Clichê. Mas Nunca Igual. escrita por Biscoita Bis


Capítulo 3
Ameaça




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Girei meu corpo vagarosamente para trás e olhei pra cima. Me deparei com Matt e a Tribo dos Otários de pé bem atras de nós.

— Olá Mattsuel Evans.– disse eu com um sorriso sarcástico.

Pude ver uma certa fúria nos olhos de Matt. Uma coisa importante pra se vencer uma briga: conheça seu adversário. Durante o intervalo, pedi pra Meg conversar com algumas pessoas que foram amigos do Matt e perguntar o que mais deixava ele nervoso, e uma delas é o seu nome verdadeiro.

— Será que a gente pode conversar um minuto? - disse ele.

— Alguém está te impedindo de falar? - respondi ainda sentada olhando pra cima.

— À sos.

Olhei pra Meg esperando uma resposta nos olhos dela mas não compreendi nada. Então, levantei tirando a grama que ficou grudada na minha calça e me virei pra Meg e disse:

— Meg, já volto.

— Tudo bem, te espero la no portão. -disse ela levantando e me entregando minha mochila.

Andei com Matt até uns 50 metros do lago, quase próximo à mata do bosque. Ele olhou pra mim e disse:

— Então Melzinh...

— Melanie pra você.

— Você fez umas coisas ruins comigo dois anos atrás. Acho que está na hora de você pagar por isso. Que tal se a gente desse uma volta no bosque e depois...

Matt tinha um olhar diferente. Um olhar perigoso. Ele segurou meu braço e me puxou pra perto. Sacudi meu braço em um solavanco e me soltei de Matt.

— Eu não vou a lugar algum com você, se não vai falar nada de útil, to indo embora!

Virei às costas e comecei a andar. Mal dei 2 passos e Matt agarrou meu braço e me puxou pra perto e disse segurando meu pescoço:

— Você se meteu com a pessoa errada Melzinha. Tudo o que você me fez no passado vai ter volta.

Por incrível que pareça, eu realmente fiquei assustada. Matt era um cara alto (era dois anos mais velho que eu, um repetente de primeira linha) e atleticamente forte. Ele era o destaque no time de basquete da escola, todos os caras respeitavam ele, e as meninas suspiravam toda vez que ele passava pelo corredor.

Ele soltou meu braço e saiu andando em direção ao grupinho dele e eu fui andando nervosa até Meg. Lembrando das coisas que fiz pra ele no passado.

— O que ele te disse Mel?

— Relaxa Meg, tá tudo certo.

Matt tem o dom de estragar tudo. Não foi só hoje, ele sempre estava por perto para estragar meu dia.

Fui andando com Meg até a metade do caminho e nos despedimos . Eu não queria ir pra casa. Se eu fosse teria que encontrar meu pai no meio do cominho e é quase certo que saia uma briga.

Abri a porta e me deparei com alguém que não queria encontrar:

— Tá atrasada mocinha. Posso saber onde estava?

— Na escola. Não é obvio?

— Já são duas da tarde, que eu saiba você sai ao meio-dia.

Realmente, eu tinha ficado tempo demais no bosque com a Meg, e nem tinha me tocado até meu pai dizer.

— Tava com a Meg no bosque.

— Achei que estivesse na escola...

Olhei pro meu pai e ele estava na mesa da cozinha calculando as despesas do mês. Ele estava desempregado à dois meses, e dependia da renda da minha mãe pra sustentar a casa. Ignorei o que ele disse por ultimo e fui direto pro meu quarto. Dormi por muito tempo, cerca de 3 ou quatro horas, depois de alguns segundos me toquei o porquê tinha acordado: meu celular estava tocando.

Olhei no visor e era um número desconhecido.Tentei reconhecer o número, mas não lembrei, então atendi:

— Alô?

— Mel, aqui é a Meg.

— Oi Meg! Não sabia que era tu, apareceu numero diferente…

— Ah sim, é o celular da minha mãe.

— Ah, claro! Mas então, algum problema? Você parece nervosa…

— Estou preocupada com você Mel, depois que tu conversou com o Matt ficou meio esquisita…

— Relaxa Meg, não é nad…

— Mel, como sempre tu foi uma péssima mentirosa. Te encontro no bosque daqui 20 minutos, precisamos conversar!

