Lost West: Laços De Sangue escrita por Cavaleiro Branco, Yoru, Mast


Capítulo 5
Capítulo IV - Sarcasmo Coletor


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!
Foi mal pela demora, eu devia ter postado mais cedo, mas tem gente aqui em casa '_'
Ok, aproveitem.
(Aliás, nem sei direito o que é que os meus colegas acharam de tão bom nesse cap, mesmo...)



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Quando eu acordei, meu rosto estava todo sujo de lama e minhas costas estavam molhadas de água.

Estava chovendo.

Me levantei, dolorido e molhado, de água de um lado e de lama do outro. Um trovão ecoou pelo céu repentinamente, me assustando.

-A quanto tempo estou aqui?

Eu não me lembro exatamente da noite passada, apenas o dia, mas não a noite. Pelo menos, não completamente. Lembro-me de fazer comentários sarcásticos e de fugir. Vampiros também.

Tinha alguma coisa no meu nariz. Sangue.

Claro, o idiota aqui fez besteira e apanhou de vampiros.

Branquelos idiotas, nunca me dei bem com eles.

Cheguei em casa. Não era bem o lugar mais luxuoso mas já era o suficiente para mim.

Na verdade, era um pouquinho decepcionante. Tudo estava uma bagunça, não me lembro quando foi a última vez que arrumei tudo, mas me lembro da minha preguiça para fazê-lo.

Decidi arrumar tudo no dia seguinte.

Primeiro, eu teria que arrumar roupas novas.

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Depois de tudo pronto, me sentei em minha mesa e olhei o meu diário, que estava deitado calmamente em cima da mesa. Não era uma boa ideia mantê-lo ali, tão exposto, qualquer um podia roubá-lo. E acredite, existem pessoas que fazem isso. Muitos colocariam uma boa grana nas mãos de um ladrão para que roubasse isso para eles, e se o ladrão realmente aceitasse essa proposta, vocês não fazem ideia de como ele estaria sendo tolo.

Enfim, eu sou um coletor, uma pessoa que praticamente está em todo lugar em busca de informação, tanto nos lugares mais públicos em eventos importantes, como nos lugares mais perigosos como perto de uma guerra ou dentro de um lugar proibido onde acontecem coisas ruins.

Eu já estive em todo tipo de lugar, tanto como nos que eu citei, como em muitos mais. Um coletor tem que ficar com os olhos bem abertos aos quatro cantos da cidade, e não perder nada. Coletores profissionais, como eu, são bem sorrateiros. Porém, nos não interferimos no que vemos, esse não é o nosso trabalho...

Estupidamente, escrevo tudo no meu diário. Por isso é tão possível que o roubem se eu o deixar por aí.

Eu moro sozinho, e também não tenho muitos amigos, exceto dois caras. As pessoas não gostam muito do meu sarcasmo sempre-presente, ele sempre interfere muito nas minhas tentativas de socializar com as pessoas. Na verdade, nem sei direito porquê sou assim, na verdade, sou um bom cara. É sério!

Depois de guardar meu diário no seu "cantinho secreto", eu fui até a porta de entrada e peguei minha jaqueta de couro sem mangas, sendo seu único propósito guardar meu equipamento.

Abri a porta, saí e a tranquei de novo, guardando a chave.

Desde que me conheço como gente, Konoha City é um lugar cheio de idiotas, muitos dos cidadãos "normais" são apenas chorões que tem medo de tudo e também de analisar qualquer coisa, imediatamente julgando-as como coisas ruins e que devem ser temidas. Porém, alguns, felizmente, são gente boa.

Raj e o Xerife eram os meus únicos amigos, praticamente, o Xerife porquê ele era legal demais pra ser um cara ruim, e o Raj porquê... eu não sei direito, mas conheço o Raj faz bastante tempo, então acho que posso dizer que ele é um amigo de infância. Os outros caras legais? Podiam ser meus amigos, mas eu não falo muito com eles.

Enquanto eu andava pela rua principal, o sol começava a se pôr e só então percebi que a chuva tinha parado. Não tinha prestado muita atenção naquele fato, mas de todo jeito...

