No capítulo anterior...

“Que sentença melhor que “Ai meu Merlin.”? Uma aranha gigante e peluda, sacudindo as pinças vinha na nossa direção.”

(...)

“ – Oh Merlin, o que foi que eu disse para não saírem de perto! E você Fred, sabia que não devia ter deixado você sair sozinho, eu sabia, sabia...”

----------------------------------------

POV – ANGIE MCKORMICK

Merda, merda, merda, mil vezes merda. Porque o dia de segunda-feira precisa de existir? Adivinhação, dupla. Argh.

Eu estava saindo do salão principal, ao menos a comida de segunda é a mais variada. – ou seja, é o dia que eu mais como – Abri a porta para fora do salão principal, e encontrei com Lucy.

- Oi Lucy. – sorri. – O que você tem agora.

- Adivinhação. – ela respondeu, bufando.

Outra coisa ruim da aula de adivinhação, é que eu sempre fico sozinho na aula inteira, como sou só eu da Grifinória que estou matriculada nisso, e uma vez realizados os NOMs, não tem mais salvação.

- Vamos juntas? – convidei, sorrindo. Lucy deu um sorriso, aceitando.

Lucy e eu rumamos para a sala de adivinhação, sempre quente e com aquele cheiro de xerez barato. Quando chegamos lá, vimos Lily saindo.

- Oi meninas.

- Oi Lily. – cumprimentei. – Como ela está hoje? – perguntei, me referindo á professora Trelanawey.

- Mais estranha que nunca, vão por mim. – respondeu ela subindo a saia verde, já que alunos com mais de 13 anos podem vestir o que quiserem desde que tenha ao menos uma das cores da casa cujo pertence. Hoje eu descumpri essa regra.

Lucy e eu subimos as escadas para dentro da sala, que estava quente e com cheiro de xerez barato de novo, pra variar.

Sibila se virou, amedrontada, e olhou para nós duas com uma expressão de puro terror.

- Louca. – sussurrei.

Lucy e eu rimos baixinho. Nós duas estávamos cada vez mais próximas, já que estava acontecendo um baita rolo. Lily estava distante com a história do Hugo, Lysander vivia presa á pensamentos, Rose sumia e não dizia aonde ia, Dominique parece estar em outro mundo (está apaixonada, tenho certeza) e Roxy está muito calada, tem alguma coisa que a Roxanne não quer dizer para nós. E a Lucy, bem, a Lucy é a Lucy, né? Intelectual, engraçada e explosiva.

Sentamos na carteira da frente (a única disponível) e começamos a fazer tudo o que aquela professora muito sã mandava. Tínhamos que olhar no fundo da bola de cristal, manifestar nossa aura interior e ver o que aparecerá nas borras de chá da nossa xícara. Credo.

Não é necessário dizer que nada aconteceu, né? Foi então que tive a ideia. Eu iria desenhar com as borras de chá! Eu pegaria a xícara e desenharia á mão mesmo qualquer forma, depois quando ela me chamasse, era só dizer o que estava desenhado. Simples. Virei-me para pegar a xícara e... Ops, meu cotovelo derrubou a xícara no chão. Que se espatifou.

- Srta. McKormick, eu gostaria que ficasse aqui para discutir a xícara. – mandou Trelanawey, severa.

É, acho que eu me ferrei.

- Será que ela mandará você pagar outra xícara? – perguntei para Lucy.

- Acho que não. Isso só prova que ela é mais charlatona, não era para que ela adivinhasse que você iria quebrar a xícara?

Pensei no assunto. Lucy tem razão, Sibila Trelanawey ta muito é velha, isso sim.

- Ela ta muito é velha, isso sim. – pensei alto.

Lucy explodiu em risadas, e eu idem.

- Srtas., gostariam de partilhar a graça com a classe? – perguntou Trelanawey, juro que ficou parecendo um professor antigo daqui, Severus Snapas ou coisa assim.

- Nem um pouco. – respondeu Lucy.

- Professora, se nós quiséssemos, nós estaríamos contando, não é? – impus, rindo ainda mais.

As risadas deram uma trégua algum tempo depois. Me abaixei para anotar no pergaminho um dever de casa sobre o calendário lunar, que faríamos na aula de astronomia. Pelo canto do olho, vi um Corvinal com os olhos grudados na Lucy. Sorri.

- Lucy. – sussurrei, e apontei o garoto com olhos.

Lucy pegou o garoto no flagra. E deu um sorriso á ele.

- Quem é? – perguntei.

- Ben Jerth.

Olhei novamente o garoto, e não é que ele era bonitinho?

- Olha, ele não é de se jogar fora.

Lucy riu.

- Pervertida.

---------------------------------------

A aula chegou ao fim e os alunos começaram a depositar as xícaras com borras em cima da mesa da professora. Despedi-me de Lucy e fiquei esperando Trelanawey dar um jeito na bagunça. O que, ao pé da letra, demoraria um século, mas tudo bem.

Trelanawey veio até mim, e sorriu cordial. Retribui, sem jeito, mesmo sem saber por que eu estava fazendo aquilo. Foi então que as coisas ficaram realmente estranhas.

A professora colocou as mãos nos meus ombros, feito um robô. Depois começou a falar com uma voz grossa, como se estivesse possuída ou coisa assim.

- Cuidado... – ela começou.

- P-professora... – gaguejei.

- Cuidado... Tome cuidado... Você está apaixonada por alguém... Mas você não é a única, você não é a única... Tome cuidado... Você corre risco... Um grande risco... Tem outra de olho, tem outra que o quer... Se não tomar cuidado seu... Destino... Mudará seu destino para sempre... De hoje em diante é... Morte. – ela arrastou a ultima palavra.

Gelei. Meu coração começou a palpitar. Morte. Meu destino é morte. Aquilo foi uma predição. Verdadeira. Peguei minhas coisas e saí correndo dali, enquanto pensava.

Talvez eu esteja mesmo apaixonada.

No próximo capítulo...

“ – James, preciso de falar com você.”

“ – Que ouve?”

“ – Ou Sibila Trelanawey ta mais louca que o costume ou tem algo muito estranho acontecendo.”

(...)

“ – Façam suas medições e anotações, porque serão muito importantes no futuro.”

“ – Olha só, uma coruja!”

“ – Sr. Luckerson, se afaste da beira, o Sr. pode cair!”

“ – Não é só ele que pode cair...”