Iridescent escrita por Miwa Mazur


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Here comes the sun, and it's allright!
Férias! Férias, tão merecidas, férias! Que, infelizmente, foram iniciadas com a triste notícia da morte do Coryn :((
Sou uma Gleek, e quem me segue nas redes sociais (@daniasoares) sabe bem como reagi! Nunca esperaria que algo assim acontecesse com ele, uma vez que estava lutando contra -- e parecia até mesmo ter ganhado a guerra. Mas é como observei com uma amiga minha: A morte não pode ser subjugada. Ela é capaz de surpreender até mesmo o melhor dos profetas.

Mas então, trago a vocês um capítulo de Iridescent! Um partidor de corações, vou avisando (Sim, Aline, é aquele. Aquele lá. Aquele.) & aviso que amanhã deixo de chatice, e respondo todos os reviews devidamente!
Detesto respondê-los quando to sob pressão porque, tipo, me pego escrevendo respostas breves. E eu gosto de sentar e interagir mesmo, sabe? Detesto aqueles autores que recebem cartas como review, e respondem um "Obrigada por comentar. bjs" --'
Ah é *rufem os tambores* estou lendo GoT! E, pelo anjo, parem de matar todos que amo :((
Mas não posso falar nada. Quarta feira vocês me xingarão. E muito. Acabei de finalizar um capítulo com um final mais trágico ainda! RIP.
Talvez vocês desconfiem quem é [...]
J.



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Minha cabeça explodia. Foi isso o que me motivou a tirar a mesa com Dimitri, ganhando algum tempo. Tudo rodava, e eu desejei ter algo como a massa do pão por perto. Eu queria socar qualquer coisa que estivesse na minha frente.

Talvez fosse por isso que tivesse escolhido ficar ali com Dimitri. Com ele – ou alguém – por perto, eu me conteria, e não quebraria algum copo acidentalmente.

Dimitri não era o responsável pelos ataques de Strigoi, disso eu tinha certeza. Ele nem mesmo parecia saber sobre isso. Mas e se eles ocorressem por causa dele? Porque ele estava aqui, e seus antigos súditos quisessem alguma vingança? Isso era algo que eu não iria pagar pra ver.

Muito menos deixá-lo correr o risco.

Eu precisava encontrar esses Strigoi, e continuar a fazer o que havia começado no ano passado, com os descomprometidos. Eu deveria caçá-los e extrair o máximo de informações que fosse possível.

O único problema era que a pessoa que saberia me dizer melhor sobre eles, não poderia saber sobre isso. Dimitri tinha sua própria escuridão, e mesmo que ele pudesse me dar informações sobre o tipo de gente com quem eu lidaria dali em diante, não deveria ficar sabendo. Eu não queria que nada acontecesse com ele.

Mas não era por esse mesmo motivo que eu estaria indo até o inimigo?

Bati um copo contra a pia, fazendo Dimitri me lançar um olhar curioso. Droga.

-- Você pode deixar as coisas aí – ele comentou, com os olhos atentos aos meus movimentos – eu posso terminar isso. Vá para a sala.

-- Não, obrigada. – respondi secamente.

Ele ergueu uma sobrancelha para mim, deixando de levar os talheres até a pia, e parando no meio do caminho. Eu não estava com paciência para lidar com Dimitri – no caso, com perguntas – então me desvencilhei de seu caminho, continuando a tarefa como se nada tivesse acontecido.

Ainda.

Ele continuou me analisando, provavelmente se perguntando o que tinha de errado comigo. Ah, todos estavam fazendo essa pergunta ultimamente. Talvez devessem me internar de vez, isso acabaria com duas grandes preocupações. A escuridão, e como lidar comigo.

Afinal, nem mesmo minha mãe soubera como fazê-lo.

