Never Alone escrita por B Mar, B Mar
Cap 12
Peeta PDV:
Nunca pensei que ficaria tão feliz quando o “dia da cadeira” terminou. Era pouco mais de 13h quando Katniss me avisou que voltaríamos para entregá-la, e que eu não precisava mais ficar sentada. Quando me levantei, quase caí. Minhas pernas estavam levemente dormentes, mas as forcei quando corri do andar até o térreo e de volta nas escadas de incêndio.
Eu ficaria mais feliz se Finnick não estivesse me esperando na porta quando eu voltei, mas a vida é assim.
– Você não devia estar na sua casa? – Provoquei.
– Sou vizinho da Kat. – Deu de ombros. – Quem você acha que cozinha nessa pocilga?
– Você cozinha? – Me espantei.
–Quem? Eu? Tá doido. – Revirou os olhos. – Eu costumava sair para comer, mas aí a Kat se mudou pra cá, então eu venho comer aqui. Café da manhã, almoço e jantar. Infelizmente, eu tenho que ajudar nas compras, mas é a vida...
– Finnick, vai chamar a casa de outra pessoa de pocilga. – Katniss berrou. – A sua casa é uma pocilga, a minha não é.
Ele riu e se sentou no sofá e fiz o mesmo.
– Posso ligar o pay per view? – Ele berrou.
– Se for pagar.
Finnick bufou e Gale tomou o controle de sua mão, mudando de canal.
– Pronto. Vai assistir desenho, criança. – Bateu com o controle na testa do loiro.
– Ei. Como sabe que essa é a minha cabeça?
Gale gargalhou.
– Sou um mágico.
Ele se sentou no sofá oposto e seu cão veio para seu lado. Me virei para a TV, onde um de meus desenhos preferidos, de quando era criança, estava passando, mas um som de vidro e queda, seguido de um grito de Katniss, chamou minha atenção.
– Katniss.
Corremos os três em direção a seu quarto, parando em seu banheiro.
– Katniss? – Bati na porta.
– O que? – Ela tentou manter um tom ameno, mas era óbvio que havia caído e se machucado.
– Você está bem.
– Ótima.
– Katniss, você caiu? – Finnick se adiantou.
– Eu só me bati no boxe, Finn, está tudo bem.
– Tem certeza?
– Absoluta. Podem ir embora? Eu não gosto de gente dentro do meu quarto.
Saí com Gale, mas Finnick apenas fechou a porta, ficando lá dentro.
Finnick PDV:
– Kat, põe uma toalha, eu vou abrir a porta. – Avisei, pegando a chave mestra do apartamente.
Ela suspirou resignada do outro lado.
– Não consigo. Eu caí no chão e a tolha está muito longe.
Tentei parecer calmo.
–Eu vou entrar e te dar a toalha. – Avisei. – Eu prometo que não olho.
Ela não disse nada e entrei olhando para o teto. Busquei por sua toalha e estendi na direção do boxe, uma pouco mais embaixo para que ela pudesse pegar.
– Tudo bem. – Falou depois de alguns segundo e lhe olhei.
Katniss estava apoiada em uma das paredes, a cadeira de banho virada para baixo.
– Você está bem? – Me abaixei em sua direção.
Ela confirmou, mas avaliei sei rosto. O choque com o chão estava exposto no corte em sua sobrancelha direita e no nariz vermelho.
– Eu pus as mãos, mas acabei batendo a testa.
Passei um braço por seus joelhos e outro por suas costas, erguendo-a e tomando cuidado para não deixar que nenhuma parte de seu corpo se machucasse, enquanto ela se segurava em meus ombros.
Eu conhecia Katniss bem o bastante para saber que seu orgulho estava ferido, mas ela não recusou minha ajuda, como fazia quando mais nova.
Eu sabia que ela sempre deixava uma toalha na cama, então a deitei ali antes de me virar de costas, esperando ela se secar e se vestir.
– Se quiser ajuda...
– Não precisa.
Obedeci. Katniss não demorou mais que poucos minutos para me chamar novamente.
– Finn.
Me abaixei em sua direção e lhe levei até uma poltrona, sabendo que Katniss odiava ficar deitada sem motivos.
Saí do quarto e peguei um kit de primeiros socorros, voltando para Kat e vendo seu rosto mais manchado de sangue.
Quando limpei, notei o tamanho do machucado. Havia literalmente um buraco sangrento na testa de Katniss.
– Acha que conhece alguém que possa dar pontos? – Cocei o pescoço, enquanto pegava gaze para pressionar e estancar.
– Deixa de besteira, Finn. – Ela revirou os olhos.
Katniss se ajudou, pressionando o local com algodão e ficamos ali por alguns minutos, até que eu não precisasse mais por uma gaze em cima da outra.
– Tarã. – Ela ironizou. – Perfeita novamente.
– E com uma cicatriz em poucos dias. – Completei, buscando por algum band-aid.
Katniss logo fez um curativo pequeno e coloquei no lugar.
– Obrigada pela ajuda. – Murmurou.
– Não precisa me agradecer. Faria o mesmo por mim se fosse eu a cair.
– Você não cairia.
Parei e me abaixei para olhá-la.
– Qualquer um pode cair no chuveiro, Katniss. – Lembrei. – Não precisa ter vergonha só por isso.
Ela confirmou a contra gosto.
– Pode pegar a minha cadeira, por favor.
Fui até o banheiro e peguei a cadeira comum de Katniss.
– Quer ajuda?
– Não, eu posso fazer isso.
Me distanciei e ela habilmente se transportou da poltrona para a cadeira.
Segui à sua frente e fiz um sinal de “não pergunta” para Peeta, enquanto Gale simplesmente ficava em silêncio.
– Eu... Hum... Acho que está na hora de ir para o trabalho. – Peeta se levantou, coçando a nuca. - Vocês vêm?
Confirmamos e Gale pôs a guia na cadela.
– Eu dirijo. – Sorri, vendo a chave na bancada.
– Nem pensar.
Katniss passou à minha frente e saiu do apartamento. Esperei que Peeta e Gale fossem embora e tranquei a porta com a chave que minha prima havia me dado, então segui atrás do três.
Continua...
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