Assim que acabou de tocar de tocar ouviu o som de palmas às suas costas.

 

“Não sabia que você sabia tocar” a pessoa comentou enquanto caminhava lentamente na direção dela.

 

“Há muitas coisas a meu respeito que você não sabe” ele retrucou sem encarar o dono da voz, apenas deslizando os dedos pelas teclas sem toca-las.

 

            “De fato, você é uma pessoa cheia de mistérios, Catherine” ele falou parando atrás dela.

 

            “E você é uma pessoa muito curiosa, Fred” ela retrucou apertando uma das teclas que fez um som grave e longo.

 

            “Oh! Então era você que estava tocando” a Senhora Weasley entrou na sala e os dois se viraram para encara-la.

 

            “Bom dia, senhora Weasley” Cath a cumprimentou cordialmente se levantou e parou na frente da mulher.

 

            “Jorge me disse que você ficou aqui tentando anima-los” Molly disse com um sorriso de orelha a orelha em sua face cansada “obrigada por isso, não esperava algo assim de você, mas sempre soube que você era uma boa garota” e abraçou a morena.

 

            “Eu apenas disse para eles que estamos numa guerra e não podemos nos deixar abalar” Catherine falou parada enquanto esperava a mulher a soltar.

 

            “Você vai conosco no hospital visitar o Arthur?”.

 

            “Acho melhor não, será um momento em família, não quero atrapalhar” Cath usava um tom de voz doce e educado para falar com a Senhora Weasley, que agora tirava uma sujeirinha da capa que ela usava. No entanto Fred percebeu que mesmo aparentando estar indiferente algo incomodava a morena.

 

            “Harry, Tonks e Olho-Tonto vão, Arthur ficará feliz em saber que até você ficou preocupada”.

 

            “Já que é assim, como recusar?” Cath deu um sorriso simpático extremamente forçado, mas que convenceu a ruiva, a pouca cor das suas bochechas era quase inexistente.

 

“Fico feliz, logo o café ficará pronto, então não demorem para descer” e após dizer isso a mulher saiu.

 

Catherine voltou para o banco em frente ao piano, se sentou e começou a tocar uma melodia de notas graves, porém não soava obscura, era até uma melodia suave para os ouvidos.

 

“O que te incomoda” Fred perguntou ainda parado atrás dela.

 

“Não gosto de hospitais”.

 

“Por que não?” ele se sentou ao lado dela e começou a imitar o que ela tocava no lado mais agudo do piano.

 

“Me trás lembranças desagradáveis” ela passou a tocar mais rápido apenas para fazê-lo se confundir nas notas.

 

“Que tipo de lembranças?” ele estava conseguindo a acompanhar depois de várias notas erradas.

 

“Desculpe, mas este será mais um dos meus segredos” a morena parou de tocar, se levantou e saiu de lá.

 

Depois do café da manhã todos foram dormir incluindo Catherine, que dividira o quarto com Gina.

 

Na hora do almoço todos acordaram e enquanto almoçavam os malões de Hogwarts chegaram, para poderem vestir roupas trouxas.

 

 

Olho-Tonto, que usava um chapéu coco desabado para o lado para esconder o olho mágico e Tonks, com cabelos curtos e rosa, chegaram para acompanhá-los à Londres.

 

“Por que vai nos acompanhar, garota?” Moody perguntou ríspido enquanto iam à direção da estação de metrô.

 

“Para  explodir aquele lugar inútil e matar vocês como brinde” ela ironizou lançando um olhar mau humorado para o bruxo.

 

“Estarei de olho em você” ele fez um sinal indicando o olho mágico, mas Catherine apenas deu de ombros.

 

“Seu tolo vigiada ou não, se eu quisesse fazer algo do gênero naquele lugar não seria vocês que iriam conseguir me impedir” ela retrucou fria “de qualquer maneira estou aqui, porque não achei correto recusar o pedido da Senhora Weasley” concluiu indiferente.

 

Moody bufou algo incompreensível, mas que parecia um palavrão, e lançou um olhar raivoso e cheio de desprezo à garota, este olhar que ele reservava exclusivamente para Catherine.

 

Ao chegarem no tumulto do centro de Londres, se dirigiram até uma antiga loja de departamentos, aparentemente fechada e caindo aos pedaços.