Respirei fundo, sentindo uma névoa encobrir minha mente novamente. Eu deveria dizer isso à Lissa? Não, ela não entenderia. Provavelmente pensaria que eu estava enlouquecendo. Poderia dizer isso à Olena? Poderia – afinal, ela havia demonstrado se importar comigo – mas ela contava comigo para a melhora da escuridão de Dimitri.

E essa última justificativa acabava com todas as chances de eu sequer falar com ele.

“Como se eu pudesse cogitar essa ideia”, pensei amargamente.

-- Rose – Dimitri chamou calmamente assim que coloquei o último copo dentro da pia – o que você e Denis conversaram? – disse ele, ainda me analisando. Puxei uma cadeira para a cozinha, sentando-me ali enquanto Dimitri começava a lavar a louça.

Minha cabeça era uma bomba. Ela explodiria em menos de um minuto.

-- Nada. – resmunguei, erguendo uma mão até a têmpora. Massageei o local como se isso pudesse evitar o som rítmico que preenchia os meus ouvidos.

-- Vocês conversaram sobre algo – seu tom se tornou insistente, porém ainda paciente. – e você não parece bem depois que ele foi embora.

-- Talvez seja só preocupação por Tamara. – Justifiquei, exasperada. – Eu a conheci, sabia?

-- Ou talvez você esteja me escondendo algo. – Ele evidenciou. – Porque é essa a sensação que tenho desde que chegamos aqui.

-- Talvez você esteja paranoico. – Provoquei. – Que importância isso tem, Dimitri?

-- Isso está te afetando. – Ele afirmou. Não havia incerteza na voz dele, apenas a completa confiança e sabedoria. Então, fechou a torneira e seus olhos se voltaram para mim. – O que você está escondendo, Rose? – Perguntou novamente. Não havia sentimentos em sua voz. Pelo menos, não que eu pudesse identificar.

E isso foi necessário para que a bomba em minha cabeça explodisse:

-- Por que você finge se importar? – Acusei. Avancei dois passos para frente, sentindo a raiva me consumir. Cerrei os punhos, vendo Dimitri me analisar novamente. – Por que apenas não me deixa ser afetada? Não é como se você se importasse. – Cuspi as últimas palavras. Aquilo era o que estava me incomodando.

Dimitri não perguntava isso de coração – não, ele não fazia nada que estivesse relacionado a mim, com sentimentos. Ele havia deixado bem claro que estes nem mesmo existiam. O passado não existia.

Apenas o quão ruim ele havia sido. E, oh, aquilo doía. Doía como o inferno.

-- Finjo me importar? – Ele repetiu minhas palavras em tom ríspido, como se elas fossem algo doentio até mesmo para se cogitar. – Você realmente acha que eu finjo me importar? – Ele disse, dando um passo à frente. Então, sua mão enlaçou o meu braço, me puxando para frente de forma que ficássemos cara a cara. – Por que você acha que eu finjo me importar com você, Roza? – Perguntou. Dessa vez, havia mágoa em sua voz. E era exatamente isso o que seus olhos demonstravam.

-- Porque você desistiu de mim. – Repeti suas palavras. Ele me encarou completamente descrente, até que reconhecimento passou pelo seu rosto. Puxei meu braço, no entanto ele não o soltou. Pelo contrário, nos aproximou ainda mais, de forma que tive que levantar minha cabeça caso quisesse encará-lo.

-- Nunca mais – ele sussurrou – nunca mais repita isso, Roza. – Dimitri começou a soltar meu braço. Eu ainda o encarava, tentando entender o sentido de suas palavras. Eu não deveria dizer que ele não se importava comigo?

-- É a verdade. – Resmunguei em sua direção. Dimitri passou a mão pelo cabelo castanho, como se estivesse tentando recuperar seu controle. Bem, o meu já havia ido para o espaço há algum tempo.

-- Não, essa não é a verdade! – Ele explodiu, voltando a me encarar no mesmo segundo. – Eu me importo com você mais do que comigo mesmo, Rose! Quantas vezes vou ter que te provar isso?

