Quando acordei, só eu estava na cama. Percebi que eu estava nua. E ao mesmo tempo que fiquei vermelha, sorri, pois aquela noite não tinha sido um sonho, tinha sido totalmente real.

Me enrolei na coberta e levantei da cama, quando fui olha-la, vi  a marca de sangue, o meu sangue. É... ainda não acredito nisso. Andei até a cozinha, pois eu estava com fome, e lá vi Castiel, apenas de cueca, fazendo panquecas. Assim que coloquei os pés lá dentro, ele me olhou, sorrindo.

- Bom dia – Disse.

- Bom dia – Disse vermelha.

- Dormiu bem? Sente dores? – Castiel perguntou.

Sim, eu sentia uma certa dor “lá”, mas não vou dizer isso á ele. Ou é melhor dizer? Pois assim ele poderá me ajudar, mas dá uma vergonha...

- Sim eu dormi bem... E, bem, eu sinto um pouquinho de dor... – Com uma das mãos, eu cocei a nuca, enquanto a outra segurava a coberta pra não cair.

Castiel então desligou o fogão, e andou até mim. Colocou uma mecha do meu cabelo pra trás, e me disse:

- Na próxima não vai doer tanto – Ele disse acariciando minha bochecha.

Ah,bom saber... PERA, na próxima?

- M-mas você vai se casar... – Desviei meu olhar do dele.

- Infelizmente – Suspirou  - Mas com o tempo que eu ainda tenho, eu posso ficar com você.

- E depois? – Acho que eu cheguei a um ponto que ele não queria chegar.

- Depois... – Olhou pro chão – Eu não vou poder fazer mais nada.

Não era essa resposta que eu queria, mas o que eu vou fazer? Ele vai ser pai! Mas pelo menos agora, quero fingir que tudo isso sumiu.

- É melhor nós comermos, temos que ir pro colégio – Castiel disse.

- Hm, Castiel? – O chamei – Podemos faltar hoje? É que eu queria ficar com você... – Corei.

Castiel deu aquele sorriso pervertido, e me puxou pela cintura.

- Será que eu vou acabar te transformando em uma ninfomaníaca? – Ele riu.

- Se isso acontecer, a culpa será sua! – Eu disse, então Castiel atacou os meus lábios.

Nem comemos as panquecas, voltamos para o meu quarto e bem... nós repetimos a melhor noite da minha vida.

***

Falta apenas dois dias pro casamento de Castiel, eu, Lysandre, Kyra, Alexy, Armin e Rosalya fomos convidados pra ir. Sinceramente? Pra que eu iria? Pra me machucar mais? Mas Alexy disse que eu deveria ir, e ele até me comprou o vestido.

Castiel e eu depois da nossa noite, não conseguimos definitivamente nos falar. Debrah fazia o inferno. Mas isso não nos impedia de trocarmos olhares cúmplices.

Eu estava indo pra aula, quando Kyra passou correndo no corredor e agarrou o meu braço me levando perto da escadaria. Rosalya, Lysandre, Alexy, Armin e até a Ambre estava lá.

- Hey! O que está acontecendo?! – Eu perguntei.

- Mayu temos uma noticia! – Kyra disse.

- Então digam – Eu falei me sentando em um dos degraus da escada.

- O filho da Debrah – Ambre se pronunciou – Não é do Castiel, é do Nathaniel.

Eu cairia se não estivesse sentada. Mas como? Castiel namorava com a Debrah, e mesmo que ela tivesse um caso com Nathaniel, ainda haveriam chances. Expliquei isso a eles.

- Não há chances. Pois se fizermos os cálculos, a Debrah engravidou na época que ela e o Castiel não transavam, pois ela mentia dizendo que estava menstruada ou com cólica, só pra poder ficar com Nathaniel – Ambre explicou-me.

- E como você sabe disso Ambre? – Perguntei.

- Porque a Debrah era minha amiga. Mas quando eu descobri o que ela fazia, eu não quis mais ser sua amiga – Ambre olhou pra baixo.

- Então não há motivos pro casamento acontecer! – Cheguei a essa conclusão.

- DEEEER! – Falaram todos juntos.

Então Castiel não vai ser pai, ele não vai precisar se casar. Um imenso alivio se fez dentro de mim.

- Como vamos avisa-lo? Debrah não sai de perto dele! – Rosalya disse.

- Eu tenho um plano – Lysandre falou.

Nós nos amontoamos perto de Lysandre e o escutamos. Realmente não tinha como dar errado. Seria tudo ou nada.

Depois de ouvi-lo, todos nós concordamos com o plano. Cada um teria sua função, e eu fiquei com a mais difícil. Mas tudo bem, eu faço de tudo por Castiel.

Depois, fomos todos para a sala de aula. O professor nos repreendeu por estarmos muito atrasados.

Na hora do intervalo, nós todos fomos falar com Nathaniel, que faz parte do plano. Fomos até a sala dos representantes, e lá estava ele, olhando uns papéis.

- Nathaniel? – Chamou Lysandre, ele o olhou – Queremos falar com você – Ele acenou positivamente.

Entramos todos na sala.

- Você deve saber o que viemos fazer aqui – Disse Armin.

- Não, eu não sei – Ele deu um sorriso cinico.

- Por favor Nathaniel, você sabe muito bem! – Kyra disse.

- Ok, eu sei, ídai? – Ambre chegou perto dele e o puxou pelo colarinho, surpreendendo todo mundo.

- Como você pode deixar a vida do Castiel ser estragada assim sem fazer nada? O filho é SEU! – Ambre gritava.

- Querida irmãzinha, me solte – Ambre o soltou – Eu não quero ser pai, muito menos me casar. É melhor pro Castiel, já que ninguém o quer.Ele vai ter a chance de ter uma família – Ele falava como se tivesse razão.

- O quê? Ninguém o quer? Então eu sou ninguém! – Disse – Não quero que a vida dele seja estragada nem por você nem por ninguém! NUNCA VOU PERMITIR ISSO! Tome vergonha nessa cara e assuma seus atos! – Eu tremia de raiva, todos me olhavam espantados.

-  Me deem licença, eu estou trabalhando – Ele voltou a olhar os papeis.

- Se a vida dele acabar por sua causa e daquela vibora, você vai ter que viver com a culpa dentro de ti – Eu disse por fim.

Sai correndo da sala, com todos os outros atras de mim. Fomos até o final do corredor, e todos nós nos entreolhamos.

- Que declaração mais linda – Alexy disse sorrindo.

Dei um meio sorriso.

- O que vamos fazer agora? – Olhei para Lysandre.

- Já que o plano A não deu certo, vamos para o plano B – Todos concordamos.

Não me importa o que eu vou ter que fazer, não vou deixar a vida de Castiel estragar desta maneira. Farei de tudo para que mascara de Debrah caia, e a verdade venha a tona. Mas de repente, comecei-me a sentir mal.

- Mayu, você está bem? – Rosalya perguntou.

- Sim... – Eu disse.

- Você está pálida – Lysandre disse.

- Acho que é por causa do nervoso – Ri de leve.

- Espero que seja realmente isso – Alexy disse.

Não entendi o que ele queria dizer, mas não me importei. Agora tínhamos problemas mais sérios. O sinal de termino das aulas tocou, e cada um foi pra sua casa. Estávamos em contagem regressiva até o casamento.