 

Foram até uma vitrine onde apenas um manequim um tanto feio estava. Suas pestanas estavam soltando e ela vestia uma bata de náilon verde.

 

Tonks se encostou no vidro, olhando para o manequim horroroso, sua respiração embaçando o vidro “e aí beleza!” cumprimentou “estamos aqui para visitar Arthur Weasley” o manequim fez um leve aceno com a cabeça e um sinal com o indicador. Tonks segurou Gina e a Sra. Weasley pelos cotovelos, atravessou o vidro e desapareceu.

 

Rony, Jorge e Harry entraram logo em seguida. Catherine deu alguns passos a frente, mas parou antes de entrar, pensando seriamente se entrava ou não, porém antes que chegasse a uma conclusão, Fred a segurou pelo cotovelo e a puxou para dentro junto com ele.

 

Passar pelo vidro teve uma sensação parecida com passar por uma cortina de água, embora ninguém ficasse molhado depois de atravessar. Ao olhar para trás não havia sinal do velho manequim nem da vitrine, estava apenas na recepção do hospital.

 

Se não fossem os casos extravagantes e diferentes, pessoas com deformações, soltando fumaça, entre outras coisas, pareceria uma recepção comum.

 

Bruxos e bruxas de vestes verde-claras, com um emblema no peito de uma varinha e um osso cruzados, iam e vinham pelas filas fazendo perguntas e anotações em pranchetas.

 

-Eles são médicos? – perguntou Rony com ar de espanto.

 

-Médicos? Aqueles trouxas doidos que cortam o corpo das pessoas? Não, são curandeiros – tonks respondeu.

 

A Senhora weasley os chamou até a mesa de informações, onde uma bruxa gordinha e loura atendia ás pessoas na fila que se formara na sua frente. Atrás dela havia uma grande quantidade de cartazes de avisos e sugestões.

 

Havia ainda um grande retrato de uma bruxa com longos cachos prateados com uma placa:

 

Dilys Derwent

Curandeira do St. Mungus 1722 – 1741

Diretora da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts 1741-1768

 

Dilys examinava o grupo como se os contasse; quando seu olhar encontrou o de Harry, a bruxa deu uma piscadela, deslocou-se para o quadro ao lado e desapareceu.

                             

Quando a vez deles finalmente chegou, Cath conseguiu ler o quadro com as informações do hospital.

 

ACIDENTES COM ARTEFATOS ........................................Térreo

Explosão de caldeirão, retroversão de feitiço, acidentes com vassouras

etc.

 

FERIMENTOS CAUSADOS POR BICHOS............................1º.andar

Mordidas, picadas, queimaduras, espinhas encravadas etc.

 

VÍRUS MÁGICOS...................................................................2º.andar

Doenças contagiosas, tais como varíola dragonina, doenças evanescentes, escrofúngulos etc.

 

ENVENENAMENTO POR PLANTAS E POÇÕES.................3ºandar

Urticárias, regurgitação, acessos contínuos de riso etc.

 

DANOS CAUSADOS POR FEITIÇOS ...................................

 

 

SALÃO DE CHÁ/LOJA DO HOSPITAL........................

 

 

SE NÃO TIVER CERTEZA AONDE SE DIRIGIR, NÃO CONSEGUIR FALAR NORMALMENTE OU NÃO SE LEMBRAR DE QUEM É. A NOSSA BRUXA-RECEPCIONISTA TERÁ PRAZER EM ORIENTÁ-LO.

 

A Sra. Weasley se aproximou da mesa “Olá meu marido, Arthur Weasley, deveria ter sido transferido para outra enfermaria hoje pela manhã, pode nos dizer...?”

 

“Arthur weasley?” repetiu a bruxa, correndo o dedo por uma longa lista à sua frente “Foi, primeiro andar, segunda porta à direita, Enfermaria Daí Llewellyn”.

 

“Obrigada. Vamos gente”.

 

Chegaram onde a bruxa havia indicado e todos pararam em frente à porta.

 

“Vamos aguardar aqui fora, Molly” Tonks disse “Arthur não vai gostar de receber tantas visitas ao mesmo tempo... Primeiro entra a família”.

 

Olho-Tonto resmungou sua aprovação à idéia e se postou á porta com as costas apoiadas na parede do corredor, com o olho mágico girqando em todas as direções. Cath e Harry se afastaram também.

 

“Não seja tolo, Harry, Arthur quer lhe agradecer”.

