A Irmã De Renesmee escrita por Thatty


Capítulo 45
Pode beijar a noiva.


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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Elizabeth

 

Era hoje, o grande dia. Na verdade era agora, eu estava ligeiramente atrasada para o meu casamento.

Estava no quarto sentindo 500 emoções ao mesmo tempo. Vontade de chorar, de vomitar, desmaiar e sair correndo.

Podia ouvir os convidados lá em baixo, a música, o falatório, o sentimento de cada um deles...

Me olhei no espelho e suspirei.

Alice tinha feito um belo trabalho em mim. Eu estava me sentindo linda no vestido que escolhi. O penteado e a maquiagem estavam perfeitos levando em consideração que eu não usava maquiagem. Eu estava me sentindo uma princesa de tão linda.

—Olá? - ouvi a porta do quarto se abrir. Eram meus pais. - Podemos entrar?

Respirei bem fundo me dando uma última olhada naquele espelho. Peguei o buquê em cima da cadeira, e sai do closet encontrando meus pais no quarto.

Minha mãe estava linda em um vestido rosê esvoaçante, meu pai estava perfeito em seu terno escuro. Os dois me olharam emocionados quando me viram totalmente pronta pela primeira vez.

—Nervosa? - Minha mãe caminhou até mim ajeitando meu cabelo no véu.

—Uhum - disse sem conseguir falar direito.

Eu sozinha já estava nostálgica com o dia de hoje. Ter que olhar para meus pais, estar tão perto deles no dia do meu casamento, me fazia querer chorar.

Porque provavelmente é o que eles queriam fazer, ou fariam, se pudessem.

A sensação do dia era essa. Emoção e melancolia. Afinal, o bebê encrenqueiro da família estava prestes a casar.

—Sabe Liza, quando você nasceu esse era um dos momentos que eu mais temi - meu pai disse emocionado. - O momento que minha garotinha viraria mulher, esposa e mãe. Perdi você para dois homens de uma só vez. Nicolas e Ariel estão te levando de mim. Não consigo olhar para você vestida de noiva e não passar um filme na minha cabeça, do dia em que nasceu, até esse momento. Você está linda, Nicolas é um homem de sorte. - Então ele me abraçou e me inundou com sua melancolia me fazendo querer chorar rios.

—É filha, você está linda, do jeito que imaginei que ficaria. - Minha mãe disse me abraçando também. - Eu também não sei como estou me sentindo agora. Você sempre deu tanto trabalho, mas no fim a gente amava tudo isso, a vida com você. E agora, vai nos deixar para ter sua própria família.

—Mamãe...

—Está tudo bem. Estamos felizes, fizemos um ótimo trabalho. Estou orgulhosa de você Elizabeth.

—Obrigada - disse com lágrimas nos olhos, totalmente emocionada.

Eles não sabiam o que essas palavras significavam para mim, até porque eu estava prestes a morrer depois desse evento.

Os dois abriram um sorriso e meu pai pois a mão em seu bolso. Ele tirou de lá uma pequena caixinha preta.

—No dia do meu casamento com seu pai, o Vovô Charlie e a Vovó René me deram um arranjo de pôr no cabelo. Ela disse que era uma herança de família. - Minha mãe contou pegando a caixinha da mão dele. - Para que eu passasse para minha filha, e ela passasse para a filha dela. Então seu pai e eu o levamos em um joalheiro que o dividiu em duas lindas presilhas. Uma para você e outra para Nessie. Seus avós colocaram safiras na época. Hoje eu e seu pai completamos com alguns diamantes. - Ela abriu a caixinha revelando a linda presilha que tinha ali. - Essa é a sua.

—Meu Deus, é linda - não consegui aguentar e chorei. Era muita melancolia a minha volta, não deu para aguentar. Ela colocou a presilha rente ao meu penteado, e a fechou com o tique taque. Eu olhei no espelho e fiquei emocionada. - É perfeita, obrigada.

