Clichê. Mas Nunca Igual. escrita por Biscoita Bis


Capítulo 11
Esquadrão antibombas




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Eu, Melanie Gabriela Strauss tendo aulas particulares com o senhor Evans? Parece piada. Gargalhei muito em minha mente mas minha expressão facial era neutra.

Matt disse que ia resolver algumas coisas e me encontrava em 20 minutos no portão. Fui à cantina pra falar com Meg e ela me esperava lá com um pacote de doritos na mão. Mal cheguei perto dela e ja peguei o pacote, e com a boca cheia de doritos falei:

— Meg, você não vai acreditar!

— O quê? Finalmente vai fazer aulas de boas maneiras e aprender a não pegar a comida dos outros sem permissão e mastigar de boca fechada?

Olhei pra ela com expressão de deboche depois ela soltou uma gargalhada. Bebi um pouco da sua coca-cola e falei:

—Não, muito pior. Matt Evans vai me dar aulas de matemática.

Ok, agora foi a vez dela demonstrar as boas maneiras. Meg esguichou toda a coca-cola que estava em sua boca em cima da minha camiseta branca e depois soltou uma gargalhada:

— E o esquadrão anti-bombas, convocaram também?

Meg tinha razão em partes, eu não suportava ficar no mesmo ambiente que Matt, mas ela mal imaginava o que ocorrera alguns dias atrás — de que eu já me arrependia profundamente e que seria capaz de uma lavagem cerebral pra não ter que lembrar daquele momento. Respirei fundo e tentei mudar de assunto, na esperança de ela não me perguntar o porquê eu tinha ido tão mal no ultimo teste. Eu não precisei me esforçar muito, ela olhou no relógio e disse:

— Ai meu Deus, vou chegar atrasada. Mel, nossa conversinha ainda não terminou. Hoje depois do cursinho te ligo.

Ela me abraçou e foi direto pra saída, enrolei para sair da cantina. Não queria encontrar Matt, muito menos passar duas horas e meia estudando com ele. Tomei coragem e me levantei. Andei pelo corredor até a saída e vi Matt e Claire conversando à porta da sala do grêmio. Desviei o olhar e fingi que não vi. Esperei ele no portão.

Cinco minutos depois ele apareceu e andamos para a casa dele. Fomos a maior parte do percurso em silêncio, até que ele acabou quebrando-o:

Mel, eu sei que estamos aqui apenas porque o professor te obrigou, mas eu me sinto feliz de te ajudar em matemática e queria saber o porque aquele dia no dep-

O interrompi com um aceno de mão e disse:

— Exatamente Matt, apenas estou aqui porquê fui obrigada. E eu não quero me lembrar do que aconteceu aquele dia.

Ele me olhava com os olhos tristonhos, e seus ombros estavam caídos. Por uma fração de segundos tive vontade de abraçar ele ali mesmo, na rua. Mas, felizmente, essa vontade passou mais rápido que eu imaginava e continuei andando e chutando uma pedrinha que me acompanhava desde a entrada da escola.

Andamos por cerca de quinze minutos e chegamos à uma casa. A casa em que Matt me levara no dia que fui atacada no meio da rua.

Era grande. tinha dois andares e a fachada era toda de tijolos à vista. As grades do portão eram um cinza chumbo, e na frente tinha um grande jardim.

A casa estava silenciosa e era possível ouvir a própria respiração. Entramos por uma sala que reconheci na hora. O mesmo sofá, a mesma sala de jantar e a mesma cristaleira repleta de taças e porcelanas. Do lado direito havia uma escada, e do lado direito um espaço que levava à outro ambiente que parecia ser a cozinha.

Subimos a escada que dava para um longo corredor com 4 portas de cada lado. Entramos na ultima do lado esquerdo, e travei na porta antes de entrar.

Aquele lugar me lembrava aquele dia que Matt me ameaçou por algo que fiz no passado mas horas depois salvou minha vida. Eu devia estar com cara de retardada parada na soleira da porta olhando pra cama onde ele tinha me deitado. Matt percebeu que eu estava parada ali e disse:

— Tudo bem, é de graça pra entrar.

Acordei do meu transe. Tirei meus tênis antes de entrar no quarto e ele me ficou olhando de uma forma estranha e então eu disse:

— É uma mania. Não entro no meu quarto de tênis, é como se neles estivessem todos meus problemas e preocupações então eu deixo-os do lado de fora.

Ele arqueou uma das sobrancelhas e então disse:

— Vou preparar alguma coisa pra a gente comer. Te espero la na cozinha.

Assim que Matt saiu pude relaxar. Soltei minha mochila em um canto e uma estante acima de sua cama me chamou a atenção. Era repleta de livros, cd's de dvd's. Peguei um em uma das mãos e pensei "Quem é o otário que compra cd's e dvd's? Temos na internet de graça." Em meio há tantos rock's alternativos das decas de 80 e 90, encontrei um tesouro: Mylo Xyloto do Coldplay. Soltei um gritinho quase impossível de se ouvir. Abri a caixinha para ver a mídia e na hora Matt aparece na porta e diz:

— Posso saber o que a senhora está fazendo?

Levei um susto e derrubei o cd no chão. Ele veio correndo na minha direção e eu comecei a me desculpar:

— Ai meu Deus Matt, me desculpa, é que eu vi o cd ali, não resisti e tive que pegar. Mas olha só, não riscou, tá vendo? Vai funcionar perfeitamente mas se você quiser eu posso comp-

Ele me calou tocando meus lábios com o dedo indicador e me disse me ajudando a levantar:

— Calma Mel, tudo bem. É um dos meus favoritos, mas eu não em importo de te presentear com ele.

Matt estendeu o CD pra mim e sorria gentilmente. Minhas mãos coçaram para pega-lo, mas recusei em poucas palavras:

— To com fome. Será que dá pra a gente comer agora?

Ele colocou o CD no lugar e descemos até a cozinha. Em cima da mesa haviam dois pratos e em cada um tinha dois sanduíches e à frente um copo de coca-cola.

Sentamos à mesa e esperei ele começar a comer. Geralmente eu não tinha vergonha de comer, mas ali eu me sentia meio mal. Comecei a comer e estava uma delicia, pelo menos isso Matt sabia fazer.

— Ah — disse ele levantando e indo até a geladeira — esqueci do mais importante.

Ele tira de lá um enorme vidro de Catchup Heinz. Em todos meus anos de vida, não conheci ninguém que gostava dessa marca. Ele encheu o próprio lanche do molho e se deliciou com uma mordida. Fiquei alguns segundos olhando pra ele e pude ver seu nariz sujo de catchup. Sua feição estava engraçada e eu comecei a gargalhar. Ele me olhou intrigado e eu ofereci um dos meus guardanapos à ele.

Então, ele o pegou e entendeu do que eu ria, e disse:

— Sinto lhe dizer, mas eu não sou o único palhacinho de nariz de catchup.

Arregalei meus olhos e comecei a passar o guardanapo freneticamente pelo rosto e ele gargalhou mais.

— É brincadeira, Melzinha.






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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler!

Me desculpe se tiver algum erro é que nao deu tempo de revisar e eu estou me adaptando ainda com um teclado gringo.

Agora vamos aos agradecimentos: SweetGirl, Carol Siqueira, Days Cullen, Manu San Angel Silver, Thatianarocha, Pequena Timida, Lyon, Ichigo Puddi, MariAlcantud, ZodiacAne, Bia Drew, Echo Chan, Sarah Rangel, TheLichKing, Debora. Obrigadinha lindas -*

Tenho alguma leitor masculino? se tiver, se manifeste ai :3