acabei de descobrir que eu matei os pais daquela garota?! – exclamei em fúria.

– Onde você vai, Demi? – perguntou Alyssa, me seguindo.

– Me deixa em paz, Alyssa, eu preciso ficar sozinha.

Caminhei para fora da mansão, mas ainda a tempo de escutar Damon dizer:

– Satisfeita, Bennett?

Eu sabia que a culpa não era de Bonnie, era simplesmente minha. Eu quem matei os pais de Melissa, era tudo culpa minha. Ser vampiro não deveria ser tão bom quanto Klaus me mostrou.

Maravilha! Olhei a minha volta, não reconhecendo minha localidade. Onde estou agora?

Gemi irritada com minhas atitudes, saio pela cidade onde não me lembro nem meu endereço e ainda sou uma assassina. Tem como tudo ficar melhor?

E para melhorar, esbarro em alguém mais alto e forte do que eu. Caio direto no chão sem direitos a me segurar em qualquer coisa que fosse.

– Meu Deus, eu sinto muito. – diz ele, estendendo minhas mãos.

Seu toque quente só não me deixou mais surpresa, porque o dono fez questão de fazer aquilo pelo toque.

– Jacob. – sussurrei, sendo a segundo vez que o encontrava no mesmo dia.

– E novamente estou surpreso. – ele falou, sorrindo.

É claro que eu estava surpresa por aquele reencontro. E duas vezes num mesmo dia, começo a acreditar que há algo do além conspirando para isso acontecer.

Talvez seja apenas coinscidencia, mesmo. Ainda assim, Jacob e eu não conseguimos passar de simples “Oi” e “Tchau”. Ele me contou como andava sua faculdade de jornalismo e me surpreendi em descobrir que ele viera a idade em busca de uma matéria para um trabalho de conclusão do curso.

– Pretende ficar por mais quanto tempo na cidade? – pergunto, encostada numa árvore, já que a conversa fluiu por tanto tempo que chegamos a ficar cansados.

Ele suspirou, pensando ainda na resposta e sorriu.

– Acho que mais uma semana. Digamos que gostei das coisas que encontrei na cidade.

Sinto meu rosto enrubescer e... Meu Deus, ele está flertando comigo! Meu celular me desperta quando escuto um assovio vindo dele. Deslizo meu polegar pela tela de bloqueio de meu celular e constato ser uma mensagem.

Alyssa: Sei que você não está com cabeça para isso, mas preciso da sua ajuda para convidar Melissa para uma festa essa noite, aqui na casa de Stefan. Topa?

Bloqueei a tela do celular, olhando confusa para o chão. Ergui minha cabeça, encontrando o olhar divertido de Jacob. Sorri para ele e disse:

– O que acha de ir para uma festa essa noite?

PDV STEFAN

Tinha que admitir que a ideia de Bonnie e Damon era boa: uma festa para descobrir melhor sobre Melissa. Não podíamos simplesmente lhe fazer perguntas como um interrogatório, nem sabíamos o que ela poderia fazer contra nós. Além do mais, como diz Demi: Melissa pode nem mesmo ter ideia do que ela mesma é. Afinal, para alguém que viu uma mulher morta no meio da estrada, Melissa está quieta de mais. As autoridades ainda não estavam a par do que tinha acontecido, devido Melissa.

Mas Alyssa não concordava com o plano. Para ela, era como se estivessem entregando a mim de bandeija para Melissa. Alyssa dizia que era preocupação, mas para mim isso se chamava ciúmes.

Tínhamos uma vantagem: Melissa nunca me viu com Alys. Eu não queria que Melissa sentisse qualquer coisa por mim, nem tinha um interesse nela, mas ela precisava de um incentivo para ir até nós, por livre e espontânea vontade.

Alyssa e Demitria sabiam ser bem convincente quando queriam. Eu estava quase acreditando naquele papo das duas, enquanto elas tentavam puxar um assunto com Melissa dentro do banheiro feminino.