—Não acabou. - Meu pai foi todo animado pegar outra caixa em cima do sofá.

Essa ele me entregou e eu a abri sozinha.

—Bom, ele já era seu, só mandamos restaurar e mudamos algumas coisas - ele avisou.

Dentro da caixa tinha um medalhão que eu reconheci na hora em que o vi.

Meu Deus, fazia anos...

Esse medalhão era mais fechado no pescoço, dando espaço ao Lunam que ficava escondido no vestido, por ter a corrente muito grande.

O medalhão tinha os fios de ouro bem grosso, o pingente em formato de coração reluzia com o brasão da nossa família em cima dele.

Eu me lembrava do dia em que o ganhei pela primeira vez.

Minha mãe me deu um dia antes da batalha contra os Volturi quando eu tinha por volta de 4 anos, ela achávamos que íamos morrer.

Ela pegou de volta quando tudo acabou.

E hoje, antes deu me casar e antes deu enfrentar uma missão suicida ela estava me devolvendo.

Acho que eles não tinham noção do que isso estava significando para mim agora.

O pingente delicado se abria. Quando o abri tinha uma foto nossa de quanto éramos crianças. Uma foto de um natal onde estava eu, meu pai, minha mãe e Nessie. Eu estava no colo do meu pai, Renesmee no colo da minha mãe e nos quatro abraçados.

Do outro lado do pingente a frase que eu tanto conhecia - Plus que ma propre vie.

Eu sabia o que significava. Mais do que minha própria vida.

—É para você lembrar sempre, onde quer que esteja, o quanto nós a amamos. - meu pai tirou ele da minha mão e o colocou em meu pescoço. - Essa é a sua primeira família Elizabeth. E seremos para sempre. Estaremos aqui por você, por Nicolas e Ariel.

—Nem sei o que dizer - disse fungando sem controlar a nostalgia.

—Não importa o que aconteça, onde você more, quantos filhos tenha ou quantas confusões arrume. Vamos ama-la mais do que a nossa própria vida. - Minha mãe ressaltou me abraçando de novo e eu a abracei mais forte ainda.

Eu estava completamente tomada por essa emoção repentina.

Não sabia se era porque ia me casar, ou porque não sabia se os veria depois do dia de hoje.

—Obrigada pelos presentes, eu amei. É tudo perfeito. Eu amo vocês. - Disse secando as lágrimas. - Vocês me fizeram destruir a maquiagem de Alice.

Meu pai riu me abraçando fortemente também.

—Te desejamos toda a felicidade do mundo Elizabeth. Você mais do que ninguém merece isso. - Ele disse.

—Que palhaçada é essa? - Alice entrou no quarto de repente arruinando o clima. - Falei para não fazerem ela chorar. Vou ter que arrumar essa maquiagem e ela já está atrasada.

Alice tirou todo o clima nostálgico e emotivo enquanto gritava refazendo minha maquiagem. Eu só segurava meus dois colares ansiosa para isso acabar logo.

[...]

Agora sim. Definitivamente pronta, proibida de chorar e com o buquê em mãos, só esperando a hora de entrar.

—Fica calma - meu pai disse ajeitando a gravata.

Meu coração estava batendo tão forte que doía em meu peito. Minhas mãos suavam constantemente, me deu vontade de fazer xixi, me deu vontade de sair correndo. Respirei fundo colocando as mãos no rosto.

Meu coração estava vergonhosamente acelerado.

—Elizabeth - Quando abri os olhos meu pai estava sorrindo.

—Estou ótima - Ele riu.

Então começou a tocar a música que eu entraria e pude ver os convidados se levantarem e pensei que fosse desmaiar.

—Preparada? - Ele me ofereceu o braço.

—Sim.

A música continuou suave, respirei fundo novamente tomando coragem, e enlacei o braço do meu pai.

Ainda com um pouco de dificuldade, por causa do meu nervosismo, começamos a caminhar.

Ok, nesse percurso entre meu pai e meu noivo minha vida toda passou diante dos meus olhos.

