A Irmã De Renesmee escrita por Thatty


Capítulo 11
Segunda temporada: Estou de volta.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura



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Já havia se passado algumas semanas desde que voltei. Tinhamos passado o Natal e ano novo juntos e eram férias da escola.

Todos estavam me ajudando em relação a abstinência do sangue humano, estava tudo muito difícil. Até ficar perto de Nessie era difícil. Autocontrole nunca foi meu forte.

Por outro lado, tio Jazz estava me ajudando em relação a confusão que estava minha cabeça, e a controlar minhas outras pendências, se é que posso dizer assim.

Meus pais não querem que eu saia por ai matando as pessoas e nem eu.

Em especial meu pai acha, que eu preciso apreender a dominar isso que tenho dentro de mim, para não usá-lo apenas quando for invocado por minhas emoções e sim em qualquer momento como eu desejar.

O problema é que eu não estou conseguindo trazer isso para fora. E quando consigo, não sei ter controle sobre ele e nem consigo parar. É como se me dominasse, como se eu virasse outra pessoa. Não consigo responder por mim mesma, ajo no automático.

—O que você quer? – perguntei sentindo Ness rodeando a porta de meu quarto.

—Só vim ver você, relaxa. – ela entrou no quarto e eu fiz careta não achando boa ideia – Não se preocupa, vou ficar longe.

Ela se sentou em uma cadeira ao lado da porta e ficou me olhando agoniada.

Eu tentei ignora-la encarando a chuva da janela, mas Renesmee estava inquieta como se quisesse falar alguma coisa.

—Fala logo - pedi impaciente.

Ela respirou fundo e encarou suas mãos em conflito. Parecia relutante em falar.

—Como é o gosto do sangue humano? – Perguntou baixinho sem me encarar.

Ela estava explodindo de curiosidade, eu sabia que iria me perguntar uma hora ou outra. Ela vinha me rodeando desde que cheguei, vendo todo meu esforço para vencer meus ataques de sede repentinos.

Principalmente depois da crise que tive pela manhã. Um forasteiro com a garganta pulsando sangue fresco esbarrou no meu caminho enquanto eu caçava, Nessie estava comigo, e bom, não foi um bom jeito de começar o dia e nem uma bela cena de se assistir.

Renesmee não entendia o que não conhecia. Mas ela via o quanto eu estava sofrendo com isso.

—Não a nada que eu possa comparar que você vá entender - Expliquei - É algo totalmente longe das expectativas que a gente cria. Quando se toma tanto sangue do jeito que eu fiz, as outras coisas parecem perder o gosto. Parece que eu estou constantemente comendo borracha, passo 100% do tempo imaginando matar alguém só para tirar esse gosto da minha boca.

—Porque é tão difícil assim? Não deveria ser - ela perguntou ingênua e eu ri.

Como as coisas são, eu parecia tão mais velha que ela agora, sendo que ela é 1,45 segundos mais velha que eu.

—Renesmee o difícil é voltar a ser você mesmo. O sangue humano te muda, o vício na verdade te transforma de maneiras, que eu sei que mesmo me esforçando muito, nunca mais vou ser a mesma pessoa.

—Se é desse jeito, como você voltou para forks de repente então? - A encarei. Estava me sentindo em um interrogatório.

—Eu não sei Nessie. Por mais envolvida na vida que eu estava levando, o sangue não é tudo. Senti falta de vocês nos meus poucos momentos sã. Mesmo relutante, resolvi vim ver como vocês estavam...

—E não vamos mais deixa-la ir embora. – meu pai disse entrando no quarto com uma bandeja de comida. – Renesmee, Jacob esta aqui, está te esperando lá fora.

Nessie me encarou nos olhos antes de sair. Meu pai colocou a bandeja na mesinha ao lado da minha cama.

Não aguentava mais tanta comida.

Ele me trazia comida a cada uma hora. Ele diz que não é bom eu sentir fome, preciso estar sempre saciada para não correr o risco de seder aos instintos.

—Está tudo bem? - perguntou e eu acenei com a cabeça. – Será que posso falar um minuto com você?

—Claro.

Ele se sentou na minha cama me fitando novamente. Ele estava desconfiado e eu já sabia o porquê.

—Faz um longo tempo que eu não consigo ler sua mente - ele explicou - E não é o escudo da sua mãe, porque tem uma diferença. Da sua mãe só me vem o mais frustrante silêncio. Mas quando olho para você é estranho. Porque seus pensamentos estão ai, em algum lugar sendo abafados, escondidos. Parece que tem um muro ao seu redor, alguma coisa me impedindo de ouvir, como uma proteção.

Eu sabia que era isso.

Pois é, vai ser uma longa conversa agora.

—Alice mal conseguia ver você nas visões dela. Era tudo embasado e confuso. Ela tinha enxaquecas quando se esforçava para te encontrar. As visões que ela tinha sobre você, eram a 1 segundo de acontecer, mal eram visões do futuro, era quase em tempo real. - continuou.

