Mal Feito, Feito! escrita por Anne Lestrange


Capítulo 3
Segredos revelados


Notas iniciais do capítulo

Legal saber que tem gente acompanhando a fic, vou tentar postar com mais regularidade. Muito, muito obrigada pelos comentários, não deixem de comentar. *-*



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Começava a escurecer e as duas jovens estavam saindo da Sala Comunal da Sonserina para irem até a Floresta Proibida onde teriam de cumprir a detenção quando toparam com um garoto muito parecido com Sirius Black, ele tinha os cabelos um pouco mais curtos e arrumados, olhos verdes e vestia um uniforme de quadribol da sonserina, ele era uma cópia melhorada do irmão, pelo menos para Anne, o garoto se chamava Régulus Black.

— Aonde você vai Anne? — Disse ele fazendo uma careta de preocupação e impedindo que as duas garotas saíssem da sala.

— Detenção, que tal? — Respondeu Alyx antes de Anne.

— VOCÊ TÁ MALUCA? ESSE É O SEGUNDO TREINO DO ANO E VOCÊ TÁ DE DETENÇÃO! — Explodiu o garoto. Ficando vermelho de raiva.

— Desculpa Reg. — Disse Anne com um sorriso angelical, ela era goleira no time de quadribol da Sonserina. — Prometo não pegar mais detenção. Agora a gente tem que ir se não vamos pegar outra detenção ok? — Ela beijou a bochecha dele e o empurrou para o lado. — Ah, e você fica uma gracinha quando está brabo. — Ela puxou Alyx pelo braço e as duas correram para fora da Sala comunal da Sonserina, apressadas e com medo de pegarem outra detenção.

Já havia se passado meia hora e as duas jovens se encontravam na Floresta Proibida. Elas, mais quatro grifinórios, um cachorro babão e um jovem guarda caça chamado Hagrid.

— Eu estou pensando seriamente em sair correndo daqui. — Anne cochichou com Alyx que estava ao seu lado, de uma forma que os outros não escutassem. — Olha só onde e com quem a gente tá.— Anne fez uma careta enquanto olhava para Hagrid e seu cachorro. — O cachorro até que é fofinho tirando a baba, mas o...

Alyx que já estava cansada de ficar ouvindo as reclamações de Anne adiantou o passo ficando ao lado de Sirius que levava a procissão.

— Você sabe pra onde está nos levando? — Perguntou ela, desviando de raízes salientes.

— Claro que sei. Passei por aqui diversas vezes. — Respondeu ele, com um sorriso maroto nos lábios, enquanto seguia em frente.

— Cumprindo detenções?

— Er... digamos que é quase isso. — Respondeu ele, sorrindo. Ele olhou para ela que sorriu timidamente. — Como uma sonserina veio cumprir detenção com grifinórios? — Perguntou, erguendo uma sobrancelha.

— Digamos que eu nunca fui uma garota que cumpre protocolos, ou segue rótulos. — Respondeu ela com certo ar de supremacia.

— Mas fala como uma sonserina. — Comentou Sirius, que desviou os olhos da garota. — E ser animaga?

— Curiosidade. A professora citou isso, e eu e Anne ficamos curiosas para saber mais sobre o assunto. — Respondeu displicente.

Anne que havia sido deixada para trás pela amiga havia continuado a seguir o seu caminho reclamando.

— Traíra. — Falou ela enquanto olhava a amiga conversando com Sirius.

— O que disse Anne? — Lupin havia diminuído o passo para acompanhar Anne, mas, a mesma não percebeu a sua aproximação tamanha a sua raiva da amiga.

— Er... nada não. — A garota que antes estava de cara fechada abriu um sorriso sem jeito para o garoto.

— Você fica melhor sorrindo do que reclamando. — Observou Lupin.

— Eu não fico reclamando. — Nesse mesmo momento a garota tropeçou na raiz de uma árvore. — Maldita árvore. — Disse ela enquanto pegava a mão que Lupin estendera para ela.

— É realmente você não reclama nem um pouco. — Lupin comentou com um sorriso.

— Ok, eu reclamo um pouquinho. — Anne começou a olhar para o chão para esconder as suas bochechas vermelhas.

