Sai do banheiro e corri para o quarto. Jared estava jogado na cama com a barriga para baixo, a bochecha grudada no colchão os lábios entreabertos, sorriu quando me viu. Eu estava apenas de short e sutiã.

"Aonde tem uma camisa limpa sua?" Perguntei.

"Pra que vai vestir uma blusa, se daqui a pouco vai ficar sem ela?" Falou.

"Vou?" Me aproximei dele ainda deitado "Tenho que te informar que tenho namorado. Só ele pode tirar minhas roupas."

Jared se sentou.

"Engraçado. Poucos minutos atrás eu estava te despindo... Isso faz de mim o que? Espero que não esteja me colocando no cargo de namorado... Seria uma estupidez enorme."

"Não, meu namorado é Raymond, e você estava apenas me... ajudando."

"Conte sempre comigo para esse tipo de ‘ajuda’". Sorriu.

Coloquei a mão em sua cara e o empurrei para trás, mas ele puxou-me fazendo com que caísse em cima dele. Prendeu-me com as pernas e segurou meus pulsos, estávamos praticamente nos beijando.

"Precisamos conversar." murmurei de repente hipnotizada por seus olhos, ele fitava meus lábios.

"Ok, mas... depois." Beijou-me.

Virou para que eu ficasse em baixo dele, segurava-me firme pela cintura, estava entre minhas pernas. Minhas mãos estavam em seus cabelos, puxando-os. Seus beijos desceram por meu pescoço em direção aos meus seios, sentou puxando-me para seu colo, seus dedos trabalhavam no fecho do meu sutiã. O afastei.

"Precisamos conversar." Falei ofegante.

Ele revirou os olhos ao ser interrompido me olhou com o cenho franzido, entortando levemente os lábios inchados pela troca de beijos.

"Sobre o que?" perguntou.

"Preciso esclarecer certas coisas, pode me ajudar?"

"Não." Disse com firmeza. "A única ajuda que vai receber de mim é quando quiser que eu tire suas roupas."

"Jared!"

Ele bufou e se jogou para trás, eu estava em cima dele, em seu colo.

"Vai, fala."

"Por que esses caras queriam te matar?"

"Por causa daquela história dos bebês, lembra? Tenho 19 anos, eles matam qualquer um que tenha 19 anos."

"Mas parece que sempre estão focados em você... Ainda não entendo. Por que te chamam de Tomás?"

"Um nome meu Katherine, já falei."

"Ok...hm, e como soltou suas mãos naquela hora?"

Ele se sentou ficando cara a cara comigo.

"Quer mesmo saber, bruxa?"

Assenti.

"Tenho aprendido certos truques com Astaroth." Falou e de repente senti um calor, mas não de... tesão, um calor abafado, como se estivesse num forno, senti como se tivesse que escapar dali. "Está quente aqui, não é Katherine?" Perguntou Jared me avaliando.

"Um... um pouco." Gaguejei.

Ele sorriu e o calor aos poucos foi desaparecendo. O avaliei.

"Você fez isso?" Perguntei. "Como fez?"

"Agora não, um dia, quem sabe."

"Me mostra."

"Não."

Bufei irritada e o avaliei.

"Você está me escondendo alguma coisa de mim." Falei.

"Não só uma. Várias." Sorriu canalha.

Fiquei encarando-o por um longo tempo, até que me roubou um beijo, mas o afastei.

"Não posso." Murmurei.

"Mas quer, e muito." Beijou-me de novo.

"Tenho. Um. Namorado." Falei entrei os beijos.

"Agora que a gente começou, podemos terminar." Ele disse insistindo em me beijar. Forçou o peso do seu corpo em cima de mim, inclinando-me para trás, mas eu o empurrei.

"Eu disse não." Falei. Ele se afastou encarando-me com um suspiro de insatisfação.

"Katherine, esse cara... ele não é normal." Falou.

"Diz isso por que ele te venceu numa luta?" Perguntei.

"O quê? Não. Nossa, às vezes você é muito burra." Falou. "Ele não venceu, eu estava acabando com ele, mas um amigo dele entrou e nos separou. Kate, Raymond aguentou meus socos e golpes, se amanhã ele não estiver tão machucado quanto estava hoje, pode ter certeza que ele, ou é um Neplhim, ou um Baalihan."

