A Stranger - Season 3 escrita por Gabi Mikaelson Salvatore


Capítulo 22
3x20 - Memorial Day


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!!



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NARRADOR: TERCEIRA PESSOA

Ela alcançou o outro lado da rua, com um olhar tranquilo, quase não sendo despercebida pela população tão caipira daquela cidade.

A placa sobre sua cabeça anunciou a Avenida principal de Mystic Falls e ao alcançar mais algumas passadas a seguir, o corpo magro da jovem encontrou o corpo duro e exaltado do rapaz a sua frente.

– Me desculpa! – ela falou, mas o rapaz estava atento nela, com um olhar intrigante.

– Imagina. – respondeu Damon, olhando tranquilo para os olhos claros da nova garota a sua frente.

Quando ele a observou, soube que algo nela lhe despertou a grande curiosidade, mas ele já tinha acordado e se encontrou solitário naquele início de manhã dentro de seu quarto. Aquilo só tinha passado de um sonho, um nada complexo sonho. Nesse mundo sobrenatural em que vivia, tudo deveria ser relevado, até mesmo uma simples mosca rondando por cerca de dez segundos. E Damon precisou admitir que aquele sonho não foi um sonho ao exato.

PDV DEMI

– Você estava com Klaus? – perguntou Elena, espantada.

Coloco meu corpo sobre minha cama e abandono meus sapatos no chão. O passeio com Klaus foi divertido e descobri sobre meu passado coisas que ninguém me contou.

Além do fato que descobri que ser vampiro é algo completamente diferente e radical. Escalar uma montanha em menos de dois minutos era surreal e de uma maneira gostosa e divertida.

– Não é como se ele fosse nosso pior inimigo, tipo um serial killer. – comentei e dei de ombros.

Elena me olhou indignada e percebi que minha piada não foi muito agradável. Escutamos passos nas escadas e em seguida aquela garota loira apareceu. Sorrindo de uma maneira agradável e carregando alguns pacotes.

Atrás de Alyssa vinham Caroline, Bonnie e aquela tal... Carlie... Charlie... Se eu não me engano é Charlotte. As quatros tinham o mesmo sorriso de animação. E era como se estivessem aprontando.

– Noite das garotas! - Alyssa falou agitada.

PDV DAMON

– Noite das garotas? – perguntou Alaric.

Meu melhor amigo de bebida ao meu lado estava tão confuso quanto eu. Mesmo que eu soubesse o motivo de Alyssa fazer dessa noite a ‘Noite das garotas’, eu achava tão inútil quanto a existência de Stefan. Nossos pais conseguiram de primeira um filho lindo, esperto, perfeito e sedutor, para que tiveram o Stefan?

– Basicamente um meio de ajudar Demitria a descobri mais sobre ela mesma. – falei tranquilo – Noite das garotas.

– E que tal noite dos garotos?

Como eu ia dizendo, para quê a existência de Stefan? Se ele só tinha pensamentos inúteis, ideias idiotas e sugeria ‘Noite dos garotos’?

– Espere ai, vocês tem décadas de idade e eu já passei dos trinta, não devemos chamar de noite dos caras? – falou Alaric, entrando na brincadeira de Stefan.

Meu irmão mais novo, mais chato, mais irritante e mais inútil colocou uma garrafa fechada de Bourbon e nos olhou sorrindo. O Grill não estava tão atolado como de costume numa sexta feira a noite, mas estava barulhento. E de qualquer forma, eu não conseguia deixar de pensar no ocorrido desta noite. Melhor dizendo: aquele sonho. Quem era a maldita garota? Por que não foi um sonho erótico ao invés daquela palhaçada toda?

– Vamos nos embebedar enquanto nossas namoradas fazem o mesmo. – avisou Tyler.

De onde esse híbrido surgiu? Ele sentou ao meu lado e Matt surgiu atrás do balcão. O loiro colocou seis copo sobre o balcão e minha noite com Alaric e o Bourbon passou para Noite dos caras.

– Tyler, apenas você e Stefan têm namoradas que estão lá. – falou Alaric revirando seus olhos. Eu também revirei meus olhos e Tyler riu.

– Eu não sei não, não é mesmo, Matt? – falou o híbrido, com um sorriso malicioso.