Do dia que nasci, da batalha com os Volturi pela minha vida e a da minha irmã. As reviravoltas da minha relação com ela, de todo o sufoco que já fiz minha família passar, da minha crise de identidade, as perseguições que sofri, de ter que me descobrir a cada dia, tudo que passei, para finalmente... Nicolas.

Tudo que me trouxe ao dia de hoje. Esse momento.

Tudo que passei para poder finalmente encontra-lo. Ser totalmente dele e me tornar parte dele.

Tudo isso passava diante dos meus olhos como uma bela história dramática, que resultou em algumas mortes, alguns momentos felizes outros nem tantos, em Ariel que com certeza absoluta era a maior benção e loucura da minha vida.

Mas esse momento em si, era o começo de tudo, ou o fim. Mas de qualquer forma seria um começo, para Ariel pelo menos.

E o medo de não saber se estaria com ele depois desse dia, não me fez menos feliz agora.

Quando olhei aquele homem me esperando no altar, simplesmente me esqueci do nosso propósito e de como eu era uma mulher sortuda. No fim das contas, a vida foi generosa comigo sim.

Ela me deu a chance de viver um grande amor, de multiplica-lo no mundo e oficializar isso perante outras pessoas que eu amava antes de morrer.

Acho que no fim, a vida não foi tão injusta comigo como eu sempre achei que tinha sido.

O nervosismo, o medo, e a ansiedade foram substituídos por uma imensa gratidão ao ver aqueles lindos olhos azuis me encarando e esperando por mim.

Não conseguia enxergar mais nada além dele ali, parado com um sorriso encantador, todo perfeito e pronto para se casar comigo.

Me esqueci até de como se respira por um momento.

Fim da linha.

Edward deu um beijo na minha testa e entregou minha mão a Nicolas, que a segurou sorrindo. Olhei para o lado e vi Renesmee com Ariel no colo. Ele estava a coisa mais perfeita desse mundo. Em um terninho igual do Nicolas e os cabelos penteados para o lado.

Tal pai, tal filho.

Minha atenção foi voltada para o padre. As palavras que ele dizia. O famoso voto quase nunca cumprido. Aquelas palavras que um dia eu achei uma completa idiotice, mas que hoje, estavam fazendo grande sentido para mim, cada uma delas.

Nicolas me olhava as vezes e sorria emocionado. Eu quase não parei de chorar desde o momento que o vi até agora.

Fechei meus olhos quando a hora do sim se aproximou. Nicolas disse um sonoro sim em alto e bom tom seguido por mim.

—Então, eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.

Ah sim, meu marido. Meu Nicolas.

Ele se aproximou devagar pegando na minha nuca e tocou seus lábios nos meus. Eu sentia que era como beija-lo pela primeira vez. Meu coração doía, minha marca ardia, eu mal respirava direito.

Estava plenamente feliz e completa.

—Eu te amo - sussurrou ele.

—Eu também te amo. - Sussurrei de volta ainda com nossos rostos colados.

Aprofundei mais o beijo e pude ouvir os gritos dos convidados, assim como palmas e assovios.

Não tinha ninguém ali que não estivesse compartilhando uma felicidade genuína comigo nesse momento.

Quando terminamos o beijo, se formou um mucuvuco de pessoas a nossa volta, Nessie me entregou Ariel e todos queriam nos abraçar e dar os parabéns.

Com certeza, eu não esqueceria esse momento nunca.

[...]

A festa estava linda, eu e Nicolas aproveitamos cada minuto dela. Dancei com meus tios, minhas tias, meus avôs. Bebemos e comemos muito.

Estava feliz até pela presença dos Quileutes. Era um dia perfeito, um último momento perfeito. A hora dos discursos foi a melhor com certeza, ouvir minha família contar minhas histórias em voz alta e para todos ouvirem, foi o ponto alto da festa.

—Será que o avô pode ter uma dança com a noiva? - Carlisle pediu.