Eu segui para o Red Sand Saloon e pedi alguma coisa para comer. Enquanto a comida chegava, eu pensava no que tinha acontecido na noite anterior.

Uma guerra, e eu estava lá. Assisti tudo.

A guerra dos Daemons contra os Diabretes, foi horrível, naquele momento estavam chovendo água, sangue e trovões, enquanto um Dragão era derrubado em pleno ar por uma bola de fogo gigantesca do tamanho de uma casa. Um carinha tinha corrido em direção ao dragão e a guerra ainda continuava.

-Saia daí, você vai morrer... - Eu disse, enquanto assistia, mesmo de vários metros de distância, mas ainda era possível ver tudo.

A guerra havia acabado, praticamente, cinco dúzias de Diabretes restavam enquanto um garoto Daemon estava sozinho perto do Dragão morto. E sozinho, ele derrubou todos os restantes na arena de areia molhada de sangue. A chuva continuou, talvez a magia dos Diabretes não tivesse passado ainda.

O cara estava sozinho.

E ele foi embora. Quando e fui embora também, a ponte tinha sumido, mas arranjei outro jeito de subir.

Abri os olhos e uma bela moça me trouxe uma tigela de macarrão, dizendo:

-Aproveite!

Eu pisquei, e enquanto ela ia embora, olhei para a comida.

Não estava com fome, na verdade. Havia perdido o apetite.

-Mas talvez, quando a guerra acaba e você é o único sobrevivente entre os dois lados, o perdedor é você. - Disse.

Eu comi, de todo jeito, não queria arriscar sentir fome mais tarde e ter que comer "alguma coisa" pro jantar. Não, isso estava fora de questão, eu não iria comer Pão com arroz de novo, naquele dia eu estava muito mal mesmo, eu NUNCA mais como pão com arroz, isso não é jantar que preste, é "alguma coisa".

Alguém havia entrado.

Raj.

O Raj tinha pele morena-avermelhada, o cabelo dele era preto e escuro e pareciam um tufo, além de terem uma pequena trança no lado esquerdo. Naquele momento, ele vestia uma camiseta de botões brancos, e as mangas estavam arregaçadas, ele tinha um elástico no braço direito com duas peninhas de águia, e ele tinha calças e botas marrom escuras. Ele também tinha um cinto de couro negro para guardar facas e o seu revólver(mesmo que ele nunca o usasse, e eu achava estranho, principalmente, só iria atrasá-lo e dá-lo mais peso para carregar).

Quando ele viu que eu estava lá, foi em direção à minha mesa. Eu tinha certeza de que havia outras opções mais "agradáveis", mas ele veio aqui.

-Ontem choveu forte, não foi? - Ele disse e pediu por comida a mesma moça de antes.

-Foi, por causa dos Diabretes.

-Hãh?

De vez em quando, eu contava ao Raj algumas coisas, mesmo que não contasse nenhuma informação importante a ninguém. Normalmente, eu o contava coisas que não seriam perigosas de saber ou que não pudesse gerar problemas.

-Ontem houve uma guerra, Daemons e Diabretes. Tamanha chuva foi culpa dos Diabretes.

-Hum...

Eu engoli um pouco do caldo.

-Não vai demorar muito até estar na boca do povo. E nas folhas de jornal.

Raj pareceu um pouco desconfortado com isso. Mas eu também me senti só falando.

Era uma guerra, e nos fazia pensar algo como:"Hoje foram eles, amanhã seremos nós".

Quando eu terminei de comer, decidi ir embora e deixá-lo lá mesmo. Eu tinha muito o que fazer no dia seguinte.

Saí do Saloon e comecei a andar pela estrada de terra, agora úmida.

Não era muita coisa de casa para o Saloon, de longe eu podia avistá-la e -

Alguém passou lá.

E deixou alguma coisa.

Alívio, era apenas o Jornal. E adivinha?

Notícia nova. Achei meio estranho o fato de que o Jornal tinha sido entregue no meio da noite. Isso é bastante raro.