-- Quantas vezes repetir que o amor acaba, e o seu acabou. – O enfrentei. Dimitri me encarou novamente, balançando a cabeça:

-- Por Deus, Roza. – ele sussurrou. – Eu a amo mais do que a mim mesmo!

Bem, não havia uma resposta esperta o suficiente para aquilo. Aliás, qualquer pensamento desaparecido. Apenas a minha respiração e a de Dimitri desafiava o silêncio. Ainda assim, era perturbador demais.

Continuei a encará-lo, vendo-o fazer o mesmo. Ele parecia finalmente ter tomado consciência do que havia acabado de falar, e rapidamente colocou a máscara de guardião.

Então, o cara dizia que me amava, mas se recusava a mostrar como se sentia?

Ah, pro inferno. Dimitri havia dito que me amava. Isso era o suficiente.

-- Você... – a voz saiu rouca, como se eu não tivesse usado-a minutos atrás. – Você deveria ter me dito isso antes.

-- Não, eu não deveria. – Ele contrapôs. – Porque só amor não é suficiente. Não agora.

O encarei por mais uma fração de segundos. Ele havia feito de novo.

Havia me dado esperanças e, em seguida, despedaçado tudo o que restava de mim. Dessa vez, não foram lágrimas que brotaram, mas a dor de cabeça que se intensificou. Era como se a bomba tivesse plantado mais duas com sua explosão, e agora, além do fogo se alastrando pela minha cabeça, também havia o relógio pulsando em dobro.

Eu não tinha controle de mim mesma. Não mais. E Dimitri percebeu alguma mudança.

-- Seria mais fácil se você dissesse que nunca será suficiente. – Vociferei para ele, esquecendo-me completamente do analgésico ou qualquer coisa que aliviasse a dor de cabeça. Ela seria minha desculpa para que eu me enfiasse no quarto.

Não cheguei a ir à sala, uma vez que a escada ainda ficava no corredor. Simplesmente subi, não me importando com Nikolai. Eu havia feito minha parte. Dimitri havia aprovado o namoro.

Eu era dispensável.

Bati a porta do quarto, em seguida chutando uma almofada para longe. As meninas haviam arrumado a minha cama, e imediatamente isso me encheu de fúria. Joguei o travesseiro em algum canto do quarto, arrancando a coberta em seguida e deixando-a cair ao pé da cama.

Cerrei os punhos. “Só amor não é suficiente. Amor acaba, o meu acabou.” Como eu poderia confiar em um cara que vivia se contradizendo?

Talvez Dimitri só estivesse tentando encontrar um meio de me dizer que não me queria de forma fácil. Talvez só estivesse preocupado em quebrar meu coração.

Eu ainda tinha um?

Agora sim lágrimas brotaram nos meus olhos. Sim, eu ainda era capaz de sentir. Mas não era isso o que todos pensavam. Estavam acostumados a jogar a culpa em mim, a mentir. A omitir.

Quem mais estaria fazendo isso?

Lissa. Eu tinha certeza disso. Ela estava me escondendo muitas coisas, uma vez que estava perto o suficiente de Dimitri. Os únicos inocentes eram Christian e os Belikov. Eu já não podia confiar em nenhum outro.

Isso se Lissa também não tivesse feito a cabeça de Christian.

Céus, quantas pessoas estavam mentindo para mim? Quantas? Por quê?

A fúria dominou meu corpo. Não era algo que eu pudesse controlar, não dessa vez. Havia uma voz em mim que me dizia para parar, sentar e pensar. Todos tinham uma boa razão, queriam me proteger.

Mas e se ao invés disso estivessem apenas me deixando mais aberta ao perigo?

“Eles não podem julgar o melhor para mim”, pensei amargamente, dando um soco no travesseiro já recuperado.

Minha cabeça explodiria. Minha alma explodiria. Corri para o banheiro no quarto de Viktoria, abrindo o armário. Ali estava o objeto pontiagudo que eu havia visto mais cedo: uma gilete.