– Tyler! – Matt acusou desacreditado.

– Pensei que você gostasse de loiras. – acusei significativo.

– Rebekah e eu não temos nada. – ele se defendeu.

– Não foi o que pareceu, mas tudo bem. – acusou meu irmão e se serviu com um copo de Bourbon.

Matt deu um meio sorriso. Todos sabemos que durante aquele tempo que Demitria ficou fora, ele e Rebekah ficaram mais próximos. Era até nojento de se pensar. As pessoas não tem senso nessa cidade.

– E agora você está na onda da Charlie? – perguntei, incrédulo – Acho que ela é muito areia para seu pequeno caminhão.

– Nós só estamos nos conhecendo. – Matt se defendeu sorrindo.

– Você disse a mesma coisa de Rebekah! – Tyler acusou rindo divertido.

– Você não pode simplesmente calar a boca, Tyler? – perguntou Matt, fingindo uma raiva falsa do seu amigo.

– Qual é, você está pegando as duas vampiras, todos nós sabemos. – falei sem me importar de ser sincero.

Matt ficou um pouco desconcertado e confesso que foi engraçado ver o último humano – agora não mais, graças a Demitria – da cidade sendo um garanhão entre Charlotte e Rebekah, só queria entender o que elas vieram nele?

– Peter! – Alaric se alegrou em ver seu novo aluno em história – O irmão da minha pior aluna!

Peter caminhava pelo Grill um pouco indeciso. Ele chegou até nós e sorriu.

– Pior aluna? – ele perguntou confuso – Mary tem centenas de idade, como ela pode ser ruim em história?

Escutei Matt e Tyler sussurrarem ao mesmo tempo ‘Mary?’. Eles ainda não sabiam que o nome verdadeiro de Alyssa é Mary Alyssa Grace Smith. Ainda bem que ela encurtou para Alyssa Smith. Antigamente podia até ser bonito, mas hoje é completamente brega.

– É isso que eu me pergunto em todas minhas aulas com ela. – Alaric comentou rindo discreto – Vamos, junte-se com a gente.

– Sua irmã é loira, cara, se acostume. – falei revirando meus olhos e todos riram – Deve ter perdido toda a história enquanto comprava roupas e sapatos.

– Pequeno vício de Alyssa. – falou Stefan, cheio de si mesmo.

– Vai um Bourbon, Peter? – Matt sugeriu.

– Acho melhor não, o que Alyssa vai achar quando descobrir que eu deixei Peter beber? – falou Stefan, sorridente.

– E volto eu à minha teoria dos motivos que levaram meus pais a terem outro filho.

PDV REBEKAH

– Rebekah, quantas vezes terei de lhe dizer que eu não me importo? – falou Niklaus, prepotente e virou a página do livro sobre seu colo.

Sua maneira despreocupante me deixava enraivada. A única coisa que eu queria era que ele mostrasse um pouco mais de solidariedade com nosso irmão mais velho que há um dia está desaparecido, isto é, desde quando resolveu ir atrás de nossa irmã mais velha.

Arremesso um lápis do escritório na sua direção e,como previsto, Klaus o agarra no ar, sem deixar sua leitura preciosa.

– Eu tenho nojo de você. – falei com raiva e ele finalmente me olhou.

– Você realmente deseja que eu vá atrás de Elijah, quando este fez o que fez comigo?

– Ele é nosso irmão! Ele cuidou de todos nós e é o único que ainda mantém uma esperança em vã sobre você!

Ele riu com descaso e fechou o livro. Nik ficou de pé e nós dois nos olhamos como costumávamos fazer em meio ao orgulho. Eu o entendia e ele me entendia, mas ambos não cederiam pelos próprios princípios.

– Nik...

– Rebekah, você melhor que ninguém sabe o que eu passei, por favor, eu não tenho mais obrigações com Elijah.

Vi em seus olhos uma maneira triste e inconsolável, e ele saiu.

PDV DEMITRIA

– Primeiro beijo?

– Bom, você tinha doze anos e estava passando o feriado de Natal em Mystic Falls. Foi com Matt Donovan.

Minha boca se abriu tão grande que chegou a doer em certo ponto. Eu a fechei subtamente após a declaração bombástica de minha prima Elena.