"Eu ainda penso que está apenas com ciúmes." Falei e ele riu.

"Vou ser bonzinho com você, mas só dessa vez." Pausou. "Eu não tenho sentimentos por voc. Gosto de beijar você, gosto de você seminua no meu colo, sim, não quero ele transando com você, sei que é virgem, mas juro que se ele te corromper, eu o mato. E não, não estou com ciúmes, estou sendo cauteloso, não quero que fale sobre mim com ele, ele tem que pensar que viajei para outro estado. Vou começar a seguir a mãe dele, ela também com certeza não é normal. Eu sei que vocês dois tem uma queda por mim, mas me evitem nos seus assuntos, ok?"

O encarei e sai de seu colo em busca de uma blusa. Vesti-a e me deitei de costas para ele. O senti se aproximar de minha orelha.

"Lembra que falei que gostava de você seminua no meu colo? Então, agora gosto menos ainda de você." Murmurou e dei-lhe uma cotovelada, senti sua risada, e seu afastamento.

Estava em uma balada, uma menina de cabelos negros e longos se esfregava em mim descendo até o chão, quando se virou tomei um susto, era eu. Vestia um short jeans supercurto e uma blusa preta decotada e justa. Minha maquiagem preta realçava meus olhos violetas, eu estava linda.

Peguei em minha mão, quero dizer, na mão de... Jared?! E me, digo, o puxei até os banheiros. Vi pelo reflexo dos espelhos que eu estava na visão de Jared, sorria canalha para mim, a Kate do sonho, e eu o beijei. Eu estava nos sonhos de Jared. Agarramo-nos loucamente, sentou-me na pia, enquanto beijava-me voraz, eu também estava descontrolada, havia perversão em meus olhos. Será que eu o olhava assim? Enlacei minhas pernas em sua cintura, era estranho me beijar, mas na verdade Jared que me beijava, mas... Arg. Confuso.

Entramos em uma das cabines do banheiro e fechamos a porta. Eu ainda me, arg, beijava Jared. Fui descendo e levantando sua blusa, olhando-me, não, olhando-o, nos olhos. Abri o fecho da calça e enfiei a mão dentro de sua cueca. OH MINHA LUNA, Jared estava tendo um sonho erótico comigo!

Eu havia feito coisas com ele ali que nunca havia feito na vida real, e me questionava se faria um dia...

Acordei espantada com o sonho e lutei para regularizar minha respiração arfante.

Olhei para Jared que dormia na mesma posição de sempre. Remexeu-se um pouco então o chutei da cama, fazendo-o cair no chão. Ele levantou espantado com o cenho franzido, os olhos semicerrados, e uma sobrancelha arqueada.

"Mas que por..."

"Você estava sonhando comigo!" O interrompi.

"Como você...? Ah." Sorriu preguiçosamente e voltou para a cama. "Temos que descobrir porque você vê meus sonhos e vê o que vejo." Passou as mãos pelos cabelos, olhou-me de canto e me empurrou da cama, jogando-me no chão.

O encarei com raiva e voltei pra cama.

"Eu te odeio." Murmurei ajeitando-me para deitar de novo.

"Então continue assim. É mais fácil pra nós dois." Falou.

"E ainda assim, você sonha comigo. Confessa, Jared. Você não me resiste." Ironizei e puxei o cobertor.

"Se você não estivesse se segurando, isso não aconteceria. Enquanto você não abre as pernas pra mim, eu vou continuar sonhando com isso até eu conseguir o que quero." Sorriu descaradamente. "Simples assim."

Bufei irritada e fechei os olhos para dormir.

Acordei na manhã seguinte levando uma cotovelada de Jared, virei-me para encará-lo, mas vi que ele ainda dormia. Estava suado, o cenho franzido como se estivesse com dor. Ele se remexia na cama e seus lábios abriam e fechavam como se tentasse falar, mas não conseguisse. O sacudi. Despertou arfante e confuso, olhou-me de canto e saiu correndo da cama.