Eu puis a mão no peito sentindo o colar e suspirei.

—Pai provavelmente isso deve ser por conta do colar. - falei meio receosa já esperando pela reação ruim dele.

—Que colar? - Então eu tirei o colar de dentro da blusa. Os olhos do meu pai saltaram para fora. Ele se aproximou e passou os dedos pelo colar de corrente fina e longa de ouro branco. Ele olhou seu pingente grande de Safira e trocou olhares de mim para a lua em meu pescoço. Ele pesava um pouco. Mas era um peso que me equilibrava.  – Elizabeth, da onde tirou esse colar? Isso deve ser muito valioso.

—Eu ganhei. - dei de ombros.

—Ganhou de quem?

Ele cruzou os braços ainda trocando olhares do colar para mim.

—Eu não sei pai, é uma longa história.

—Então cho bom você ir me contando essa história agora.

Eu suspirei.

—Uma noite antes do casamento do vovô Charlie, esse colar apareceu no meu quarto junto de um bilhete onde dizia que eu precisava usá-lo, que ele me protegeria. Eu juro que não ia ficar com ele, mas eu simplesmente não consigo mais tira-lo do pescoço desde aquele dia.

Ele balançou a cabeça confuso bagunçando todo aquele cabelo dourado.

—Você vai para de usa-lo até nos descobrirmos quem deu ele pra você. Isso é loucura Liza - disse indignado. - Não pode andar com uma jóia mágica no pescoço sem saber da onde ela veio.

Senti um aperto no peito na mesma hora. Não queria me desfazer do colar.

—Eu não vou tirá-lo pai. Eu não posso...

—Ah você vai sim.

O simples fato dele ter dito aquilo, fez eu me sentir mal. Passei quase um ano sendo protegida por ele, não posso simplesmente tira-lo agora.

Quem quer que tenha dado ele para mim, não deveria querer meu mal.

—Pai sem exagero, não preciso tirar o colar para descobrirmos de onde ele veio. Podemos muito bem fazer isso com ele aqui, no meu pescoço.

—Não, não, de jeito nenhum. Se você não tirá-lo, eu mesmo tiro de você.

—Acho melhor não fazer isso...

Não deu tempo de terminar de explicar e o que eu já sabia, aconteceu.

Meu pai tentou arrancar o colar do meu pescoço e ele levou um choque afastando a mão na mesma hora.

O colar tinha um mecanismo de defesa. Enquanto estive longe de casa, tentaram rouba-lo de mim, e ele queimava no toque de outras pessoas que não fosse o meu. Era uma como uma descarga elétrica.

Ele só abre o fecho, se eu mesma tira-lo.

—Toda vez que alguém tenta tira-lo do meu pescoço é isso que acontece.

Meu pai encarou sua mão e depois olhou meu pescoço. O colar brilhava reluzente em meu peito.

—Isso definitivamente não é normal Liza. Você não pode andar com isso pendurado no seu pescoço.

—Pai não posso tira-lo. - Falei batendo o pé me estressando com aquela insistência.

—Porque não?

—Não importa, mas não vou tira-lo. E nem adianta querer discutir isso comigo.

Ele me ouviu? Não. Ficamos horas, dias, semanas discutindo sobre usar e não usar o colar. E claro eu não o tirei, não queria e sentia que não devia.

Já havia se passado algumas semanas e eu já estava progredindo, sempre ia a lugares públicos para me acostumar com a presença de humanos e estava ficando menos pior.

Eu estava voltando de uma caçada e mesmo antes de chegar em casa sabia que algo estava acontecendo. Quando cheguei meus pais estavam sentados no sofá segurando um papel.

—Aconteceu alguma coisa? – perguntei.

Minha mãe me encarou mortalmente. O que será que eu fiz agora que nem lembro?

—Que historia é essa de faculdade Elizabeth Marie Cullen? – ela balançou o papel.

Vish a faculdade. Tinha me esquecido.

Quando cheguei aqui percebi que minha vida estava como um círculo, sempre vivendo e fazendo as mesmas coisas e parando nos mesmos lugares.

Não quero mais viver assim pela eternidade, quero fazer algo que não fiz ainda. E bom sempre tive vontade de fazer faculdade de medicina, claro que Carlisle é minha maior influência e o meu pai também, já que ele também tem o seu diploma de medicina, mas nunca exerceu de fato.

Então eu resolvi tentar uma bolsa na faculdade de Dartmouth, que ficar em Hanover. Um local perfeito e que tinha tudo para dar certo por ter um clima super parecido com o de Forks e estava só esperando o resultado.

Só não achei que meus pais veriam antes de mim.

—Posso ver o papel? – Perguntei estendendo a mão e ela me deu.

