Be Your Everything escrita por Rainy


Capítulo 6
Capítulo 5 - Venice Beach


Notas iniciais do capítulo

Niko narrando >< Espero que gostem!
Atualização: 19/03/2015



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POV Niko

— Anda logo, cacete! — disse Ethan, a uns bons metros na nossa frente.

— Tem que esperar as moças. — respondeu Andrew, passando os braços pelos ombros das duas garotas que ele tinha arrumado.

Tsc. Já estaria na festa se a Ashley não tivesse insistindo tanto em ir comigo. Tive que esperar uma hora para ela se arrumar e, agora, mais uma hora para andar porque “com esses saltos eu não posso ir muito rápido. Se não eles podem machucar meu pé.” Então porque usar uma coisa que machuca?!

Mulheres...

— E aí. É verdade que você tá bancando a babá de uma menina de doze anos? — Andrew deu uns risinhos, seguido pelas outras garotas.

Olhei de canto para Ashley, vendo-a abaixar a cabeça.

— Não sabe ficar quieta? — perguntei, não obtendo resposta. Me virei para Andrew. — Não é bem assim. Ela não tem doze, e sim dezesseis. E não sou babá dela.

— Ela é gostosa? — assim eram as coisas com o Andrew. Direto e reto.

— É óbvio que ele não a acha gostosa! — exclamou Ashley, apertando ainda mais meu braço. — Ele me tem. Não precisa achar nada de outras pessoas.

Tive vontade de rir, mas aquilo só ia gerar mais uma discussão e minha cabeça já não aguentava mais.

Andrew me olhou, na espera de uma resposta, mas fiz questão de ignorá-lo. Nunca nem cogitei a ideia de pensar realmente na Katherine, pois ela estava ocupada demais me irritando para que eu pensasse outra coisa dela. A única coisa que eu quero daquela pirralha é distância.

— Estamos chegando, brothers! — disse Ethan, sacando o celular do bolso e acho que acabou ligando para alguém.

Ouvir a música alta vinda da casa foi me animando. Desde que comecei a ficar com a Ashley não tive muito tempo para festas, e isso definitivamente me lembrava dos velhos tempos.

— Ei, vocês estão indo pra festa? — algumas meninas paradas na calçada olharam pra gente, só que se fixando mais em mim e Andrew.

— Não te interessa! — Ash foi me puxando e fomos andando mais rápido. O ciúme dela até que me diverte. Às vezes, claro. Em outras situações é muito chato.

Ao virar a esquina, já deu pra ver aonde era a festa. As mansões são muito comuns na Califórnia, mas aquela era insana. Típica decoração neoclássica e essas frescuras que agradam gente rica. Uma galera muito bêbada já estava largada no jardim e fiquei pensando em como estaria o resto do povo.

Alguém teve a ideia de trocar as luzes normais por vermelhas, verdes e azuis, o que deixou o ambiente muito foda. Ao entrar na casa já deu pra ver os casais se pegando, um bar improvisado no meio da sala, uma mesa de dj no andar de cima e vários copos espalhados pelo chão.

Ash se inclinou no meu ouvido, tentando falar mais alto que a música.

— Vou ao banheiro com as meninas. Me espera aqui. — me deu um selinho e saiu com as outras duas que estavam com o Andrew.

— Agora eu entendo porque você pega a Ashley. — falou, observando a loira andar. Eu sabia que o seu vestido curto atiçava qualquer um, e naquela hora me deu uma vontade insana de levá-la pro quarto.

Dei um tapa na cabeça de Andrew.

— Tira o olho.

Ele levantou as mãos em sinal de rendição. Acabamos nos separando, já que eu queria ir para o bar e ele fora procurar alguém para substituir as outras duas. Andrew não era o tipo de cara que ficava parado no lugar por muito tempo.

Cumprimentei algumas pessoas durante o caminho, uns caras eram da pista de skate, outros que eu conheci aí pelas festas que já fui e as meninas que ficaram perguntando o porquê de eu ter sumido. Bateu uma puta saudade de ser solteiro.

— Dá uma heineken. — falei para o cara que estava servindo as bebidas. Ele me entregou a garrafa aberta e acabei com o conteúdo em três goles. Pedi mais uma.