—Claro.

Ele me tirou para dançar em uma música lenta. Eu já tinha tido a dança com Nicolas e com o meu pai.

Carlisle estava emocionado ao ponto de me fazer engasgar um choro sem motivo.

—Obrigada. - Disse a ele de repente. - Por tudo que sempre fez por nós e pela nossa família. Por ser um ótimo avô. Você é o ser humano mais puro que já conheci, não digo isso só como sua neta, mas como sensitiva. Obrigada por me passar os seus princípios. Eu te amo.

Carlisle me olhou emocionado e não disse nada. Apenas me abraçou enquanto dançávamos e ficamos assim por um longo tempo.

Depois desse momento Nicolas não se conteve e me roubou do meu avô.

—Não lide com isso como uma despedida - ele sussurrou no meu ouvido.

Eu suspirei o encarando.

—Não sei quando os verei de novo, ou se verei...

Ele me abraçou forte tirando um pouco da tensão que eu estava. Passei o restante da festa sendo uma ótima anfitriã, tirando infinitas fotos, dando tchauzinhos, conhecendo parentes e revendo aqueles que não via a muito tempo.

E tentando ser o mais simpática possível enquanto passava a noite em cima daquele salto enorme.

—Acho que alguém quer a mamãe. - Renesmee avisou me trazendo Ariel.

Ele estava com os olhinhos cheios de lágrimas e fazendo biquinho.

—Ai meu Deus - disse o pegando em meu colo. - Deve estar com fome.

—Hei Liza - Renesmee me parou antes deu sair. - Está tudo bem?

Eu olhei para ela confusa.

—Esta - sorri acalmando Ariel em meu braços. - Porque?

—Nada é só que... - ela engoliu em seco e forçou um sorriso. - Nada. Vou ver se Jake quer dançar.

Ela se virou e foi para o outro lado da festa. Eu suspirei desconfiada.

Entrei numa salinha vazia com Ariel e me sentei em um sofá enorme. Eu estava certa, ele estava com fome, mal consegui tirar o vestido direito e ele devorou meu peito, se acalmando aos poucos.

Suas mãos gordinhas não pararam por nenhum minuto enquanto ele mamava, puxava meu cabelo, passava a mão no meu rosto...

—Te achei - Alice entrou no cômodo de repente me vendo amamentar Ariel. - Só queria dizer que está tudo pronto. As suas coisas e do Nicolas, está tudo pronto para irem.

Eu engoli em seco, assentindo com a cabeça. Alice olhou a porta e depois andou até mim sentando do meu lado.

Minha tia pegou na minha mão se sentindo perdida.

—Não consigo ver o final disso - ela admitiu. - Eu tento e tento, mas não aparece nada.

Eu tentei sorrir, mesmo estando triste. Provavelmente não teria um final...

—Eu sei tia. - Sabia porque se Alice soubesse o que aconteceria, já teria dito. Ou ela teria me impedido de ir, sabendo que ia dar errado. Ou me incentivado com a certeza iminente que ia dar certo. Mas ela não fez nem um nem outro, porque não sabia. Não conseguia ver. - Não quero que se preocupe com isso.

—Você me envolveu nisso...

—Eu sei - disse apertando sua mão. - Me desculpa. Mas sem você não dá. Então obrigada, por tudo. Eles vão te perdoar se algo der errado, eu sei que vão, confia em mim.

Alice forçou um sorriso triste e me abraçou mesmo estando amamentando Ariel. Ouvimos vozes por perto e ela deu um beijo na minha testa e saiu do cômodo.

Eu tentei respirar fundo e controlar minhas emoções, mas estava difícil.

Olhei para Ariel e ele estava acordado me encarando. Tirei ele do meu peito e sorri quando ele sorriu para mim.

—Se talvez a mamãe e o papai não voltar depois de hoje, não fique triste. Aonde quer que eu esteja, estarei olhando por você.

Ele me olhava curioso com a chupeta na boca.