Mas às vezes, algumas pessoas não podem esperar, e quando o Jornal já está cheio de matérias e ainda tem um tempinho sobrando, eles entregam na hora mesmo.

E acredite, notícias são o que não faltam. É um jornal semanal! Muita coisa acontece em uma semana por aqui.

Guerra Daemons/Diabretes acabada e Príncipe perdido.

Ontem à tarde, ocorreu uma guerra entre Daemons e Diabretes, e praticamente, não houve vencedor. A guerra acabou com os dois exércitos caídos. O corpo do príncipe dos Daemons não foi encontrado. O seu pai disse:"Possivelmente foi queimado por uma bola de fogo".

Isso com certeza não era bom.

Aquele cara... era ele?

Eu não tinha percebido porquê ele estava muito longe, mas já devia ter imaginado, ele tinha um dragão...

Na verdade, não tenho ideia de como não percebi. Eu já estive quase cara a cara com ele. Um dia estava coletando informações, e acabei indo parar dentro do reino dos Daemons.

Respirei fundo, era melhor deixar quieto. Pelo menos por hoje.

Quando eu caí na cama, adormeci quase instantaneamente e até me esqueci de escrever qualquer coisa no diário.

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Hoje, eu bebi café com mel e arrumei a casa toda.

Minha motivação aumentou do despertar pro café, e é claro que o mel foi para melhorar o gosto.

Não gosto muito de café puro.

Olhei pro relógio.

-Uh-oh, olhe a hora, eu preciso ir traba-

Meu diário.

Ele tinha sumido.

Eu podia jurar que estava aí um segundo -

Do nada, vi um vulto passando em frente de casa e correndo para a rua central.

Imediatamente corri para a porta, pegando o primeiro objeto que apareceu:Meu martelo, um simples martelo de trabalho. Qualquer outra coisa iria me atrasar e me deixar mais lento.

Abri a porta e saí correndo atrás do ladrão.

Ele não era tão rápido, eu conseguia correr na mesma velocidade que ele sem problemas, se eu corresse mais, certamente o alcançaria.

Acelerei o passo e já estava na cola dele, e percebendo isso, ele virou a esquerda e subiu umas escadas que davam para o terraço de uma casa, o segui. Do terraço, ele fez uma coisa que eu não esperava, pulou de uma casa para o teto de outra, fiz o mesmo, isso estava ficando pior. Ele continuou correndo por cima das casas, e eu continuei a segui-lo. Só então, graças à pequena distância, consegui perceber que ele estava todo de preto e vestia um capuz. Se protegendo do sol, talvez? Ele pulou de uma casa para uma casa que tinha primeiro andar e terraço também, segurando as bordas do terraço e empurrando a parede com os pés para poder subir, e pulou de lá para o Saloon, repetindo o mesmo processo. Com dificuldades, fiz o mesmo, e o segui enquanto ele pulava para o teto de um prédio mais baixo, a Mercearia(que é onde trabalho), e de lá, achou caminho até o teto do escritório do Xerife, que era um lugar muito difícil de subir.

Eu cheguei até a Mercearia e pulei até o prédio do escritório, com bastante dificuldade mas conseguindo.

Fiquei de pé. O ladrão me olhava com um olhar assustado.

Adivinhem o que fiz.

Dei o meu melhor sorriso psicótico.

Comecei a andar em direção a ele, e ele deu um passo para trás. Isso se chama pressão.

Só então fui perceber que, esse ladrão era meio... magro. Era uma mulher.

Foi aí que ela me surpreendeu ainda mais, se virou e pulou do prédio até o chão.

Corri até lá, a queda teria sido fatal se ela não tivesse rolado no chão na hora H.

-RAJ! - Gritei, e achei estranho não ouvir resposta.

Provavelmente ele poderia aparecer e me seguir atrás daquela mulher em dez segundos, mas acho que ele estava em outro lugar.

Sem outras alternativas, pulei e tentei rolar no chão que nem a ladra, mas não deu muito certo e acabei machucando minhas mão quando caí no chão de pedras nos pés do prédio, o resto da manobra foi bem.