Segurei sua lâmina fria e reluzente com uma mão. Ela tremia. Ainda assim, estiquei o pulso e segurei a lâmina com mais firmeza. Como era mesmo que Lissa entoava?

“Dor física para aliviar a dor mental.”

Entoei aquela frase como uma prece – não que eu fosse uma pessoa religiosa. Se Deus me deixasse dormir até tarde nos domingos, eu acreditaria nele – e então encostei a ponta fina da lâmina em minha pele. Fechei os olhos, puxando a lâmina.

Mordi o lábio para conter o grito, vendo o sangue jorrar de um pequeno corte. Só uma fenda. Fina, pequena... Ninguém notaria. Mas aquele sangue que começou a escorrer levou parte da minha raiva. Parte da minha vontade de gritar com todos e perguntar o que eu os tinha feito para que fossem assim.

Puxei a lâmina novamente, abrindo mais a pequena fenda.

Mudei a lâmina de posição, puxando-a na vertical agora, formando uma cruz. Ironicamente, uma cruz.

O ardor do corte me atingiu, e então soltei a lâmina. Joguei-a de volta no armário, puxando papel higiênico e o colocando sobre o sangue. Pressionei sobre a cruz por alguns segundos, antes de jogá-lo no vaso e vê-lo ir embora para sempre.

Sem vestígios.

A não ser a cruz vermelha que continuava no meu braço.

Assim que fechei a porta do armário, o cansaço me bateu. Talvez pelas horas não dormidas na noite passada, talvez pela escuridão que me tomara. Caminhei de volta até a cama, não me importando com o vestido que usava, e deitei. Afundei a cabeça no travesseiro, puxando a coberta para cima.

Em poucos segundos, meus olhos se fecharam. Pela primeira vez desde que aquelas palavras foram ditas, elas não ecoaram na minha mente.

X

Senti que algo me encarava. Algo não, alguém. Abri os olhos, logo focalizando em Yeva:

-- Já que está acordada – ela sussurrou – quer nos acompanhar até a casa de Mark e Oksana? Eles têm perguntado por você.

Assenti, esperando-a sair do quarto até levantar. Ninguém poderia saber do corte. Ninguém.

Troquei o vestido por uma calça jeans e um moletom que era maior do que eu, de forma que mais do que tampava meus braços, dando de cara com Lissa e Dimitri na sala, juntamente com Yeva.

-- Onde estão os outros? – perguntei.

-- Eles foram ao cinema com Nikolai e Viktoria. – Lissa me deu um sorriso afetuoso, me dando um meio abraço. – Como você estava dormindo, achamos melhor não perguntar.

Então alguém havia entrado no meu quarto. O pânico começou a tomar conta de mim. Mas, pelas expressões deles, não haviam visto o corte.

-- Vamos logo. – Yeva disse. – Eles nos esperam para o jantar. – Avisou, me fazendo olhar pela janela. Logo não teríamos mais sol algum.

Me permiti relaxar durante a caminhada até a casa de Oksana. Eu sentira falta dela desde que saíra da Rússia, e devia a ela um verdadeiro “obrigado” por ter me ajudado a expulsar Avery da cabeça de Lissa. Mesmo que isso significasse que Lissa tivesse que explicar a Dimitri a história.

Agradeci mentalmente por ela não ter testemunhado a ilusão que Avery criou para tentar me derrubar.

O caminho até a casa de Oksana foi muito melhor agora que eu não tinha madeiras e pedras nas minhas costas – muito menor, isso eu poderia garantir – de forma que logo estávamos em sua porta.

Observei a entrada. Uma casa com uma boa estrutura – estava pintada de creme agora, com o número 47 entalhado ao lado da porta – e, se eu me esticasse, poderia ver a pequena horta que Mark e Oksana tinham.