—Todos vão cuidar muito bem de você, mas se um dia eles te irritarem como fazem comigo, foge. - Brinquei e ele sorriu. Parecia estar entendendo o que eu dizia. - Só nunca esqueça do que fiz por você, por todos vocês. Ariel você foi a melhor coisa que fiz na vida, eu te amo tanto.

Ele me olhou fazendo beicinho e começou a chorar também.

—Não, não chora. Eu vou tentar voltar. Vai dar tudo certo eu prometo meu filho.

O aconcheguei em meu colo e fiquei mais um tempo com ele ali, naquela bolha só nos dois.

Mas a festa estava acontecendo e eu precisava voltar.

Ajeitei o vestido e voltei com Ariel já dormindo nos meus braços. A festa estava a todo vapor.

—E essa viagem de vocês duas. - Tia Rosalie perguntou a Lucy e Lauren por cima da música alta. - Vai rolar quando?

As duas me olharam na mesma hora e eu disfarcei.

—Hoje mesmo. - Lauren respondeu.

—Nossa, mas já? - Esmee perguntou surpresa.

—Não queremos perder tempo. - Lauren sorriu falsamente. - Ficamos muito tempo longe uma da outra.

—E para onde vão? - Rose perguntou.

— Ainda não sabemos - Foi Lucy quem respondeu. - Pensamos em decidir na hora do voo mesmo. Tipo uma aventura.

—Adoro aventuras. Principalmente aquelas que tem adrenalina - Alice disse com um sorriso no rosto.

Nos quatro nos entreolhamos, e eu também comecei a rir de nervoso pelo assunto.

A festa prosseguia animada, mas estava chegando minha hora de deixá-los e seguir para minha falsa lua de mel.

Me despedi de todos os convidados. Abracei cada um deles como se fosse a última vez que eu os visse.

Depois entrei na mansão para trocar de roupa e Nessie foi me ajudar, ela estava estranha e me deixando estranha também.

Em nenhum momento larguei Ariel, mal deixei o pegarem no colo hoje.

Renesmee só observava de longe.

—Você está pronta. - Ela concluiu suspirando. - O carro já está esperando.

Encarei minha irmã esquisita e com os olhos cheio de lágrimas e pronto, ela queria chorar.

E la vamos nos de novo...

—Nessie...

—Não - ela levantou a mão me afastando quando fiz menção em me aproximar. - Você não me engana.

Eu respirei fundo. Não queria ter essa conversa.

—Não sei do que está falando.

—Tem algo errado. Passei o dia com vontade de chorar e sentindo uma coisa estranha que sei que não é minha. - Ótimo. Ela estava chorando e brava. - Hoje é o dia do seu casamento, e com certeza não é isso que eu devia sentir de você.

Eu respirei fundo imaginando que isso aconteceria. Eu e Nessie compartilhávamos da famosa empatia de irmãos gêmeos.

Quando algo estava errado com uma de nós, a outra sabia.

Odiava isso.

—Nos duas tivemos uma vida agitada, não é? - Eu sorri só de lembrar. - Foi uma boa infância e adolescência. Virei assassina pela primeira vez para salvar você. Lembro de cada momento em que enlouquecemos essa família...

—Para de se despedir! - Ela bateu o pé.

—Obrigada por estar lá - a ignorei me aproximando - Seja para dividirmos o mesmo útero, ou me acordar com um balde de água fria, e até salvar a sua vida. Fomos uma ótima dupla.

—Ainda somos. - Ela rebateu. - Para com isso Liza.

—Renesmee, quando Ariel olhar para você, ele vai lembrar de mim. Então esteja sempre por perto pra ele...

Ela começou a soluçar e me abraçou e eu a abracei de volta. Nossa ligação era terrivelmente forte, e eu não queria ter que me despedir dela, pois Renesmee foi a vilã da minha história por muito tempo, depois a mocinha que precisava de mim, depois minha guardiã e até conselheira.

Definitivamente nossa relação sempre foi conturbada.