 

“E não pense que você vai ficar de fora Cath, não podemos deixar você e o Moody terem a chance de tentar se matar” Fred e Jorge falaram em uni som e a empurraram para dentro.

 

No quarto haviam apenas três paciente. O Sr. Weasley ocupava a cama ao fundo da enfermaria ao lado da janelinha. Ele estava enconstado em vérios travesseiros e lio o Profeta Diário.

 

“Olá” cumprimentou pondo o Profeta de lado “Gui acabou de sair, Molly, precisou voltar o trabalho, mas diz que passa para vê-la mais tarde” ele deu uma pequena pausa enquanto a Sra. Weasley foi lhe dar um beijo na bochecha “ora, até mesmo a Catherine veio me ver”.

 

“É praticamente impossível dizer não para a senhora Weasley” ela contou forçando um sorriso. Catherine estava mais branca que o normal e não olhava muito tempo para o homem na cama, apenas fixou seu olhar na janela e fingiu observar a faixa de céu cinza que podia ver.

 

Percebeu algumas discussões e saiu do quarto sorrateiramente andando pelo corredor, deixando bem claro que ignorava a presença de Moody e Tonks. Porém logo ouviu passos às suas costas.

 

“Hey, Cath onde você vai?” Jorge a alcançou e começou a caminhar do lado dela, minutos depois do outro lado apareceram Harry e Fred.

 

“Não sei” ela respondeu dando de ombros e continuou a andar.

 

“Não está se sentindo bem?” Fred indagou olhando-a um pouco preocupado.

 

“Não” depois disso ela não se importou em falar mais nada apenas subiu alguns andares, andou por alguns corredores até que parou em frente a uma enfermaria.

 

Olhou o letreiro que dizia : enfermaria Jano Thickey, a porta estava entreaberta e alguma coisa a tentava a entrar. Afastou um pouco a porta e entrou sendo logo seguida pelos garotos.

 

“Hey, Cath, porque estamos entrando aqui?” Harry questionou olhando para os pacientes na sala e reconheceu seu antigo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Gilderoy Lockhart.

 

Porém Catherine não prestou a mínima atenção em ninguém apenas seguiu para o extremo da enfermaria, onde duas camas estavam.

 

Na primeira havia uma mulher de olhar vazio, rosto fino e cansado, olhos grandes demais e cabelos brancos, ralos e sem vida. O homem na outra cama lembrava muito Nevlile Longbottom, porém tinha o olhar igualmente vazio, cabelos brancos e aparência cansada.

 

Catherine bateu os olhos nas pequenas placas que havia em frente ás camas: Alice Longbottom e Frank Longbottom, torturados até a insanidade.

 

“Interessante” a morena murmurou olhando os dois com atenção “então esta foi a obra de arte de lhe prendeu, mamãe?” sussurrou para si.

 

“Hey Cath, quem são eles?” Fred se aproximou de repente e a assustou, porem ela não deixou isso transparecer “São os pais de Neville Longbottom” ela respondeu com os olhos fixos neles.

 

“Quem fez isso com eles?” o ruivo indagou também observando os pais do colega.

 

Antes que Cath pudesse responder, Alice Longbottom a encarou fixamente, com uma subta atenção, de repente ela arregalou os olhos e deu um grito desesperado. Segundos depois Frank Longbottom fez o mesmo.

 

“Hey! O que está acontecendo?” uma mulher com roupas de curandeiro apareceu e começou a tentar acalmar o casal, que ainda olhavam horrorizados para Catherine “quem são vocês”.

 

“Desculpa, entrei aqui por acaso” Catherine disse educada.

 

“Ela não fez nada eles começaram a agir assim do nada” Fred falou.

 

“O que está acontecendo aqui?” Harry e Jorge perguntaram se aproximando.

 

“Isso deve ser porque ela é bem parecida com quem fez isso com eles” a curandeira disse com um sorriso simpático.

 

“E quem foi que fez isso com eles?” Fred indagou.

 

“Belatriz Lestrange” Catherine respondeu automaticamente e todos a olharam curiosos “sou da Ordem sei o que  aconteceu com seus membros antigos” ele explicou convincentemente.

 

“Acho melhor irmos embora” Harry anunciou e todos acenaram em concordância “desculpe o incômodo senhorita” desculpo-se com a curandeira e os quatro saíram daquela enfermaria.