Pode Me Chamar De Percy escrita por bersange


Capítulo 12
Status de relacionamento


Notas iniciais do capítulo

/bersange/
loucos pra ver percy e rachel e suas reações depois do beijo? hum...



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Tem momentos na vida que estamos tão fora da nossa zona de conforto que, mesmo fazendo algo simples, não deixamos de admirar nossa própria coragem ao fazê-lo.

O beijo em Rachel era um desses momentos.

Era algo tão lógico, eu pensei antes de nossos lábios tocarem. Eu chamei a atenção dela de algum modo e ela chamou a minha atenção com seu jeito excêntrico e encantador. Cada vez que pensava mais, percebia que beijá-la era a coisa mais lógica a se fazer.

Algo me incomodava e eu não sabia exatamente o que era. Nervosismo, talvez? Enfim, o fato é que nossos lábios se tocaram, as línguas se roçaram levemente e pronto, foi só isso.

Nos afastamos, ambos tão vermelhos quanto os cabelos dela. Eu me senti o cara mais corajoso do mundo por ter dado aquele beijo, mas também me sentia o mais idiota por não saber o que falar.

- Então... - eu comecei, sem realmente pretender terminar a frase, apenas queria deixá-la no ar e evitar aqueles silêncios constrangedores.

- Isso foi... inesperado.

- É, foi - eu disse, sem conseguir ler direito as emoções dela. Claro, o fato de olhar para os meus próprios pés, tímido, não ajudou muito a entender tudo.

- Eu acho que a gente... devia conversar... depois - ela disse e eu entendi que ela estava confusa como eu.

- Depois do jogo, certo... É, vamos conversar depois do jogo... É o certo, com a cabeça fria, para evitar falar ou fazer alguma besteira. Não que a gente tenha feito alguma besteira, entende? Digo... - eu falava rápida e nervosamente.

- Relaxa - ela disse, colocando uma das mãos em meu rosto, em um gesto tranquilizador. Eu a encarei e vi que sorria. Sorri de volta. - Agora vá para o seu jogo, seu time está te esperando.

- Certo. Até mais - falei, virando de costas e andando lentamente até o ônibus. O treinador Hedge me olhou com uma cara feia e apontou para o seu relógio de pulso.

No ônibus, além dos jogadores, estavam o treinador Hedge, os seus três estagiários de educação física, um garoto chamado Malcolm e duas líderes de torcida: Silena e Drew.

- Porque elas estão vindo com a gente? - perguntei ao Tyson, quando me sentei na minha poltrona no ônibus.

- Silena é a capitã e Drew é a vice-capitã do time de líderes de torcida - explicou. - Nesses jogos de começo de temporada, que não valem tanto e em quadras menores, só elas podem vir conosco.

- Conosco? - brincou Grover, sentado no banco de trás com Luke. - Tá falando chique, hein?

- Obrigado - disse Tyson, sem se dar conta que Grover estava brincando com ele.

- Mas e o Malcolm, tá aqui pra quê?

- Ele vai filmar o jogo, que vai passar ao vivo no site do colégio - respondeu Luke, enquanto abria um livro. Ponto de Impacto, de Dan Brown. Em minha opinião, uma leitura rasa, mas viciante.

- Tipo uma transmissão de jogo de verdade?

- A julgar a qualidade da imagem, tá mais para uma twitcam - comentou Grover. - Agora, se me derem licença, vou tirar uma soneca.

Eu observei que cada um do time se preparava para o jogo de formas diferentes: se Luke lia e Grover dormia, Will Solace e Lee Fletcher ouviam música, Leo Valdez e Jason Grace conversavam e Frank Zhang jogava algo em seu gameboy. Tyson passou a observar a janela e percebi que ele estava perdido em seus próprios pensamentos. Coloquei meus fones de ouvido e segui os exemplos de Will e Lee.

Quando percebi, já havíamos chegado ao nosso destino. Saímos do veículo, fomos até o modesto vestiário local, trocamos de roupa, aquecemos um pouco em quadra, voltamos para o vestiário e tivemos aquela conversa motivadora que os times costumam fazer antes de qualquer partida em qualquer esporte.

- Vamos vencer essa porra com garra e vontade - disse Leo.

- Quem não suar sangue em quadra não joga - decretou Jason.

- Nosso time é melhor e mais unido, mas humildade na hora da jogo - avisou Beckendorf.

- O armador deles é o bicho, passa a bola muito bem - advertiu Frank Zhang.

- Lembrem-se do que o treinador Hedge disse - falou Luke. - Tyson, olho nele.

- Vamos logo nessa porra! - gritou Grover.

- Minerva Owl! Minerva Owl! Minerva Owl! - gritamos em coro. Tava na hora.

O time adversário era notavelmente inferior. Mesmo com a torcida toda deles, atropelamos no primeiro quarto. A formação inicial (Tyson, Beckendorf, Luke, Octaviam e Jake) encaixou muito bem, abrindo larga vantagem já no começo. Grover e Frank entraram quando Octaviam e Tyson cansaram, com Frank passando a ter a responsabilidade de marcar o principal jogador adversário.