“Você é nova na cidade, deveria sair, conhecer novas pessoas, ir as festas.” – incentivou Alyssa. Eu conseguia ouvi-las, mesmo distante do banheiro.

“Conhecer algum cara.” – brincou, Demitria, divertida. Escutei o coração de Melissa tomar novas batidas e ela riu descontraída. –“Terá uma festa essa noite. Por que você não aparece por lá?”

“Eu... Eu não sei.” – Melissa falou, envergonhada “Estou morando com meus tios, e a minha tia... Arh... Ela é muito religiosa e crê que estamos na idade da tentação e que tudo é perigoso.”

Aly e Demi riram juntas.

“Será apenas uma festa, não terá nada de perigoso” – Demi falou, divertida.

“Eu não sei.” – Melissa parecia insegura “Eu preciso ir”

Naquele momento, presenciei Melissa deixando o banheiro e trajando um vestido negro com rendas e costuras vermelhas. As botas são pretas e algumas mechas de seus cabelos estão presas no topo da cabeça e outras caídas sobre os ombros.

Melissa permanece desatenta em qualquer coisa que não seja seu celular e essa é minha oportunidade. Tive vantagem para fazer aquilo, foi como um deja-vú e logo Melissa e eu nos esbarramos e demos cada um, um passo para trás.

Ela me olhou espantada e tentei fazer a mesma expressão.

– Por favor, me perdoe. – peço, educado e vejo Alyssa descontente ao deixar o banheiro.

– Não... Não foi nada. – ela falou, olhando no meu rosto maravilhada. Escuto Alyssa então pigarrear descontente e finjo sair de um pequeno transe.

– Acho que vou tomar mais cuidado por aí. – digo, abandonando o lugar que estava e caminhando na direção oposta dela.

– Er...

Melissa não é capaz de dizer mais alguma coisa e já consigo sair de seu campo de visão. Ainda assim sou capaz de escutar perfeitamente Demitria e Alyssa dizendo a ela:

“Eu tenho a certeza de ele estará na festa” Demitria falou, empolgada.

“Eu também tenho” Gemeu Alyssa, descontente.

“Por que estão falando assim?” A garota parecia inocente.

“Aqui, esse é o endereço, Stefan estará lá com certeza.” Afirma Demitria.

PDV PETER

Alyssa: Festa na casa do Stefan essa noite. Peter, onde você está?


Ignorei a última mensagem quem minha irmã me enviou, assim como as outras dezenas. Se Mary soubesse n’onde estou me envolvendo seria capaz dela me maatar, com tamanha preocupação que ela tinha por mim.

Eu a compreendia, eu estava a procura de Assíria e ainda por cima estava no apartamento da mulher que matou sua melhor amiga.

– Que surpresa mais agradável. – comentou Georgina, após deixar-nos entrar no seu apartamento – Imaginei tantas pessoas vindo até a mim. Menos vocês. E aliás, quem é você? – perguntou olhando para a híbrida ao meu lado.

– Essa é Emily, uma amiga minha. – respondi, mais casual o possível. Georgina sorriu de lado, em seguida deu uma piscadela maliciosa.

– E o que devo a honra de vocês aqui?

– Nós queremos que você encontre Assíria. – falou Elena, determinada.

Respirei fundo, a medida que Georgina abria um sorriso imenso. Então ela riu em seguida.

– Georgina, é o seguinte: - falei, já cansado da demora – Todos nós sabemos que você e Elijah já tiveram algo e que você sente algo por ele. – presenciei Georgina ficar incomodada, ainda assim com sua expressão irônica – Então claramente você se preocupa com ele e é óbvio que notou a ausência dele, provável até que já saiba que Assíria esteja com ele.

Ela ficou quieta, suspirou e depois de uns segundos me deu a resposta.

– E você acha que eu simplesmente sei onde está Assíria?

– Não, nós sabemos que não. Você ainda é vampira, uma vampira amargurada, então você não sabe. – sorri de lado e ela me olhou irritada – Então, é provavel que queira descobrir onde ela está. Mas para isso, precisamos descobrir onde está Verediana.