Procurei alguma blusa dele para vestir e ir para escola. Uma blusa preta, com as laterais bem abertas havia servido. Liguei para Fleur pedindo que levasse meus materiais.

Havia um denso vapor saindo da porta entreaberta do banheiro. Aproximei-me por curiosidade porque não sabia que o chuveiro daqui tinha água quente. Espiei pela fresta e vi que Jared estava em baixo do chuveiro, de roupa e tudo. Suas calças pareciam que haviam sido queimadas, e notei que o que o vapor que eu havia visto saía de sua pele. Tentei me aproximar para ver o que estava acontecendo, mas senti medo, senti como se eu não devesse fazer aquilo. Um calor também tomou meu corpo então me afastei rapidamente, indo para a cozinha.

Na geladeira havia sucos e comidas em potes que Jenna às vezes fazia e dava para Jared. Acho que Jen era a única hippie que sabia fazer uma comida com gosto.

Jared apareceu na cozinha já vestido, blusa cinza bem justa ao seu corpo sarado e jeans pretos.

Tivemos que ir de moto já que eu havia ferrado seu carro. Para minha sorte, Ray ainda não havia chegado.

"Lembre-se Kate, me evitem em seus assuntos." falou Jared sem qualquer tom de brincadeira.

"Ok." Suspirei e andei, mas segurou-me bruto pelo pulso.

"Venho te buscar para irmos até Isaac."

"Ta." Assenti.

Puxou-me ao seu encontro e me beijou. Relutei no inicio, mas, como sempre, falhei. Parou o beijo puxando meu lábio e olhando-me nos olhos. Afastei-me e ele arrancou com a moto. Todos me olhavam, afinal eu havia acabado de beijar um cara que não era meu namorado, mas quem eu sinceramente queria que fosse.

Jared era tudo o que eu odiava em uma pessoa, insolência, arrogância, mas por algum motivo eu gostava disso, ele vivia me desafiando, e eu gostava daquilo, ele polia uma parte minha que eu até então desconhecia. Ficar ao lado dele ficava cada vez mais perigoso, e isso fazia com que eu realmente quisesse permanecer.

Naquele dia só encontrei Ray na hora da saída, estava com uma blusa laranja e jeans claros surrados, ao me aproximar sua blusa estava suja, de poeira e algo mais.

Sorriu ainda torto, por causa da briga com Jared, mas realmente, já não havia tantos hematomas como ontem, dei-lhe um beijo.

"Onde esteve?" Perguntei.

"Fui resolver uns problemas."

"Que problemas?" tentei não soar tão curiosa.

"Houve uma chacina de colhe numa fazenda por aqui. Tive que resolver a situação." Falou "Nada demais." Deu de ombros.

"Hmm."

"Ah, minha mãe finalmente conseguiu trazer nossos móveis lá para casa, queria saber se não quer me ajudar a arrumar..."

Ouvi o som de uma buzina vindo de um carro branco, um land rover. E Jared estava nele.

"Tenho que ir até Dallas para... hum... resolver umas coisas também."

"Vou com você."

"Vou com Jared." Murmurei envergonhada.

"Por quê?! Seu namorado sou eu Kate, mas ainda assim insiste em ficar andando com esse cara por ai, eu não confio nele, ele não é..." ele se interrompeu de repente.

"Não é...?" instiguei-o quando vi que ele havia se engasgado com a palavra.

"Confiável." Disse por fim com um suspiro.

"Ele diz a mesma coisa de você."

"Vai dar ouvido a ele ou ao seu namorado?"

"O que tem ser meu namorado? Eu entendo seu ciúme, mas eu conheço Jared, você não! Só porque é meu namorado, tenho que seguir suas opiniões e não a minha? Você quer escolher com quem ando, mas não pode. Não é meu dono!"

Ray ficou vermelho, mas não foi de vergonha. Sua expressão era de pura raiva e frustração.

"Sou seu protetor! Tem que ficar comigo!" Exaltou e vi que estávamos gritando a plenos pulmões.

"Meu protetor?" Perguntei agora confusa.

Ele piscou e respirou fundo passando a mão no rosto. Pôs a mão na cintura e encarou-me.