—O que vai fazer? O que está aprontando? - Ela perguntava enquanto me agarrava desesperada. E eu tentava não deixa-la matar Ariel esmagado em meu colo. - Por favor, não faça nada perigoso, por favor, eu preciso de você...

—O carro está pronto. - Lucinda apareceu no quarto chamando. - Nicolas está esperando.

Renesmee soltou meu pescoço toda debulhada em lágrimas. Eu apenas sorri dando um beijo em sua testa, depois disse silenciosamente que a amava.

Desci as escadas tentando não pensar no que acabou de acontecer.

A festa continuava, mas a minha família veio de novo se despedir. Eu abracei e olhei cada rosto ali cuidadosamente para guardar na minha memória.

—Pode me dá-lo agora - Minha mãe estendeu os braços para Ariel. Eu não o soltei, apenas olhei seu rostinho calmo enquanto ele dormia em meus braços. -Anda Liza. Vai perder seu voo.

Nicolas apareceu atrás de mim com uma cara de quem dizia "entrega o bebê a ela," mas eu não conseguia. Ele deu um beijo na testa dele e eu fiz o mesmo começando a chorar silenciosamente.

Minha mãe me olhou sem entender e o tirou do meu colo. Aquilo inevitavelmente arrasou meu coração.

—Calma Liza, são só 10 dias. - Disse ela estranhando meu comportamento.

—Mãe, promete pra mim que vai cuidar bem dele? Como cuidava de mim? - Ela me encarou franzindo a testa. - Promete? Por favor.

—É claro que eu vou.

—Não, eu preciso que prometa. Por favor.

Eu queria ouvir para ter certeza.

—Eu prometo - Renesmee respondeu por ela descendo as escadas, já recomposta. - Vou cuidar dele como você cuidaria. Ele vai ficar bem, eu prometo a você.

Nos duas nos encaramos cúmplice por um segundo, e eu sorri disfarçando.

Nicolas quase teve que me jogar dentro do carro para que eu conseguisse ir.

—Você está bem? - Ele perguntou antes de sairmos.

—Sim.

Ele ligou o carro e partimos.

Esse era o certo. São apenas possibilidades e eu não posso deixar isso me abalar.

Todos estão bem e vão ficar bem.

Não sei o que nos espera, não sei o que pode acontecer nesses dias, mas não posso mais voltar atrás.

—Vai ficar tudo bem. - Sussurrou tocando minha mão.

—Eu sei que vai.

Só de sair de Forks já aliviou meu humor.

Não estar cercada de melancolia e tristeza me deixava mais centrada no que eu ia fazer.

Estava mais focada agora.

Quando chegamos no aeroporto, tirei o vestido de lua de mel e coloquei outra roupa, me preparando para um voo longo e cheio de estratégias.

Fazia mais ou menos 2 horas desde que saímos de Forks e estávamos no local de embarque.

—Chegamos. - Lucy avisou com várias malas.

As duas apareceram no local de embarque já com outras roupas também e as bagagens.

—Estão atrasadas. - Nicolas avisou.

—Avisa para ela que vamos matar um homem e não ir a um desfile. - Lauren bufou olhando para Lucy que trouxe 2 malas.

—Cala a boca. - Ela murmurou.

Logo em seguida ouvimos a primeira chamada para o nosso Voo. Meu coração disparou.

Nos quatro nos encaramos por um minuto sem se mover.

É, chegou a hora.

—Vamos lá - Lauren foi a primeira a tomar iniciativa animada.

Ela passou a nossa frente indo embarcar. Lucy sem esperar foi logo atrás dela.

Nicolas suspirou e pegou minha mão firme. Olhei para trás com o pensamento certo de que, dane-se, já estou aqui agora, vamos acabar com isso.

A hora de mudar tudo para a melhor ou para pior chegou.

—Vamos. - segurando a mão do meu marido, embarquei naquele avião para Londres.

 


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Notas finais do capítulo

(E)