– Ela está sob proteção de Assíria. – falou Georgina, mostrando que seu interesse fora tanto que já tentara descobrir o paradeiro da irmã.

– Nós sabemos. – reclamou Emily.

– Por isso estamos aqui. – falei, determinado – Você tem o poder dos viajantes, você pode encontrar sua irmã.

Georgina me olhou espantada.

– De onde você tirou isso, garoto idiota? – ela perguntou, frustrada – Eu nunca usei os dons dos viajantes, eu não poderia localizar minha querida irmã.

– E se eu disser que você pode sim? Acho que isso nem mesmo você sabia, Georgie.

PDV DAMON

As batidas da música soltaram explodindo a casa de alegria com tantos jovens já alcoolizados e exaltados. Alyssa, Bonnie e Caroline souberam exatamente como fazer essa festa em menos de seis horas. Convidando toda população jovem de Mystic Falls, e era muita.

Encontrei na mesa uma bebida diferente e saborosa. Era um líquido leve e na cor roxa e com um sabor doce. Bonnie tinha me surpreendido quando a deixei responsável pelas bebidas da festa. Esta era magnífica.

– E então? – Stefan chegou até a mim com uma garrafa de cerveja – Melissa já chegou?

Olhei em volta, vendo todas aquelas pessoas dançantes e alegres. Mas o que me chamou mais a atenção foi ver Demitria entrando acompanhada por um cara um pouco mais velho que ela. Os dois riam de algo que eu não tinha ideia e ela parecia radiante. Completamente linda na roupa que usava e feliz por estar acompanhada por aquele cara que eu não tinha ideia de quem fosse.

– Quem diabos é esse cara? – pergunto, irritado. Sinto um calor fulminante pelo corpo. Demi sorria tão doce que me deixava cada vez mais apaixonado, e parecia que o idiota ao lado dela podia dizer o mesmo.

– Ahn. – Stefan também parecia confuso, então ele também não sabia quem era. Alyssa que vinha até nós, ficou espantada quando viu o que nós dois olhávamos, ela sim sabia quem era.

– Meu Deus. É o Jacob.

– Jacob? – espantou-se Stefan, confuso.

Alyssa concordou, receosa e sorriu desacreditada.

– É o ex da Demi.

– Era só isso que me faltava. – soltei, frustrado.

PDV DEMI

– O que aconteceu? – perguntei, irritada quando Damon me tirou de onde eu estava com Jacob “sutilmente”.

Damon parecia irritado e seus olhos me mostravam uma certa mágoa, o que eu não conseguia explicar o sentido. Com pouco mais de uma hora que eu tinha chegado com Jacob à festa, Damon nos encarava tão furioso que não passou despercebido nem mesmo para o meu acompanhante desta noite.

– Como assim você traz seu ex-namorado inglês para a festa? De onde você tirou essa ideia idiota, Demitria?

– Hey! – exclamei, irritada. Por sorte a música estava tão alta que não fui nada chamativa – Por que está agindo desse jeito? Jacob chegou na cidade hoje, achei nada mais justo que trazê-lo. Ele e eu não temos mais nada e eu nem me recordo mais dele, se é que você esqueceu disso!

– Demitria...

– Gente! – Alys nos chamou a atenção – O que isso importa?

– Eu não sei, mas Damon está me irritando com esse humor. Existe alguma maneira rápida de machucar um vampiro? – perguntei sarcástica.

– Verbena é o suficiente. – disse Alyssa, divertida, mas depois focou no assunto que queria tratar - Melissa não chegou e nem acho mais que ela virá.

Aly segurava uma taça com uma bebida roxa dentro. Ela tinha uma expressão de raiva estampada no rosto. Assim como Damon e eu. Cada um com seu motivo.

– Então fizemos essa festa a toa. – resmunguei, incerta de que Melissa não viria mesmo.