Alguns minutos após Yeva gritar algo em russo, Oksana abriu a porta, abrindo um sorriso alegre e grato em nos ver. Primeiro tomou Dimitri nos braços, murmurando algo em russo. Imaginei que ela estivesse dizendo o quão estava feliz por tê-lo de volta. O som se parecia com uma prece.

Então seus olhos se viraram para mim, e ela me deu um abraço apertado:

-- Fico feliz por você estar bem, Rose – ela sussurrou com a voz embargada – Deus sabe o quanto rezei para que nada de mal te acontecesse durante esse tempo.

-- Dimitri não sabe de Avery – sussurrei de volta. Senti sua cabeça se mexer contra o meu rosto, como se assentisse.

-- Não falarei nada. – ela respondeu. Sorri aliviadamente, mesmo que ela não pudesse ver.

-- Obrigada. – respondi. – Tanto por Lissa e Avery, como por mim.

-- Uma parte de você sempre estará na Rússia. – Ela disse. – Juntamente com sua família. Os Belikov. – Então piscou para mim, indo cumprimentar Lissa. Embora Lissa não a conhecesse, Oksana agiu com intimidade perto dela. Ela não desconfiou disso, afinal.

Todos poderiam já ter ouvido falar da Princesa Vasilisa. Isso bastava.

-- Mark já estará de volta. – Ela disse. – O mandei ao mercado, estou sem legumes.

-- Não fará muita falta. – Lissa brincou, me lançando um olhar cúmplice. Pisquei para ela, entrando na casa de Oksana.

Assim que me sentei, o celular tocou. Oksana me lançou um olhar divertido, como se eu tivesse sido pega no flagra. Dei um breve sorriso a ela antes de caminhar até o corredor e atendê-lo:

-- Hathaway.

-- Rose. – A voz de Denis soou do outro lado. Como ele havia conseguido o meu número? – Descobri um código. Os Strigoi estão invadindo casas, Tamara foi atacada enquanto dormia, por isso não se defendeu devidamente. – Sua voz soava urgente. – Encontrei um papel caído na minha casa, e ele contém um esquema de casas que foram e serão invadidas por eles.

-- E...? – Indaguei. Minha voz estava soando tão preocupada quanto a dele agora.

-- O próximo ataque acontecerá em instantes.

-- Se você parar de me enrolar, podemos fazer algo a respeito. – Resmunguei. – Qual é a casa?

-- Número 47. – Gelei por dentro. – Não me lembro de nenhuma casa que tenha o número 47. – Ele murmurou, pensativo.

-- Denis. – Chamei. – Eu estou na casa 47.

-- Rose, saia daí o mais ráp-

Nessa hora, ouvi o barulho de uma porta sendo arrancada do lugar. Haviam chutado-a, e agora a porta estava jogada entre os sofás em que Yeva, Lissa, Dimitri e Oksana estavam.

Tarde demais.

Desembainhei a estaca, correndo por trás do sofá. Dimitri já estava de pé, no entanto Lissa e Oksana correram para a cozinha, o ponto onde antes eu estava.

Esperei pelo movimento de Dimitri. Ele não agiu, apenas encarou o adversário:

-- Finalmente nos encontramos, Belikov. – O monstro rugiu. – Foi difícil encontrá-lo.

Denis estava certo. Estavam atrás de Dimitri.

Não esperei por mais nenhuma palavra, me lançando contra o Strigoi. Ele pulou para trás a me ver, e investi novamente contra ele, dando um chute em seu peito. Ele bateu contra a parede da sala de Oksana, me dando uma vantagem.

Tão rápido quanto fora arremessado contra ela, deu um passo para frente, ficando peito a peito contra mim. Joguei meu corpo para o lado para evitar seu tapa, e me aproveitei de seu movimento para segurar seu braço, em uma tentativa falha de torcê-lo atrás do corpo.

