Dois dias se passaram, e o dia do casamento de Castiel chegou. Todos estavam em minha casa (Kyra, Alexy, Armin, Rosalya, Ambre e Lysandre) para os últimos detalhes do plano.

Fui colocar o meu vestido, e tinha ficado ótimo. Se não fosse pelo fato de ser o casamento de Castiel, eu teria ficado feliz. Dei os últimos retoques e eu já estava pronta. As meninas e os meninos se arrumaram na minha casa, e todos estavam maravilhosos.

Do nada, começou a me dar um pouco de tontura, me apoiei em Alexy.

– Mayu, você está bem? – Ele perguntou.

– Sim, foi só um pouco de tontura – Fui até a cozinha, e tomei um copo d’água.

Retornei a sala, e logo depois todos nos estávamos indo até a igreja, onde o casamento aconteceria. Por sorte, a igreja era perto do meu prédio, e chegamos lá bem rápido. A igreja era linda, toda branca, com detalhes em dourado.

A igreja já estava bem cheia. A decoração estava um pouco exagerada. A cara da Debrah. Eu e os meus amigos nos sentamos nos últimos bancos da igreja. Castiel estava em cima do altar, em um terno preto lindo, mas sua expressão era de causar medo.

Então, a marcha nupcial começou a tocar, todos nós nos levantamos, e a Debrah apareceu em um vestido branco, ou melhor dizendo, ela estava enrolada em um pedaço de pano. Ao seu lado, tinha um senhor baixinho, com barbicha e meio gordinho, que imaginei ser seu pai.

– Espere o momento certo – Lysandre me disse baixinho.

Debrah passou por nós nos olhando como se fosse superior. Ah Debrah, você ainda não venceu.

Assim que chegaram a seus postos, o padre fez o sinal para nós nos sentarmos. Ele começou a falar, então, chegou a parte que eu queria:

– Se alguém neste presente momento tem algo contra a união deste casal, diga agora ou cale-se para sempre – O padre disse.

É agora. Levantei-me do banco e fui até o tapete vermelho.

– Senhor Padre, eu tenho algo contra! – Eu disse, e todos me olharam.

Antes que eu pudesse dizer algo, dois seguranças apareceram e agarram o meu braço.

– Eu sabia que você faria isso – Disse Debrah – Padre, pode continuar, ela não será mais problema. E seguranças, tirem-a daqui – Ela voltou sua atenção ao padre.

O que? Não, isso não pode acabar assim. Comecei a me debater, mas os seguranças eram muito fortes, e logo eles começaram a se movimentar em direção a porta.

– ME SOLTEM! VOCÊS ESTÃO ME MACHUCANDO! – Eu gritei, Lysandre, Armin e Alexy tentaram me ajudar, mas eles são muito fortes.

– Soltem-a! – Gritou Nathaniel.

Os seguranças não me soltaram, mas Nathaniel passou por entre eles, e terminou aquilo que eu comecei.

– Senhor Padre e todos aqui presentes, esse casamento não pode acontecer! – Nathaniel falava.

– Nathaniel, cale a boca! – Debrah gritou.

– Esse filho que a Debrah carrega... – Nathaniel suspirou – Não é do Castiel, é meu.

Castiel que até então estava em estado de choque, pareceu voltar ao normal.

– Se é assim, eu que não vou me casar com você Debrah! – Castiel levantou as mãos e desceu do altar – Vocês ai, soltem minha namorada! – Ele ordenou.

Assim que os brutamontes me soltaram, fui correndo até Castiel e abracei-o com força.

– Achei que te perderia – Eu quebrei o silêncio.

– Você só vai me perder pra morte – Ele beijou meu cabelo.

Percebi que um certo tumulto tinha se formado, e era o pai de Debrah brigando com ela.

– COMO MINHA FILHA PODE SER TÃO VADIA AO PONTO DE NEM SABER QUEM É O PAI DO FILHO DELA?! – Ele gritava.

– Papai, eu posso explicar... – O pai de Debrah lhe deu um tapa na cara.

Todos nós ficamos chocados. Bom, eu nem tanto, eu já havia recebido tantos.

– NÃO QUERO NEM SABER, ESPERO QUE ESTE RAPAZ SEJA REALMENTE O PAI DESSA CRIANÇA QUE ESTÁ POR VIR! – Ele ergueu as mão pro céu – Por Deus, o que eu fiz pra merecer uma filha dessas?

Debrah olhou pro chão, então, me deu um rápido olhar, falando silenciosamente: “Você vai me pagar” e eu respondi: “Eu não tenho medo de você”.

Percebi que Nathaniel estava sendo forçado a se casar aqui e agora com Debrah. E ele assim o fez. Não acredito que ele fez isso.

***

Uma semana se passou desde o casamento de Castiel. Agora eu e ele estávamos mais grudados do que nunca. Recentemente, tive uma noticia que eu sabia que mudaria bastante a minha vida e a do Castiel também.

Eu e ele marcamos de ir no seu apartamento. Mas antes, eu comprei uma surpresa pra ele, e com ela, ele entenderia tudo. Eu estava quase chegando, com a surpresa na sacola.

Eu sinceramente espero que ele fique feliz, pois eu estava. Então, a vontade súbita de tomar sorvete me tomou. Sorte que tinha uma barraquinha na pracinha ao lado do prédio. Fui até lá. E me arrependi muito.

Castiel estava sentado em um dos bancos, com Debrah no seu colo. Eles estavam se beijando. Não sei o que aconteceu, mas o desgosto de ver aquilo, me deixou tão nervosa, que senti um liquido escorrendo entre minhas pernas. Por eu estar de vestido branco, quando olhei, era sangue. O desespero me tomou, minha visão começou a ficar turva, e eu acabei caindo sentada no chão, com as lágrimas caindo dos meus olhos.

– Moça! Moça! Você está bem? – Falou uma senhora do meu lado – Meu Deus! Você está sangrando! – Eu não estava conseguindo ficar acordada – Por favor, alguém chame uma ambulância! – Ela gritou.

Minha pálpebras estavam pesando, mas mesmo assim consegui ver Castiel chegando ao meu lado.

– Mayu! Fiquei acordada! – Ele pedia, enquanto a moça que me ajudou ligava para a ambulância.

– Castiel... – Chamei o seu nome, mas minha voz saiu fraquinha. Uma lágrima rolou pelo meu rosto.

Escutei o som da sirene da ambulância se aumentando gradativamente, e logo meu corpo estava sendo levantado, sendo posto em uma maca. Logo, eu apaguei.

NARRAÇÃO 3° PESSOA

Mayu havia acabado de desmaiar, deixando Castiel ao seu lado aflito. Quando ela foi colocada dentro da ambulância, Castiel pediu-lhes que lhe deixassem ir junto, afinal, era seu namorado.

– Doutor, o que ela tem? – Castiel perguntou, enquanto o doutor estava de costas, olhando a sacola que Mayu havia deixado no chão.

– Ela estava grávida – Disse o doutor, entregando á Castiel um pequeno sapatinho de bebe amarelo - O senhor não sabia?