– Para você não, já que veio tão bem acompanhada, não é? – acusou Damon, com raiva.

– Qual é o seu problema, Damon? – perguntei, irritada.

– Eu acho que isso é... – murmurou Alyssa, com um sorriso discreto, mas foi interrompida por Damon.

– E eu acho que você deveria cuidar da sua vida, loira.

Minha melhor amiga alargou seu sorriso e me olhou significativa. Gemi incrédula.

– Damon, você está com ciúmes? – perguntei, incerta.

– Por que eu estaria? Você tecnicamente ainda está com Elijah; eu e você somos praticamente nada um do outro, Ághata.

Damon quis se afastar, mas eu o segui e fiquei a sua frente.

– Não. Eu não estou tecnicamente com Elijah. Sim. Eu e você temos nada juntos. Então posso trazer quem eu quiser para essa festa, principalmente Jacob que nunca sequer me traiu com minha prima!

Os olhos de Damon se escureceram e tive medo. Dei um passo para trás assustada e vi as presas de Damon nascendo sorrateiramente. Alyssa naquele momento se colocou entre nós e segurou a Damon.

– Você está louco? – ela exclamou, furiosa.

Damon piscou, parecendo recobrar seu juízo e me olhou arrependido. Assim como eu, ele precisou de alguns segundos para perceber o que estava acontecendo. Ele iria me atacar.

– O que está havendo? – perguntou Stefan, chegando com preocupação.

– Tire ele daqui antes que ele comece outra besteira. – falou Alyssa, desapontada com a atitude de Damon.

Stefan, sem compreender, segurou o braço do irmão, o tal se recusou a ir com Stefan, alegando saber o caminho e sumiu em seguida de meu olhar. Vi Aly me olhar com pesar e tentou sorrir. Balancei a cabeça, chateada.

– Demi, eu sinto muito, mas... Você está errada.

Abri melhor meus olhos e encarei minha amiga com surpresa.

– O... O quê?

Alyssa respirou fundo e balançou suas mãos inquietas.

– Demi, Damon sofreu muito quando ele fez a besteira dele, ainda assim você o perdoou, você o compreendeu. – ela soltou as palavras que foram me causando uma dor lentamente – Porque você sabia como ele se sentia, você melhor que ninguém. Se vocês já não estavam mais juntos, não foi devido àquela traição. Foi porque você o traiu. Ainda assim, Damon não deixou de salvar sua vida nem um segundo sequer. Eu vi o quanto ele sofreu quando te deixou nos braços de Elijah para salvar sua humanidade, eu vi o quanto ele sofreu por carregar você morta nos braços dele. Se há alguém que realmente te amou ou te ama, é Damon.

Já não contendo minhas lágrimas, limpei meu rosto a fim de não demonstrar o quanto eu estava quebrada por dentro. Damon era o nome que estava na minha cabeça desde o momento que acordei sem minha memória. Eu sabia desde aquele momento que eu era apaixonada por ele, ainda assim, eu o magoei e agora, depois de descobrir tudo aquilo, eu me sentia como se o mundo tivesse desabado e eu não tivesse ninguém para me apoiar.

Minha melhor amiga me abraçou, como se dissesse que ela estaria para me apoiar e eu sabia disso. Alyssa era a melhor amiga que alguém poderia ter.

Alyssa me solta com brutalidade e vejo seu rosto tomado por uma forma obscura e sombria. Me afasto de imediato e ela fecha seus olhos.

– Alyssa, o que está havendo? – pergunto, preocupada.

Ela derruba sua bebida de cor roxa no chão e segura seu rosto. Parecia estar zonza pela forma que seus olhos procuravam um foco.

– Eu... Eu preciso sair daqui. – ela diz, ofegante.

– Não, me diga o que está havendo...

Alyssa me segurou nos braços de repente, e, com a expressão demoníaca, ela abriu sua boca com presas para dizer:

– Eu preciso sair daqui antes que eu rasgue o pescoço de cada pessoa dessa festa!