Os dois estavam andando tão lentamente que agora eram os últimos da fila, estavam a metros de distância de Peter, que era o último da fila que se seguia a frente deles. Lupin parou na frente de Anne, fazendo a jovem esbarrar nele, pois não estava prestando atenção por onde andavam, seus pensamentos estavam a mil por hora como um trem desgovernado.

— Desculpe. — Sussurrou ela, devolvendo alguns passos atrás, a cabeça ainda baixa.

Lupin ficou em silêncio, apenas com um singelo sorriso brincando nos lábios. Ele delicadamente levantou o rosto de Anne, obrigando-a a olhar em seus olhos castanho-claros. Ele acrescentou alguns passos à frente, aproximando-se da garota, colocou a outra mão suavemente sobre sua bochecha tirando uma mecha do cabelo que estava por ali. A garota enrubesceu mais uma vez, e retirou outra mecha que estava em seu rosto, disfarçando e baixando mais uma vez a cabeça. Lupin levantou mais uma vez seu rosto.

— Por que esconder um rosto tão lindo? — Disse ele, enquanto aproximava-se dos lábios da garota.

Um suspiro, e...


–-



— Ei, onde está o Lupin? — Perguntou Sirius olhando para trás.

— E Anne? — Alyx olhou também, se dando conta do sumiço da amiga.

— Estamos aqui. — Respondeu uma voz por de trás das folhagens.

Em seguida apareceu o jovem de cabelos castanhos e a garota logo atrás, ambos de mãos dadas.

— Eu tenho a impressão de ter perdido alguma coisa. — Disse Alyx olhando de Lupin para Anne, e para as mãos deles.

— Crianças é melhor pararem de conversar e me ajudar aqui. — Hagrid estava abaixado tentando pegar alguma coisa.

— Ajudar em quê? — Disse Anne que parecia estar com medo da resposta.

— Ora, ratazanas, não era o que estávamos procurando? — Sirius, James e Peter se aproximaram para ver o animal.

Anne agarrou-se a Lupin, impedindo que ele se mexesse. Alyx ficou um pouco atrás de Sirius.

— Ah, er... que bom. Então já podemos ir não é? — Disse Anne animada com sua própria ideia. James olhou para ela com certo ar de reprovação.

— Espere. Ela pediu para pegarmos ratazanas, exatamente para quê? — Perguntou Alyx, que só agora prestava atenção nesse detalhe.

Todos olharam para Hagrid prestando atenção.

— Bem, acho que era só para pegarem. Vão em frente, aí está cheio. — Hagrid abriu espaço para mostrar um buraco enorme. Em uma de suas mãos, estava um animal, parecido com um rato só que dez vezes maior.

— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA. — Ao ver o animal Anne deu um berro de pavor e saiu correndo floresta adentro.

— ANNE! — Lupin começou a correr atrás dela, assim como os demais.

Passou se algum tempo, eles já haviam percorrido uma boa parte da floresta e ninguém havia achado Anne.

— Se não acharmos a garota logo vamos ter que voltar ao castelo e comunicar Dumbledore do ocorrido. — Disse Hagrid. — Depois dessa vou ser demitido. — Continuou ele agora para si mesmo.

— A culpa não é sua Hagrid, aquela sonserina maluca é que não deveria ter saído correndo... — Começou James.

— Não fale assim dela James. — Retrucou Lupin.

— Discutir não vai ajudar em... — Sirius começou a falar quando um grito cortou o ar da floresta.

Todos olharam na direção do grito. James, Sirius, Lupin e Peter se entreolharam. Em seguida, olharam para Alyx.

— Alyx, tem uma coisa que eu preciso te contar. — Começou Sirius tentando acalmar uma possível tempestade.

Outro grito cortou o silêncio.

— Não dá tempo, por favor, Almofadinhas, vão logo! — Pediu Lupin, olhando na direção de onde vinha o grito.

— Almofadinhas? — Repetiu Alyx sem entender nada.

— Me desculpe por não ter falado antes. — Alyx estava olhando abismada para Sirius e os outros.

De repente, Sirius, Peter e James começaram a diminuir de tamanho. Peter desapareceu completamente, deixando apenas as roupas para trás. Enquanto Alyx procurava descobrir o que havia acontecido com ele, um cachorro preto começou a latir do lugar onde Sirius estava. E antes que pudesse recuperar o fôlego, um cervo cortou sua frente, cavalgando floresta adentro.