– Certo, se eu gostava de Matt, por que você o namorou? – perguntei então.

Elena sorriu jogando as mechas de seu cabelo para trás. Uma leve brisa passou por nós enquanto esperávamos Alyssa. Caroline também sorria ao meu lado.

– Por que então você começou a namorar Tyler Lockwood. – respondeu Elena, tranquila.

– Que é meu namorado. – comentou Caroline.

Isso é sério?

– Estamos todas ligadas por garotos? – perguntei irônica e as duas se olharam e riram.

– Bem, depois que Elena largou Matt para ficar com Stefan, Matt e eu começamos a nos envolver. – Caroline brincou com as mechas de seu cabelo loiro como raios de sol.

– Isso é sério? – murmurei desconcertada – Mas espere, Stefan não é...?

– Meu namorado? Exatamente.

E Alyssa já estava logo atrás de nós naquele cemitério populoso nessa tarde de Memorial Day. Segundo as garotas era um feriado de lembranças de nossos entes queridos já falecidos.

Elena e Alyssa trocaram sorrisos e vi que não houve nenhuma espécie de rancor ou momento constrangedor entre as duas.

– Bem, Stefan não faz muito seu tipo. – comentei dando de ombros e Elena riu divertida. Percebi Caroline revirando os olhos como se prendesse para si qualquer tipo de comentário, foi algo que agradou a Elena e Alyssa, pela troca de olhares três. Não me senti desconfortável, eu só queria mesmo descobrir melhor sobre mim.

– Certo, agora vocês podem me dizer o que rola entre aquele Elias e eu? – pergunto e volto a bebericar meu refrigerante.

– Elijah. – elas dizem ao mesmo tempo. Dou de ombros. Elijah. Elijah. Preciso fixar este nome.

– É tua vez Alyssa. – falou Elena como se trocasse de turno ou se a rodada mudasse.

– O que você já sabe? – Alyssa me perguntou.

Suspirei cansada e revirei meus olhos.

– Bem... Eu nasci em Londres e fui criada por lá com meus pais, porém vivi muito minha infância com Elena e Jeremy, meus primos. Na adolescência me apaixonei por Matt, mas acabei ficando com Tyler, enquanto Elena ficava com Matt.

– Hum, senti uma acusação. – brincou Elena e nós sorrimos juntas.

– Quando você terminou com Tyler você se envolveu com Jacob. – falou Alyssa, tranquila. Vi Elena e Caroline sorrirem maliciosas.

– O que foi? – pergunto confusa.

– Você teve sua primeira vez com ele. – falou Caroline, maldosa e me deu uma piscadela.

– Arght! E onde ele está? – pergunto intrigada.

– É provável que cursando faculdade em Nova Iorque. – falou Alyssa desinteressada e deu de ombros – Bem, vocês dois duraram até uma semana depois da morte de seus pais, quando você comunicou a ele que queria começar uma nova vida em Mystic Falls.

– Uh, peguei pesado. – falei surpresa com minha atitude.

– Bem, você só disse aquilo porque você não queria ser um fardo na vida de Jacob. – falou Elena, balançando a cabeça negativamente – Você achava que namorar uma garota órfã seria muita responsabilidade para o cara e então o despachou.

– Eu deveria gostar muito dele. – comentei intrigada.

– Depois que você veio para Mystic Falls você o expulsou de seus pensamentos. – comentou Alyssa, e olhou para suas unhas.

– Claro, ainda mais quando se envolveu com Damon e você só passou a idolatrá-lo e...

– Caroline! – exclamaram Alyssa e Elena, juntas. Meus olhos parcialmente se arregalaram, enquanto meu corpo se arrepiava.

– Eu ia chegar nessa parte. – falou Alyssa, suspirando.

Damon foi o único nome que veio na minha mente, quando acordei sem memória. Não Elias...Elijah, não Niklaus, não Tyler, não Matt e muito menos Jacob. Veio Damon. Ele estava comigo quando acordei e eu sentia algo por ele que não compreendia o porquê. Nós tivemos algo.

– Eu sabia. – completei meus pensamentos.