Aquela resposta para mim já bastava e tentei levar minha amiga para o andar de cima, porém, vimos ao mesmo tempo, Caroline vir desesperada dos fundos da casa.

– Está acontecendo alguma coisa com Tyler. Ele irá se transformar e não consegue se controlar!

Aly e eu nos olhamos espantadas e ela pareceu pensar em pouco tempo. Procurando uma solução para aquilo.

– Acho que é o mesmo que está havendo comigo. Caroline, vamos levar Tyler para o porão, lá ele tem menos chances de transformar essa festa numa carnificina.

PDV MELISSA

Dei uma última checada no meu visual enquanto me observava a frente do espelho. Eu estava satisfeita com aquela calça escura, a camisa vermelha, o meu cardigã preto e os sapatos, estava satisfeita tambem com a maquiagem, mas algo dentro de mim estava incomodado com algo que eu não tinha a mínima do que seja.

Talvez seja o fato de eu estar indo a uma festa sem a permissão de meus tios, mesmo que seja isso, eu já tinha 18 anos, estava mais que na hora de tomar minhas próprias decisões, sem o domínio deles.

Pensava em Demitria Gilbert, como aquela garota parecia determinada e centrada. Todos que eu conversei, no caso Jennifer e Scott, tinham me dito um pouco sobre a órfã que viera morar com os primos. Eu tinha uma certa inveja por ela ter recuperado a morte dos pais, mais rápido do que eu. Eu tinha inveja por ela conseguir esboçar um sorriso todos os dias, sem se isolar pelos cantos e chorar como eu.

Talvez eu devesse seguir o exemplo dela e ir a essa festa. Em meu antigo colégio, por onde eu passava eu era respeitada e pelos olhares de cada aluno eu sabia que eles me invejam. Desde a morte de meus pais, algo de estranho aconteceu comigo e percebo que as pessoas passaram a me olhar com pena. Eu não queria ser aquela garota triste e deprimida de histórias clichês, eu queria ser o oposto. Mas, como eu disse, algo de estranho passou a acontecer e venho desconfiando que o meu psicológico não anda sendo um dos melhores e isso já vem me preocupando ha uns tempos.

Os remédios que tomo para dormir, apenas me deixam piores e cada sonho me faz me sentir estranha. Principalmente quando acordo no meio da rua, como o caso dessa noite. E aquele mesmo homem de meus sonhos que descubro estar em Mystic Falls, estava novamente me atormentando no meu inconsciente.

Ao resolver esquecer aqueles problemas idiotas, avisei a minha tia que estaria no Grill com Jennifer e Scott, meus dois e únicos amigos que consegui ao voltar para Mystic Falls. Minha tia confiava neles e os adorava. Os dois também estariam na festa e me incentivaram para ir, dizendo que as melhores festa sempre eram comandadas pelo grupo de Demitria e Elena Gilbert, Caroline Forbes e Bonnie Bennett.

Na última vez que me alcoolizei, sofri um pequeno acidente de carro, que por sorte não me deixou sequelas. E desde então venho tendo traumas com a direção. Assim, fui na direção da festa pela estrada e a pé.

Por sorte, o local da festa não era muito longe e infelizmente, desde o momento em que fiquei pronta eu estava sentindo aquela maldita sensação dentro de mim. Era como um aviso de que algo ruim estava para acontecer, mas como ser uma adolescente normal estava dentro dos meus planos, eu resolvi ignorar aquela sensação e continuar o caminho mesmo que a cada minuto que eu me aproximava, mais forte era a sensação.

Willian. Willian. Willian. Por que aquele bendito nome estava me aterrorizando? Eu não me recordava de alguma pessoa chamada Willian, mas era como se eu sentisse que Willian precisava de mim.

Quando percebi, eu estava sozinha entre árvores e não reconhecia o lugar onde eu me encontrava. Sinto aquele frio dispensando como um espasmo mal sucedido por todo meu corpo e minhas pernas ainda caminhavam sozinhas numa direção desconhecida.