No segundo quarto, com todo mundo de volta, mantivemos a pegada e abrimos vantagem ainda maior, com Leo, Chris e Jason entrando em alguns momentos. Assim sendo, apenas eu e os outros dois novatos, Will e Lee, não pisamos em quadra.

No terceiro quarto, eles conseguiram equilibrar as paradas um pouco, mas ainda assim conseguimos aumentar um pouquinho a vantagem. Luke jogava muito bem e Octaviam, por mais que odiasse admitir, distribuía o jogo com tranquilidade e qualidade de profissional.

No último quarto, relaxamos um pouco e eles deram uma leve aproximada, mas não chegou nem perto de assustar. Ganhamos por uma vantagem de 30 pontos, no final.

Mesmo chateado por não ter entrado em quadra, fiquei bastante feliz por meus colegas e comemorei bastante. O treinador Hedge também aprovou, mas fez ressalvas quanto o nosso avanço ofensivo e manejo de posse de bole.

A vantagem do jogo foi me dar algo para me distrair um pouco sobre Rachel. Aquele beijo, creio eu, foi a coisa mais corajosa que eu já tinha feito. E olha que eu já briguei com valentões com quase o dobro de tamanho que o meu, como na briga que me garantiu minha terceira (ou quarta?) expulsão, contra um cara chamado Matt Sloan. Até que não apanhei muito e o machuquei também, mas ele era filho de gente com dinheiro. Assim, eu acabei ficando com a culpa e com a punição.

No caminho de volta, conversamos bastante sobre a partida. Eu me mantive um pouco mais calado e fiquei mais isolado, já que Tyson se sentou ao lado de Grover dessa vez. Entretanto, fui surpreendido por Silena e Drew.

- E aí, Percy, gostou do jogo? - perguntou a primeira, com um sorriso caloroso estampado na face. Silena era uma das garotas mais bonitas e cativantes que eu já conheci, pensei.

- Gostei, acho que o pessoal jogou bem.

- Daqui a pouco o treinador Hedge te dá mais chances - disse Drew, que apesar de ser mal falada por quase todos os meus amigos, ainda não me dera motiva para desgostá-la. - Você e o Jason são titulares desse time, eu tenho certeza.

- Você acha? - perguntei, sinceramente animado pela perspectiva dela.

- Acho, comentei com a Silena durante a partida.

- É - ela disse. - Você e o Jason iam formar uma linha poderosa, com apoio do Luke e do Grover ou do Octaviam, com Beckendorf ou Tyson fazendo o pivô...

- Uau, Silena - eu disse, admirado. - Você realmente entende do jogo, mais do que eu até.

- Obrigada - ela disse, encabulada.

- Silena é boa mesmo - disse Drew, impaciente. - Mas não é sobre isso que queremos falar.

- Ah, é? - eu falei, enquanto o ônibus dava uma sacolejada na estrada. - E sobre o que vocês duas querem falar, então?

- Sobre aquela menina, Rachel alguma coisa.

- Rachel Elizabeth Dare - completou Silena. - Vocês estão namorando?

- Eu, hã... Do que vocês estão falando? - eu disse, tentando sair pela tangente.

- Não se faça de bobo, Perseu, nós duas vimos tudo - ralhou Silena.

- Percy - murmurei, corrigindo.

- Vimos vocês conversando, você dando um beijo nela e ela te dando um carinho - disse Drew, com o tom que um advogado usa para provar que o réu é culpado.

- Vai dizer que a gente não viu o que vimos? - desafiou Silena.

- Vocês viram certo - eu finalmente admiti.

- E vocês tão namorando?

- Bem, não sei direito.

- Então estão ficando?

- Nós...

- Amizade colorida?

- Hã?

- Beijo roubado?

- Eu...

- Ou talvez uma...?

- Já tá bom - interrompi, cansado. - Meio que foi a primeira vez que a gente se beijou, mas não espalhem, por favor.

- Own, que fofo! - exclamou Silena.

- Vamos ver o que a gente vai resolver quando eu chegar - expliquei. - Mas por enquanto tá mais pra beijo roubado ou amizade... amizade tricolor, como é que era?

- Amizade colorida - explicou Drew.

- Meninas, sentem-se - advertiu Hedge, que estava na parte da frente do automóvel.

- Deixa ele - falou Drew. - Bem, é interessante que você tenha resolvido ficar com essa menina que ninguém conhecia justamente agora.

- Como assim?

- É que eu sei que algumas outras meninas estão meio caidinhas por você.

- Hã, certo - eu falei, desconcertado. Era estranho ouvir que meninas, no plural, estavam meio caidinhas por mim. Meu ego cresceu um pouquinho, mas rapidamente fiquei vermelho, envergonhado.

- Drew! Não coloque caraminholas na cabeça dele! - ralhou Silena. - A Rachel é ótima, Percy. Espero que vocês deem certo. Agora vamos nos sentar, Drew, antes que o treinador pegue o megafone dele.


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Notas finais do capítulo

/bersange/
drew finalmente espalha o veneno!!!
quem serão as garotas afim do percy? pelo menos duas garotas se sentem meio atraídas por ele, quem serão?
ah, e eu adoro a silena, uma das melhores personagens, pena que morreu de forma tão tosca e ainda como traidora. errou nessa, tio rick!