Não consegui esconder o sorriso em meu rosto quando li:

“Parabéns Elizabeth Marie Cullen, você foi aceita na faculdade de Dartmouth”

—O que foi? – perguntou meu pai vendo meu sorriso.

—Eu fui aceita. Vou para Hanover. – Disse eufórica

—Não vai não – meu pai disse com toda a calma do mundo.

—Quem disse isso?

—Eu estou dizendo Elizabeth.

—Mas eu não me lembro de ter pedido sua permissão. - disse e minha mãe tentou manter a calma se levantando.

—Liza meu amor, você ainda não está totalmente controlada, não podemos te mandar para uma faculdade e pensar que vai conseguir ter autocontrole.

— Eu já estou bem e consigo me cuidar sim. Eu sinto falta da minha liberdade mãe, não gosto de vocês no meu pé o dia todo, toda hora, isso é cansativo.

—Você ainda não esta preparada mocinha. – Edward praticamente gritou na minha cara.

Eu sustentei seu olhar cheio de autoridade com toda a raiva que eu estava sentindo.

—Eu acho que a única pessoa que pode dizer quando eu estou preparada, sou eu mesma. E eu te digo que estou preparada, e pronta pra ir para Hanover.

—Faculdade de medicina é muito longa. Quando as pessoas notarem que você não envelhece, como vai ser? - perguntou.

—Vocês pensam muito no que pode acontecer no futuro e se esquecem do agora. E sinceramente agora eu não estou nem ai para o que eles vão pensar, eu não sei nem se vou conseguir ficar lá 2 meses. Eu só quero fazer algo que ainda não fiz e com direito a minha liberdade. É pedir demais?

—Quando se é um vampiro como você, impulsiva, com dons a flor da pele e descontrolada? É, acho que é pedir muito sim. – disse minha mãe.

—E o papo de vamos confiar em você? Está na hora de por em prática, por que vocês querendo ou não eu vou para Hanover fazer faculdade em Dartmouth sim. - Disse indo pro meu quarto.

—Não grite comigo mocinha e tire esse colar do seu pescoço já! - meu pai gritou e eu bati a porta do quarto com força.

[...]

Eu realmente não liguei para o que minha família achava, eu estava empolgada e me preparando para partir em poucos dias.

Meus pais mesmo chateados cederam e me prometeram não aparecer por lá sem avisar.

Pode ser uma experiência rápida, algo que eu goste ou não, de qualquer forma eu preciso tentar e me sinto bem para isso agora.

E não sei, Dartmouth parece me chamar, não vejo a hora de ir pra lá.

Alice contra a minha vontade me fez uma festa de despedida. Eu não gosto de festas para mim, detesto ser o centro das atenções. Mas ela fez e não se pode ir contra a vontade de Alice Cullen.

Hoje era o grande dia, já estava com as malas prontas e preparada para partir. Desci pra sala e quando cheguei lá, Renesmee e Jacob estavam sentados no sofá com mais um monte de malas ao redor deles dois.

Encarei as outras malas e depois encarei os dois.

—O que é isso? – Perguntei.

Espero que não seja o que eu estou pensando...

—Achou que ia sozinha xuxu? – Jake perguntou rindo. - Sempre quis fazer faculdade.

Ah não.

—Pai!– gritei largando as malas na sala. Meu pai apareceu logo em seguida todo risonho. - Que palhaçada é essa?

—Achou mesmo que eu ia deixar você ir sozinha? - perguntou com um sorrisinho torto.

—Mas pai...

—Liza, entenda, por favor. Você está em processo de voltar a ter autocontrole, não pode ficar sozinha. Não posso arriscar a segurança da nossa família assim, se você fizer qualquer coisa que chame a atenção dos Volturi. Não sabemos se vai ter autocontrole o suficiente para não matar alguém no meio da sala de aula e expôr o que somos. Já pensou no que os Volturi fariam?

Eu bati o pé que nem uma criança. Eu entendia isso e sabia que ele tinha razão, mas não me conformava.

Eu me sentia tão bem e tão segura, isso não fazia sentido na minha cabeça.

—Não precisa mandar o tico e o teco atrás de mim. Não faz isso comigo.

—Eles vão e acabou. Agora se não quiserem chegar atrasados, é melhor saírem. – disse minha mãe.

—Antes de irem vamos deixar umas coisas claras aqui. Elizabeth você ficará de olho no Jacob e na Renesmee. E vocês dois ficaram de olho na Liza, Ok? Não façam besteiras, Alice vai estar vendo tudo. – disse meu pai dando as ordens.

—Eu não estou acreditando nisso. – falei saindo de casa e pude ouvir meu pai rir.

Perfeito!

Eu estava a procura de liberdade e o que consegui foi virar babá do Scooby Doo e da Dafne. Que ótimo.

 


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Notas finais do capítulo

E então o que acharão?comentem...

Bjss da Thaty!!

(E)



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