PDV DEMI

– Ah! - gritou Tyler novamente, quando seus ossos estralaram de uma maneira ensurdedora.

– Tyler, por favor, tente se controlar! - pediu Caroline, desesperada e em seguida segurou o namorado com angustia.

Tyler tinha arrancado por conta própria suas vestes da parte de cima, mostrando o tão musculoso que era. Ele suava como se estivesse numa sauna e se contorcia como se alguem estivesse o virando de dentro para fora.

Alyssa, ao meu lado, não estava muito diferente - é claro, tirando o fato de que Alyssa não estava se transformando num cão assassino. Por sorte tínhamos os tragos até o porão, onde ninguém da festa poderia ser vítima desses dois descontrolados.

– Demi... - minha melhor amiga me chamou - Demi... Você precisa sair daqui.

Eu neguei, segurando sua mão gelada, enquanto Alyssa tremia a olhos nus.

– Não. Eu não vou te deixar sozinha. - digo com clareza - Você é minha irmã, Aly. Eu sempre estarei contigo.

Ela sibilou um sorriso e ainda assim, tinha um olhar sombrio de assustar.

– Nós precisamos do Klaus. - falou caroline de repente. Eu a olhei sem entender - Tyler pode ter quebrado a ligação com Klaus, ainda assim, ele quem criou Tyler, Klaus pode fazer com que Tyler não se transforma. Meu Deus, nós precisamos descobrir o que está acontecend...

Caroline então foi arremessada pelos braços fortes do namorado, numa distância razoável. Eu olhei assustada para a cena de Tyler gritando como se estivessem arrancando seus membros.

– Saiam daqui e, Demi, traga Klaus até Tyler. - implorou Caroline.

Assim fizemos. Alyssa se sentia zonza e um pouco fraca para ir sozinha até quarto de Stefan - lugar que ela almejou para não matar alguém.

– Demi... Por favor, saia de perto de mim... - ela implorou, segurando a cabeça em mãos - Eu... Não vou conseguir me controlar!

– Aly. Você consegue. Eu sei que você consegue, nós somos melhores amigas, você jamais me faria algum mal.

– Eu... Eu estou com uma vontande imensa de rasgar seu pescoço e sugar todo esse seu maldito sangue de humano! - ela, de repente, me prensou contra a parede do corredor do subsolo da casa.

Vi a fome gritando por seus olhos e ela gemeu, faminta. Fechei meus olhos, sentindo todo meu corpo tremer. Eu não queria ser morta por Alyssa, eu sei que há algo de estranho acontecendo e que Aly não consegue controlar. Sei também que Alyssa sempre me protegeu e não aguentaria sobreviver sabendo que tirou minha vida.

Depois de sentir meu pescoço ser literalmente devorado, segundos depois daquela dor inacreditável, escutei um estralo e as presas de Alyssa me abandonaram brutalmente.

Abro meus olhos vendo Alyssa desmaiada e com a cabeça virada, nos braços de Stefan.

– Você está bem? - perguntou o namorado de minha melhor amiga.

– Alyssa ficará bem? - pergunto levando minha mão para meu novo hematoma no pescoço, o sangue escorria sofridamente.

– Eu não sei. - ele falou, assustado - Damon está por aí desta mesma maneira, nós precisamos detê-lo.

– Tudo bem. - falei, suspirando - Eu faço isso.

E olhei na direção de uma cultivação de uma planta roxinha.

– Demi, tome cuidado. Damon está fora de si.

– Ele jamais me faria algo.

Após ter a certeza de que eu estava pronta para enfrentar um vampiro descontrolado, subi de volta para festa, limitando-me de falar com alguém, o que não foi possível devido eu encontrar logo de primeira Alaric e Matt segurando uma Charlotte um tanto desesperada.

– Ela também. - sussurro já cansada daquela confusão toda sem explicação - Matt, leve-a para o quarto de Stefan, não a deixe sair. Alaric, nós precisamos encontrar Damon e...