— Mas eu acho que agor…

— Mas nada Mel, daqui 20 minutos, tchau!

Mal deu tempo de me explicar e a Meg desligou na minha cara. Não tive outra escolha, tive que ir me encontrar com ela. Mas tinha outro problema: meu pai não me deixaria sair agora, estava quase escurecendo, o único jeito foi sair escondida. Saí pela porta dos fundos e pulei o muro pra evitar barulho no portão.

Fui o caminho todo pensando em uma mentira pra contar em relação ao q Matt tinha me alertado há algumas horas, mas infelizmente não bolei nada de convencedor pra enganar Meg. Cheguei no bosque e ela já estava lá:

— Oi Meg.

— Mel, pode sentar ai e me contar tudo!

— Contar o que? Tá tudo bem comigo. -disse olhando para o chão pra evitar de que ela olhasse nos meus olhos e visse a mentira lá.

— Mel, para de mentir pra mim. Você sabe que pode confiar em mim, sempre. Somos amigas há mais de 7 anos e você nunca confiou nenhum segredo! Sinto que você não confia em mim, isso me deixa triste e… - ela mal falou e já começou à chorar.

Eu me sentia culpada. Eu tinha um certo receio de confiar nas pessoas, e isso era algo com todos, não só com Meg. Abracei ela por alguns minutos e depois criei coragem e falei:

— Posso te contar apenas uma parte, tudo bem?

Ela ficou um bom tempo olhando pra mim, isso me constrangeu um pouco, mas enfim as lagrimas dela cessaram e finalmente ela assentiu com um aceno de cabeça.

— Matt me ameaçou. Ele disse que eu fiz algo pra ele no passado e eu ia pagar por isso. Mas ainda estou confusa, não sei bem o que fiz pra ele…

Não sei como, mas Meg acreditou em mim. e eu me senti mais culpada ainda. Então ela secou algumas lagrimas que escorriam pelo seu queixo e falou:

— Tudo bem Mel, mas se precisar de mim, saiba que Megan Stwart estará à disposição!

Abracei Meg o mais apertado possível e depois sorri pra ela. Quando finalmente terminamos nossa conversa, já tinha anoitecido, então, fomos andando.

Fomos juntas até metade do caminho, depois nos dirigimos em direções opostas. O tempo estava esfriando e parecia que ia chover. Estava na metade do caminho quando tenho a sensação de que alguém está me seguindo. Olhei discretamente para trás e então confirmei: um cara estava há uns 20 metros de distancia de mim. Continuei andando normalmente como se não tivesse visto, mas agora ele se aproximava mais, então, decidi correr.

A cada 5 passos olhava pra trás e ele corria tão bem quanto eu. Desviei meu caminho pra tentar despista-lo mas não adiantou: ele me pegou na curva. Ele me segurou pela cintura e tampou minha boca com uma das mãos e disse:

— Silêncio mocinha, se não vai ser pior!

Consegui tirar a mão dele da minha boca e disse:

— Me solta por favor, eu não tenho nada de valor...

— Quem disse que eu quero isso? Quero você apenas, fique quietinha e não irá doer nada.

À essa altura eu estava mais que apavorada e comecei a relutar com ele. Dei uma cotovelada no estomago dele e ele arquejou um pouco, mas depois me segurou ainda mais forte e eu comecei a gritar. Ele tapou minha boca com uma das mãos e continuava me levando. Eu já tinha cansado de relutar quando escuto um barulho de alguém correndo, e depois ouço meu nome:

— Mel!

Matt, pensei aliviada. Como assim eu podia estar aliviada ouvindo a voz de Matt? Ele chegou ofegante e deu um soco no cara que me segurava. Cai no chão e bati minha cabeça com tanta força, que depois disso não vi mais nada.


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Notas finais do capítulo

Me superei. Escrevi um capitulo com mais de 1000 palavras atendendo à alguns pedidos, mas pode ser que nem todos tenham essa quantidade. Espero que gostem :3