Corri, ela já estava na minha frente, mas quando ela pensava que tinha se safado, eu peguei o meu martelo e joguei.

A precisão com que eu joguei o martelo neste momento seria suficiente para acertar uma mosca, e o martelo bateu bem na cabeça dela.

Ela caiu e segurou a cabeça, embaixo da sombra que a Mercearia Akimichi podia oferecer graças à um teto de pano(aqueles que se encontram em barracas e etc). A mulher já não segurava mais a cabeça, estava inconsciente, ou pelo menos parecia.

Recolhi meu diário do chão, aproveitando para olhar dentro da Mercearia.

-Estranho, Chouji não está aqui...

Voltei meu olhar à mulher no chão e tirei o seu capuz. A garota devia ter minha idade. A pele pálida deixava claro que ela era uma vampira.

-Sério? Ah, esses idiotas me amam.

Quando me afastei por um pouco, percebi que as pessoas estavam olhando.

A garota se levantou do nada e repentinamente, começou a fazer coisas doidas com as mãos, e o pior, elas pareciam fazer sentido.

-Ei! - Eu disse, correndo até ela.

No momento em que encostei nela, ela havia sumido e tinha sido substituída por um pedaço de tronco.

Eu estava oficialmente virando louco.

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Mais tarde eu encontrei Raj na frente do Blue Sky, e ele não parecia muito bem.

-Raj - Ele se virou para mim - Onde você esteve? Me roubaram hoje!

-Sério? Já percebi que isso tudo ia dar em encrenca.

-Isso tudo?

-Dois forasteiros chegaram aqui a uns dias, e são... estranhos.

-Dois? Quero conhecê-los.

-O quê? Já? Eles acabaram de entrar no Blue Sky. Provavelmente vão descansar.

-Eu sei, mas eu preciso conhecê-los agora enquanto tenho sanidade o suficiente para não provocá-los. Você vem?

-Ok, já que acho que preciso me acostumar um pouco com eles também...

Entramos no Blue Sky bem a tempo de avistar os dois subindo as escadas.

-Ei! Vocês dois! - Raj grita.

Eram um rapaz e uma garota, ele parou um pouco parecendo pensar no que fazer mas desceu mesmo assim.

-Kakashi - Eu disse, me virando.

-Olá, rapaz.

-O que é? - O rapaz disse.

-Este é o Mast - Raj disse.

Senti algo naquele cara, algo que não gostei.

Ele se virou para mim e falou:

-O que foi?

-Nada, só queria te conhecer - Eu disse, estendendo minha mão - Mast Laryton.

Ele olhou para a minha mão, parecendo decidir se a apertava ou não.

Sinceramente, não gosto muito do meu próprio sarcasmo, por isso não estava sendo sarcástico e tentando ser amigável.

-Eu sou Antonnium Sammuel Filho - Ele apertou a minha mão, mesmo parecendo que fosse contra sua vontade. - E ela é Alexis.

Não achei estranho o fato da garota se chamar Alexis, mas aquele cara era muito estranho.

Talvez ele estivesse mentindo. Na verdade, ele se parecia muito com o "carinha" que eu vi na guerra.

Mentindo ou não, descobririam quem ele é mais cedo ou mais tarde. Mentira nunca fica coberta por essas bandas. Bem, pelo menos por aqui, né...

De qualquer forma, agora ele era um cidadão daqui e eu deveria lhe oferecer minha hospitalidade.

-Tome, vai lhe dar algo a fazer - Eu disse e puxei o meu jornal, que eu tinha pego enquanto estava em casa, e entreguei a ele. Só depois vim perceber que a página da frente era a que eu tinha lido no dia anterior.

-Obrigado, eu acho...

Ele não disse mais nada e foi embora.

-Cara, eu estou exausto - escutei Raj comentar - Estou indo, até mais.

-Adeus... - Eu disse - Ei Kakashi.

-E aí, rapaz?


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Notas finais do capítulo

...
E aí?
Se existir alguém aí, comente, ok?
Té mais ^^