PDV ELENA

– Você não acha estranho? – perguntou Caroline, me seguindo pelo cemitério.

Iríamos encontrar Tyler e Alaric no Grill. A esta altura, Alyssa contava a Demi como era o relacionamento dela com Damon, claro antes dela descobrir sobre si mesma.

– O que é estranho? – pergunto interessada no assunto de Caroline.

– A mãe de Ághata. – ela falou misteriosa – Apareceu do nada, sabendo do ritual e sumiu do nada.

Caroline me olhou um pouco significativa e suspirei incomodada.

– Acha que ela tem algo envolvido com Assíria? – perguntei desconfiada.

– Eu duvido, não sei mesmo se uma mãe seria capaz de ajudar no ritual que poderia matar a filha. Além do mais: Cassidy, Valery e Elyzabeth quem ajudaram Marcus a matar Assíria. Foi o que aquele Peter nos contou, certo? Então não teria sentido ela ajudar Assíria.

Concordei receosa. Caroline continuou, intrigada:

– Sem contar que Cassidy entregou Ághata para Valery para protegê-la de Assíria. Apenas as três e Marcus sabiam que Cassidy tivera um filho do imortal e para protegê-la...

– Valery tomou a criança como si, logo que engravidou e... Espere. – fiquei espantada – Valery engravidou, mas teve Ághata? Onde está a verdadeira criança?

– Ah, o que isso importa, Elena? Cassidy está aprontando alguma coisa, eu tenho a certeza.

Dei de ombros, o que de mais cassidy poderia causar contra nós? Estava agora intrigada com a verdadeira história. Poderia dar um belo de um filme de ação, mistério e romance! O que deveria ter acontecido com o filho que Valery teve no seu casamento e o substituiu por Ághata?

Abro minha boca para questionar meus pensamentos, porém mal tenho tempo quando esbarro sem propósito em alguém, fazendo-me derrubar minhas coisas. Tinha trago flores para meus pais, Jeremy, Jenna e John. Eu já tinha perdido tantas pessoas, que deveria ter trago uma floricultura comigo. Pensar em Jeremy me fez lembrar de quando Verediana soltou aquelas palavras: Eu sou aquela que pode trazer seu irmão de volta a vida.

– Me desculpe. – falou ele.

Ergui meus olhos com meu corpo dobrado e minhas mãos tentando alcançar minhas flores. Ele tinha seus olhos azuis voltados para mim e suas mãos alcançaram mais rápido minhas flores.

– Olá, Elena, como vai? – perguntou Peter, educado.

Ele me estendeu as flores e a aceitei um pouco desconcertada. Peter estava trabalhando com Verediana quando ela me disse aquelas palavras. Não faziam significado. Como ela faria isso?

– Bem, obrigada. – respondi quando senti um cutucão de Caroline.

– Vamos logo, Elena, Tyler e Rick estão nos esperando. Vamos! – ela me puxou.

Não consegui me despedir de Peter, só fui arrastada por alguns metros e conseguimos manter uma distância de Peter quando larguei meu braço do puxão de Caroline.

– O que há de errado com você? – pergunto confusa.

– Eu quem pergunto, Elena. Você se esqueceu de que foi esse cara quem quase nos matou? – falou Caroline irritada –Poderíamos estar mortas se dependesse daquele idiota.

Revirei meus olhos, Caroline guardava tanto rancor. Olhei para trás, vendo Peter olhando a volta. Era provável que procurava por Alyssa. Voltei a olhar para Caroline que agora estava impaciente por eu ter dado um pingo de educação para Peter.

Peter. Acho que ele e eu precisamos ter uma conversinha.

PDV DEMITRIA

Vamos lá, Demi, você consegue. Pensei, em incentivo.

Gostava de como meu apelido Demi soava. Tão tranquilo e diferente. De alguma forma, eu sabia que o nome comum era Demetria. Mas o meu nome é Demitria e eu o adorava dessa forma. Quem poderia ter o escolhido? Talvez Elena pudesse me responder, mas agora eu precisava tratar de assuntos melhores.