"Namorado, Kate. Namorados protegem suas namoradas, certo?" Falou em um tom mais baixo. "Como os príncipes protegem suas princesas..."

"Não gosto de príncipes." Falei. "Não gosto daquela época em que nós mulheres não podiam ter voz no relacionamento. E os príncipes só são príncipes na hora da conquista. Me pergunto se é por isso que não tem continuação depois dos casamentos nas histórias. Deve ser quando eles se mostram serem os verdadeiros sapos."

"Kate, não diga..."

"Olha..." Suspirei sem esperar que ele concluísse. "Amanhã nos falamos, ok? Tenho que ir." Falei e saí andando, mas Ray me puxou para um beijo. Beijei-o castamente e segui meu caminho.

Entrei no carro e bati a porta. Jared falava no celular, mas ainda sim arrancou com o carro.

"Brigou com o namoradinho?" Perguntou desligando o telefone.

O ignorei.

"Ele queria ficar comigo e te deixar para trás? Triângulos amorosos sempre terminam mal." Falou.

"Jared... só dirige e fica quieto."

O olhei de canto e de repente queria muito beijá-lo, tirar aquele estresse que estava dentro de mim.

"Pare o carro." Falei.

"Não."

"Pare, por favor."

Ele parou o carro no canto, soltei meu cinto.

"O que..." Começou, mas eu já estava em seu colo beijando-o.

Segurou-me pela cintura enquanto eu o agarrava pelos cabelos.

Parei quando estava ficando já super excitada. Jared olhou-me com o cenho franzido, beijei-lhe mais uma vez. Os beijos ficaram mais lentos até pararem, então voltei ao meu lugar.

"O que foi isso?" Perguntou respirando fundo e soltando o ar pela boca, seus lábios rosados e inchados.

"Eu estava... precisando." Respirei fundo também, sem olhar pra ele. "Agora, dirige, temos que encontrar Isaac né?" Assoprei-me.

Jared ainda me olhando seguiu com o carro.

Encontramos Isaac num restaurante refinado, era no último andar de um prédio, nos dando vista panorâmica de Dallas, o teto era transparente, estava sol, mas não queimava, o ambiente aberto e no alto, fazia com que fosse um lugar arejado. As mesas eram cobertas por um bom pano, e cheiroso. As taças eram de cristal e de perto eu pude ver a diferença entre o cristal fino e o vidro.

"Então, o que descobriu?" Perguntei.

"A empresa contém vinte aviões, fora uns que estão em manutenção. A questão é que eles não perderam nenhum avião desde 2005, ou seja, o avião nem chegou a partir naquele dia. Para ser bem mais claro, o número do avião da sua mãe era de outro, o que desesperou várias outras famílias, e as famílias do avião que havia caído ficaram bem calmas em relação às mortes, por isso não houve um evento, um memorando dos mortos, ou algo do tipo. Era como se todos tivessem aceitado como quem perde um peixinho dourado." Falou Isaac.

"Então me deixe ver se entendi. O avião nem chegou a partir, se é que houve um avião, ou seja, não houve explosão." Meu olhar brilhou em compreensão. "Minha mãe pode estar viva!"

"Sim Katherine." Sorriu e o garçom nos serviu.

Estava eufórica pelo fato de minha mãe não estar morta, mas por outro lado, onde ela estaria? Fiquei pensando nisso durante o almoço, o que me tirou a fome, deixando quase todo meu delicioso macarrão ao molho branco e funghi no prato.

"Katherine, não vai comer?" Perguntou Jared puxando-me de meus mais profundos questionamentos.

"Hm? Não." Balancei a cabeça e afastei o prato sem perceber.

Então ele trocou seu prato vazio pelo meu de macarrão e o atacou.

"Katherine, está tudo bem?" Perguntou Isaac.

"Sim." Forcei um sorriso.

"Isaac, as buscas aumentaram." Falou Jared enquanto terminava de devorar meu macarrão.

"Sim, eu sei, uns Nephilins vieram me perguntar se eu sabia se vocês tinham haver com a morte de uns deles numa fazenda."

"Foi a Katherine. Ela os matou." Falou Jared dando um gole em seu vinho.