Eu me calei quando vi que a roupa de Charlie estava molhada com um líquido roxo. E as coisas me fizeram sentido. Eu tinha experimentado daquela bebida diferente, era doce e exótica. Vi Alyssa se esbaldando naquela bebida juntamente com Tyler, enquanto Stefan apenas se divertia com uma cerveja. Damon também bebeu daquilo, ao contrário de Caroline que se divertiu também com uma cerveja.

– Eles estão envenenados.

Enquanto Alaric e eu corríamos sem rumo em busca de Damon, eu sentia todo meu corpo tremer por frio e medo. Tinha medo de qual seria a reação de Damon ao me ver, eu tinha o chateado e ele estava descontrolado.

Tivemos a certeza de que Damon estava com alguém quando escutamos o grito de socorro de Jacob. Estávamos próximos deles e quando os encontramos, meu corpo pareceu congelar no lugar.

Ao notar nossa presença, Damon largou Jacob no chão com brutalidade.

– Não! - gritei, apavorada.

Alaric se pôs a minha frente, quando Damon insinuou vir até nós. A expressão de Damon era sombria, ainda mais agora com sangue de Jacob no seu rosto. Eu escutava meu ex-namorado soltar gemidos baixos enquanto tentava sair do lugar, o que estava sendo em vão, devido sua fraqueza momentânea.

– Damon, esse não é você, algo está acontecendo e precisamos que você se controle. - falou Alaric, calmo.

– Era esse o plano tempo todo. - falou Damon, irado - Me manter controlado! Era isso que vocês tanto queriam! Agora vejam: esse sou eu de verdade! - ele olhou para mim - Não era isso que você esperava, certo, Ághata.

Eu neguei, não em resposta ao que ele dizia, sim pela forma que ele me chamara. Sinto meus olhos pesarem e só quero salvar Jacob antes que algo pior aconteça.

– Eu não quero machucar você, Demi, mas você me machucou tanto...

– Damon, fique longe. - pediu Alaric, tirando de sua jaqueta uma estaca de madeira.

– Alaric. - gemo, com medo de que ele faça o pior a Damon.

– Eu só preciso que você tire Jacob daqui, Demi, eu cuido de Damon. - falou Alaric, me interrompendo.

Eu concordei e no mesmo momento Alaric resolveu ir para cima de Damon, porém este, com sua agilidade de vampiro, desapareceu tão rápido quanto o seu próprio vulto e em seguida segurava o corpo de Alaric por trás.

– Está perdendo o jeito, caçador. - zombou Damon e vi Alaric golpear Damon com uma cabeçada, fazendo com que o vampiro fosse um passo para trás.

Aproveitei a distração. Corri na direção de Jacob e me atirei ao seu lado. Havia tanto sangue que parecia que Jacob tivesse tomado banho de sangue.

– Meu Deus, o que eu faço? - sussurrei, apavorada - Jacob, olhe para mim! - mando e seguro no seu rosto suado e frio.

Jacob não faz o que eu peço, então sou obrigada a forçá-lo com minhas mãos.

– Não feche os olhos, ok? Mantenha os olhos abertos, por favor!

Escuto seu gemido sofrido e seu pescoço estava tão rasgado que parecia que sua cabeça rolaria a qualquer momento. Aquilo estava me dando ânsia. Principalmente por saber que aquilo fora feito por uma pessoa. Por Damon.

– Fique comigo, ok?

– Demi... - Jacob tentou sussurrar e vi uma lágrima escorrer pelo seus olhos - Eu... Arh... Eu ainda... sou... Eu ainda sou... apaixonado por você.

Ele tentou sorrir, mas gemeu de dor. Neguei, entristecida. Eu não conseguiria salvá-lo, não tinha mais tempo. Apoiei sua cabeça nos meus joelhos dobrados e seu sangue me sujou. Eu não liguei se Jacob me sujava de sangue ou se seu lábios também estavam sujos, eu apenas o beijei delicadamente, como pedido de desculpa e uma despedida para sempre.