— O que... — Alyx desmaiou antes de continuar a frase, sendo segurada por Lupin.

— VÃO LOGO! EU CUIDO DELA, ALMOFADINHAS.

Com o susto que levara ao ver uma ratazana, Anne correra tanto que se perdera e agora ela estava diante de um Hinkypunk em algum lugar da Floresta Proibida.

— Calminha amiguinho! Se não se importa dá para manter distância? — Perguntou ela enquanto pegava a varinha e apontava para o Hinkypunk. — Isso mesmo... aaaaaaaaaa. — Ele avançou para cima de Anne, quando de repente um cachorro preto pulou a sua frente e começou a rosnar para o Hinkpunk, logo o cervo saiu de dentro da floresta e se colocou ao lado do cachorro.

Em segundos o Hinkpunk saiu correndo para dentro da floresta.

— Ai, essa foi por pouco. — Ela olhou para os dois animais que ainda continuavam ali. — Err... obrigada animaizinhos bonitinhos, agora se me dão licença eu vou dar o fora daqui.

Disse Anne enquanto andava alguns passos para trás. Em seguida deu as costas aos animais, e começou a dar passos lentos e bem calculados para tentar voltar à clareira onde encontraria seus amigos.

— Está com medinho sonserina? — Disse uma voz conhecida.

— E sai sem agradecer? — Anne parou como se estivesse sido petrificada, e sem acreditar no que ouvia, virou para ver.

James e Sirius estavam parados na sua frente, ofegantes. Ela atirou-se nos braços de ambos, que ficaram surpresos, mas retribuíram.

— Como vocês chegaram aqui? Onde vocês estavam? Espere, cadê o cachorro e o cervo que estavam aqui? — Perguntou ela finalmente se dando conta da falta dos animais.

De repente, algo começou a brotar do nada do solo. Era um garoto de cabelos castanho escuro e dentuço, ele estava agachado e nu.

— Peter? Ah, Merlin. — Ela tapou os olhos ao notar a nudez do garoto. James e Sirius começaram a rir.

— Nós temos que lhe explicar uma coisa. Peter é melhor você se transformar de novo. — Comentou Sirius prendendo o riso. Anne começou a retirar as mãos dos olhos, e no lugar do garoto gordinho e dentuço, havia um rato com as mesmas características.

— A-animagos? — Ela estava trêmula e apontava de Sirius para James, e de James para o Peter-rato. — Por que vocês não estão sem roupa?

Os dois garotos se olharam e começaram a rir.

— Sua primeira reação é essa? Se eu soubesse teria falado antes. Aprendemos a conjurar roupas, é mais fácil assim. Mas, Peter é um desastre em feitiços. — Explicou Sirius aproximando-se da garota.

— Descobertos por uma sonserina. Que desastre! — Exclamou James ironicamente.

James, Sirius, Anne e Peter-rato, voltaram para a clareira onde encontraram Lupin, Hagrid, o cachorro Canino e Alyx.

Alyx estava sentada em um tronco, emburrada. Enquanto Lupin estava encostado em uma árvore um pouco impaciente. Hagrid acariciava o cachorro com uma expressão nervosa no rosto. Eles começaram a ouvir risadas e viraram o pescoço em direção delas.

— Graças a Merlin! — Exclamou Hagrid suspirando de alívio ao ver os garotos retornando. Lupin agarrou Anne quando a viu, deixando Sirius e James falando sozinhos.

— Desculpe. — Disse ele apenas, depois olhou fundo nos olhos de Anne e a beijou.

— Oh, Lupin, por favor, poupe-nos. — Brincou Sirius vendo a cena.

— Sirius, você deve explicações a alguém. — Lupin olhou-o seriamente, e depois apontou para a garota loira sentada que observava a cena, mas que virou o rosto quando Sirius olhou para ela.

— Alyx, eu... — Começou ele, mas a jovem levantou-se o contornou e foi em direção da amiga.

— Que bom que você está bem. Agora se não se importam, já cumprimos a detenção, pegamos as ratazanas e eu vou voltar para o castelo. Boa noite. — Informou, e sem sequer esperar pela resposta de alguém começou a caminhar de volta para o castelo.