"Uau, então meus parabéns Kate. Mas acho que devem sair um pouco do interior, ficar pela cidade. Jared, o outro Tomás fugiu do inferno há meses, e eu sou que ele finalmente chegou a América."

"Como ele fugiu?" Jared franziu o cenho e encarou Isaac com um olhar perturbado e interessado.

"Não sei, mas eis a explicação para que os Nephilins estejam cada vez mais atrás de você."

"Outro Tomás?" Interrompi sem conseguir acompanhar.

Jared olhou para Isaac.

"Um garoto com o mesmo nome que eu." Mentiu, visivelmente mentiu

"O que significa tomás?" Perguntei.

"Pergunta pra pessoa que me escolheu esse nome." Disse ele, mas ele bufou e olhou para Isaac. "Meu treinamento com Astaroth está acabando, só falta aprender Absorção, então estarei pronto para ir."

"Harahel pode já estar morto."

"Não, não está. Eu, eu consigo sentir." Falou Jared

"Ah, é claro. A benção."

"Do que vocês estão falando?" Insisti em saber. Eu já estava incomodada por não fazer parte da conversa.

"A benção? Foi uma proteção que Harahel deu a Jared quando ainda bebê. É uma coisa que evita que o encontrem. Isso os conectou de uma forma. O poder de Harahel vive enquanto ele mesmo viva. Esse poder é uma magia intensa e por menor que esteja em Jared, forma a conexão."

"Isaac," pensei em algo e resolvi perguntar. "Às vezes eu consigo ver os sonhos de Jared. E às vezes eu até mesmo consigo ver através dos olhos dele. Por que isso acontece?"

"Hm..." ele pensou por um momento. "Há alguma coisa de Jared aí dentro de você."

"Não," Jared bufou. "Ainda não entrou nada meu ali." Resmungou tomando mais um gole de vinho.

Isaac riu e eu revirei os olhos.

"Eu me lembro!" Disse de repente.

"O que?" Perguntei, confusa.

"A bebida dos céus." Falou meneando a cabeça.

"O que tem?"

"Tinha o sangue de Jared com groselha."

"O quê?!" Perguntei.

"Ah, também lembro." Falou Jared.

Fiz uma careta. Fiquei enjoada.

"Por que fizeram isso?" Perguntei

"Katherine, sua força e rapidez, não as tinha antes. Por isso bebeu sangue de Jared, e a sua fé nesse... mito fez com que realmente ficasse do jeito que está agora, ao ponto de matar quatro homens dez vezes mais fortes que você. Não está tão forte mental e fisicamente só por causa dos treinamentos com Jared. Isso deve ter resultado em algum tipo de efeito colateral, o que explicaria sua ligação com Jared."

"Isso também explica como ela fugiu da paralisia." Falou Jared.

"Que paralisia?" Perguntei.

"Os sonhos Kate, os sonhos em que eu te enforcava, por isso fugiu daquela vez."

"Por que me enforcava?"

"Eu te odiava."

"Não me odeia mais?"

"Não. Quer dizer, nem sempre. Às vezes. Acho que hoje em dia eu te desejo mais do que te odeio. Você tem cooperado pra isso, como o lance que fez no carro agora há pouco." Falou.

Bufei.

"Muito confuso." Falei. "Então se Jared morrer... eu vou sentir? Assim como ele disse que acontece com Harahel?"

"Talvez. Pode acontecer como se estivesse lhe tirando um pouco de ar, e tudo de repente perde sentido." Murmurou Isaac. "Ou talvez você não sinta nada além de um mau pressentimento."

"Já aconteceu com você?"

"Minha mulher." Ele ficou em silêncio por um tempo. "Mas então, mais alguma pergunta?"

"Hm, acho que não." Falei.

"Isaac, onde os Nephilins estão?" Perguntou Jared.

"Numa fazenda, do outro lado daqui, bem longe." Falou.

"Katherine, Lara sempre chega à tarde, certo?"

"Sim." Falei.

"Hm. Quanto tempo daqui até lá?" Perguntou à Isaac.

"Três horas, eu acho." Respondeu.

"Katherine," Jared olhou para mim. "A mãe de seu namorado é Nephilim."