Olho para o lado, a fim de observar a festa e vejo Andrew se pegando com uma menina contra a parede. Esse viado sabe como pegar qualquer uma.

Me viro para o bar de novo, já com a terceira garrafa na mão. Bebo tudo de uma vez e só foi tirar a garrafa da minha boca que logo senti dedos no meu rosto, tampando meus olhos.

— Sei de uma coisa que você pode fazer que é melhor do que beber. — sussurrou no meu ouvido.

Dei um sorriso.

— E o que seria? — perguntei, mas não deixei-a me responder. Me virei para agarrar os cabelos loiros de Ashley e a beijei com urgência.

Ela se assustou um pouco com a minha rapidez, mas logo ficamos no mesmo ritmo. Minha língua buscou a dela com intensidade, deixando bem claro o que eu queria. Com minha mão livre, circulei sua cintura, trazendo-a mais perto de mim. Suas mãos passeavam por minhas costas, às vezes entrando de baixo da minha camiseta, arranhando minha pele.

Desci minhas mãos até suas coxas, segurando-as firmemente até erguê-las. Coloquei Ashley numa das cadeiras em frente ao bar e me enfiei no meio de suas pernas. Ela puxou meu lábio e depois foi distribuindo beijos por meu rosto e pescoço. Busquei sua boca mais uma vez, juntando nossos lábios.

— Niko... — murmurou, no pequeno tempo em que a deixe respirar. — Acho que tem um quarto lá em cima.

Não deu outra. Peguei sua mão e comecei a empurrar as pessoas para nos dar passagem. Chegar até a escada ia demorar demais então apertei mais a mão de Ashley e fui nos levando ao jardim. Os jardins dessas mansões eram sempre grandes o suficiente pra se esconder e fazer... coisas.

Saímos e percebi um grupo perto da piscina. Ao que parece eles estavam fazendo campeonato de shots e eu até iria lá para ver se não estivesse tão duro. Fui empurrando Ashley contra alguns arbustos grandes os suficientes para nos esconder e já iria iniciar nosso beijo, mas uma voz acabou atrapalhando tudo.

— Eu sou a rainha da tequila!

Me virei em direção a piscina e... Puta que pariu.

Puta. Que. Pariu.

POV Kath

— Katherine, tem certeza? — Fred perguntou pela segunda vez. Não só ele, mas a maioria ali achava que eu não ia conseguir vencer o campeonato de shots contra o jogador de futebol americano bonitão. Acho que ele se chamava Brad.

Não o respondi. Só virei mais um shot de tequila.

— Oitavo shot, vadias. — falei, causando alguns risos entre o pessoal. — Quero ver agora, Brad.

Ele deu um sorrisinho bem sexy e encarou o copinho de tequila. Meus lábios já estavam um pouco dormentes, mas sabia que eles iriam reviver se entrassem em contanto com os do Brad. Quem sabe mais tarde.

Seu copo bateu contra a mesa e ele mostrou a língua, numa expressão azeda. Mas não vomitou e não desmaiou, ou seja, ainda estamos empatados.

— Sua vez, Kit-Kat.

Franzi o cenho.

— Não me chame de Kit-Kat. Só o senhor perfeição pode me chamar de Kit-Kat. — bati as mãos no peito de Fred. Nossa, que peito definido. Fique com vontade de levantar sua camiseta só para vê-lo.

Seus olhos azuis foram de encontro aos meus e ele começou a rir.

— Senhor perfeição? — perguntou enquanto tentava me equilibrar.

Coloquei o dedo em sua boca, numa mensagem clara de fazê-lo ficar quieto.

— Shh... Conversamos mais tarde. Agora eu tenho que chutar a bunda esse jogardorzinho de merda. Mais um shot! — exclamei, ouvindo as pessoas gritarem de emoção e baterem palmas.

Ali eu era o centro das atenções. Aquilo era muito legal.

Entortei a boca quando vi o copinho mais uma vez na minha frente.

— Não vai desistir agora, não é gracinha? — o jogador bonitão falou.

Uma ideia maluca passou pela minha cabeça e, no meu atual estado, não poderia recusa-la.