Jacob não foi capaz de retribuir o beijo, mas vi, quando o soltei, que ele tinha um sorriso tão pequeno que eu fiquei na dúvida se era realmente aquilo. Seus olhos tinham um brilho, triste, e ficaram lentamente vagos na minha direção.

– Não. Não... - chorei, sinuosamente.

Ele ainda estava vivo, eu escutava as lentas batidas de seu coração, mas isso não significava que bateria por muito mais tempo.

Alaric deu um grito abafado e então assisti Damon enfiando aquela estaca no estômago do meu professor de história.

– Não! - gritei, novamente - Alaric!

Agora eu estava sozinha com Damon e quando este ficou de imediato a minha frente com um olhar amargurado e escuro, eu soube que tinha que fazer algo. Tinha que tomar uma medida drástica.

Tentei ao menos me afastar dele, ainda com Jacob apoiado em mim, mas Damon segurou no meu braço e me puxou para ele. Naquele momento eu me lembrei daquilo que estava preso no meu bolso do shorts. Eu me lembrei do que Alyssa tinha me dito há alguns minutos e esperava de que as duas coisas tivessem uma ligação.

Esfreguei no rosto de Damon aquela planta roxinha e vi Damon gritar de dor quando seu rosto começou a se queimar. Ele caiu para trás e resolvi engolir o resto da planta que estava em minha mão. O gosto era horrível, mas era muito melhor que o gosto da minha morte.

Ouvi um sussurro se aproximando e olhei para onde Alaric estava querendo retirar aquela adaga de sua barriga. Atrás dele vinha uma silhueta feminina cambaleando e aos poucos Melissa foi descoberta.

Ao vê-la, Damon colocou as duas mãos na audição e eu soube o porque, mas algo dentro de mim não queria acreditar então apenas fiquei observando Melissa gritar de olhos fechados, causando gritos por parte de Damon.

Para mim, o grito de Melissa não me doeu, não fisicamente. ao contrário, aquele grito despertou algo dentro de mim que me deixou aterrorizada.

De repente, então, eu me lembrava de quem era Willian Jacobson.


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Notas finais do capítulo

Ahhh Demorei, mas vortei!
Nossa gente, como foi difícil esse tempo sem postar!! Eu estava sem pc em casa, meu Deus, eu pensei por um momento que ia morrer, nada de Face, nada de Nyah! nada de nada! Eu achei que ia morrer! Mas finalmente meu pc chegou! Novinho em folha! E com ele veio minha criatividade. Gente, sem brincadeira alguma, fiz esse capítulo todo numa só noite. Eu já o tinha pronto, só que aí como meu pc bugou legal, eu perdi o capítulo, neh. Ai fiquei acordada até 4h da manhã para reescrevê-lo! Deus! Que raiva!
Mas então, me desculpem pela demora e "MariShan10", eu li seu comentário e meu Deus, hein! Acho que você teve crise de abstinência! Mas acho que depois de ler esse capítulo você tenha melhorado, só espero!! kkkk Obrigada pelo comentário e me perdoe pela demora! Capítulo dedicado a você!! Agora eu tenho meu pc de volta vai ficar mais fácil de postar!!
Agradeço também a quem comentou e esperou, esse capítulo ficou grandão assim devido a demora, ele seria dividido em dois ou até três, mas como demorei de mais, resolvi fazer apenas um e cá está! Eu adorei fazer esse capítulo e quero saber a opinião sincera de vocês.
"Leticia Paixão", você ainda não chegou nesse capítulo, mas quando você lê-lo, saiba que ele também foi dedicado a você!!
Obrigada de paixão meus amores!! Espero que tenham curtido o capítulo!!
Comentários??
Vejo vocês em breve!! Mil beijos e abraços!!
E qualquer novidade do próximo capítulo, estará lá no blog! "astranger-fanfiction.blogspot.com"
Bjosss!!
XOXO



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