Por incrível que pareça, todos se esqueceram de mim por alguns segundos e seguiram com suas vidas, como se não houvesse uma garota de memórias apagas vivendo com eles. Elena e Caroline sairiam com o tal Matt e o tal Tyler, e segundo Elena, não seria um encontro duplo. Quando Stefan apareceu com Peter, Alyssa resolveu que estava na hora de passar um tempo com o irmão já não mais perdido e o namorado, para que os três soubesse conviver juntos.

Procurei pelo cemitério a saída e quando a encontrei eu estava sozinha na cidade de Mystic Falls. Não me lembrava dos nomes das ruas, nem do trajeto e quanto mais eu andava perdida, mais eu tentava imaginar onde ficava meu destino.

– Está perdida?

Quando vejo tal imagem acredito que Alguém lá em cima está ao meu favor. E meus lábios se abrem mostrando meus dentes.

Trajado de negro dos pés a cabeça, lá está Damon Salvatore sentado num banco qualquer da Praça onde estou totalmente perdida e desconcertada. E não digo geograficamente. Ver Damon, deixa-me de uma forma estranha e não sei como agir. Meus pensamentos ficam tão descontrolados que chego a ter dor de cabeça.

Aquele segundo fato talvez não fosse relevante. Eu estava com dor de cabeça, sim, mas não culpava meus pensamentos. Há alguns minutos que chego a ter uma leve pontada na cabeça. Era nada de mais, o sol brilhava muito forte nesta tarde e eu precisava de um descanso. Não antes de fazer o que eu precisava fazer.

– Damon. – meus lábios emitiram a única coisa que veio em mente, desde quando acordei nos seus braços. E sorri.

– Ao vivo e a cores. – ele deu de ombros.

Suspirei, era ele quem eu estava a procura. Era ele quem eu estava indo atrás e era por ele que eu estava parcialmente perdida.

– Nós precisamos conversar. – minha voz saiu com convicção e ele me olhou ficando menos enérgico.


Damon e eu fomos caminhando para minha casa, assim então me fazendo memorizar cada rua precisa para meu caminho pela pequena cidade. Não trocamos muitas palavras, eu queria conversar quando estivéssemos mais confortáveis. Eu poderia lhe servir algo para beber e sentarmos no sofá um a frente do outro.

– Vocês, errr... Vampiros, comem? – pergunto, um pouco incerta e me sentindo tola.

O ar entra sofrido nos meus pulmões e finalmente entramos na sala de minha casa. Escuto a risada de Damon.

– Estamos mortos, a comida não é precisa, mas costumamos fazer isso por força do hábito. – ele explica. Jogo meus cabelos de lado quando fecho a porta de casa.

– Então posso lhe servir um pedaço de bolo? Eu fiz nessa manhã, com a ajuda de Elena, o que acha?

Damon me olha incrédulo e se joga no sofá pequeno.

– Vamos, Demi, você quer me perguntar algo e está com medo de perguntar. – ele acusou – Você já foi mais corajosa, um dia.

Ele sorriu. Seus braços se abriram sobre o encosto do sofá e ele cruzou as pernas de uma forma bem casual. Como ele me conhecia assim? Ah, claro, pensei, já tivemos algo.

– Não é fácil, okay? – digo, incomodada e ele sorri novamente.

– O que já te contaram?

Eu fico quieta, não quero repitir tudo, prefiro ignorar tantos fatos tolos que me contaram hoje e decido abrir-me para o único e mais importante.

– Por que nós terminamos?

Damon me olhou surpreso e pareceu não ter a resposta. Ou talvez esteja chateado. Certo, eu terminei com ele. Agora estou com meu coração tão pequeno quanto um grão de ervilha e Damon suspira cansado.

– Por que quer saber isso? – ele pergunta, cansado.

– Porque eu preciso, Damon. – respondo, desesperada e dou uma pequena caminhada na sua direção – Ninguém tem ideia de como isso está sendo para mim, você não tem ideia. Eu preciso saber. Preciso saber o que eu sentia por você antes de eu me tornar humana, preciso saber sobre minha vida, preciso saber se o que estou sentindo é real e por que o seu nome foi o único que eu me lembrava quando acordei!

Quando percebo, as palavras já se foram e me jogo na poltrona ao meu lado. Escondo meu rosto com as mãos, parecendo uma criança indefesa e assustada.