O Strigoi se soltou, e nessa hora aproveitei a posição para enfiar a estaca em seu peito, entrando pelas costelas. O que parecera difícil no treinamento, soou mais fácil na prática.

Mais três Strigoi entraram na sala. Dois avançaram para Dimitri, um voou para mim. Ela era ruiva, com olhos cinza. Provavelmente tinha um relacionamento amoroso com o que eu acabara de matar.

Reprimi o impulso de vomitar, pensando em como criaturas egoístas poderiam amar. Eles mal conseguiam conviver juntos, como poderiam dizer que estavam apaixonados?

Recolhi meus pensamentos, lembrando-me de como Dimitri havia proposto que fossemos como eles. O pensamento me deu fúria, me fazendo lutar.

Corri até a ruiva, e minha estaca passou zunindo por sua pele pálida. Ela jogou a cabeça para trás, e em seguida pressionou a mão contra minha garganta. Meus pés saíram do chão conforme ela me erguia, e usei seu próprio golpe para cravar a estaca em seu braço, e dar um chute em seu estômago. Ela me soltou, curvando-se para urrar de dor pelo braço ensanguentado. Ela usava uma jaqueta branca, de forma que o sangue ficou bem evidente.

Aproveitei-me de sua distração e cravei a estaca em seu peito, arrancando-a em seguida, vendo o corpo cair diante dos meus pés.

Dois Strigoi cercavam Dimitri – ele havia lutado na Corte, treinado em segredo por algum tempo, porém estava em desvantagem. Estava enfrentando ex parceiros, então a percepção da realidade e do passado o prejudicavam.

Ironicamente, fora ele quem havia me dito para não hesitar no passado. Agora, fazia o mesmo.

Corri até ele, agachando para desviar do soco que me atingiria pela Strigoi loura que percebeu meu movimento, e então cravei a estaca em seu abdômen. A Strigoi deu um grito, e então arranquei a estaca, e quando estava prestes a cravá-la em seu peito, a aberração me deu um tapa. Meu corpo foi arremessado até a outra parede da sala, e por um instante eu perdi a visão.

Quando voltei, o monstro rosnava para mim. Minha cabeça ainda rodava, mas forcei meus joelhos a se firmarem, e então levantei. Avancei contra ela, atingindo um soco em sua mandíbula e outro em seu peito – no exato local em que eu teria que atingir com a estaca – e ela me deu outro tapa, dessa vez no rosto. Senti o formigamento, e me perguntei se ela teria força o suficiente para produzir ali um blush natural.

Ignorei minha mente novamente, e joguei meu corpo contra o dela. Aproveitei que o sofá estava atrás do corpo da Strigoi, e ela se desequilibrou. Joguei meu corpo por cima do dela, e cravei a estaca em seu coração. Seus olhos se arregalaram de surpresa, e então ela caiu.

Olhei para o outro lado da sala. Dimitri deu um soco no queixo do Strigoi ruivo com quem lutava – ruivo, com sardas, e olhos atraentes. Ele me lembrava de Mason. Reprimi aquelas lembranças. Mason não poderia ser comparado com um Strigoi. Céus, se ele pudesse ler pensamentos de onde estivesse, me atormentaria pelos próximos dois anos – e, quando o Strigoi investiu de volta, segurou o punho do adversário com força e o virou em suas costas, cravando a estaca ali, chegando ao coração pelas costelas.

Eu tentara fazer isso, mas não conseguira. Bufei.

Minha cabeça rodava, então cambaleei até Dimitri. Ele parecia exausto, mas assim que me viu, ignorou todo o cansaço que tomava conta de suas feições anteriormente.

-- Rose? – perguntou, passou um braço ao meu redor. Eu não respondi. – Roza?

Afastei-me de seu braço, já voltando a enxergar normalmente.

-- Acho que bati a cabeça forte demais. – resmunguei, passando a mão pelo ponto em que minha cabeça colidira contra a parede.

