O QUE É AQUILO?

– Você. - Madd disse para uma pessoa flutuante. Era... era... ele.

– Como vai? - ele disse. - Vejo que se reencontraram.

– Desgraçado.

– Feliz em te ver também, Daniel. - ironizou.

– Por que você não nos deixa em paz? - eu disse - Eu não tinha te matado? - ironizei

– Mas como pode me ver, meu espírito está preso entre o céu e o inferno.

– Uma alma tão podre não precisaria nem de purgatório... tinha que ir direto pro inferno.

– Bla, bla. Maddeline já me disse isso tantas vezes. Mas, enfim. Diga-me: por que você a mantém por perto?

– O que?

– Por que a mantém por perto.?

– Por que... ela é uma boa companhia... - respondi confuso.

– Resposta errada, Daniel. - Madd disse.

Ela foi levantada no ar.

– MADDELINE! - desesperei-me

– Conte pra ele, Trotsky. Mesmo que ele não aguente. Ele precisa saber. - Maddeline disse.

– É melhor se sentar, rapaz. - Trotsky apontou para uma cadeira. Sentei-me - Bom, - ele começou - quando você me matou, nem o Diabo me quis. - riu fraco - Então meu espírito está aqui. Vocês estão amaldiçoados. Estarão juntos para sempre... qualquer outra pessoa que vocês se relacionem, morrerão. É Daniel e Maddeline, Maddeline e Daniel. Pra sempre. Mas com dificuldades, é claro. Vocês poderão se odiar, mas continuarão juntos, caso contrário, eu volto a vida sendo dez vezes pior ao que era antes. Agora responda a pergunta: por que a mantém por perto?

– Fale a resposta certa! - ela gritou.

– POR QUE EU A AMO!

Tudo parou. Maddeline caiu no chão. Morta?

– Maddeline! - corri até ela e ajoelhei-me ao seu lado - responde, por favor! - chorei - O que você fez?

– Ela não aguentou, Daniel. Não tenho mais o que fazer aqui - disse e sumiu

A tomei nos braços. Ela abriu um pouco os olhos, sorriu com as poucas forças que tinha. Pôs uma mão no meu rosto, secou minhas lágrimas. "Eu te amo", sussurrou e fechou os olhos. Gritei seu nome. Ela não me respondia, nem sequer respirava mais. Tudo ali naquele momento desabou. Ali estava ela... morta. Nenhuma lágrima, nenhum grito, nem toda culpa do mundo traria minha menina de volta. Ela foi embora. Já ouvi falar que, quando a pessoa que você ama morre, parte de você vai junto... mas... eu não me tenho mais, não tenho minha alma. Ela se foi e tudo que eu tinha foi com ela, não apenas uma parte. Ela era tudo pra mim. Aquela menina era minha vida. O que a traria de volta? O quê? Nada. Nada a traria de volta. Ela morreu. Eu morri. Que sentido teria minha vida daqui pra frente, sem ela?

– Maddeline, por favor. Não me deixa agora... por favor. Maddeline, por favor. Eu jamais vou amar outra mulher a não ser a ti.

Nem todas as lágrimas do mundo fariam com que aquela dor terminasse.

De repente, uma luz branca saiu de seu corpo... era sua alma. Ela se jogou no ar, com felicidade.

– Hey, Dan - disse - não fique assim... solidão não vai trazer a solução pro teu sofrer. Mas... está tudo bem! - sorriu - Não vê? Estou feliz. Você foi a melhor pessoa que eu conheci na minha vida.

– Maddeline? - uma voz grossa e confortante soou - Venha!

Do teto, saiu uma mão. Do buraco saía muita luz.

– Pai? – ela deu a mão a ele e começou a ser puxada lentamente. Estava com um sorriso escancarado no rosto – Sempre te amarei Dan, não importa o que aconteça.

Não importa o que aconteça.