Capitulo 2(Ao passar dos anos)


12 Anos depois :

_Acorda! Acorda Inútil! –Esbravejava Salomé, enquanto sacudia violentamente o corpo frágil da rosada.
_Me deixa dormir mais um pouquinho! – Pediu Sakura com a voz embargada pelo sono.
_Vamos garota, levante logo! Hoje é o seu dia de trabalhar na plantação. – Disse Salomé impaciente.
_Eu já trabalhei ontem, por favor, senhora me deixe descansar mais um pouco.
_Hunf, além de inútil é uma mentirosa, Karin que trabalhou ontem. Você é uma preguiçosa, não serve para nada, ao contrário de você , MINHA FILHA KARIN! Trabalha e me ajuda em casa. - Disse Salomé nervosa e impaciente com toda a situação, nunca gostou de Sakura, o único motivo pelo qual a garota estava em sua casa era o dinheiro que ganhava todo mês de uma mulher misteriosa cujo se identificava como Harumi, Salomé sabia que esse não era o nome dela, mas mesmo assim nunca a indagou, aliás, o dinheiro que ganhava já é o suficiente para ficar de boca fechada.
_Minhas mãos estão cheias de calos, por favor, não me obrigue a ir para a colheita novamente! – Suplicava Sakura.
Salomé olhou a rosada com desprezo, a puxou da cama com violência fazendo-a cair no chão.
Assustada com reação da mulher mais velha, Sakura a olhava com medo, seu corpo tremia temendo que fosse castigada.
_Se em 5 minutos você não estiver pronta, lhe darei a maior surra que ira levar na vida. - Dizendo isso Salomé saiu do quarto, batendo a porta com brutalidade.

Ainda caída no chão frio do pequeno quarto, Sakura tentava reprimir o choro entalado na garganta que insistia em sair. Sua tentativa foi em vão, começou a soluçar enquanto seu rosto era banhado em lágrimas.
Sempre fora maltratada naquela casa, Salomé e sua filha Karin eram desprezíveis, tornavam cada dia da rosada em um tortuoso pesadelo.
Sabia perfeitamente que Salomé não era sua mãe, a mesma deixava bem claro essa situação dizendo que “Nunca traria um ser tão insignificante ao mundo”, Por quê? Por que as duas não gostavam dela!
Sakura sempre se perguntava, tinha medo da resposta.
A “Bruxa” como Sakura intitulava Salomé, nunca lhe dissera que foram seus pais e o porque a rosada morava com elas. A única coisa que tinha laços com seus pais ou descendentes era o colar que estava pendurado em seu pescoço, um coração verde, não sabia qual pedra de que ele havia sido feito, mas sentia que o coração verde que carregava consigo possuía um grande significado em sua vida.

Em exatos cinco minutos a rosada já estava na cozinha, vestia um vestido encardido, um verdadeiro farrapo que usava todos os dias, seu cabelo era bem curto, calçava uma sandália remendada.
Enquanto Salomé e Karin se vestiam de forma confortável.

_Vai ficar parada aí ? – Disse Karin, uma garota ruiva de 12 anos, usava óculos e possuía uma voz extremamente irritante.

Sakura se aproximou da mesa onde Karin tomava café, sentou a mesa pronta para tomar seu café da manhã.

_Oque acha que esta fazendo garota? – Perguntou Salomé.
_Não é obvio! Estou tomando meu café.- Respondeu Sakura, ao receber o olhar furioso de Salomé , se arrependeu do que havia respondido.
_ATREVIDA!- Gritou Salomé, puxando a rosada da cadeira e a arrastando para fora de casa.

Sakura estava desesperada, sabia que algo ruim viria a seguir.
_ME SOLTA!- Gritava a rosada.

Seu pedido foi atendido, olhou ao seu redor e reparou que estava no quintal atrás da casa, assim olhou para Salomé, levou um forte tapa  no rosto que a fez cair no chão.
_Isso é para você deixar de ser insolente.- Disse Salomé com um tom calmo demais para a situação. Em seguida a mais velha começou a gargalhar oque deixou Sakura mais assustada.
_Eu te avisei que lhe daria uma surra, que nunca ira esquecer.