-- Levem-na para cima. – Yeva gritou. – Melhor: Eu a levarei. Você cuida de pegar os curativos, Dimka.

-- Eu estou bem, Yeva. – disse. Ela me lançou um olhar exasperado.

-- Sua cabeça está sangrando, e você tem um corte no supercílio. – Ela listou. – Não, Rose, você não está nada bem. – Então murmurou algo em russo, que se parecia com um palavrão.

Não tive escolha senão subir pela pequena escada até o quarto de hóspedes de Oksana, e, assim que deitei na cama, senti a verdadeira dor.

Minha cabeça latejava, e eu sentia o líquido quente que escorria pelo meu rosto. Como eu conseguira aquele hematoma, além de ser jogada contra a parede?

A mulher que me estapeou. Ela usava um anel. Maldita.

Yeva se curvou sobre mim:

-- O que aconteceu hoje é um aviso, Rose. – Reprimi um gemido. Mais profecias não! – Tenho tido sonhos sobre você. Muitos. Você e Dimitri terão que enfrentar o passado, mas somente você tem força o suficiente para superá-lo. – Aquilo me deixou alerta. Enfrentar o passado? – Só você poderá definir como a guerra terminará, Rose. Só você. – Enfatizou a última palavra, me lançando um olhar repleto de fé. Então, me deu um meio-sorriso, saindo do quarto.

Eu havia desmaiado, certo? E as palavras de Yeva foram por ter batido a cabeça. Essa era a única explicação.

Quão forte eu havia batido a minha cabeça, a propósito?

Assim que Yeva saiu, Dimitri entrou no quarto. Me sentei na cama, de forma que facilitasse seu trabalho.

-- Você não se surpreendeu quando os Strigoi entraram aqui. – Ele afirmou. Encarei seus olhos castanhos que me analisavam, mesmo que estivessem concentrados no corte no supercílio.

-- Denis foi quem me telefonou. Há um código para isso, Dimitri. – Ele assentiu. – Estão invadindo casas em determinada ordem. Ele tem a lista.

-- Então podemos impedi-los. – Dimitri concordou. – Isso é bom. Podemos alertá-los. – Vi uma chama do antigo Dimitri ali. Aquele que queria proteger as pessoas, e que não pensaria duas vezes em colocar sua vida em risco para protegê-las.

Assenti, ainda o encarando.

Assim que terminou de limpar a ferida, colou o curativo até que chegássemos na casa dos Belikov e eles pudessem cuidar melhor disso. Porém, mesmo que tivesse terminado, continuou me encarando.

-- Rose... – ele prolongou a palavra, receoso. – Se você quer o desenho de uma cruz em seu pulso, por que não faz uma tatuagem ao invés de se cortar?


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Notas finais do capítulo

Olá minha gente bonita XD então.... não acho que hoje seja um dia de conversas. O capítulo é super hardcore e Dimitri conseguiu machucar mais ainda Rose... Escuridão já está prestes a chegar ao limite então... as coisas serão tensas a partir de agora :3
outro motivo é que nosso eterno Finn de Glee faleceu né? Cory era excepcional, e apesar de eu não ser Gleek atualmente, eu já amei muito essa série e seu elenco, incluindo o Cory... então se algum leitor aqui é um Gleek, meus sinceros sentimentos... só nos resta rezar por ele e dar apoio à Lea D:
Bom gente... comentem, e sintam se à vontade para apontar erros ou qualquer coisa parecida XD recomendações tbm são bem vindas tralalalalallalaala
alias.... DENIS Preto de copas (cartas) AMOR DA MINHA VIDAAAAAAAAAAAAAAAAA ele é meu ok? saiam de perto do meu macho u.u Abe vai contratá-lo para ser meu guardião particular :3
Beijos Beeeeijos garotas lindas!!
sigam me no twitter aliás u.u @Miwa_Mazur XD vai ter trend de VA hoje lá, apareçam!!!
Srta. Lo li ta