Alyx se virou e tentou procurar o caminho por onde vieram, Hagrid percebendo a confusão da garota começou a fazer o caminho de volta, fazendo sinal para que o seguissam, Hagrid, Lupin e Alyx, haviam capturado algumas ratazanas enquanto os garotos salvavam Anne.

— Por favor, não comentem o que houve aqui com ninguém crianças, se não eu vou me dar muito mal. — Hagrid disse enquanto eles saiam da floresta.

— Eu deveria contar para o meu pai... — Todos olharam com cara feia para Anne, antes que ela pudesse terminar a frase. — Mas como eu sou uma pessoa muito legal eu não vou contar pra ninguém.

— Cadê essa pessoa muito legal? Você está vendo alguma pessoa muito legal por aqui Almofadinhas? — Brincou James.

— Não estou vendo ninguém não. — Respondeu Sirius com um sorriso bem humorado.

— Alguém pode me explicar o que quer dizer Almofadinhas? — Perguntou Anne.

— Alguém pode me explicar alguma coisa? — Alyx complementou irritada.

Hagrid estava agora a alguma distancia do grupo de jovens

— Nós somos animagos, Alyx. — Disse Sirius olhando seriamente para ela. Ela tinha parado no meio do caminho e se virado para ouvir uma resposta.

— Animagos? E por que você não me falou isso antes, Sirius? — Ela fuzilava Sirius com os olhos, estava ficando vermelha de raiva. Sirius não sabia o que falar e simplesmente olhou-a desolado.

— Ótimo. — Ela levantou as mãos para o alto. — Perfeito! Quer dizer que os sonserinos é que não são dignos de confiança? — Ela havia atirado em Sirius a mesma frase que uma vez ele disse para ela, muito tempo atrás.

Seus olhos começaram a arder, algumas lágrimas teimavam em querer cair, mas a raiva e o sentimento de traição tomaram a garota que saiu em disparada na direção do castelo. Alyx e Sirius a muito tempo vinham trocando olhares, conversinhas e risos entre as aulas.

— Alyx, ALYX! — Sirius gritou para a garota.

— Não adianta Sirius, ela não vai te ouvir hoje. Está muito atordoada. Deixe-a quieta por enquanto. — Disse Anne num tom de voz sereno, tentando acalmá-lo, mas ele já estava correndo atrás de Alyx.

Sirius conseguiu alcançar Alyx que havia diminuído o passo e agora apenas andava apressadamente, tentando controlar a raiva.

— Por Merlin Alyx, entenda! Nós não podíamos nos expor desse jeito. Somos animagos ilegais. Se alguém descobrir seremos expulsos e tudo mais. — A jovem sequer respondeu ou olhou para trás. Sirius numa atitude desesperada na busca de atenção agarrou o braço da jovem e puxou-a obrigando-a a se virar e encará-lo.

— Sirius você está me machuc... — Alyx havia perdido completamente a fala, o rosto de Sirius estava a milímetros do seu.

Era impossível pensar em outra coisa naquele momento a não ser beijá-lo. E foi isso que ela fez como por anos havia sonhado fazer.

Sirius sentiu os lábios da garota tocarem os seus, eram macios e gentis. Ele afrouxou o aperto em seu braço, e deslizou suas mãos pela cintura dela. Beijava-a calmamente, os braços rodeando sua cintura e acariciando suas costas. Mordia levemente seus lábios, e parou o beijo com alguns selinhos.

— Sou digno de confiança agora? — Perguntou ele em tom de brincadeira, com um sorriso maroto nos lábios.

Alyx que permanecia de olhos fechados apenas ouviu as palavras de Sirius e deu um meio sorriso.

— Agora mesmo que não é. — Riu ela.

Após abrir os olhos, fitou os olhos azul-acinzentados do garoto, e sentiu sua respiração em sua face.

— É melhor eu ir dormir agora. A gente conversa melhor amanhã. — Dito isto, a garota deu um selinho demorado em Sirius e dirigiu-se para o dormitório da Sonserina.

Alyx ficou um bom tempo sentada na cama, sonhadoramente esperando pela amiga que ainda não chegara, que provavelmente devia estar aos agarros com Lupin.


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