Assim que deu o primeiro chute na barriga de Sakura, a viu gritar de dor oque lhe fez se sentir mais motivada a continuar agressão, puxou a rosada pelos cabelos e lhe deu outro tapa, seguido de mais chutes e xingamentos.

Karin saiu de dentro de casa para ver oque estava acontecendo, os gritos por socorro que Sakura pedia não foram atendidos, era de manhã e a maioria dos vizinhos estavam trabalhando nas plantações e em outros afazeres.
_PARE MÃE, DE ESSE JEITO IRA MATA-LA!- gritou Karin.
_Tem razão! – Disse Salomé que havia parado de espancar a rosada que estava com hematomas por todo o corpo juntamente com sangue que sujava lhe as roupas e o chão.

Sakura estava quase desmaiando quando sentiu seu corpo ficar dormente, a dor parecia ter ido embora, se levantou rapidamente encarando Salomé.

Assustada com a garota a sua frente, Salomé ficou paralisada ao ver os olhos da rosada tomar uma coloração vermelha. E suas presas estarem expostas, iria atacá-la? Pensou rápido.

Sakura parecia estar em transe não se mexia e nem tinha consciência do oque estava fazendo.
 

-KARIN ME DE A ENXADA E SAIA DAQUI AGORA! – Gritou Salomé em pânico. Já sabia oque iria fazer.

Karin atendeu ao pedido da mãe lhe entregando a ferramenta.

Salomé ergueu a enxada, iria acerta-la na cabeça de Sakura, na hora que tentou, Sakura desviou com uma velocidade extrema.
A rosada, apertava o pescoço de mais velha, a deixando roxa pela falta de ar!

_SOLTA MINHA MÃE!- Karin Gritou desesperada.
Precisava ajudar a mãe, olhou em volta e viu uma pedra, com medo do que poderia acontecer decidiu acertar com a pedra em Sakura. E assim fez.

Por sorte a ruiva conseguiu acerta a rosada que caiu no chão desmaiada.

Salomé tossia sem parar, correu para ao lado da filha que chorava assustada.

_Mãe... oq...oque..fo..fo...foi isso?- Gaguejou Karin.
_Vamos para a plantação, agora.
_Mãe? Oque esta acontecendo? Vai deixa-la aqui?
_Não posso fazer mais nada Karin, se ela morrer ai ira ser uma benção, pensarei melhor quando voltarmos da plantação.
_Iremos voltar?
_PRA ONDE IREMOS KARIN?, PARE DE PERGUNTAS IDIOTAS!
_Desculpa. - Disse Karin chorando.
_Engula e choro, vamos , trate de agir de forma normal na plantação, ninguém pode desconfiar de nós duas, entendeu?
_Sim, entendi.

As duas saíram em direção a plantação, antes Salomé trocou de roupa, por que estava suja de sangue. Embarcaram na carroça que tinham e foram para a plantação.

Sakura ainda estava caída no chão, aos poucos, sua consciência retornava, ouviu um choro perto de si! Quem seria?
Seu corpo inteiro doía, ergueu a cabeça para procurar a pessoa que estava chorando. Encontrou a pessoa, uma mulher, bonita assim pensou. Alta, branca e tinha longos cabelos rosa, olhos verdes , suas lagrimas brilhavam como se fossem diamantes, a mulher vestia um longo vestido branco que cobria o corpo todo. E oque mais lhe chamou a atenção, ela possuía certo grau de transparência e tinha os pulsos presos por correntes douradas.
_Um fantasma?- Disse Sakura, sua voz saiu em forma de um sussurro tomado pela dor.

A mulher parou de chorar e direcionou seu olhar para Sakura, foi em direção á garota com alguns passos seguidos por barulhos de correntes sendo arrastadas.
 

Ajoelhou-se ao lado do corpo frágil da rosada e passou a mão sobre o rosto da pequena. Sabia que ela não sentiria seu toque, mas mesmo assim afagava o rosto da menor.

_Minha Filha!




Continua ...