Passou poucos segundos até que mãos fortes encostaram nos meus ombros. Abro meus olhos retirando as mãos deles e encontro Damon, surpreso e espantado por algo.

– O meu nome? – as palavras escapam dos lábios de Damon e eu afirmo com a cabeça. Ele engole em seco, em pânico – Você se lembra de mim?

– Não. – nego – Apenas de seu nome e sei que você foi alguém muito importante para mim.

O rosto de Damon está tão perto do meu que sinto seu hálito gelado e sua respiração fraca.

– Não foi Klaus, não foi o tal Elijah... Foi você. – sussurro e minhas mãos encontram o rosto dele. Damon pareceu estremecer, mas não recuou – E...

– Por favor, não. – Damon implorou e senti uma facada sendo enfiada no meu peito. Vi uma dor nos seus olhos e ele se afastou – Não continue. Isso não é real, Demitria. Não era comigo com quem você estava, era Elijah. Ele ainda é seu namorado.

Neguei ao ficar de pé, após Damon se afastar de mim.

– Não é mais a mesma coisa, Damon. – digo, incrédula.

– Para mim, sempre será, Demi.

Damon passou por mim, chateado e então sumiu no início daquela noite.

O que foi que eu fiz? Pensei, chateada. Parabéns Demitria, ou Ághata, você só está piorando as coisas.

PDV DAMON

Atirei a última pedra da minha mão no rio a baixo da ponte. Havia algo de errado comigo, era isso.

Demitria assumiu na minha cara tecnicamente que sente algo por mim e não consegue lidar. Não foram tais palavras, mas eu as expressei assim. Meu nome ela sabia quando acordou se lembrando de ninguém, apenas sabendo o meu nome, não o nome dela, o meu nome.

E o que acabei d fazer? Eu a deixei falando sozinha. É, Damon, você é um grande idiota.

Depois da ultima pedra atirada no rio, caminho para cidade, sem meu carro estou numa caminhada solitária até minha casa, mas logo deixo meu corpo a beira da estrada e minutos depois consigo ouvir passadas chegando na minha direção.

Estou tão furioso comigo mesmo que, minha promessa de não cometer crime na cidade, chega a ser avaliada novamente e quero cogitar em descumpri-la.

Mas algo me faz ficar incomodado. Não é mais a simples fome, ao contrário, pois ela se saciou no instante em que encontrei a silhueta feminina coberta por roupas de cores mescladas de preto com branco. Seus sapatos fazem barulhos e sou capaz de ouvir no estilo da música americana. O cabelo negro faz grandes cascatas de cachos até um palmo a baixo do ombro e ela se contorce do pouco do frio que faz.

“Ótimo, aqui faz frio. Cheguei numa cidade fria e caipira, só falta eu me relacionar com um vampiro

Sua piada cética me faz sorrir enquanto a vejo caminhar na minha direção. Poucos metros nos distanciam e ela ainda não me nota, mas sou capaz agora de vê-la melhor e paraliso por completo.

Quando tive aquele sonho confuso, eu duvidei de que era como uma espécie de aviso. Agora eu tinha a certeza e alí estava a garota de olhos claros e cabelos negros como um aviso de que eu não estava ficando louco.


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Notas finais do capítulo

Nota¹: Nos Estados unidos, Memorial Day é um dia para se lembrar dos amigos e parentes mortos. É como o dia dos finados aqui no Brasil.
Nota²: Essa garota nova será muito importante na história a partir de agora e tem grande porcentagem de chance de ser parte dos personagens principais.
Nota³: A personagem que a representa é Cristal Reed.
O capítulo demorou um pouco para sair, eu sei. E sei que já tem gente aí querendo me matar, mas vou confessar que a quantidade de comentários vêm me desanimando para continuar a história, então nem sei quando postarei o próximo novamente. Mas já adianto-lhes que ele ja está quase pronto e está muito bom!
Então quem deseja vê-lo é OBRIGATORIAMENTE comentar. kkkkk' mentira, gente. Não obrigo alguém a comentar, só imploro mesmo kkkkkk'
Me digam ai nos comentários o que acharam do capítulo e o que acharam dessa nova personagem?
Vejo vocês na próxima garotada!! Beijos e abraços!! XOXO



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