— Vamos deixar isso aqui mais interessante. Body-shot! — falei, já indo em direção a Brad. — Deita na mesa e mostra esse tanquinho, baby.

O pessoal que estava em volta começou a rir ainda mais e aquilo me animava. Me incentivava. Ah, era uma festa. Uma festa que não é bem aproveitada, não pode ser considerada uma festa.

Brad se levantou da cadeira e foi tirando sua camisa polo bem devagar, acho que me torturando. Passou sua cabeça primeira e depois a puxou pelos seus braços, fazendo seus músculos se contraírem. Ai que vontade de me afogar nesse abdômen!

Ele se deitou sobre a mesa e uma garota veio e colocou o sal bem em cima de seu peito. Peguei o limão, mas Brad o tirou de perto de mim e coloco-o em sua boca. Deus. Esse homem está me tentando.

Suas sobrancelhas se ergueram em claro desafio. E eu sendo Katherine Elizabeth Moore não fujo de nenhum desafio. Nunca.

Peguei o copo de tequila e me inclinei sobre o peito musculoso de Brad. Lambi todo o sal, joguei a cabeça para trás e mandei o líquido goela a baixo. Me inclinei sobre Brad mais uma vez e tirei o limão de sua boca, absorvendo a fruta.

Um calor insano subiu pelo meu corpo. Fiquei com vontade de fazer tudo ao mesmo tempo. Gritar, pular, beijar — o Brad de preferência —, dançar e, enfim, fazer que estava ao meu alcance.

Passei por cima do moreno, subindo em cima da mesa e se ele não tivesse segurado minhas pernas eu teria caído. Ignorei seu aperto firme sobre minhas coxas e gritei:

— Eu sou a rainha da tequila!

Os garotos ali começaram a gritar coisas que eu não conseguia entender direito, mas que me deixavam ainda mais feliz. O mundo parecia tão bonito àquela hora. Todo coloridinho. Deu até vontade de ser um teletubbie e ficar cantando pela colina.

When I met you in the summer, took my heart beat sound… — comecei a cantarolar, me mexendo um pouco sobre a mesa. O aperto de Brad se tornou mais firme e olhei para baixo a fim de encará-lo.

— Você canta bem. — disse, o sorriso se abrindo a cada movimento que eu fazia.

— Quer saber o que mais eu faço bem? — falei, abaixando meus joelhos e me sentando em suas pernas.

Joguei meus cabelos rosados para o lado, a fim de seduzi-lo. Funcionou, porque o bonitão começou a se aproximar de mim. Fechei os olhos, esperando finalmente o nosso contato.

Quando nossos lábios se tocaram, percebi que os dele eram bem gelados. E molhados demais.

Abri os olhos e vi uma garrafa separando nossas bocas.

Mas que porra...?

— Que merda você tá fazendo, pirralha? — olhei para o lado e vi Niko, agora abaixando a garrafa e colocando-a na mesa.

— O que você acha que eu estou fazendo? — respondi, brava por ele ter atrapalhado o meu momento. — Estou prestes a beijar o bonitão seminu aqui. Agora, se você me der licença...

Eu ia rodear meus braços pelo pescoço de Brad e dá-lo o melhor beijo da sua vida, mas meus pulsos foram puxados para cima e minha cintura foi de encontro aos ombros de Niko.

— O quê você está fazendo?! — falei, dando tapas nas costas de Niko, que parecerem não ter efeito nenhum. — Eu não quero você, eu quero o Brad! Brad, vem cá, meu amor. Nosso tempo juntos ainda não acabou!

— Cala a boca, Katherine. — ele me ajeitou melhor em seus ombros e continuou andando comigo de ponta cabeça — O que você tem na cabeça? Merda, só pode. Porra, nem aqui eu me vejo livre de você. Você só me ferra.

Eu até poderia responder aquele ogro e coloca-lo em seu devido lugar, mas senti algo subir por minha garganta e no instante seguinte estava vomitando na calça do Niko.


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Notas finais do capítulo

Para quem se interessar, imagina o cabelo da Kath nessa cor: http://3.bp.blogspot.com/-KoY9s8x1Nqg/USetC9ZgmTI/AAAAAAAAB2M/omaE1CcP2G4/s640/pastel+pink+hair+1.png